O ministro das finanças declarou há pouco em entrevista na SIC que não deve desculpas pela imposição de maiores sacrifícios, mas pede a compreensão dos portugueses. Assis, o chefe do PS parlamentar, já tinha dito o mesmo antes dele.
Eu não esperava outra coisa, já que o interesse do governo e do PS não é nas desculpas, é no dinheiro que permita tirar o País do buraco em que o meteu.
Quem pediu desculpas pelas medidas do governo foi, surpreendentemente, o líder do PSD.
Pedro Passos Coelho tem de ter mais cuidado com atitudes destas que roçam o risível quando pretende dar uma imagem de (real) responsabilidade perante a gravidade da situação. Já não se tinha saído bem nas desculpas a Alberto João Jardim em pleno congresso...
O Governo devia pedir desculpas, mas de joelhos, e em seguida ir, também de joelhos, de Lisboa até Fátima, em peregrinação. Não à beira da auto-estrada, mas por caminhos escusos e pedregosos. Seria, mesmo assim, castigo leve!...
ResponderEliminarClaro que a política do Governo deu o resultado que tinha que dar: desastre. Desastre previsto aqui no 4R. Não tinha nada que saber. Era uma questão de física...
Passos Coelho foi lamentável e incompreensível, não apenas por ter estreado o seu mandato com um pedido de desculpas por precisamente ter prometido exactamente o contrário, mas por ter sido menos lesto a pedir as mesmas e redobradas desculpas a manuela Ferreira Leite. Contrariou-a sempre que pôde e agora nem uma palavra teve para lhe reconhecer a razão.
ResponderEliminarParece claro que a missão de Passos Coelho é não deixar que o fluxo da despesa seja interrompido, mesmo que isso vá aumentar os impostos.
ResponderEliminarUma perguntinha capciosa: se formos aí pelo país fora, pelas cidades, grandes e pequenas, pelas vilas e aldeias e perguntarmos ao povo se aceita prescindir da estrada lá da terra, da Aqqrcoisa, do hospital novinho em folha ou da escola a cheirar a novo certamente que maioritariamente ouvimos da boca do povo que nem pensar, que a estrada, a Aqqrcoisa, o hospital e a escola têm que ser feitos. Nem pensar em deixar de construir esses melhoramentos. Identicamente, ao longo dos últimos anos o que sempre se foi ouvindo clamar foi por mais estradas, auto-estradas, escolas e hospitais à tripa-forra, etc, etc. Portanto, convenhamos, o PS não tem que pedir desculpas ao povo. Ao longo dos últimos 15 anos o povo optou por este caminho. Ao longo dos últimos 10-15 anos vários (incluindo alguns dos que escrevem neste espaço) avisaram do resultado inevitavel das políticas seguidas. Nas últimas eleições uma candidata alertou para o óbvio e foi mimada com tudo o que de menos lisonjeiro possa haver. Nessas mesmas eleições, há bastante menos de um ano, o povo voltou a optar pela continuação do rumo que vinha sendo seguido. O povo maioritariamente semeou ventos. Parece-me natural que colha tempestades.
ResponderEliminarNão. O PS não tem que pedir desculpas a ninguém. A sociedade Portuguesa, globalmente, é que está simplesmente a colher o que semeou. O actual governo limitou-se a continuar o que vinha fazendo anteriormente. Se os eleitores continuaram a votar neles, pois agora, muito sinceramente... amanhem-se com as opções que fizeram. Paguem as escolhas que fizeram. É algo que me parece da mais elementar justiça.
Caro Zuricher, tenho que lhe dar muita razão.
ResponderEliminarPor muito cruel e antipático que seja o seu ponto de vista, tenho de lhe dar razão, caro Zuricher.
ResponderEliminarAqui chegados, não foi só o Estado que viveu ao longo dos último tempos acima das suas possibilidades. Foram todos os níveis de Administração, sobretudo os dotados de auto-governo como as regiões autónomas, as autarquias, as entidades públicas e semi-publicas empresariais ou nem por isso. Mas também muitas empresas privadas e muitas famílias que seguiram o exemplo do Estado e não ganhando para o Mercedes ou para o BMW, para a casa ou para as férias, entenderam que mereciam tudo isso e se endividaram para o ter.
Esta orgia consumista, que não foi compensada por um aumento de produção, sequer aproximado ao que se gastou, foi também alimentada por políticas bancárias de crédito fácil e de grande risco.
É um caso típico de repartição de culpas, em que quando muito são devidas meias desculpas por parte dos governos, cabendo a outra metade a uma sociedade que se sentiu bem enquanto durou o forrobodó.
É doloroso agora? Pois é. Como é doloroso prescindir das férias no Brasil, na Tailândia ou em Maiorca. Do carro de luxo. Ou mesmo da casa.
Epicuro, o filósofo que deve ter inspirado muitos por estes tempos, diria: foi bom enquanto durou...
Caro Ferreira de Almeida, antipático suponho que sim, que possa ser. A crueza é-o, normalmente. Mas cruel? Será cruel mostrar às pessoas a realidade nua e crua, dizer-lhes qual foi a sua parte nisso, quase como ensinar-lhes que o que se vive neste momento advém das suas acções A, B, C e D? Não vejo como crueldade, de todo. Vejo como prevenção para o futuro. Eventualmente dito de forma algo chocante. Mas, servindo como aprendizagem para de futuro não se repetirem iguais erros. Como forma de cada um assumir as suas responsabilidades ao invés do habitual sacudir água do capote tão Português. Sacudir as responsabilidades que cada um tem para o genérico, longinquo, indefinido e execravel "eles".
ResponderEliminarDói ouvir principalmente para quem não usufruiu dos hospitais do estado, das escolas do estado, da segurança social do Estado, do subsídio de desemprego do Estado, dos Falcon do Estado, do paraíso fiscal do Estado jardim, de tudo isso, e foi cilindrado pelos preços de monopólio da competente gestão do Mexia e dos outros oligopólios que travam a vida de um pobre agente económico transaccionável.
ResponderEliminarPronto mas eu assumo, não foram eles, fui eu!