terça-feira, 22 de junho de 2010

Aprender matemática com os olhos...

Nesta época de exames, o Público de hoje publica em Caderno Especial dedicado à Matemática. Da sua leitura resulta um melhor conhecimento dos problemas que se colocam ao ensino da disciplina. Entre os quais avulta a peregrina, mas inominável ideia, de que a aprendizagem tem que ser lúdica, tem que dar prazer.
Para alguns, "quando os estudantes aprendem (matemática...) com os olhos e com as mãos é melhor". Acontece contudo que "a matemática ainda se faz muito com papel e lápis...".
Pois é, tanto ensinam matemática com os olhos, que a maioria dos alunos nem a pode ver!...
PS: A Sociedade Portuguesa de Matemática é digna de encómios pela posição que vem mantendo e mais uma vez reafirma: aprender matemática exige esforço, exige papel e lápis, exige praticar, praticar, praticar. E que se saiba a tabuada. E que se eliminem as máquinas de calcular nos primeiros anos. Reaccionários, digo eu!...

14 comentários:

  1. Tantos reaccionários! As pessoas especializaram-se em “reacção”. Criou-se uma nova especialidade.
    Matemática – aprendizagem “hands-on” – até é uma forma de aprender na pré-primária e nos primeiros anos da primária! E como poderão os professores ensinar através da metodologia lúdica a Matemática Discreta, Cálculo Diferencial e Integral? Para facilitar os alunos a aprender esta matéria chata para alguns, eu sugiro que só os professores de matemática divertidos, com uma boa disposição permanente devem ser admitidos. Temos que facilitar a aprendizagem dos alunos não fiquem eles traumatizados, o que se traduziria eventualmente num encargo para o Estado!
    A matemática tem má reputação. E os adultos é que têm a culpa. Falam abertamente em frente das criancinhas como eles detestaram a matemática, como era difícil, como era uma disciplina de tal profundidade que se perdiam nas suas profundezas... “Penso eu de que...”

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  2. Escrito a lápis...

    Praticar, praticar, praticar,
    é um verbo apropriado
    para quem não pretenda ficar
    do cálculo expropriado.

    Com esse esforço salutar
    feito de muita exigência,
    aprendemos todos a contar
    com rigor e inteligência.

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  3. Caro Pinho Cardão,

    Só por este seu curto mas muito lúcido artigo valeu a pena ter hoje aqui passado.

    Este desastre em que se tornou o nosso Ensino, mais visível nas disciplinas menos «aldrabáveis», como a Matemática, a Física, a Química e, em geral, as chamadas ciências exactas, em contraposição às outras, que não o são, ainda que comportem saber, conhecimentos úteis, etc., atingiu também as outras, como não podia deixar de acontecer, quando se procura transformar toda a aprendizagem em divertimento, ligeiro e breve, como já nem se foge de o dizer.

    Há anos que andamos a clamar contra esta lástima, sem qualquer resultado prático, porque de mal se tem passado a pior, com a mascarada das estatísticas do suposto aproveitamento escolar.

    Lamento sobretudo as novas gerações perversamente privadas da oportunidade de aprenderem na Escola Pública, em especial, onde muitos portugueses durante «a longa noite» lograram alcançar alguma capacidade intelectual, até para depois contestarem o regime que a permitiu.

    Afinal, ninguém ficou impossibilitado de pensar pela sua cabeça, mesmo se educado em ambiente de Ditadura política.

    Em muito pior condição, ficarão estes jovens inocentes que alegremente se deixam confundir com os imaginados sucessos escolares da era «socrática».

    Um dia que aparece tardar isto será claro para a maioria dos Portugueses. Mas para isso terão de desligar-se das mentiras socráticas, dos embustes destes pretensos socialistas.

    Até que tal aconteça, continuaremos a marcar os passos da estagnação não só económica, como cultural e acima de tudo os da regressão ética, que impede a urgente regeneração nacional.

    Um abraço.

    PS : Continuo seu leitor, assim como visitante, agora menos assíduo, mas não divorciado, desta, a meu ver, algo timorata, porém bastante estimável, 4R.

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  4. FINALMENTE O HOMEM FOI APANHADO:
    Deu entrada na Comissão de Ética da Assembleia da República um pedido de levantamento da imunidade do primeiro-ministro, apurou o DN junto de várias fontes parlamentares. Em causa está um processo judicial em que José Sócrates é arguido, aberto por Manuela Moura Guedes.
    A legislação obriga a que a comissão de Ética levante a imunidade parlamentar do Chefe de Governo para que este possa ser julgado pelos tribunais, na qualidade de arguido. Mas esse pedido por ser recusado, até mesmo pelo próprio Sócrates.

    Neste caso, o processo deverá estar relacionado com a queixa por difamação, interposta pela jornalista contra o chefe de Governo, depois de este a ter acusado de fazer "jornalismo travestido" na TVI.

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  5. Caro dr. Pinho Cardão,

    Há muitos, muitos anos atrás, também eu próprio fui docente de de matemática. Mas sabe, a dificuldade primeira residia no muito insuficente domínio da língua materna por parte dos alunos.

    É assim que devo assinalar a publicação de "O Ensino do Português", da autoria da corajosa professora Maria do Carmo Vieira que, através da sua elevada competência científica e do profundo amor que nutre pelo ensino, leva a cabo um dos mais veementes libelos contra essa praga do eduquês que, como uma lapa parasita, pretende destruir todo o edifício educativo. A ler, portanto, para o que se deve também agradecer a Fundação Francisco Manuel dos Santos.

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  6. Caro Pinho Cardão,

    Antes de poder leccionar nas tais "escolas" públicas fui obrigado pelo Estado a frequentar com aproveitamento a fé do eduquês! Ouvi tanto disparate sem fundamento científico, tanta ideologia marxista-leninista travestida de ciência, tanto empirismo transformado em fé, que um dia questionei um dos professores desse ensino "superior" das "ciências" da educação se ele acreditava mesmo na ideologia que nos estava a vender e se tinha alguma evidência científica. Não obtive resposta...

    Trago este exemplo, porque é bom que as pessoas tenham a noção clara que TODOS os professores são OBRIGADOS pelo Estado a frequentar com aproveitamento e durante DOIS anos disciplinas e estágio numa fé, denominada de "ciências" da educação"!

    Ali "aprende-se" que:
    - o professor é igual aos alunos;
    - o professor deve ir ao encontro dos interesses dos alunos;
    - o professor deve evitar a tentação de ensinar e procurar que os alunos aprendam, aprendendo;
    - as aulas devem ser lúdicas;
    - o professor não deve tentar aculturar os alunos;
    - o professor deve evitar a realização de testes de avaliação;
    - a ciência e o conhecimento não são tão relevantes como supomos;
    - etc., etc., etc.

    Quem paga estas missas obrigatórias? O contribuinte!!

    Supostamente estes dois anos, repito dois anos, volto a repetir dois anos servem para que os candidatos a professor aprendam a ensinar. Escusado será dizer que tive que frequentar (e pagar do meu bolso) uma formação de formadores para aprender realmente. A formação durou três semanas, e aprendi aquilo que uma instituição de ensino "superior" não conseguiu durante DOIS anos...

    Os professores que seguem as orientações desta fé que classificação terão na sua avaliação individual? Excelente! E que conhecimentos reais terão os seus alunos?

    Caro Pinho Cardão,

    Como pode ver, se juntar mais este problema a todos os outros que por aqui se vão levantado talvez perceba que para se reformar este sector, é necessário fazer reformas em muitas áreas. Não é, portanto, com medidas de curto prazo, em cima do joelho, sem ouvir quem está no terreno, que alguma vez se conseguirá desmontar esta enorme farsa em que foi transformado o "ensino" público.

    NOTA: Concordo com o Eduardo F., a principal dificuldade dos alunos - mesmo nos bons colégios - é a língua.

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  7. Caro que aprender matemática exige esforço, a questão que se coloca é se se mostra a razão do esforço aos alunos ou se pede para que estes se esforcem no abstracto.

    Quanto à língua, isso não é verdade e é um erro comum. O facto é que não se ensina matemática em português. Todos os professores se preocupam em exprimir a coisa em termos de formalismo algébrico mas ninguém ensina matemática em português, ninguém escreve os teoremas, os problemas em português. Ninguém escreve "para todo o x pertencente a Z existe um delta tal que..."

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  8. Caro Tonibler,

    Desculpe a frontalidade, mas já fez um esforço, por muito pequeno que fosse, para ouvir um professor? E se não fosse pedir muito até, talvez, assistir a uma ou duas aluas de Matemática do 9º ano de escolaridade, por exemplo?

    Quando dois antigos professores do "ensino" secundário lhe explicam, o que se passa nas "escolas" públicas porque não acredita? Tem alguma razão, em particular, para duvidar daquilo que digo e do que afirma Eduardo F., por exemplo? Porquê? Prefere ouvir os sindicalistas que não leccionam há dezenas de anos? Ou de alguns burocratas do ministério que ainda sonham que os alunos devem ser protegidos do autoritarismo dos professores? Ou ainda de alguns "cientistas" e "especialistas" da educação que sonham com professores alterados geneticamente e que ainda se referem às escolas do antigo regime como se ainda existissem?

    Uma coisa lhe garanto, enquanto os nossos dirigentes não ouvirem os professores, nada mudará!

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  9. Caro Fartinho,

    Pouco me interessa que um professor de matemática me venha dizer que os alunos têm dificuldades com o português. Tenho filhos e, sabendo 10 vezes mais matemática que os professores deles, sei que eles não ensinam matemática em português. Conhece algum professor que ensine matemática em português?? Eu não. Aos meus filhos, ninguém pediu nunca que resolvessem um problema em português, nunca ninguém disse "esquece o papel ou o quadro e resolve o problema".

    E isto não tem nada a ver com o que o ministério acha ou não (aliás, a resposta do ministério quando lhe falam na língua é encher os miúdos de literatura...). É aquilo que sei. E se não ensinam matemática em português, como é querem que os miúdos lhe respondam?

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  10. Caro Tonibler,

    Os seus filhos e os filhos dos outros antes de responderem a uma questão não têm a necessidade de a ler? E a questão está escrita em que língua? E os professores explicam em... chinês??

    O Tonibler afirma que sabe 10 vezes mais matemática que os professores dos seus filhos, mas julgo que para aprender matemática teve que ler e ouvir em português, ou será que leu e ouviu em "matematiquês"? Percebe agora o que eu e o Eduardo F. tentámos dizer?

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  11. Caro Fartinho da Silva

    Fartíssimo do Silva serve-lhe?

    Cumprimentos
    Fartinho do Silva

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  12. Caro Fartinho DA Silva,

    Continua sem entender o meu ponto. Se eu lhe apresentar (ou a mim) uma porcaria de um decreto-lei todo escrito em português não vai ver um boi do que ali é transmitido, embora saiba ler tudo o que está lá escrito. A desculpa do sujeito que escreveu a lei é que não sabe ler português, porque está tudo lá escrito. Porque além de saber ler, tem que saber que lógica está subjacente àquilo que lhe é transmitido.

    O facto é que os alunos não ouvem matemática em português simplesmente porque os professores não sabem o que é. Ensinar matemática em português não é a mesma coisa que mandar umas bocas em português e deixar cair dois km de formalismo no quadro. E esse é o erro de diagnóstico em que toda a gente cai e que leva ao agravamento da situação porque a solução tem sido dar mais literatura aos putos, como se andar a ler qual o familiar que o personagem do Eça vai "comer" a seguir, fosse melhorar o raciocínio lógico deles.

    Não é português que lhes falta. O que falta é compreenderem aquilo que lhes é perguntado e transmitido. A conclusão de que falta português é sua, é uma desculpa que é usada pelos professores e não tem nada a ver com a realidade.

    Eu aprendi matemática pela física, porque na física tem que dizer em português o que está a resolver e como. Matemática em português.

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  13. Caro Fartinho do Silva,

    Agradeço-lhe a solução que encontrou.

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  14. Caro Tonibler,

    Já entendi o seu ponto.

    Eu não pretendi afirmar que a responsabilidade é o português ou quem se dedica a ensinar português.

    O meu objectivo foi apenas um: salientar que os alunos apresentam cada vez mais dificuldades na língua portuguesa, apenas isso e nada mais que isso.

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