sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dinheiro para que te quero...

Numa época em que há tanta pobreza no mundo e milhões de pessoas que nem forças têm para lutar pela sobrevivência, é louvável o apelo de Bill Gates e Warren Buffett para que os milionários de todo o mundo comprometam 50% das suas fortunas a causas sociais.
Warren Buffett reconhece no seu manifesto de intenção de doação de 90% da sua fortuna a obras de caridade que o seu compromisso deixa intocável o seu estilo de vida e dos seus filhos, que a sua família continuará a receber significativos rendimentos para seu uso pessoal e que os 10% sobrantes lhe permitirão ter tudo aquilo que é possível ter na vida.
Tenho para mim que os milionários devem ter um relacionamento difícil e até doentio com o dinheiro, nunca estando satisfeitos com cada patamar de fortuna alcançado, procurando insaciavelmente novas marcas.
Talvez que as crises profundas que se vivem agitem a consciência social desses milionários, com gestos de retorno à sociedade dos lucros que esta lhes proporciona. Um retorno reciclado que se traduzirá numa redistribuição renovada da riqueza gerada.
Poderá ser excessivo considerar que dar o que se tem é um gesto de solidariedade, quando sabemos que há por esse mundo fora quem tendo pouco ou quase nada tem sempre alguma coisa para dar.
Mas não será excessivo apreciarmos a iniciativa dos milionários Bill Gates e Warren Buffett e congratularmo-nos com a mudança que poderá acontecer. É uma esperança…

8 comentários:

  1. É louvável o gesto desses multi-milionários e de todos os outros filantropos que o fazem sob o anonimato.

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  2. Anónimo23:43

    Cara Margarida, tanto Bill Gates como Warren Buffet, entre vários outros milionários americanos são, de há muitos anos, fílantropos e contribuem generosamente para diversos tipos de caridade.

    Nos Estados Unidos é bastante comum este tipo de filantropia entre os mais abastados embora de forma normalmente recatada. Como, aliás, é de bom tom.

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  3. Caro Zuricher
    Com efeito, a novidade é a iniciativa "The giving pledge" (ver em: http://givingpledge.org/).
    O compromisso está a mobilizar muitos milionários. Li há pouco que Michael Bloomberg, que detém o controlo da agência noticiosa Bloomberg News, respondeu ao desafio. Bloomberg detém uma fortuna de 18 mil milhões de dólares.

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=BtWCfEcHtLo&feature=related
    Existem espaços que nos parecem demasiadamente grandes, a separar a humanidade.
    Espaços infinitos, desfiladeiros profundamente obscuros que poucos se atrevem a transpor, preferindo a segurança da margem e o conforto de uma certeza ilusória, dogmática, demagógica.
    A um amigo que me visitou e me pediu a flóber para dar uns tiros aos pardais, perguntei: sabes se os pardais estão dispostos a satisfazer o teu prazer? recusei emprestar-lhe a arma com esse fim, desenhei um alvo em cartão e coloquei-o a uma ceta distância, para que fizesse pontaria. Respondeu-me; isso não dá gozo nenhum.
    Tens de ter paciência... em minha casa não se atira aos pardais, nem tiros, nem comida, deixamos que sejam completamente livres de seguir o seu destino.

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  5. Caro Bartolomeu
    A sua biblioteca de pensamentos e ilustrações impressiona-me cada vez mais.
    Fiquei a pensar na história dos tiros aos pardais. O mundo está cheio de maus caprichos, de vontades egoístas e infundadas em que acima de tudo está o prazer do "eu". São no fundo faltas de amor, de amor próprio, de amor pelos outros e de amor pelo bem que é a vida.
    Temos que viver com estas diferenças, mas podemos e devemos, no que estiver ao nosso alcance, como fez o Caro Bartolomeu, mostrar que não gostamos. A vida é muito feita de pequenos grandes gestos.

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  6. ;)
    Não faz ideia, cara Drª. como eu gostaria de possuir uma "biblioteca mental" bem organizada.
    Mas a verdade é que, a minha "biblioteca mental" arquiva somente alguns fragmentos, o que me obriga a um esforço imenso, sempre que pretendo recordar-me de algo que tenho a certeza que conheço, mas que no momento não consigo trazer completamente à memória. Esta fragilidade ganha uma dimensão redutora, quando em conversa directa.

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  7. Caro Bartolomeu
    Não sei se é uma fragilidade, o que eu sei é que o "esforço" nos tem enriquecido. Estamos-lhe muito gratos.

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  8. Bom, Drª. Margarida, se enveredamos pelo caminho dos agradecimentos, não me bastarão os anos que espero me restem de vida, para agradecer aos autores e comentadores do "Quarta" a fertilidade que conferem aos meus comentários e que não é mais, que o resultado da sabedoria que de todos tenho tido o ensejo de beber.
    É sempre assim... o mundo só evolui quando os homens se dão as mãos!
    Obrigado, Drª. Margarida!

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