Mesmo antes de partir para férias fui ver o filme argentino "O Segredo de Seus Olhos", de Juan Jose Campanella, que conquistou o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Devo dizer que há muito tempo não via um filme tão belo, tão intenso e tão cheio de emoção. É um romance e também a história de um mistério policial, através do qual se cruzam várias vidas no cenário de fundo do despontar da ditadura argentina, cujos sinais são desvendados com o espanto de quem não quer acreditar que seja possível. Neste filme a condição humana é suportada pela força das paixões que destroem ou que são a única razão de viver, ou de sobreviver à injustiça ou à tirania das convenções sociais, mostra como todas as certezas são abaladas quando a sociedade se dasagrega e no entanto é preciso que a vida continue a fazer sentido. Sem violências inúteis ou chocantes, sem diálogos inúteis, tudo neste filme merece ser visto. Não percam, vão ver como o Óscar foi bem merecido.
Também fiquei fascinada. É dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Pelo que tem de real, pelo que contém de sufoco e esperança, pela graça e pela crueza, pela ironia e pela beleza. A parte da história, senti que (re) trata muito bem a natureza da humanidade.
ResponderEliminarQuando falta o A parece que nada faz sentido não é cara ARB? Notável esse detalhe...
ResponderEliminarNão vi o filme (e não sei se irei ver), mas depois de ler aqui como se deve comentar e analisar um filme, fico com a sensação que não perco tudo, antes pelo contrário...
ResponderEliminarMas é difícil, sem dúvida.
Suzana
ResponderEliminarNa verdade, as certezas absolutas não existem. Há umas certezas mais certezas do que outras. Parece que temos de estar preparados, mas nunca estamos, para ver o impossível, o que tratando-se de quase certezas não deixa de ser muito perturbador para além do sofrimento...
Desde que este filme foi premiado que o quero ver. Motivada pela cara Suzana eu e mais três amigas vamos vê-lo esta noite – “girls’ night out” – com jantar! Farei os meus comentários amanhã! : )
ResponderEliminarEmbora nao tivesse visto os outros filmes estrangeiros que tambem foram alvo de criticas favoraveis, como "A Fita Branca" e "O Profeta" - que tentarei ver a seguir - sem duvida que este filme mereceu o Oscar. Foi, realmente, um dos melhores, se nao o melhor, filme que vi este ano. De uma subtileza e profundidade pungentes. A forma como a justica da epoca e retratada, pode perfeitamente ser o sistema actual de alguns paises... As pessoas nao podem viver vidas vazias, tem que ter paixoes... pois.. a "paixao" de Morales foi uma surpresa.
ResponderEliminarAchei que havia um espaco demasiado grande entre o "e" e o "m" mas deduzi que fosse devido a sonolencia! : )
O humor em idioma espanhol foi bastante colorido e fez desencadear algumas gargalhadas apesar de tudo.
PS: Nao sei o que se passou com os acentos...
Catarina, fico bem contente que tenha ido ver esse filme por minha sugestão, a paixão de Morales foi uma surpresa? Acho que não, a injustiça prendeu-o ao passado e ele foi tão condenado como o que lhe arruinou a vida, é o que acontece quando falta a justiça dos tribunais. Mas o grande segredo do filme para mim foi o A final, a letra que faltava sempre na máquina e que não deixava escrever bem os textos, o A de amor, o único que permite enfrentar o medo. ...E um serão de jantar e cinema só com amigas é um programão ;)
ResponderEliminarO que eu quis dizer foi que nunca suspeitei que a “paixão” (razão forte para continuar a viver) de Morales durante aqueles 25 anos fosse aquela. Pensei que essa “razão” tivesse sido eliminada “naquele específico” momento! : ) Não quero revelar mais caso alguém ainda queira ver este filme! : )
ResponderEliminar