Se a medida anunciada da baixa dos preços dos medicamentos parece ser uma boa notícia, já o corte anunciado nas comparticipações sociais dos medicamentos das pessoas idosas com reduzidos rendimentos é incompreensível.
É estranho que se invoque o combate à fraude e o abuso nas comparticipações sociais para justificar que a comparticipação actual de 100% dos medicamentos das pessoas idosas pobres passe para 95%.
Segundo a Ministra da Saúde "Há muitos medicamentos prescritos em número superior àquilo que uma pessoa poderia tomar para aquelas patologias" e "Aquilo que acontece e estamos a identificar é que pessoas que têm direito a uma comparticipação de 100% levam ou pedem medicamentos para o resto da família e para os vizinhos".
Se a Ministra da Saúde está a identificar que há pessoas que abusam das comparticipações sociais, melhor seria que actuasse efectivamente sobre esses casos concretos, em lugar de cortar cegamente, afectando com toda a certeza a larga maioria das pessoas idosas pobres, lançando uma acusação generalizada que não faz sentido.
Não se compreende que em lugar da implementação de um sistema de controlo efectivo que previna os abusos e penalize quem os comete, o Governo tenha optado por uma redução generalizada das comparticipações sociais dos cumpridores necessitados num domínio fundamental da vida que é a saúde e numa fase da vida em que os problemas de saúde são, tendencialmente, crescentes. As motivações economicistas falaram mais alto...
É estranho que se invoque o combate à fraude e o abuso nas comparticipações sociais para justificar que a comparticipação actual de 100% dos medicamentos das pessoas idosas pobres passe para 95%.
Segundo a Ministra da Saúde "Há muitos medicamentos prescritos em número superior àquilo que uma pessoa poderia tomar para aquelas patologias" e "Aquilo que acontece e estamos a identificar é que pessoas que têm direito a uma comparticipação de 100% levam ou pedem medicamentos para o resto da família e para os vizinhos".
Se a Ministra da Saúde está a identificar que há pessoas que abusam das comparticipações sociais, melhor seria que actuasse efectivamente sobre esses casos concretos, em lugar de cortar cegamente, afectando com toda a certeza a larga maioria das pessoas idosas pobres, lançando uma acusação generalizada que não faz sentido.
Não se compreende que em lugar da implementação de um sistema de controlo efectivo que previna os abusos e penalize quem os comete, o Governo tenha optado por uma redução generalizada das comparticipações sociais dos cumpridores necessitados num domínio fundamental da vida que é a saúde e numa fase da vida em que os problemas de saúde são, tendencialmente, crescentes. As motivações economicistas falaram mais alto...
Absolutamente de acordo. Os mais fracos acabam sempre por pagar, de uma forma ou de outra, as falcatruas de outros.
ResponderEliminarEstavam à espera do quê?
ResponderEliminarNão há ninguém com bom senso no governo?
A"medida anunciada da baixa do preço dos medicamentos" não me parece de todo uma "boa notícia". Parece-me um corte cego. Todos os medicamentos, caros e baratos, com o preço justo ou especulativo, em regime de concorrência ou de monopólio, levam o mesmo corte! E se a notícia pode ser boa para o estado e para o consumidor, não o é com certeza para a indústria farmacêutica e é um atropelo às leis do mercado. Vivemos ou não numa economia de mercado? Parece que vivemos em economia planificada...
ResponderEliminarSão as motivações económicas, Margarida, mas mais valia assumi-las do que arranjar desculpas que enxovalham todas as pessoas, tratadas como um colectivo de aldrabões. O Governo a querer ajudar os velhinhos e eles a pedir receitas para a família toda, os traidores!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCara Catarina
ResponderEliminarSe reparar bem as pessoas pobres não têm força reivindicativa. Não têm assento em lado algum... São duplamente fracas!
Caro ricardo
Falta de bom senso e insensibilidade social.
Caro Freire de Andrade
No meu texto, optei por fazer uma abordagem do lado da redistribuição.
E quando referi que a medida poderia ser boa, era, com efeito a pensar no consumidor. Depois das contas que vi feitas, não é liquído que os cnsumidores sejam beneficiados. Há medicamentos que com o corte de 6% e o corte na comparticipação social vão ter um aumento liquído de custo para o doente de 87%!
Conheço pouco do funcionamento do mercado dos medicamentos e não sei mesmo como é possível fazer um corte administrativo sobre os preços de venda. Uma razão poderá ser a existência de concertação de preços. Mas se assim é, a intervenção deveria vir, parece-me, do lado da Autoridade da Concorrência.
Suzana
As motivações económicas foram quantificadas pela Ministra, que não teve qualquer problema em as anunciar ao mesmo tempo que cortava nas comparticipações sociais, invocava a fraude para o fazer e anunciava multas para quem fosse apanhado a prevaricar. Nem se quer chegou a ser "gato escondido com o rabo de fora"...
Caro Paulo
Estes cortes mostram que afinal quem defende que o Estado Social é intocável, toca nele todos os dias. Corta-se no Estado Social e reduz-se a despesa social. Poupa-se no financiamento e reduz-se o défice.
Pior ainda, se possível, pensei que já estava gasta a técnica de acusar de malfeitorias os grupos que se querem atingir, para que sejam vistos como castigados em vez de sacrificados.
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