O Público noticiava há dias que uma junta de freguesia comprou um equipamento sofisticado de reconhecimento por impressão digital para controlar o cumprimento de horário dos seus funcionários, numa interpretação livre do objectivo de modernização administrativa. O problema é que este investimento de 108 euros mensais, a pagar durante quatro anos, se destina a garantir a pontualidade de uma totalidade de nada mais nada menos que…dois funcionários, os quais, atendendo à dimensão da freguesia, até são capazes de morar ali perto e de serem facilmente reconhecidos antes de colocarem o dedinho na foto da maquineta. Em sua defesa, o autarca de vistas largas argumenta que tenciona vir a recrutar mais dois novos funcionários dando assim um aumento de 100% à utilização do investimento, que isto das estatísticas não enganam, é só fazer as contas, como se tornou moda dizer. Em breve virá invocar que a medida de contenção que proíbe novas admissões de pessoal é que lhe estragou o rigoroso planeamento previsto para atingir os objectivos de aumento de produtividade na freguesia, deitando por terra o seu arrojado plano de modernidade, a que se seguiriam, adivinho eu, acções de formação para a correcta utilização do écran sensorial. Ah!, o deslumbramento tecnológico e os seus longos tentáculos…Como diria o nosso Gil Vicente, “e assi se fazem as cousas”.
Em qualquer Empresa um investimento tem de ser devidamente justificado, mas quando o dinheiro não é "nosso" não há esse problema...
ResponderEliminarÉ a oprimente Babel tecnológia, Suzana, que nos traz obrigados e forçados na repleta Naviarra Infernal Socratista.
ResponderEliminarPALAVROSSAVRVS REX
Suzana
ResponderEliminarO importante é estar na onda da "modernização". Até parece mal não o fazer. O custo e a sua rendibilidade são coisas menores.
Essa junta de freguesia já tem por onde cortar e, assim, contribuir para a redução despesa pública!
E o mais giro é que pelos vistos o tal presidente da juntazita pode realmente fazer essas despesas de utilidade extrema e ninguém pode puni-lo por isso!
ResponderEliminarGenial!!
Hum...uma opção por um equipamento sofisticado por quem nem sequer teve o bom senso de ponderar o ridículo da situação!.Muito estranho!...
ResponderEliminarMete sofisticado nisso, ou tem ouro dentro ou vem com as opções de pó branco e dinheiro no bolso...$$$$$$$$$$$$
ResponderEliminarCaro Tiago Barbosa, há pequenos mundos onde o pseudo poder e a pseudo importância entendem que não há nada que justificar, receio que este caso seja mesmo um minúsculo mas significativo exemplo.
ResponderEliminarCaro Joshua, será saloice nacional? às vezes pergunto-me se a explicação não será tão simples como isso, novo riquismo, deslumbramento, referências erradas.E quando acordam para a realidade foram-se os dedos e os anéis não valem nada.
Margarida, se calhar não abdica desta despesa "essencial" para a modernização da economia local... vanguarda é vanguarda, e tem um preço.
Caro zuricher, por cá isto conta-se como uma piada,se levássemos a sério seria uma desgraça absoluta.
Caro Jotac, parece-me um pouco desconfiado, não me diga que está à espera de ponderações sensatas e com sentido do ridículo!
Caro Crotalus, acho que no caso deve ser mesmo só por a máquina ficar muito chique naquele local, um berloque, por assim dizer, e dos modernos.