Num dito “ensaio” no jornal i, Alfredo Barroso elenca as uma série de críticas à pessoa e às ideias de Cavaco Silva, e que bem pode ser o ensaio geral da argumentação dos opositores à sua eleição. O “ensaio” não traz nada de novo, limitando-se a exaltar críticas de café há muito conhecidas, e longe do que se exigiria a um verdadeiro “ensaio”. E, deixem-me que lhes diga, eu, apoiante de Cavaco, era capaz de alinhar meia dúzia de críticas mais substanciais e inteligentes do que as contidas no “ensaio” de Alfredo Barroso. Mas essas minhas críticas, no balaço geral, seriam ultrapassadas pelo activo que Cavaco Silva representa. Por isso, o apoio.
O ensaio começa com a acusação de que Cavaco tem um pendor autoritário, demagogo e populista, para heroicamente terminar que, sugerindo a imagem subliminar de partido único, constitui um perigo para a democracia.
Nem vale a pena perder tempo com tão abstrusa tese, aliás recorrente para todos os candidatos que não sejam de esquerda.
Soares Carneiro, candidato da AD em 1980, era apelidado de homem do fascismo e constituía um perigo para a democracia.
Em 1985, nomeadamente na 2ª Volta das Presidenciais, Mário Soares ameaçava epicamente com o regresso do fascismo se Freitas do Amaral ganhasse as eleições. Anos depois, o “fascista” Freitas do Amaral virou democrata e já pôde ser Ministro socialista.
Em 1995, a acusação era que Cavaco Silva não era um democrata, não tinha passado de luta, era um homem do antigo regime. Com ele, era certo que voltaria o autoritarismo e sei lá mais o quê, do antigamente. Era um perigo para a democracia.
Em 2000, foi Ferreira do Amaral a levar com idêntica classificação.
E em 2005, Cavaco Silva também era considerado quase unanimemente pelas forças que apoiavam Soares e Alegre, como o prenúncio da ditadura, um perigo para a democracia.
Cavaco apresentou-se a eleições, perdeu e ganhou, sempre respeitou a vontade do povo e nunca a ela se sobrepôs, sempre respeitou a Constituição e a Lei. Deu exemplos de democrata e, com ele, a democracia nunca perigou.
Mas, no fim, ontem, hoje e no futuro, qualquer candidato não apoiado pelo PS é um perigo para a democracia. No presente, é Cavaco Silva, como seria outro qualquer.
O ensaio começa com a acusação de que Cavaco tem um pendor autoritário, demagogo e populista, para heroicamente terminar que, sugerindo a imagem subliminar de partido único, constitui um perigo para a democracia.
Nem vale a pena perder tempo com tão abstrusa tese, aliás recorrente para todos os candidatos que não sejam de esquerda.
Soares Carneiro, candidato da AD em 1980, era apelidado de homem do fascismo e constituía um perigo para a democracia.
Em 1985, nomeadamente na 2ª Volta das Presidenciais, Mário Soares ameaçava epicamente com o regresso do fascismo se Freitas do Amaral ganhasse as eleições. Anos depois, o “fascista” Freitas do Amaral virou democrata e já pôde ser Ministro socialista.
Em 1995, a acusação era que Cavaco Silva não era um democrata, não tinha passado de luta, era um homem do antigo regime. Com ele, era certo que voltaria o autoritarismo e sei lá mais o quê, do antigamente. Era um perigo para a democracia.
Em 2000, foi Ferreira do Amaral a levar com idêntica classificação.
E em 2005, Cavaco Silva também era considerado quase unanimemente pelas forças que apoiavam Soares e Alegre, como o prenúncio da ditadura, um perigo para a democracia.
Cavaco apresentou-se a eleições, perdeu e ganhou, sempre respeitou a vontade do povo e nunca a ela se sobrepôs, sempre respeitou a Constituição e a Lei. Deu exemplos de democrata e, com ele, a democracia nunca perigou.
Mas, no fim, ontem, hoje e no futuro, qualquer candidato não apoiado pelo PS é um perigo para a democracia. No presente, é Cavaco Silva, como seria outro qualquer.
Alfredo Barroso fez um verdadeiro ensaio em favor da cegueira.
Patético é o que é e vai continuar a sê-lo.
ResponderEliminarEu, não gosto que economistas, financeiros, e banqueiros, sejam detentores de cargos políticos, mesmo que somente de ministros.
ResponderEliminarE não gosto por uma única e simples razão; porque a tendência deles é darem ouvidos em primeiro lugar, ao dinheiro e a quem o detem, em segundo lugar, ao dinheiro e a quem o detem, em terceiro lugar, ao dinheiro e a quem o detem e têm pouquíssima tendência para o humanismo e para considerarem o seu semelhante um ser que como eles, habita a terra... a mesma terra, à semelhança do qual, virão um dia, a ser, também eles pó.
Ao contrário de muitas pessoas, não me delicio a apontar os sinais negativos que identifico na personalidade de cada um. Mas, uma coisa é de fundamental importância; a quem se candidata e assume um cargo público, seja ele qual fôr, exige-se-lhe que tenha apreço pelas pessoas, pelos seus semelhantes, idealísticamente que seja até abnegado, relativamente aos privilégios que essa condição lhes confere e sobretudo, acima de tudo, exige-se-lhe que fale verdade.
Tal como os funcionários públicos a quem se referiu o Sr. Professor Cavaco Silva, morrerão um dia, também ele perecerá, também os seus pares, os economistas, os financeiros, os banqueiros, os capitalistas, todos morrerão, quando a altura chegar, à qual não poderão fugir. Mas até esse dia e essa hora chegarem, seria desejável que o Sr. Professor e os restantes políticos, demonstrassem respeito, pelas classes profissionais e pelos cidadãos do seu país. Sendo assim, não restaria dúvidas a nenhum português de, em quem votar para Presidente da República.
Não são inesperados estes verdadeiros apoios ao Professor Cavaco Silva. Esqueceram-se, mas foi com este tipo de linguagem que o primo perdeu a re-eleição para presidente da câmara de Lisboa.
ResponderEliminarEnsaios destes são votos garantidos no candidato que pretendem atingir.
Meu Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarI -Não posso estar mais em desacordo com o que escreve no seu post.
O escrito de Alfredo Barroso é um verdadeiro ensaio (a realidade e o mito) sobre a personalidade do político Aníbal Cavaco Silva.
Não há nele qualquer ataque pessoal a Aníbal Cavaco Silva. Pelo contrário, é um retrato bem tirado daquele político que diz não ser político e que despreza com desdém a classe política a que ele pertence. Só por isto, que é fáctico, releva de populismo e demagogia. O pendor autoritário de Cavaco Silva, termo utilizado por Alfredo Barroso e reproduzido no seu post, serviu-lhe de mote para fugir da matéria do escrito de AB, querendo fazer o paralelo com o que se disse na altura de outros candidatos presidenciais: Soares Carneiro e Freitas do Amaral, qualquer deles derrotado nas eleições presidenciais a que concorreram. E faço aqui um parêntesis para lhe recordar que o vencedor da refrega com Soares Carneiro foi Ramalho Eanes, adversário figadal de Sá Carneiro e actualmente apoiante entusiasta de Cavaco Silva! Ai se Sá Carneiro fosse vivo... Alíás, é público e notório que Mário Soares apoiou de forma sibilina a candidatura de Soares Carneiro, em quem votou nas elições de 1981, como todos saberão se não se comer muito queijo...
Quanto ao pendor autoritário não gostaria de recorrer a pormenores, citando apenas a grotesca cena dos "secos e molhados" do Terreiro de Paço e os acontecimentos na Ponte sobre o Tejo era Dias Lourerio Ministro da Administração Interna e Ferreira do Amaral ministro das Obras Públiicas (a famosa mas tantas vezes esquecida primeira Parceria Público-Privada -PPP).
Não podendo agora reeditar a super-rica campanha eleitoral de 2005/2006 (onde estão agora os principais financiadores de outrora?), o candidato Cavaco Silva apela agora a poupança da campanha e à abolição dos out doors, relevando, com isto, um exemplar exercício de demagogia populista.
O caro Pinho Cardão glosa também no seu post "um perigo para a democarcia", expressão utilizada por Alfredo Barroso no ensaio Cavaco Silva, o mito e a realidade, para saltar para episódios anteriores, utilizados por ocasião de outras campanhas eleitorais.
O que acontece é que Alfredo Barroso retrata como niguém, desde o início da sua carreira política até ao momento, a personalidade do candidato Cavaco Silva. Com factos e sem juízos de valor.
É ou não verdade que em 2005, Cavaco disse que "Pessoas com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões"? É verdade. Mas também é verdade que, "regra geral, pessoas inteligentes, com princípios, ideias e opções políticas distintas, chegam a conclusões diferentes, mesmo quando possuem a mesma informação".
Como diz e bem Alfredo Barroso, aquele frase de Cavaco Silva "é uma frase que traduz aquilo que alguns já designam como «o fim da plítica»".
" Cavaco Silva afastou-se sempre da vida política e do poder quando previa momentos difíceis (recusou-se, em 1980, a fazer parte dos governos da AD, chefiados por Francisco Pinto Balsemão( e regressou à política para reconquistar o poder quando outros já tinham feito o trabalho mais difícil(Mário Soares e o Governo do «bloco central», em 1985) ou estavam a fazê-lo (primeiro governo Sócrates, em 2005)". Contesta isto, caro Pinho Cardão?
II -
ResponderEliminar"Depois de ter sido ministro das Finanças do primeiro governo da AD, chefiado por Sá Carneiro (VI Governo Constitucional), Cavaco Silva não aceitou continuar como ministro da Finanças(...) por conhecer bem, como certamente conhecia, as consequências da política económica e finaceira que ele próprio tinha adoptado em 1979-1980 - a saber: perda de competitividade da economia; agravamento brutal do défice externo; enorme endividamento em dólares das empresas públicas; recusa de financiamento por parte do sistema financeiro internacional, face a um défice externo recorde."
Ora, seria bem mais interessante que o meu amigo contraditasse esta pertinente matéria da "cegueira" de Alfredo Barroso, por meio de argumentação lúcida, o que evidententemente não fez! E, já agora, que alinhasse perante os leitores essa "meia dúzia de críticas mais substanciais inteligentes do que as contidas no «ensaio»" de Alfredo Barroso!
Caro Ferreira de Almeida
ResponderEliminarO primo perdeu a eleição para presidente da Câmara de Lisboa? Perdeu a segunda. A primeira ganhou-a. Percebe, não percebe?
Caro Fartinho do Silva:
ResponderEliminarPois claro que contesto tudo, mas mesmo tudo, o que diz. E sem excepção.
O meu post foi o primeiro e glosou o tal perigo para a eemocracia; outros se seguirão. E acreditar no que diz Alfredo Barroso acredita quem quer.
Mas uma coisa lhe digo: depois de 10 anos como 1º Ministro e 5 anos como Presidente da República, seria preciso muita incompetência, uma incompetência total, para que não se manifestasse com exuberância esse perigo para a democracia. Portanto, slogans que, como provei, dão para argumento primário da esquerda em todas as eleições.Aliás, eles é que possuem em exclusividade o democraciómetro para aferir da democracia dos adversários. Isso é-lhes genético. Nada a fazer, a não ser conviver com o preconceito.
E repito o que disse no post. Eu, votante em Cavaco por convicção, arranjaria pelo menos meia dúzia de argumentos não tão grosseiros como os apresentados por Barroso para criticar Cavaco. Todos temos algum passivo. Mas o activo de Cavaco é incomensuravelmente maior. E apresenta uma situação líquida incomensuravelmente superior à dos restantes.
Desculpe, chamei-lhe Fartinho. Eu sei que é e está Fartíssimo. Mas lá terá que aguentar mais 5 anitos. Deixe lá. Passa depressa!...
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão
ResponderEliminarNão tem nada que me pedir desculpa! Já me tenho equivocado com o seu último nome! De resto, eu comecei por ser Fartinho do Silva. E a pedido do nosso comentador Fartinho da Silva, a fim de evitar confusões, senti-me no dever de mudar de nick!
Quanto à "coisa" dos mais 5 anitos, repito-lhe o que uma vez disse a Suzana Toscano: em domocracia, não há vitórias antecipadas.
Quanto à substância do seu post das 16:38: pelo que se me refere, não é uma questão de fé: Alfredo Barroso enuncia factos mas não os vi contestar; o meu amigo impugna-os por mera negação. Mas parece-me curto. Com factualidade tão abundante no "ensaio sobre a cegueira" de Barroso, o opositor seria naturalmente convidado a demonstrar o contrário, o que o meu caro Pinho Cardão não faz! E que é feito dessa meia dúzia de argumentos "substanciais e inteligentes" que se contraponham "às críticas de café"?
Posso assim concluir que a sua crença em Cavaco Silva é mesmo uma questão de fé. Está, pois, em condições de segurar no Pálio ou carregar mesmo com o andor... E tem muito que andar uma vez que a procissão só agora saíu do adro!
Caro Fartíssimo, se quer comentar tem de estar mais atento. Escrevi que o primo perdeu a re-eleição. Creio que percebeu...
ResponderEliminarPerdoe-me se sou impertinente, mas o meu caro Fartíssimo de tão farto que está começa a perder as estribeiras, não?
Estimado Pinho Cardão,
ResponderEliminarNão posso deixar de lhe relembrar que nas últimas eleições Manuel Alegra afirmou sobre Cavaco Silva e a Democracia que "dormia descansada" se Cavaco ganhasse as eleições. Eu não sou da mesma opinião (com cinco anos de provas), mas o que lhe quero transmitir é uma pequena correcção ao seu post, que não está completamente rigoroso.
Caro CMonteiro:
ResponderEliminarComo bem leu, falei nas forças que apoiavam Soares e Alegre e que não eram mudas, antes pelo contrário. Não disse que Alegre disse...
A bem do rigor...
Caro Ferreira de Almeida
ResponderEliminarNão é nada impertinente. Fez bem em precisar e me recordar o que escreveu. Mas, para o caso, tanto monta, pois nem eu perdi as estribeiras nem o seu candidato já ganhou a reeleição. De resto, se o escritos de Alfredo Barroso (socialista confesso, mas lúcido) ainda pode, junto do eleitorado cavaquista, ser produto de um "perigoso esquerdista", há mais vida para lá do núcleo duro de indefectíveis. Lembrar a verdade histórica aos mais esquecidos ou aos que não a conhecem é um elementar dever da cidadania. Alfredo Barroso não usou de linguagem imprópria, contrariamente ao que o Ferreira de Almeida parece insinuar. Alfredo Barroso nunca o fez, não faz nem fazerá.
Mais uma vez assíduo mas distraído, meu caro Fartíssimo. Raramente insinuo. E neste caso não insinuei porque não creio que Alfredo Barroso tenha usado de linguagem imprópria, ao contrário, por exemplo, do seu camarada Henrique Neto quando em recente entrevista se referiu ao seu também camarada José Sócrates. O que expressei foi um sentimento. Sinto que o tipo de imagética a que apela Alfredo Barroso, vendo na direita um odioso grupo de perigosos inimigos da democracia, só beneficia quem afinal visa atacar e prejudica quem obviamente quer beneficiar. Por isso escrevi acima que intervenções destas, que me fazem lembrar os discursos acalorados do derrotado João Soares quando se recandidatou à presidência da CML (depois de se ter revelado um dos melhores presidentes), com Vasco Lourenço e outros "revolucionários" ao lado berrando contra a "reacção", foi uma grande ajuda para Santana Lopes. AInda hoje Santana Lopes não saldou essa dívida que fez com que uma cidade que tradicionalmente vota à esquerda, lhe desse a mais inesperada das vitórias de que há memória.
ResponderEliminarO meu comentário é nesse sentido, e só nesse.
Quanto ao que Barroso pensa e escreve, devo dizer-lhe que, respeitando como por educação respeito até aquele que profere o mais rematado disparate, é-me absolutamente indiferente. Minto. Quando tenho pachorra para os ler - vai sendo raro - sorrio, porque há uma carga de puerilidade no discurso que não deixa, a bem dizer, de nos por bem dispostos.
Vamos sempre aprendendo, caro Ferreira de Almeida. Julgava eu ser Alfredo Barroso portador de um discurso coerente, sólido e maduro. Fico então a saber que ele empresta ao que escreve uma carga de puerilidade, que o faz sorrir quando, raramente, tem paciência para o ler. E acho que faz muito bem, caro Ferreira de Almeida. Há quem não leia os jornais e raramente tenha dúvidas.
ResponderEliminarNão é o meu caso. Vou lendo, mas cada vez tenho mais dúvidas. O que não impede que sorria, de vez em quando.
ResponderEliminarDe resto, o meu caro está "fartíssimo" de perceber o que eu quis dizer...
Por acaso não estou. Vejo que lê mas, regra geral, lê mais de um lado e espreita do outro, será assim?
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