domingo, 28 de novembro de 2010

Percepções públicas

Mais do que os significados diversos que os meus Colegas têm dado à re-eleição do Dr. Marinho e Pinto como bastonário da Ordem dos Advogados, tem sido para mim particularmente significativa a percepção pública desse facto, aferida pelos comentários feitos por quem não pertence à corporação. Um, lido no CM, pleno de inocência e ingenuidade, rezava assim: "Parabéns Dr. Marinho Pinto, desejo-lhe muitas felicidades. Acabe com as despesas judiciais que o povo fica-lhe agradecido". Reacções como esta dão bem a ideia da tremenda eficácia da mensagem que o de novo bastonário quis publicamente fazer passar, e passou. O que é mais grave é que a mesma eficácia se fez sentir perante quem não é "leigo"...

8 comentários:

  1. Anónimo18:36

    A famosa teimosia que nós temos de pegar num infeliz exemplo e generalizá-lo a toda a sociedade. É pena que olhe a nossa sociedade de cima para baixo.

    ResponderEliminar
  2. Eu tenho grande simpatia por pessoas como o Marinho. Sendo a ordem dos advogados uma organização que serve unicamente para uma ilegalidade, uma pessoa que contribui desta maneira para a sua destruição só pode ser para mim simpática.

    ResponderEliminar
  3. Caro Tonibler essa sua veia anarquista até tem muito sentido de humor :)

    ResponderEliminar
  4. Anónimo10:26

    Caro Blogocionário, faço os possíveis por olhar de cima, sim. Agradeço-lhe esse reconhecimento.

    Caro Tonbler, estou convencido que alguns dos meus Colegas votaram com esse sentimento.

    ResponderEliminar
  5. Caro J.M.Ferreira de Almeida,

    Ficou sublimemente demonstrada a cisão da nossa classe:
    9.500 votaram a favor de Marinho;
    9.600 votaram contra Marinho.

    É certo que estes últimos alegarão que Marinho perdeu em todos os demais órgãos da OA;
    Mas não é menos verdade que para Marinho esses órgãos não existem...

    Dito isto, a julgar pela "balburdia" que foram os últimos 3 anos, já não sei quem deveremos chamar primeiro: Se o FMI, se os capacetes azuis!

    ResponderEliminar
  6. Anónimo11:01

    Marinho e Pinto preferirá a brigada de minas e armadilhas, meu caro Henry ;).
    Mais a sério, urge que a Classe pense seriamente em reformar a orgânica da sua Ordem. Estes últimos anos - não só os ultimos 3 - puseram a nú a debilidade de uma estrutura desmultiplicada em tantos órgãos que se torna impossivel não evocar o modelo dos sovietes. Com uma diferença: não há centralismo porque os advogados são avessos à autoridade, e em especial à autoridade do centro.
    A situação só não é mais grave porque a capacidade de auto-regulação da profissão reside mais no advogado que na sua Ordem. É por isso mesmo que a larga maioria dos advogados só toma contacto com essa realidade aquando das eleições trienais ou quando paga as quotas.

    ResponderEliminar
  7. Caro J.M.Ferreira de Almeida,

    Mais a sério, concordo inteiramente consigo, Ilustre.
    Mas assaltam-me, imediata e inevitavelmente, duas questões:
    1- Como interpelar e sensibilizar a Classe para a urgência desse debate?
    2- Qual(ais) o(s) modelo(s) alternativo(s)?

    ResponderEliminar
  8. Já agora, nesse debate não me querem explicar a diferença entre uma ordem profissional e um cartel (que sendo a ordem de advogados, o carácter negativo da expressão fica que nem uma luva )

    ResponderEliminar