Se há época do ano que mais admiro é precisamente o outono, apesar de não me dar muito bem com o encurtamento dos dias. A policromia das folhas seduz-me, uma magia renovadora que faz inveja às outras estações. Não me canso de as ver, porque todos os dias mudam de cor e de forma. E como passo regularmente pelos mesmos locais acabo por conhecer as donas, uma a uma, ou em grupo.
As árvores duma cidade são mais do que um ornamento, fazem parte da vida urbana. Sem elas o bem-estar e a saúde ficam comprometidos.
Ultimamente têm surgido alguns casos preocupantes na cidade de Coimbra. O caso dos plátanos da avenida Emídio Navarro é um bom exemplo. Doentes, fruto de uma infeção complicada, sujeitos a stress, estão a morrer e outros já morreram. Começaram a abatê-los mas houve quem conseguisse suspender a limpeza escudados por uma rápida justiça. Argumentos para o não abate? São conhecidos. Destruir um património daquela beleza em vez de as tratar? Não terá havido uma “mão” infetante? Algo semelhante a uma bioconspiração? Não era por ali que ia passar o famoso metro? Vinha mesmo a propósito! Quais as consequências do atraso em as amputar? Terá contribuído para contaminar os restantes indivíduos? Quanto ao metro, coitado, infelizmente já não poderá ser utilizado como argumento para certos “fenómenos” urbanos!
A par dos plátanos, surge uma nova praga conhecida pelo “escaravelho das palmeiras”. Um raio de um bicho capaz de as cheirar a muitos quilómetros de distância. As suas larvas, grandes, alimentam-se das folhas, e no meio de uma massa de excrementos e regurgitação conseguem criar um ambiente capaz de resistir ao efeito mortífero do frio. Sabem da poda os safados. O pior é que algumas palmeiras começaram a ser atacadas e estão em perigo. Tratá-las é complexo e exige armas biológicas e químicas. Mas se pensarmos bem, podemos especular que tal facto surge da importação de espécies que não são as “nossas”. Nos últimos anos, a “palmeirite” atingiu praticamente todo o território. Antes utilizassem as espécies endémicas, talvez não estivéssemos a assistir a esta tristeza. Tristeza? Então vamos para o Parque Verde e ver as laranjeiras a serem atacadas da “tristeza dos citrinos”, uma doença vírica. Lembram-se do laranjal que havia naquele espaço? Foi à vida. E se tivessem poupado algumas laranjeiras? Hoje teríamos belos e “alegres” exemplares. Mas os mentores de certas ações são tristes e fazem coisas que não passam pela cabeça do diabo. Não passam pela cabeça do diabo mas passam por crânios meio ocos. Veja-se o caso das árvores abatidas na rua João Pinto Ribeiro. Algumas tinham de ser abatidas, por motivos óbvios, e as outras? As outras? Ainda estou à espera da explicação. A este propósito há uma norma, denominada “Norma de Granada”, que deveria ser aplicada de forma a disciplinar certas decisões. Sempre que alguém ou alguma instituição, pública ou privada, solicite o abate de algum exemplar arbóreo ou arbustivo municipal (por exemplo para acesso a garagens), os serviços municipais competentes deveriam proceder à respetiva avaliação, com base nesta norma. No fundo é um conjunto de regras para a avaliação de árvores ornamentais traduzido numa fórmula de cálculo, na qual estão contemplados preços e custos operacionais (remoção, transporte e plantação), anuais (manutenção) e outros. O resultado permitirá estabelecer o valor a pagar pelo requerente, ou pela entidade, para efeitos de indemnização à Câmara Municipal. Uma sugestão para evitar que alguns se entretenham a lançar “granadas” sobre tão belas árvores.
Esta breve análise sobre as “árvores de Coimbra”, que não se esgota nestes casos, basta recordar os casos dos choupos, salgueiros e plátanos (os não doentes) que estão sob a mira de alguns munícipes, não é mais do que um reflexo do que se passa a outros níveis, neste estranho país.
As árvores duma cidade são mais do que um ornamento, fazem parte da vida urbana. Sem elas o bem-estar e a saúde ficam comprometidos.
Ultimamente têm surgido alguns casos preocupantes na cidade de Coimbra. O caso dos plátanos da avenida Emídio Navarro é um bom exemplo. Doentes, fruto de uma infeção complicada, sujeitos a stress, estão a morrer e outros já morreram. Começaram a abatê-los mas houve quem conseguisse suspender a limpeza escudados por uma rápida justiça. Argumentos para o não abate? São conhecidos. Destruir um património daquela beleza em vez de as tratar? Não terá havido uma “mão” infetante? Algo semelhante a uma bioconspiração? Não era por ali que ia passar o famoso metro? Vinha mesmo a propósito! Quais as consequências do atraso em as amputar? Terá contribuído para contaminar os restantes indivíduos? Quanto ao metro, coitado, infelizmente já não poderá ser utilizado como argumento para certos “fenómenos” urbanos!
A par dos plátanos, surge uma nova praga conhecida pelo “escaravelho das palmeiras”. Um raio de um bicho capaz de as cheirar a muitos quilómetros de distância. As suas larvas, grandes, alimentam-se das folhas, e no meio de uma massa de excrementos e regurgitação conseguem criar um ambiente capaz de resistir ao efeito mortífero do frio. Sabem da poda os safados. O pior é que algumas palmeiras começaram a ser atacadas e estão em perigo. Tratá-las é complexo e exige armas biológicas e químicas. Mas se pensarmos bem, podemos especular que tal facto surge da importação de espécies que não são as “nossas”. Nos últimos anos, a “palmeirite” atingiu praticamente todo o território. Antes utilizassem as espécies endémicas, talvez não estivéssemos a assistir a esta tristeza. Tristeza? Então vamos para o Parque Verde e ver as laranjeiras a serem atacadas da “tristeza dos citrinos”, uma doença vírica. Lembram-se do laranjal que havia naquele espaço? Foi à vida. E se tivessem poupado algumas laranjeiras? Hoje teríamos belos e “alegres” exemplares. Mas os mentores de certas ações são tristes e fazem coisas que não passam pela cabeça do diabo. Não passam pela cabeça do diabo mas passam por crânios meio ocos. Veja-se o caso das árvores abatidas na rua João Pinto Ribeiro. Algumas tinham de ser abatidas, por motivos óbvios, e as outras? As outras? Ainda estou à espera da explicação. A este propósito há uma norma, denominada “Norma de Granada”, que deveria ser aplicada de forma a disciplinar certas decisões. Sempre que alguém ou alguma instituição, pública ou privada, solicite o abate de algum exemplar arbóreo ou arbustivo municipal (por exemplo para acesso a garagens), os serviços municipais competentes deveriam proceder à respetiva avaliação, com base nesta norma. No fundo é um conjunto de regras para a avaliação de árvores ornamentais traduzido numa fórmula de cálculo, na qual estão contemplados preços e custos operacionais (remoção, transporte e plantação), anuais (manutenção) e outros. O resultado permitirá estabelecer o valor a pagar pelo requerente, ou pela entidade, para efeitos de indemnização à Câmara Municipal. Uma sugestão para evitar que alguns se entretenham a lançar “granadas” sobre tão belas árvores.
Esta breve análise sobre as “árvores de Coimbra”, que não se esgota nestes casos, basta recordar os casos dos choupos, salgueiros e plátanos (os não doentes) que estão sob a mira de alguns munícipes, não é mais do que um reflexo do que se passa a outros níveis, neste estranho país.
Quando a árvore é pequena, o jardineiro orienta-a como quer. Mas quando a árvore cresceu, já não pode reorientar as suas curvas e sinuosidades, e nessa altura, a favor de lobbies, algum acéfalo manda abater um património natural em troca sabe-se lá do quê. Será que os plátanos tambem estão sujeitos ao princípio de hormesis? Era bom, para bem deles.
ResponderEliminarOs municípios em geral, e o de Coimbra em particular -- continuam a dar primazia ao betão e às latas (vulgo automóveis), em detrimento de espaços arborizados e humanos, que os cidadãos possam usufruir, e onde possam conviver e passear.
ResponderEliminarA destruição dos espaços habitáveis, que tem sido prosseguida sob o olhar beneplácito de quase todos, poder-se-ia comparar, nas suas consequências, ao resultado de uma guerra. Mas, ao contrário das convencionais, nesta os blocos de betão não vão abaixo.
Enquanto não libertarmos as cidades da ditadura do latão -- imagine-se a Alta de Coimbra sem carros... -- e do betão, nunca serão locais onde dê gosto viver.
Já para não referir os custos económico e de saúde pública, que o congestionamentos comportam.