Não é todos os dias que temos o privilégio de conhecer e falar com uma senhora centenária que, apesar de os cem anos lhe pesarem fisicamente, mantém uma impressionante lucidez e força emocional. É gratificante verificar como se pode ter cem anos com um espírito tão jovem e sonhador, com esperança para fazer e assistir a novas realizações.
A Graciete teve a sorte de sempre viver com a família que sempre rejeitou qualquer hipótese de a transferir para um lar, depositando-a, como hoje em dia se usa, e acelerando-lhe o fim da vida como acontece a tantos idosos que acabam por ter este triste destino.
Foi a própria Graciete que não se cansou de manifestar o amor e a amizade que os filhos por ela sentem, enaltecendo a sua generosidade. Claro que com a sua provecta idade, a Graciete se sente muito dependente e muita carente dos filhos e, em particular, da filha com quem vive.
Foi a própria Graciete que não se cansou de manifestar o amor e a amizade que os filhos por ela sentem, enaltecendo a sua generosidade. Claro que com a sua provecta idade, a Graciete se sente muito dependente e muita carente dos filhos e, em particular, da filha com quem vive.
Conheço há muito esta filha e sei da gratidão que sente pela educação que dos pais recebeu e por a vida lhe ter permitido cuidar da mãe por muitos e bons longos anos. Não sem sacrifícios e dificuldades de toda a ordem porque as ajudas exteriores são poucas ou nenhumas. A sociedade não está organizada para apoiar e não acarinha quem opta por viver com os seus idosos. O egoísmo e a indiferença reinam entre nós e pouco ou nada se tem feito para os corrigir.
A Graciete é uma mulher com uma vida fantástica, com uma vida cheia de histórias e um baú grande de recordações. Tem uma memória ainda muito viva. É uma maravilha ouvi-la contar, por tudo e por nada, uma história ou uma lembrança dos tempos antigos para depois dizer “os tempos já não são como dantes, mas antes havia muitas coisas boas”.
A Graciete vai votar no dia 23 de Janeiro, diz ela que “espera estar viva, afinal só falta uma semana”, porque ainda tem esperança de ver um país melhor, além de que não se pode desistir de lutar. Os seus cem anos são a prova, diz ela, que enquanto há vida há esperança.
Permita-me que partilhe aqui uma história:
ResponderEliminarhttp://ultimonanbanjin.blogspot.com/2010/04/parabens-mimi.html
Alcançará os 101, assim Deus o queira, a 25 de Abril deste ano. Outro testemunho.
Meus mais amigáveis cumprimentos, a toda a equipa da 4R,
Luís Afonso, NBJ, no Japão
Cara Drª Margarida, é indubitávelmente enternecedora a imágem que nos traz da sua amiga Graciete, amparada pelos filhos que a amam e não abandonam, apesar das dificuldades, as quais, um tanto melancolicamente, sou compelido a augurar, nunca mudarão para melhor. Aliás, com o desejo manifesto do PSD em acabar com o estado social, temo até que venham a piorar, ao mesmo tempo que a doce senhora vá avançando na idade.
ResponderEliminarMas, nem tudo são desaires. Apraz-me imenso saber que, passados cem anos de existência e de experiência de vida, a lucidez da Senhora, permite-lhe depositar nos politicos deste país, a fé necessária, que a levam a acreditar em mudanças... para melhor.
Bem-haja a doce Graciete, pela sua genuína ingenuidade e que os céus lhe proporcionem, ver os seus desejos realizados!
Caro NanBanJin
ResponderEliminarSeja muito bem-vindo e obrigada por partilhar o testemunho da sua Querida familiar que, imagino, terá gostado muito da "festa" que lhe fez.
É realmente uma sorte podermos conviver com pessoas com idades tão avançadas, com saúde e lucidez, e podermos passar longos anos das nossas vidas na sua companhia.
Votos de um Bom Ano e apareça sempre!
Caro Bartolomeu
As pessoas como a Graciete que levam vidas já muito longas já viram de tudo, tiveram alegrias e tristezas, melhores e piores momentos e têm um conhecimento como ninguém do País e das nossas capacidades e limitações. O melhor conselho que nos podem dar é que não baixemos os braços e lutemos para que tudo seja melhor. O seu grau de relativização das coisas é grande, mas não deixam de ter razão em falar de esperança. Não que a solução venho por milagre, mas que pode vir se fizermos por isso.
Quanto ao estado social, Caro Bartolomeu, há muito que está a encolher, sem deixar, contudo, de distribuir a subsidio dependência. Não é este estado social que traz protecção social para quem dela precisa e prosperidade aos País. Um estado social assim tenderá a acabar, será um estado de outra coisa qualquer. Mas não social.
Espero que sim, cara Drª. Margarida... e que a razão que só o tempo dita, firme essa positividade que a nossa centenária Graciete, esperançosamente aguarda.
ResponderEliminar;)