Durão Barroso afirmou ontem numa entrevista ao canal “BBC 2” que a União Europeia está pronta para resgatar financeiramente Portugal. Uma afirmação que não passou despercebida entre nós e que já está a ser alvo de especulações. Mantêm-se as opiniões divergentes a este respeito. Mas não faltará muito tempo para sabermos. Uma coisa é certa. Precisamos de reinventar a nossa economia e rever o papel do Estado. Fazê-lo implica uma mobilização ampla da sociedade, uma base alargada de seguidores.
O clima de instabilidade política em que vivemos, a crise económica e os problemas sociais que se estão a avolumar, com uma parte significativa da população a passar grandes dificuldades e sem esperança, não ajudam a essa mobilização.
Com ou sem resgate financeiro, precisávamos de acreditar que desta vez vamos conseguir, por estarmos convencidos, o País, do que temos para fazer, como o vamos fazer, quanto tempo vamos precisar e como serão distribuídos os custos e os benefícios entre os vários sectores da sociedade.
Reside aqui um dos nossos grandes problemas. É que há muito que não sabemos para onde vamos. Não há estratégia, há uma grande volatilidade das políticas, há falta de consistência intertemporal nas opções políticas, prevalece o horizonte conjuntural sobre o estrutural, actua-se reactivamente sem tratar de actuar em antecipação, há, em suma, falta de rumo e de liderança. Uma empresa com estas fragilidades não consegue sobreviver, vai à falência. O Estado é como uma grande "empresa".
Entre nós sempre existiu a ideia de que o Estado nunca vai à falência e por isso há sempre uma solução de último recurso, estamos sempre salvos. Nem o Estado nos pode mais salvar, nem podemos continuar a pensar que o Estado é a solução. As nossas crises mostram-nos de forma cristalina que temos que mudar a forma de pensar o País. Temos que nos "resgatar"...
Com ou sem resgate financeiro, precisávamos de acreditar que desta vez vamos conseguir, por estarmos convencidos, o País, do que temos para fazer, como o vamos fazer, quanto tempo vamos precisar e como serão distribuídos os custos e os benefícios entre os vários sectores da sociedade.
Reside aqui um dos nossos grandes problemas. É que há muito que não sabemos para onde vamos. Não há estratégia, há uma grande volatilidade das políticas, há falta de consistência intertemporal nas opções políticas, prevalece o horizonte conjuntural sobre o estrutural, actua-se reactivamente sem tratar de actuar em antecipação, há, em suma, falta de rumo e de liderança. Uma empresa com estas fragilidades não consegue sobreviver, vai à falência. O Estado é como uma grande "empresa".
Entre nós sempre existiu a ideia de que o Estado nunca vai à falência e por isso há sempre uma solução de último recurso, estamos sempre salvos. Nem o Estado nos pode mais salvar, nem podemos continuar a pensar que o Estado é a solução. As nossas crises mostram-nos de forma cristalina que temos que mudar a forma de pensar o País. Temos que nos "resgatar"...
O estado ir à falência é negativo? Para o país, não. Afinal, a julgar pelas contas, o valor daquilo que o estado dá ao país é inferior àquilo que recebe do país. Por isso, a falência do estado é uma mais-valia para o país.
ResponderEliminarAfirmativo, Tonibler.
ResponderEliminarDurão Barroso afirmou ontem...
Há uns anos, não muito depois de ter tomado posse em Belém/PR (e jurado o que se jura nestas alturas),
começou a dizer publicamente que vinha aí a «Retoma económica».
Cansou-se de esperar, emigrou para a Califórnia belga.
Excelente antecessor de Santana & Sócrates Lda.
Ao anterior post do caro Dr. José Maria Brandão de Brito, coloquei o seguinte comentário:«No problem at all, dear doctor.
ResponderEliminarWe have the guarantee of an international agency that by the end of March Portugal will have to be rescued. By whom is not yet known, but there are still those who believe in spaceships and aliens.»
Terminando com o parentesis:«(Somos gente muito pobrezinha, mas ao mesmo tempo muito divertidos e... crentes)»
A razão de ser deste esgar de hironia, prende-se com a estranheza do paradoxo.
Por um lado, acusa-se o governo de Socrates, responsabilizando-o por não ter tomado em tempo oportuno, as medidas necessárias de combate à crise. Deixando que a mesma se instalasse e ganhasse uma dimensão, difícil de recuperar. Por outro lado, anuncia-se um resgate, mantendo-se a governar um primeiro-ministro que todos da esquerda à direita classificam de mau governante.
Hmmmm que somos pobrezinhos, acho que ninguem duvida, divertidos... tem dias, e crentes tambem, mas...ha crenças que têm limites.
Caro Tonibler
ResponderEliminarQuando ocorre uma falência há credores que ficam a "arder". O que há para "executar" que compense os cidadãos e os contribuintes dos seus créditos?
É preferível que se tomem medidas para que a falência não aconteça. Quando se tem uma gripe é conveniente tomar o medicamento adequado, não um qualquer, para que não se transforme numa pneumonia ou até pior.
Caro Bmonteiro
Não muda nada por ter sido o Presidente da Comissão Europeia a fazer a afirmação. Veja as que a antecederam e as que se seguiram este fim-de-semana...
Caro Bartolomeu
É por tudo o que diz que nos precisamos de "resgatar". Atirar dinheiro para cima dos problemas não resolve nada.