1.O responsável pela pasta das Finanças terá afirmado hoje, entre outras declarações de muito discutível fundamento, que chumbar o decantado “PEC IV” seria empurrar o País para a ajuda externa...
2.Ao ler isto interrogo-me onde é que terão andado os responsáveis governamentais para só agora se lembrarem do perigo da ajuda externa, tendo mantido rigoroso silêncio quando, já em 2010, o País começou a depender, de forma vital, da ajuda externa do BCE...
3.Terão os nossos responsáveis governamentais a noção do que aconteceria à economia portuguesa se o BCE retirasse o apoio que tem vindo a prestar aos bancos portugueses, a ponto de ter sido a principal fonte de financiamento dos seus balanços nos últimos 12 meses?
4.Terão os responsáveis governamentais a noção de que isso representaria a implosão da economia e, só a título de exemplo, o disparo da taxa de desemprego para valores superiores a 20%?
5.Terão também os nossos responsáveis governamentais a noção do que aconteceria às taxas de juro exigidas à República Portuguesa para a colocação de dívida se o mesmo BCE decidisse recolocar no mercado, ainda que docemente, a carteira de títulos da dívida pública portuguesa?
6.Os responsáveis governamentais já se imaginaram a pagar juros a taxas superiores a 10%, mesmo na dívida de curto prazo - que é o que sucederia se o BCE alienasse a carteira de títulos portugueses que devotadamente acumulou nos últimos meses, quando resolveu conceder-nos uma preciosa ajuda externa?
7.E já imaginaram sequer o que sucederia se essas duas ajudas externas cessassem em simultâneo?
8.É caso para perguntar em que Planeta têm vivido os responsáveis governamentais para serem capazes de afirmar que sem o PEC IV seremos empurrados para a ajuda externa - quando a realidade pura e dura é a nossa actual e plena dependência da ajuda externa...
9....Será em Plutão como tem sugerido o nosso ilustre comentador João?
10.E perguntar em que Planeta têm vivido até será uma forma muito suave de colocar o problema, uma vez que ameaçarem com o fantasma da ajuda externa, nesta altura dos acontecimentos, equivale a tratar-nos como idiotas “profundos”...e justificaria, por isso, um comentário bem mais animoso...
Chumba! Chumba! Chumba!
ResponderEliminarA "política" que está a ser aplicada em Portugal (para mim é crime, não é política) é como se estivéssemos para ser atingidos por um tsunami e negociássemos o atraso da onda 1 Km para trás, mas já 8% mais alta. E quando a onda estiver a chegar, negoceia-se novamente a mais 8%, mas desta vez só para recuar 250m e por aí fora. Obviamente, por este caminho não tarda e apanhamos com uma onda que é a soma de todas as que andámos a criar.
ResponderEliminarAntes de se imputar responsabilidades a outrem é preciso notar que depois da palavra "PEC" vem o nº "4", o que quer dizer que alguém não fez bem os seus trabalhos de casa...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJulgo que este "erro" de não negociar nada e não apresentar o PEC a ninguém foi apenas e só uma estratégia do PM sair de cena antes da intervenção formal do FEEF e FMI em Portugal; é que há quem se demita depois de formalizar o pedido de ajuda externa, mas por cá o nosso corajoso e patriótico líder demite-se, sem se demitir, na véspera da intervenção.
ResponderEliminarCaro Fartinho,
ResponderEliminarEduardo Catroga disse isso mesmo hoje na SIC: que Sócrates já tem tudo preparado e que estas medidas fazem parte do combinado para Portugal pedir ajuda daqui a poucos meses mas que pretende sair e deixar para os outros. É capaz disso e muito mais.
Está-se a confundir duas necessidades distintas mas igualmente importantes.
ResponderEliminar1. A necessidade de aprovar as medidas de auteridade para satisfazer Bruxelas
2. A necessidade de mudar de Governo (Foi estes que nos consuziu até aqui. Está politicamente esgotado Nem sequer se conseguiu refrescar. Não tem quaiser propostas ou capacidade de fazer reformas além de cortes.), Para mim esta situação é mais grave para o nosso crédito do que a aprovação dos PECs
O País precisa de resolver estas duas questões
Sugere-se :
O deixar passar as medidas desde que o Eng.Socrates se comprometa a, no momento seguinte, apresentar uma moção de confiança no Parlamento.
Assim se devolve polticamente a bola a José Socrates, se sossega Bruxelas e se garante o início de um novo ciclo
Contra mim falo, vítima seleccionado do PEC IV, por conta da CGAp.
ResponderEliminarAprove-se pois o PEC.
O distinto PM que vá no fim do mês a Bruxelas com o PEC aprovado.
Podendo aí ouvir de Barroso um "porreiro pá".
Na volta, portanto em Abril (curioso mês), na AR, Kaput:
moção de censura.
Siga a Marinha.
Cara Anthrax,
ResponderEliminarNão será antes "chumbo", "chumbo"? Obviamente sem propósitos de ofensa corporal grave, mais para assustar, no limite para causar um arranhãozito num tornozelo...
Muito curiosa essa figura retórica das ondas em crescendo e da fuga em decrescendo, caro Flash Gordo...
Além do mais, exprime com bastante aproximação a brilhantíssima estratégia destes iluminados dirigentes que nos caíram em "sorte"!...
Caros Fartinho e Flash Gordo,
Também assisti à explicação de Edurado Catroga, que se afigura bastante lógica..
Seria em suma uma fuga às responsabilidades, em acto final de covardia depois de tanto erro acumulado ao longo de 6 anos...
Só tem para mim um mas, que é o facto de não estar nada convencido da seriedade da intenção do PM se demitir...
É cá um feeling e tem a ver com um sindroma (Bet.Cr.) muito pouco conhecido ou esquecido mas que pode ter uma influência determinante no comportamento em apreço...
Posso estar enganado, é apenas um feeling...
Caro Reformista,
Muito bem pensado esse plano, resta saber se exequível...
Caro BMonteiro,
Se bem percebi, será moção de confiança...
Embora o resultado final esperado seja o mesmo, os procedimentos serão mais nobres com a dita moção de confiança...
Só os táticos medrosos querem correr o risco de aprovar o pec.Essa coisa de passar a bola ...?? depois ele vem dizer ..então aprovam o pec e depois querem uma moção ?então não aprovassem !! mostrassem alternativas !!!e lá pisca o olho o "protegido" dos TM (taticos medrosos), ao seu rebanho lá no curral do rato.
ResponderEliminarÓbviamente a festança continuará ..garantido o esforço adicional do cidadão ..vamo lá para os TGVs e etc ..teatro ...tragédia..mais sofrimentos para os mais fágeis..
NÃO QUERER A RUPTURA CLARA E IMEDIATAMENTE É PURA COVARDIA !!!!
ISSO É O QUE ELE QUER !!!
É APROVADO..ELE NÃO SAI.. A MOÇÃO ENROLA ..E LÁ VAI EMBORA O MALFADADO MOMENTO DA OPORTUNIDADE/FAMIGERADO EQUILIBRIO tão tático...tão tático.
Só se pode jogar limpo com quem joga limpo ..o que não é o caso !
De contrário a derrota é garantida ...óbviamente.
Existem várias alternativas bem mais inteligentes e bem menos danosas do que aquele pec .
Quem aprova aquele pec tem extrema falta de criatividade.Infelizmente criatividade não é principal qualidade dos funcionários públicos em geral.É antes pelo contrário ..é a qualidade que ele menos tem ..
O funcionário publico não acorda todo o dia pensando em como se virar..
Por isso entra numa letargia criativa..o tal do cançado ...
Não era nessa fase que Pessoa era funcionário publico ?
Soluções ? ah meus queridos ..isso é outro assunto..e não será de graça..
Fartinho da Silva disse...
ResponderEliminarJulgo que este "erro" de não negociar nada e não apresentar o PEC a ninguém foi apenas e só uma estratégia do PM sair de cena antes da intervenção formal do FEEF e FMI em Portugal.
Por isso há umas semanas atrás ..disse que quem iria receber o fmi seria PC.
apenas existe um enigma na chamada que socrates fez para PC a avisá-lo do PEC .Será que foi apenas para o informar do pec ? o que foi negociado ali ?
Imunidade ? já que socrates tem tantos crimes acumulados !! vide por exemplo, gravações do face oculta em que vários juízes percebem crimes !!!
Como o fmi é inevitável e como ele quer ficar para a historia sem essa nódoa, ele decide sair ..mas não sem antes negociar a sua imunidade com PC. Que aceitou e por isso com o caminho livre finaliza a tragédia ..
Nada disto me admiraria !!!
Caro Caboclo,
ResponderEliminarEspero que não tenha razão. Pena tenho que, em Portugal, a má gestão pública tenha como "castigo" apenas a derrota em eleições. Num caso como o nosso, quem nos conduziu a este buraco deveria ser responsabilizado criminalmente. É, aliás, este o sentimento da generalidade das pessoas com quem falo com maior regularidade.
Caro Fartinho da Silva,
ResponderEliminarA propósito do que refere no seu comentário, recordo que existe na legislação portuguesa um tipo de crime por gestão danosa ou ruinosa de empresas.
Por maioria de razão, a gestão danosa ou ruinosa do País devria ser sancionada criminalmente...
A questão estará em conseguir, nesse caso, provar a existência de dolo, culpa grave ou coisa semelhante, o que requereria provavelmente a audição de 10 milhões de pessoas, como testemunhas...
Podendo o processo arrastar-se por várias gerações de políticos, cidadãos e de juízes...
Mas que se trata de uma lacuna grave parece-me evidente, tanto mais que a previsão do artigo 70º da Lei de Enquadramento Orçamental, estabelecendo a responsabilidade criminal dos titulares de cargos públicos "pelos actos e omissões que pratiquem no âmbito do exercício das suas funções de execução orçamental..." se tem revelado de uma total ineficácia...
Opá... agora fiquei baralhada... PEC não é a sigla do Pagamento Especial por Conta?? A famosa linha de crédito do Estado sustentada pelas PME's?
ResponderEliminarAfinal quantos PEC's é que temos?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCara Anthrax,
ResponderEliminarPEC´s temos muitos e muitos mais ainda teremos se continuarmos cegos, surdos e mudos face ao IMENSO sofisma em que a governação se transformou...