1.Continuo a ter extrema dificuldade em entender o cenário de crise que o Governo resolveu encomendar, apesar de nos encontrarmos em período Quaresmal...não tinha a noção, confesso, que os responsáveis governamentais em exercício fossem crentes tão fervorosos ao ponto de decidirem auto-flagelar-se e punir-nos a nós, cidadãos contribuintes e indefesos, de forma tão cruel...
2.Começo por não entender a súbita necessidade de medidas adicionais de contenção orçamental em 2011 (0,8% do PIB segundo li) quando nos tinha sido afirmado imediatamente antes, em tom intensamente festivo, que a execução orçamental de 2011 estava a correr muitíssimo bem nos dois primeiros meses...
3.Acontece que o compromisso do OE/2011 aponta para um défice de 4,6% do PIB e não de 3,8% - e se os dados disponíveis da execução, a merecerem crédito, sugerem com elevado grau de confiança que esse objectivo vai ser atingido, onde está a lógica das medidas adicionais já em 2011?
4.Se os dados da execução orçamental não merecem crédito, então precisamos, urgentemente, de conhecer a verdade, antes de avaliar qualquer outro PEC...
5.Mas também o anúncio de medidas de contenção adicionais para 2012 se afigura anormalmente prematuro.
6.Com efeito, a apresentação de medidas adicionais de contenção para 2012, caso sejam efectivamente necessárias – e o bom senso manda não excluir - fariam bem mais sentido algures em Outubro próximo, acompanhando a proposta de Orçamento para o próximo ano e tendo em conta os resultados já conhecidos de 9 meses de execução em 2011.
7.Apresentar medidas adicionais para 2012, não existindo nesta altura informação necessária e suficiente para avaliar a necessidade e justeza das medidas anunciadas, pode vir a revelar-se um erro crasso, por excesso ou por defeito (mais grave esta hipótese que obrigará a mais um PEC...).
8.E toda esta teoria de incongruências emerge inevitavelmente amarrada, ferozmente amarrada, a um decantado “interesse nacional”...mas que interesse nacional?
9. É caso para perguntar: é o mesmo “interesse nacional” que justifica a agonia interminável do BPN, a teimosia enigmática no TGV e que continuemos a financiar-nos a custos exorbitantes só para poder afirmar, enganando os cidadãos, que não precisamos de ajuda externa?...
10.Não precisamos de ajuda externa e estamos totalmente dependentes da ajuda do BCE sem cujo ventilador pereceremos asfixiados?...
11.Anda mesmo pelas “ruas da amargura”, este pobre interesse nacional!
Ó Dr. TM, não fique triste :(...
ResponderEliminarTristezas não pagam dívidas, porque se assim fosse nós - campeões do Fado, da Tristeza e da infelicidade - não tínhamos um déficit nas contas e outro... no governo.
Para este governo todas as medidas que toma são:
ResponderEliminar- "absolutamente fundamentais";
- "absolutamente essenciais";
- "de interesse nacional".
Conclusão, é "absolutamente fundamental", "absolutamente essencial" e de "interesse nacional" levar o país à bancarrota!
"o compromisso do OE/2011 aponta para um défice de 4,6% do PIB e não de 3,8%"
ResponderEliminarÉ só fazer a conta 4,6%-0,8%= .... 4,6%
Ui, vi aí 2 operações aritméticas diferentes??! Não, caro Tavares Moreira, a explicação para as intenções do governo tem que ser qualquer coisa apenas com uma operação. Ou então mandaram fazer as contas fora, também pode ser...
ResponderEliminarCamarada Toni!
ResponderEliminarEstará V.exa. - por acaso - a querer insinuar que, ao contrário do que diz o Dr. TM, quem anda pelas ruas da amargura é a matemática e não o interesse nacional?? Mmmm?
Não que uma coisa exclua a outra é claro.
Cara Anthrax,
ResponderEliminarSe tivesse a escassa ventura de me visualizar, verificaria que não estou nada triste...até porque acredito no que diz, que tristeza não pagam dívidas!
Mas confesso que, não estando triste, estou emocionado com o alto sentido do interesse nacional protagonizado pelos nossos desvelados governantes!
Caro Fartinho,
Apenas uma diferença, quanto ao tempo do verbo SER que utilizou - não`"é absolutamente essencial" mas "era absolutamente essencial"...
Caro João Pedro Santos,
Exactamente, é isso mesmo, não me tinha apercebido dessa subtileza: 4,6% - 0,8% = 4,6%. Aí é que está o busilis...
Caro Tonibler,
Consta que os papeis para Bruxelas foram elaborados numa agência de comunicação - por engano ou por vício não se sabe bem - daí a forte reprimenda que sofreram quando os divulgaram...os senhores pensam que estão a falar para a vossa plateia lusa?!!!
Caamarada Anthrax,
ResponderEliminarAquilo que estou a dizer é que uma explicação com duas operações aritméticas não pode ter saído do ministério das finanças. Essas são pelouro do Banco de Portugal que até consegue fazer 3, 4 com ajuda de consultores estrangeiros.
Então não foi vc que disse que aproveitar a moção do BE para expulsar socrates do governo seria uma falta de equilibro ?
ResponderEliminarAgora vem dizer que não compreende nada ?
O que vc espera de um alucinado ?
o que alguém razoável pode esperar de um alucinado ?
É preciso ser muito esperto para perceber o grau de alucinogenação de socrates ?
Daquilo que os outros países exigem e perante aquilo que podemos, devia haver uma balança credível para que todos vejamos melhor o que está a acontecer.
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