1.O presidente do PSD terá declarado hoje que o programa de governo do seu Partido não poderá ser diferente do que vier a ser acordado com a União Europeia e o FMI, não ficando praticamente nenhuma margem de manobra para medidas autónomas, em sede de política económica, para quem vier a assumir as responsabilidades de governo.
2.Finalmente ouve-se uma declaração carregada de sensatez e de realismo, da parte de um dos principais protagonistas da cena política e candidato a 1º Ministro - já não era sem tempo.
3.Seria bom que os restantes protagonistas assumissem uma postura semelhante - ganharíamos todos com isso, são cada vez mais dispensáveis os que pretendem vender falsas ilusões aos portugueses...
4.Esta postura contrasta, sonoramente, com a de um recente congresso em que prevaleceu, por maioria arrasadora, a teoria da venda de banha de cobra, desta vez representada em promessas de defesa do Serviço Nacional de Saúde, do Ensino Público, do Sector Público Empresarial,do Estado Social etc,etc, tudo orientado na patriótica defesa das ilusões perdidas (ou dos cargos ameaçados, quem sabe)...
5.E contrasta também com uma afirmação do principal dirigente da UGT, que hoje opinou, sem qualquer explicação perceptível, que esta ajuda externa era dispensável...
6.A menos que a UGT dispusesse de um fundo especial, formado por contribuições dos seus associados, para se substituir aos mercados no investimento em dívida pública portuguesa, é difícil imaginar um nível de negação da realidade tão alavancado...
7.Estas eleições vão decorrer, como já se percebeu, num ambiente político sem precedentes, em que aos políticos concorrentes está vedado prometer políticas distintas das que vierem a ser consagradas nas contrapartidas da ajuda financeira – os que o fizerem estarão, muito simplesmente, a enganar deliberadamente os eleitores...
8.Por este motivo entendo que a declaração de hoje do presidente do PSD é de relevar, pelo realismo e sensatez que evidencia...oxalá possa manter este registo sem tergiversações, admito que os eleitores, desta vez, não se deixem iludir com a “banha de cobra”...como aconteceu ainda há pouco tempo...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarSensata seria dizer "para cumprir o programa do FMI qualquer funcionário público serve e não precisamos de governo, parlamento e de outras inutilidades caras". Terá sido realista, mas não teve a honestidade de dispensar os seus concidadãos de gastos absurdos numa fase em que são necessários todos os recursos.
Nas linhas gerais, faltará o PILAR ZERO (que na prática, será o que aqui se refere):
ResponderEliminarhttp://notaslivres.blogspot.com/2011/04/pilar-zero.html
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarAinda não percebi algumas "coisas" que se andam a dizer por aí.
O presidente do PSD ainda está, parcialmente, no "mode" antigo: menciona o lateral ou o óbvio, neste caso o óbvio, omitindo o essencial; a mensagem a transmitir-se é: quanto mais depressa nos reformarmos mais depressa vamos crescer e criar riqueza.
O resto é para o incumbente PM, o nosso último PM completamente português; neste caso será a variante da famosa canção: "Oh Fundo volta para trás...."; o congresso(??!!) que menciona mais não foi que uma longa variante da canção supra.
Cumprimentos
João
Assim sendo: o que vai ele fazer para lá?
ResponderEliminarMais: quando se vir confrontado com a necessidade de um «default», como reagirá?
Pedro.Pum.Coelho e Joselito Pinócrates estao bem um para o outro: o segundo é o maior incompetente (mesmo superior a Flopes) e o primeiro possui um buraco negro no lugar do cérebro.
3 vezes.
ResponderEliminarÉ só o que vos digo.
Em 33 anos, esta é a 3ª vez que estão a intervir em Portugal.
Em 1977, quem é que estava no Governo quem era??? :) Então e em 1983, quem é que estava no governo, quem era?... se bem que aqui cheira-me a responsabilidade partilhada com um senhor conhecido do PSD que ocupava a cadeirucha antes.
3 vezes desde o 25 do A. 3. E curiosamente são sempre os mesmos, o que desde logo nos revela que o agente tem uma queda para a gestão financeira que é, absolutamente, brutal.
Parecendo que não isto faz-me temer pelo futuro, porque só de pensar que devem andar para aí a leccionar nas Universidades, até fico com taquicardia. Mas e daí, também merecemos porque nos andaram a meter na cabeça que todos devíamos ser "doutores". Olhamos de esguelha para os tipos da formação profissional e dizemos "Ai coitaditos, podiam ser doutores", mas depois os países que estão no TOP 10 do PISA são aqueles em cujo sistema dde formação profissional é bem visto pela sociedade. Não faz mal. A malta quer der "doutor" que é para ter emprego.
Onde é que eu ia?...
Ah sim... Dr. TM. Realista? Sensato? Não me parece. É apenas objectivamente estratégico. Qualquer pessoa com meio palmo de testa saberia que, nesse jogo de xadrez, essa era a única jogada segura. E é de um jogo que estamos a falar não é?
Caro Tonibler,
ResponderEliminarEra bom que pudessemos passar de 800 para 8 em duas penadas...mas não sei como se faz, confesso-lhe.
Sabe bem que subscrevo em boa quota suas opiniões em relação à utilidade do Estado enquanto montanha de serviços, em boa parte improdutivos, que se foram acumulando ano após ano de edificação do erradamente chamado Estado Social...
Mas nesta altura dos acontecimentos, depois do desvario despesista e do reino de mentira e de fantasia em que vivemos nos últimos anos, aparecer um político produzindo declarações sensatas e realistas não embarcando na banha de cobra dominante, parece-me indiscutivelmente um facto positivo...
Cara Antharx,
Sua abordagem histórica, apesar da omissão dos nomes (voluntária, involuntária?) parece-me correcta no essencial.
Quanto ao mais, permita-me que remeta para o contra-comentário dirigido ao Tonibler...
Espero que a sua digressão açoreana prossiga e que não tenha olvidado ou desvalorizado minhas sugestões
Nunca me passaria pela cabeça desvalorizar as suas sugestões Dr. TM. Não quero, nem tenho estatuto para tal :)
ResponderEliminarMas a minha digressão por terras açoreanas já terminou. Foi interessante.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarEu compreendi o post e também acho que 80 é melhor que 800. Mas também temos a experiência de que o 80 é coisa temporária, não na transição para o 8, mas para voltar ao 800.
Cara Anthrax,
ResponderEliminarFico contente por ter tomado em conta minhas sugestões, embora tenha de rejeitar a sua dica de que não tem estatuto para tal...a Senhora tem estatuto para tal e para muito mais, dixit!
Caro Tonibler,
Nesse ponto tb poderemos estar de acordo...não serei eu a cobrir os riscos de um não retorno aos 800, os CDS mostram que tal risco é demasiadamente elevado...