segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Centenário do ISEG

Comemorou-se hoje o centenário do ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão, antes I.S. de Comércio, depois I.S. de Ciências Económicas e Financeiras, a seguir Instituto Superior de Economia e agora ISEG.
Disse hoje o actual Director, Prof. João Duque, na Cerimónia comemorativa do centenário, que no ISEG coabita a diversidade, dos keynesianos aos liberais e neo-liberais.
Acontece que a grande marca da Escola, divulgada por muitos dos seus professores, tornados figuras mediáticas devido ao prestígio da Instituição, tem sido o de um keynesianismo radical. Nos tempos recentes, muitos deles deram o suporte teórico para muitas das más medidas deste Governo. Transpondo de forma automática para a realidade portuguesa pressupostos e princípios que, válidos na Inglaterra ou na Europa há cerca de 80 anos, de forma alguma se poderiam aplicar, aqui e agora.
A elevada dívida pública, a pesadíssima carga fiscal, o baixo nível de poupança, a abertura da economia, entre muitos outros parâmetros, desaconselhavam medidas keynesianas, traduzidas no aumento da despesa ou do investimento público em Grandes Projectos. Que muitos Professores do Quelhas aconselharam ou a que deram suporte teórico.
Um passivo na vida do ISEG. Mas, mesmo com tal delapidação do seu Activo, que todavia não deve esquecer-se, o Capital Próprio do ISEG é altamente positivo, pelos muitos e valiosos activos que deu à Sociedade
Parabéns ao Prof. João Duque. Um Director dos tempos modernos e um Professor aberto às novas ideias. Com ele, o ISEG entra bem no seu segundo século.

3 comentários:

  1. Oportuno e justo apontamento, Dr. Pinho Cardão.
    O ISEG continua a ser uma grande escola, apesar dos ditos passivos.
    Dispõe de capital suficiente para cobrir os passivos e aproveitar o prestígio reconhecido para gerar os activos de que o país necessita. Como em todas as organizações, tenha o ISEG a liderança que merece para saber corresponder aos desafios que hoje se colocam.

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  2. O centenário de qualquer instituição que se reclame de produzir conhecimento e educação deveria ser sempre festejado com pompa.

    Claro que é sempre questionável se uma instituição onde se identificam "opiniões sobre a realidade"(por vezes temos que nos recordar da unicidade da solução da pergunta "O que é a realidade?"), se dedica à ciência ou a outra coisa menos nobre. Claro que a defesa da inexactidão das "ciências não-exactas" serve de resguardo a todo o tipo de troca-tintas. Mas, como uma dia as escolas de "filosofia natural" evoluíram da astrologia para a astronomia, do criacionismo para a evolução, do mundo cartesiano para o mundo relativista, do espaço euclideano para o espaço fractal, as escolas de Economia também evoluirão para serem escolas de conhecimento científico. E esse percurso tem que ser feito pelas escolas de Economia, não pelas outras.

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  3. Parabéns ao ISEG, mas também ao Instituto Superior Técnico, à Universidade de Lisboa, à Universidade do Porto,todas centenárias e com grande obra para se orgulharem!

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