"Jacinto… não assistira jamais, com a alma atenta, ao majestoso adormecer da Natureza. E este enegrecimento dos montes que se embuçam em sombra; os arvoredos emudecendo, cansados de sussurrar; o rebrilho dos casais mansamente apagado; o cobertor de névoa, sob que se acama e agasalha a frialdade dos vales; um toque sonolento de sino que rola pelas quebradas; o segredado cochichar das águas e das relvas escuras — eram para ele como iniciações. Daquela janela, aberta sobre as serras, entrevia uma outra vida, que não anda somente cheia do Homem e do tumulto da sua obra. E senti o meu amigo suspirar como quem enfim descansa".
Sabe bem uma visita a Tormes, nome ficcionado por Eça no romance A cidade e as Serras, mas cuja força acabou por se sobrepor ao antigo também lindo nome de Santa Cruz do Douro.
Na Quinta de Vila Nova, sede da Fundação Eça de Queiroz, recorda-se Eça e o seu mundo, a família e os seus romances, as notas que tomava, os hábitos de vida, a organização que a si próprio se impunha. E podemos até ser recebidos pela D. Maria da Graça Salema de Castro, viúva de um dos netos de Eça e senhora de enorme juventude e amabilidade, a quem, com o marido, se deve a Fundação. Para ela transmitiram 2/3 dos bens deixados por Eça de Queiroz, para além da Quinta e Casa de Vila Nova em Santa Cruz do Douro. Se ainda não o fizeram, vão até lá. E almocem no Almocreve, no caminho para Baião. Não se arrependerão.
Quem foi a esses lugares, com certeza, é a trupe do Ministério da Educação que praticamente baniu os clássicos dos programas escolares. E nunca viu textos como este de Eça, entretida que está a ler e servir aos alunos prosa fraca de telenovela. Porque é mais fácil de assimilar.
Na Quinta de Vila Nova, sede da Fundação Eça de Queiroz, recorda-se Eça e o seu mundo, a família e os seus romances, as notas que tomava, os hábitos de vida, a organização que a si próprio se impunha. E podemos até ser recebidos pela D. Maria da Graça Salema de Castro, viúva de um dos netos de Eça e senhora de enorme juventude e amabilidade, a quem, com o marido, se deve a Fundação. Para ela transmitiram 2/3 dos bens deixados por Eça de Queiroz, para além da Quinta e Casa de Vila Nova em Santa Cruz do Douro. Se ainda não o fizeram, vão até lá. E almocem no Almocreve, no caminho para Baião. Não se arrependerão.
Quem foi a esses lugares, com certeza, é a trupe do Ministério da Educação que praticamente baniu os clássicos dos programas escolares. E nunca viu textos como este de Eça, entretida que está a ler e servir aos alunos prosa fraca de telenovela. Porque é mais fácil de assimilar.
A descansar em Sta. Cruz do Douro, com vista para Tormes.
ResponderEliminarO post do Sr Dr. Pinho Cardao, fez-me recuar aos tempos da minha infância e ah memória que retenho de algumas tardes passadas em Tormes, e ao invariável "exercício de adivinhação" de manuscritos de Eca de Queiroz - talvez numa tentativa de aproximar a velocidade da escrita ah do pensamento, Eca nao punha tracos nos t, pontos nos i, cedilhas nos c, etc., o que dificultava a interpretação dos mesmos - que a Sra. D. Maria Eca de Queiroz, filha do escritor, e a minha Mãe, se entregavam. Eram tardes super agradáveis, sempre animadas com chá e bolos! A Sra. D. Maria Eca de Queiroz publicou o resultado em "Folhas Soltas". Obrigada por me ter feito recordar coisas agradáveis em dia triste pela noticia da morte da Sra. Dra. M. José Nogueira Pinto. MM