Segundo o Ministro das Finanças, três milhões de famílias (65%) não serão "afectadas" pelo imposto extraordinário, 80% dos pensionistas não serão afectados pelo imposto extraordinário, 10% dos trabalhadores dependentes irão pagar 60% da receita prevista de 1025 milhões de euros do extraordinário imposto.
Não é um retrato de justiça fiscal, nem social, devia aliás ser abolida a palavra “justiça” quando se fala em sobretaxas, impostos extraordinários ou as mil e uma formas de ir cortando os proventos de quem (ainda) trabalha, esforçando-se por não se afundar em dívidas.
É o retrato de um país cada vez mais pobre, serão cada vez menos os que “podem” pagar, e cada vez mais os que dependem de salários mínimos, de pensões mínimas, de subsídios que escasseiam, de solidariedades que não chegam para todos.
Um duro retrato social. Ao que chegámos.
Não é um retrato de justiça fiscal, nem social, devia aliás ser abolida a palavra “justiça” quando se fala em sobretaxas, impostos extraordinários ou as mil e uma formas de ir cortando os proventos de quem (ainda) trabalha, esforçando-se por não se afundar em dívidas.
É o retrato de um país cada vez mais pobre, serão cada vez menos os que “podem” pagar, e cada vez mais os que dependem de salários mínimos, de pensões mínimas, de subsídios que escasseiam, de solidariedades que não chegam para todos.
Um duro retrato social. Ao que chegámos.
É, sem qualquer espécie de dúvida, um retrato de família tristíssimo, cara Drª Suzana.
ResponderEliminarPorém, não menos triste, ou até, mais triste ainda, é a resignação que parece ter-se abatido sobre a maioria dos portugueses.
Talvez, precisamente por ter sido elaborada uma certa (e conveniente) imagem de um estado, falsamente protector. Um estado que tirava do pão para comprar a camisa, um estado que não se preocupou em formar convenientemente, para produzir, um estado que distribuiu ilusões a esmo, convencendo a quem as aceitou, que as mesmas iríam possibilitar a fortuna de cada um e do país.
Como disse no início deste comentário, é triste verificarmos a resignação e a não completa compreensão do estado calamitoso em que o país e as famílias portuguesas se encontram e para onde caminham. Mesmo as famílias que ainda não entraram na zona de carência.
Agora, são necessárias medidas de muita coragem para que se verifique alguma recuperação da economia do país e das condições de vida da sociedade. E essas, caríssima Drª, não podemos esperar que nos caiam do céu, nem que seja a nossa protectora UE a concedê-las, enviando-nos reforços de empréstimos asfixiantes. Essas, temos de ser nós, Portugueses a compreender que é inevitável toma-las. Temos de ser nós, sociedade portuguesa, a perceber que a inércia não nos convem e a percebermos que no panorama europeu e até mundial, não somos um povo inapto, temos qualidades e muito boas qualidades, precisamos de rumo, precisamos de boa gestão, precisamos de acção, de um líder que nos conduza, que nos diga com voz clara e gesto firme; é por aqui!
Temos de trabalhar, temos de nos organizar e passar a chamar as coisas pelos nomes. Temos de abandonar a demagogia dos termos, o snobismo, a mania das grandezas e saber arregaçar as mangas, valorizar o que é nosso, e saber reconhecer, aproveitar e valorizar, as competências de cada um, sem ciúmes, sem jogos baixos destructivos. Temos de erguer a cabeça, aglutinar e agir.
O estado tem de assumir claramente as suas competências e fazer respeitar a lei. A justiça é um pilar fundamental em qualquer sociedade, sobretudo se essa sociedade se encontra a atravessar uma fase depressiva, como está a nossa, neste momento. É a aplicação da justiça, sem diferenças, em tempo útil, que faz com que os cidadãos sintam estabilidade e segurança. A justiça, é algo que todos reclamamos, tanto a nível de julgamento, como a nível de salários, como a nível de preços de produtos, de taxas de imposto e até no tratamento, no relacionamento, etc.
Precisamos urgentíssimamente, cara Drª Suzana de perceber, de reconhecer que a situação dificílima em que Portugal se encontra só será debelada, e só será recuperada, se todos sem excepção tomarmos consciência absoluta da real situação e nos mobilizarmos, de forma organizada e, cada um no seu campo de acção, na sua especialização, reagir e fizer. É fundamental que façamos, se nos mantivermos parados, iremos socumbir... e o povo português não é feito de caca de passarinho, a prova-lo está espalhada pelo mundo a obra que temos feita e estão os nossos compatriotas emigrados e cooperantes. Detesto a frase "sigamos-lhe o exemplo", mas pelo menos, olhemos-lhe para o exemplo!
Ao que chegámos, diz bem. Chegámos sobretudo ao ponto de para uma suposta salvação do País, não há outra solução se não penalizar cada vez mais quem trabalha. Eis o melhor estímulo à produtividade, à poupança e ao investimento - uma carga fiscal global sobre quem gera rendimento com o seu esforço que vai muito além dos 50%!
ResponderEliminarEspero que todos se lembrem das palavras sábias do PR: há limites para os sacrifícios.
Concordo.
ResponderEliminarHá palavras que, por puro pudor e decoro, deviam ser abolidas em certas conjugações. É dissonante ouvir a palavra "justiça" associada a estas medidas, porventura e agora, inevitáveis.
O léxico político devia restringir-se ao essencial, ao verdadeiro e ao confiável.
Acho que, como nunca, é essencial que quem governa saiba conjugar um discurso que nos dignifique e não nos faça passar por menos do que somos: afinal "donos" do activo que de boa fé (demasiada?) entregamos para ser gerido.
Terrível incentivo para que muitos emigrem, com as consequências que se adivinham para o pais...
ResponderEliminarCaro bartolomeu, nas suas palavras tão sentidas transparece já essa reacção a que apela, no que dependa de nós temos que fazer mais e melhor, em vez de desanimar e diminuir a nossa capacidade de realizar. Pode ser que passado este tempo em que nos custou a acreditar no que estava de facto a acontecer venha finalmente essa combitividade e esse ânimo, com tudo o resto que refere e que poderia gerar a confiança que também falta.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida, mais de 50%, só em impostos directos, faltam os IMI's e a miríade de fontes de cobrança que todos os dias nascem na imaginação de cada cobrador possível. Poupança? Lembra a anedota da mosca, que não conseguiu voar depois do cientista lhe ter tirado as patas todas, a conclusão científica foi que o animal não voava porque estava...surdo!
Cara ARB, é sempre difícil largar muletas a que nos habituámos para amparar os passos hesitantes.
Caro MM, incentivo não, intimação.
A economia paralela vai subir e bem.
ResponderEliminarQuando o Governo tenta vergar o Mercado com impostos, é o Mercado que verga o Governo a seguir...
Em Portugal, a carga fiscal tem subido até ao insuportável e em todas as legislaturas. E mais uma vez, a receita foi a mesma e até mais indecente: imposto especial.
ResponderEliminarPara além da medida tonta da ministra de agricultura e de abrir as janelas e dos homens sem gravata (as vendas de desodorizante vão disparar) ainda não percebemos o que vai ser cortado na despesa do Estado. Corte no que é 'baloufo' a sério e não, no que é essencial como acesso à saúde.
Quando um contribuinte tem de poupar para pagar impostos, algo está profundamente errado.
Confesso, que tenho muita dificuldade em perceber medidas que dêem mais 'murros no estômago' dos portugueses para além do estritamente necessário. Até porque, este verdadeiro 'roubo' aos poucos que ainda comentem esse enorme 'perjúrio' que é trabalhar e ganhar acima do ordenado mínimo nacional não aclamou os 'santissimos mercados' e terá consequências durissimas para a economia 'real' e o desemprego. Pergunto-me no próximo ano, quando a economia tiver contraído como se prevê, houver menor recolha de impostos (porque a fuga vai disparar)e menos trabalhadores a contribuírem para os cofres do Estado, que medidas 'justas' e 'extraordinárias' irão ser tomadas? - Alguém adivinha? - Eu não sou economista, nem tenho pergaminhos de 'mente brilhante das finanças', mas aposto que sei qual vai ser a 'nova medida brilhante?
Numa análise imediatista, temos que só 35% dos Portugueses serão abrangidos a contrubuir para os restantes 65 %.
ResponderEliminarSe isto não é a refundação da Misericórdia, então não sei o que teria passado pela menta da rainha D. Leonor quando a fundou.....
Conclusão,alguns contribuirão para mais um peditório, sem direito a que, pelo menos, ande "à roda" como na SCML