1.Um grupo de personalidades europeias, que parece terem em comum uma fé inabalável no desenvolvimento económico sustentado em despesa pública – no qual se inclui o ex-Presidente J. Sampaio – terá avançado este fim-de-semana com uma “nova” proposta que consiste na adopção de um “New Deal” para a Europa...
2.“Cansados” de ouvir falar em austeridade – não sei se para além dos casos da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha – resolveram indignar-se com o status quo e recuar 80 anos na história para relembrar a iniciativa do Presidente Roosevelt lançada já na fase de recuperação da grande depressão, propondo a adopção pela Europa de um programa de investimentos públicos para combater a poupança e “fomentar” a riqueza.
3.Não deixa de ser curiosa esta ideia, quando se sabe que a Alemanha se prepara para crescer cerca de 4% no corrente ano, repetindo o andamento já registado em 2010, com a taxa de desemprego ao nível mais baixo dos últimos 20 anos, sendo igualmente bastante positivo o crescimento das economias que não estão a braços com graves problemas de desequilíbrio orçamental e/ou desequilíbrio externo , como é o caso da França, da Holanda, da Finlândia, da Áustria, da Bélgica, da República Checa, da Polónia, da Suécia, da Eslováquia, etc, etc.
4.Como nota quase obrigatória, esse programa de investimentos públicos integrados no “New Deal”, deveria ser financiado pelos famosos “Euro Bonds” - uma espécie de “dívida comum europeia”, que estes paladinos de um "desenvolvimento económico =défice público" têm propugnado como a grande solução para os problemas do excesso de endividamento público de alguns países do Euro.
5.Nestas condições, o lançamento hipotético de um “New Deal”, para além de parecer perfeitamente dispensável ou até contraproducente em relação a um vasto número de países que representam o “core” da economia europeia, teria como efeito mais provável alimentar a inflação, forçar a subida das taxas de juro e tornar a vida ainda mais difícil para os países que estão a braços com problemas orçamentais graves.
6.Confesso não compreender muito bem como é que num contexto de elevado endividamento de países, decorrente de uma fase prolongada de excessivo gastos públicos - que precisa de ser corrigido através de uma cura de emagrecimento do Estado, sob pena de as economias em questão nunca mais se reequilibrarem - a solução preconizada pode ser mais gasto público e mais endividamento (deste último, ainda que “em comunidade” segundo os proponentes, sempre nos tocaria algum)...
7.Manifestamente trata-se de uma proposta que não me parece ter “pés para andar”...e provavelmente os seus proponentes até serão capazes de entender isso...
8.Mas fica bem, de vez em quando, desenterrar umas ideias emblemáticas – sobretudo quando encapsuladas em expressões tão atraentes como “New Deal” – para baralhar o debate e sobretudo não deixar morrer a ideia salvífica de que despesa pública, mais despesa pública, é sempre a chave para o desenvolvimento...
9. Se lhe tivessem chamado “Plano de Fomento”, que seria precisamente a mesma coisa, corriam o risco de serem apontados como ultrapassados...”New Deal” é mesmo uma beleza!
É, afinal, um very "Old Deal".
ResponderEliminarA propósito, aconselho a leitura de The New Deal in Old Rome".
Tem a certeza de ter ouvido bem, caro Dr. Tavares Moreira? Não terá o ex-PR J Sampaio dito que Portugal precisava adoptar um "New Dealer"?!
ResponderEliminarO facto de o anterior não ter resultado, não quer dizer que outro não salve a economia... negociando melhor os títulos em bolsa, ou assim...
Bom, isso agora também pouco interessa. O importante é que surjam propostas novas e arrojadas para ver sagente alevanta de novo o explendor dee Portugal...
Eu, também tenho uma solução para apresentar...
Chamo-lhe a solução do balde e consiste no seguinte: O governo promove um concurso subordinado ao título "Se tens mais de 5 anos, mesmo que ainda não saibas ler e escrever, apresenta a tua proposta para salvar a economia portuguesa". Entretanto, o governo elege um juri, constituído por um músico de RAP, uma caixa de supermercado, uma escort e um arrumador de carros. Conforme as propostas forem chegando por correio ou SMS, são todas colocadas dentro de um balde do lixo, é tudo muito bem baralhado, para todos perceberem que não ali truques nem favorecimentos e depois o Raper mete a mão no balde e retira uma proposta, de forma perfeitamente aleatória, passa-a à caixa, que a desdobra e passa à escort que a lerá com voz sensual.
E pronto, está assim achada a forma vencedora que tirará o país da penúria!
Como?
O arrumador?
Então... tal como o nome indica... fica para arrumar tudo!
Caro AF,
ResponderEliminarVery Old New Deal indeed!
Caro Bartolomeu,
É bem capaz de ter razão...um New Dealer e não New Deal é capaz de ser aquilo de que precisamos...
Um Dealer que tenha capacidade de reduzir a dívida com talento, que convença os nossos credores a aceitar oradores proféticos em pagamento da nossa dívida...
Saldavamos as contas num ápice!
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarÀ esquerda europeia e um certo tipo de capitalismo coloca-se-lhes um problema importante:
para a esquerda não poderá, no médio prazo distribuir a riqueza acumulada ou ganha no passado, nem a que virá;
uma certa direita não pode desenvolver-se recorrendo a crédito sem curar quem e quando se irá pagar.
Sem nada para oferecer de material resta-lhe a ideologia e as ideias, algo que ninguêm come.
O New Deal é o equivalente moderno ao Conselho Mundial para a Paz, vale quase tanto como uma missa.
São tempos duros e, o irónico é que sucede quando voltou em força um senhor com mais de 6.000 anos e que muitos quizeram "matar": o mercado
Cumprimentos
joão
Exactamente, caro João Jardine, o mercado renasce das cinzas, como a Fenix, e vinga-se dos que o quiseram desvalorizar!
ResponderEliminarE, curiosamente, quanto mais o desvalorizam mais ele prospera e até faz estragos!
Caríssimo TM a nossa solução passa por uma união politica ..ahahahahahahahaha kakakakakakakakakakakakakkakakakaka
ResponderEliminarEssa seria a forma de poder fazer divida comum não era ? O sonho dos doidos!
Poije.... vou ter de alinhar com o "caboclinho" nesta: ahahahahahahahaha
ResponderEliminarCaros Caboclo e Anthrax,
ResponderEliminarRiam-se à vontade, que rir não faz mal e até descomprime...
E convenhamos que em relação a esta ideia do Very Old New Deal aplicada a uma Europa a duas velocidades - sendo que esse V.O. New Deal seria perfeitamente dispensável e até disparate numa das velocidades e manifestamente prejudicial na outra - será sempre melhor acolhe-la com um sorriso, largo de preferência, do que com choro e ranger de dentes!