Tarda que seja alterada a política de manuais escolares. É muito bem-vinda a implementação de um sistema de empréstimo de manuais escolares, acabando com a imposição da sua aquisição. Num país com tantas carências, é evidente a necessidade de racionalização e reutilização de recursos. É uma medida que permite às famílias pouparem nas despesas com a escola dos seus filhos e ao Estado poupar em despesas com a acção social escolar, sem perda de qualidade na aprendizagem dos alunos.
A implementação de um sistema de empréstimo de manuais escolares é também uma via para cultivar os valores da responsabilidade individual e da consciência social, ajuda a dar valor aos materiais escolares e promove o espírito de entreajuda. Não é coisa pouca, quando é necessário combater o facilitismo e o individualismo...
A implementação de um sistema de empréstimo de manuais escolares é também uma via para cultivar os valores da responsabilidade individual e da consciência social, ajuda a dar valor aos materiais escolares e promove o espírito de entreajuda. Não é coisa pouca, quando é necessário combater o facilitismo e o individualismo...
Cara Margarida:
ResponderEliminarAs ideias românticas convêm que não sejam nunca implementadas.
Como são românticas, fica sempre bem irem sendo anunciadas a espaços.
A populaça tem memória fraca, esquece-se de que já não são novas.
Se fizer um exercício de memória, o empréstimo de manuais foi decidido no governo de Durão Barroso (penso que fez parte dele).
Volta agora a ser decidido como novidade, finalmente a ser executada, até à próxima, em que será de novo decidido, como novidade.
Caso semelhante se está a passar com a colocação de professores, uma barracada naqueles tempos, nova barracada agora.
Muito romântico também.
E... não deveria estar já em execução, uma política de preliminares, cara Drª. Margarida?
ResponderEliminarUm programa onde pais e alunos, aprendessem a usar um bem comum e a valoriza-lo como sendo um instrumento de trabalho, precioso para a sua aprendizagem; e a perceber que a anterior situação de invadir os hipermercados na ânsia desmedida de adquirir novo material escolar, não é de modo nenhum um sinal exterior de riquesa, nem tão pouco a garantia de que os infantes irão aprender as matérias sem o esforço e a dedicação que o estudo exige?
No entanto é uma medida que me parece de muito bom senso. Nunca percebi porque carga de água se exigia em cada ano, a compra de novos livros para o ensino da mesma disciplina, no mesmo grau.
Caro António Pedro Pereira
ResponderEliminarA medida não é nova, está consagrada numa lei aprovada há cinco anos, em 2006. Acontece que os governos PS nunca a regulamentaram. Este sistema está implementado em vários países europeus. Implica um investimento inicial significativo. Os dinheiros públicos em lugar de terem sido canalizados para investimento reprodutivo foram gastos em obras "românticas" que conduziram à falência do país.
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarLembro-me que no meu tempo de estudante do liceu, os meus pais tinham a preocupação de os meus irmãos herdarem os livros da irmã mais velha. Havia da minha parte e dos meus irmãos a preocupação de preservar e poupar os livros porque a sua utilidade atravessava pelo menos três anos lectivos. Esta preocupação de pais e filhos em relação à reutilização dos livros era incentivada pela comunidade escolar e partilhada de um modo geral por todos. Não deixámos de ter bom aproveitamento por não ter material escolar novinho em folha todos os anos.
Hoje não é assim que as coisas se passam. Não há aparentemente incentivos para o fazer, o que não deixa de ser estranho já que o principal incentivo seria justamente a poupança de despesas, permitindo uma melhoria da gestão do rendimento familiar.
Como não somos um país de abundantes recursos, damo-nos ao luxo de gastar como se fossemos ricos…
É bem verdade, cara Drª. Margarida.
ResponderEliminarMesmo que os recursos financeiros das famílias fossem mais favoráveis, seria pretinente gerir a utilização dos manuais escolares de uma forma mais útil.
Quando estudei, no secundário, utilizei livros de História, de Inglês, de Matemática, Fisico-Química, que tinham sido utilizados por filhos de amigos. E esse "aproveitamento" não se deveu a falta de capacidade financeira dos meus pais, para adquirir livros em "primeira mão" para o filho, mas sim a uma consciência de utilidade. Do mesmo modo que umas calças rasgadas nos joelhos, se transformavam nuns calções e a carne ou o peixe que sobravam do almoço, se transformavam, adicionados a uns ovos, no saboroso pastelão do jantar.
A nossa sociedade sofreu grandes alterações nas últimas décadas, muitas, geraram a confusão entre melhoria da qualidade de vida e perca da consciência do verdadeiro valor das coisas, da sua utilidade e por conseguinte de tudo o que lhes está relacionado.
Mmmm... eu não tenho bem a certeza por onde é que andam a passear, mas em relação à reutilização dos manuais escolares isso já se faz.
ResponderEliminarTalvez não de uma maneira generalizada, mas existem "N" sites que promovem a troca de manuais escolares. Inclusivamente, creio que é a Junta de Freguesia de Belém, tem um programa de troca de manuais escolares. Por vezes não é possível adquirir todos os que são necessários, mas ainda é possível trocar bastantes e sempre é melhor do que ter de comprar a maioria.
Eu que tenho dois filhos pequenos a quem não me importaria nada de andar a passar manuais de um para o outro, deixem-me dar-lhes a minha perspectiva meramente "paterna".
ResponderEliminarEu tenho os manuais escolares todos do meu filho mais velho que agora está no 8º ano. A questão da estima nunca foi um problema. A reutilização que foi feita pelo mais novo até agora foi nula. E foi porque os manuais hoje são feitos para serem usados de forma mais física (o que não é necessariamente mau ou bom). Os manuais que tive na 4ª classe era uma coisa de capa dura que ainda hoje se vê por aí, os livros dos meus filhos são uma coisa mole feita para mexer, escrever, riscar e deitar fora porque o próximo deve também riscar, escrever, etc.
Cara Anthrax
ResponderEliminarHá algumas câmaras municipais e juntas de freguesia que têm "bancos" de manuais escolares para ajudar as famílias com menores recursos. São iniciativas meritórias, mas não se enquadram numa orientação política de implementação de um sistema de empréstimo de manuais escolares acessível a toda a todos os alunos, independentemente da sua condição económica.
Caro Tonibler
Admito que nem todos os manuais escolares sejam reutilizáveis e que tenha que haver uma revisão para estabelecer o que pode ser descartável e o que deve ser reutilizável.