1.A discussão da proposta de 0E para 2012 parece ter entrado agora numa nova fase, que alguns “media” resolveram apelidar de “guerra de almofadas”, com alguns ilustres políticos e analistas sustentando a existência de "almofadas" no horizonte orçamental e outros, mais prudentes, avisando que tais almofadas podem não passar de uma miragem...
2.A ideia das "almofadas" horizontais foi lançada pelo PS, compreendendo-se como operação política com objectivos relativamente simples: ao mesmo tempo que mostra colaboração e responsabilidade, disponibilizando-se “ab initio” e incondicionalmente (parece, pelo menos) para se abster nas votações da proposta orçamental, colocam na mesa uma proposta de alteração muito arriscada mas tb muito simpática, que consiste em prescindir da suspensão de um dos dois subsídios (férias+Natal) que o Governo pretende congelar.
3.Não é difícil imaginar o que poderia acontecer caso esta proposta aparentemente simples fosse acolhida: o PS colheria os louros, junto da imensa legião dos beneficiários da medida, aparecendo de novo (renovado) como amigo dos funcionários públicos...
4....e o Governo ficava com um enorme risco entre mãos, sujeitando-se, lá para meados de 2012, a ter de apresentar um OE-R repondo a suspensão do subsídio, no meio de um imenso clamor de protestos e em fase de adiantado desgaste político decorrente da aplicação das restantes medidas de austeridade...
5.E então a "almofada" orçamental em 2012, ela existe ou não?
6.A "almofada orçamental" em causa deverá ser muito semelhante às almofadas que existiam nos horizontes de 2009, 2010 e 2011...no início almofadas confortáveis, que por alturas de Abril já mostravam um elevado grau de esvaziamento, à entrada do Verão se apresentavam totalmente vazias e que no Outono adiantado revelavam um imenso buraco!
7.É um exercício absolutamente prematuro, direi mesmo quase delirante, para quem está habituado a acompanhar o ciclo orçamental, num cenário económico e financeiro de tão grande incerteza como aquele que agora se coloca para 2012 (a Comissão Europeia acaba de apresentar uma perspectiva de contracção da economia portuguesa de -3%, mais acentuada do que as anteriores), avançar a hipótese de uma "almofada" orçamental e sobre essa quimera tomar decisões de altíssimo risco...
8.Que o PS o proponha compreende-se: (i) em função de um jogo político em que não lhe cabe qq dose de responsabilidade, em que todo o RISCO é assumido pela outra parte, ou seja pelo Governo, e também (ii) por um passado muito recente de altíssima irresponsabilidade financeira que atirou o País para a beira de um abismo em que estes jogos se mostram de risco quase fatal!
9.Mas que “opinion makers” ilustrados ou, ainda pior, pessoas que têm responsabilidade de decisão entrem nesse jogo é que já se afigura muito estranho...parece que não se deram ainda conta que estamos mesmo no limite do abismo e que qualquer passo em falso será já parte da queda no precipício...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarAinda que existisse de facto uma "almofada orçamental" (conceito que imagino que signifique que existe uma diferença que entre aquilo que prometemos à troika e aquilo que pensamos gastar) eu tinha apenas uma pequena objecção às propostas que têm vindo a público....
MAS O QUE NOS FAZ FALTA É QUE OS FP'S TENHAM SUBSÍDIOS???? É isso que impede o país de progredir, é que os funcionários públicos não têm subsídio de férias???
Eu, francamente, já não consigo perceber se as propostas são no intuito de fazer de mim burro ou se sou eu que de facto sou mesmo. Devo ser...com o à vontade com que se fazem estas propostas, o mal só pode estar em mim.
Caro Dr. Tavares Moreira; este seu post, teve a "faculdade" de me fazer tomar consciência de que já estou velho.
ResponderEliminarIsto porque, ele levou-me a recordar a guerra de almofadas que sucedia todas épocas no final da taça que era disputada no Estádio do Jamor, com (ainda, txxxxiii) a presença do Chefe de Estado, Almirante Américo Tomáz.
Ainda me recordo bem, que se alugavam umas almofadas à entrada do estádio, que eram como que uns mini-colchões, portanto, eramfeitas num pano às riscas e cheias com palha.
;))))))))
No final, os adeptos de cada um dos clubes que disputavam a taça, usava a sua almofada "à laia" de projéctil, tentando atingir com ela, o adepto do clube rival.
Fora do estádio, encontrava-se a GNR a cavalo para fazer parte dos final dos "festejos".
Era uma alegria!
;))
Caro Tonibler,
ResponderEliminarHá que ter calma e combater em todas as frentes as manifestações de irresponsabilidade que por aí vão aparecendo...dia sim dia sim!
Pela minha parte e como já terá percebido, faço o que posso e certamente muito mais do que devo...
Caro Bartolomeu,
Velhos e cansados de tanto disparate estamos todos nós...
E cansados, sobretudo, de testemunhar este sistemático regresso à asneira de que os nossos políticos continuam a mostrar-se tão devotos!
Ousando avançar um neologismo talvez inculto, eu falaria de um ASNOTROPISMO de cura ainda desconhecida ou mesmo incurável!
"O antigo Presidente da República considera que é preciso "convencer" Passos Coelho de que há alternativas à austeridade." Mário Soares
ResponderEliminarCalma é aquilo que não me falta, caro Tavares Moreira. O facto de a frase de cima ter sido dita por um antigo presidente da república só por si determina a inevitabilidade de uma crise. Anda a gastar-se tanto dinheiro em sondagens sobre literacia quando uma amostra mais pequena e cuidada mostra logo que isto é um povo de asnos.
Caro Tonibler,
ResponderEliminarNeste particular episódio estamos de acordo, trata-se maisuma intervenção profundamente infeliz do antigo PR, pessoa muito simpática a quem até devo atenções mas que ultimamente, para nosso mal, "não acerta uma"!
E o Dr. MS nem vê que aquilo que se andou a fazer nos últimos anos, em particular governos do seu agrado, foi exactamente colocar o dinheiro à frente das pessoas que obviamente não resistiram, foram no engodo da ilusão monetária (Euro= prosperidade para sempre) e agora andam por aí a entrar em insolvêncoa aos milhares por mês!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarEu não tiro nenhuma das qualidades que o MS certamente terá e que, como diz o meu pai, "há-de ser pai de alguém". Nem sequer o condeno por estas afirmações. Ele lá terá as razões dele e que, a acreditar naquilo que são as notícias sobre a sua declaração de IRS, são muito boas razões e bem sucedidas. Tomara eu.
Agora, são um bom indicador da inteligência colectiva do agregado humano que o elegeu. E para isso, não vale a pena perder a calma porque a solução não está para breve.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarConcordo inteiramente consigo. nfelizmente temos que continuar a ouvir estes disparates.