terça-feira, 1 de novembro de 2011

Nicarágua...

Estamos sempre a aprender e a ver tragédias pelo mundo fora, algumas são incompreensíveis e até anti-humanas, agravadas por terem cobertura legal. Dar cobertura legal a crimes contra os direitos e interesses superiores de um ser humano é uma manifestação diabólica.
Na Nicarágua, uma menina de doze anos foi violada e engravidou. Presentemente está grávida de 36 semanas e mal, segundo dizem, num processo avançado de sepsis. A lei (?) naquele país proíbe o abortamento terapêutico. Como é fácil de compreender as leis em certos países não são a expressão da vontade das populações nem de princípios respeitadores da dignidade humana, mas sim a imposição de vontades e interesses religiosos.
Não posso deixar de manifestar o meu desagrado e repulsa por todos os que contribuíram por atentarem contra a dignidade de uma criança.

8 comentários:

  1. Gostava de comentar esta peça de arqueologia civilizacional mas certamente me dirão que a religião não tem nada a ver com isso.

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  2. Exactamente o que eu ia dizer, caro Toni. A religião é dos "homens bons" e do "deus verdadeiro", estas coisas do mundo real não contam para isso.
    Quem se quiser informar encontra informação muito facilmente: http://en.wikipedia.org/wiki/Abortion_in_Nicaragua.
    O postador indigna-se com o caso de uma rapariga de 12 anos. No link enviado há a descrição de um caso com uma rapariga de 9 anos, interessantes são as reacções dos máximos religiosos do país.

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  3. Mais uma achega: http://www.lifenews.com/2007/09/25/int-446/
    Pode-se ler lado a lado com o texto do papa actual postado há uns dias atrás.
    Que deus valha às jovens nicaraguenses, já que o seu estado a sua igreja nao as vai ajudar...

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  4. João Pais

    Obrigado pelas informações. Relativamente à última, a do papa congratulando-se com a lei da Nicarágua, só posso questionar o seguinte: mas será mesmo sábio? Se o é não parece, pelo menos aos meus olhos, ou, então, o defeito é meu, não sirvo para ouvir certas mensagens, devo ser destituído de razão. Deus continua silencioso e muitos aproveitam o seu silêncio...

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  5. A questão pode ser outra: alguma vez foi um papa sábio, apenas por ser papa? Ou alguma igreja? Se não, não vejo porque agora há-de ser diferente. Todos os cargos políticos são obra de homens, não de seres divinos e imaginários. Entre um papa, um presidente ou um CEO não há grande diferença, não é o título que faz a pessoa.

    Esticando o assunto: o que acontece na Nicarágua (e uma mão cheia de países) é o que aconteceria em todo o mundo, se os estados não fossem oficialmente (mais ou menos) laicos, e a influência desta ou outras igrejas não fosse controlada. O que pode ser qualificado por alguns como "arqueologia civilizacional" (para ser simpático), é para eles a direcção a seguir.

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  6. Que eu saiba, há muito tempo que deus não diz grande coisa... Sempre que um deus fala, seguem-se mais guerras, ou atitudes destas.

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  7. Não sei, caro João Pais, a religião pode ter muitas coisas erradas mas o que seria se os homens se orientassem apenas pelas leis dos homens que, a cada momento, governam os países e o mundo? Há sempre uma religião qualquer, mesmo que não tenha esse nome ou esse reconhecimento, e essas são as mais temíveis. Por isso, o melhor é escolhermos a que melhor responde aos nossos valores e proncípios de vida, mesmo que nem todas as suas leis mereçam o nosso acordo ou a nossa compreensão.E podem melhorar, se as discutirmos.

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  8. Olá Suzana,

    a velha pergunta "como é possível que os ateístas tenham valores, se não têm um código escrito em algum lado"?
    Eu não sou um "militante", mas essa pergunta pode ser melhor respondida aqui http://www.youtube.com/watch?v=y4w_8Z8SE_4.
    Também acho que não preciso de x mandamentos para saber que algo que faço pode ser prejudicial para alguém ou um colectivo, e que não o deveria fazer. E o que não falta por aí são cristãos (ou membros de outros grupos) que fazem muito mais mal que muitos ateístas (desrespeitando ambas leis dos homens e dos não-homens).

    Eu diria que desde que os homens começaram a discutir mais, e a ligar menos às palavras fixas das igrejas, o mundo começou a ficar mais justo. E, tanto quanto eu sei, isso aconteceu sempre contra a opinião da igreja, não a favor. É só escolher um tema e ver a história à volta dele.

    Escolher literatura interessante tem que ser, independentemente de onde vem. Mas não criticar o que é errado dentro da corporação para proteger o todo é companheirismo.

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