Os parceiros sociais e o governo conseguiram subscrever um Acordo de Concertação Social. Com a excepção da Intersindical, mas isso é já procedimento rotineiro.
Pensar-se-ia que seria dada a devida ênfase ao facto de se ter chegado a um acordo, tão necessário ao país. Mas não. O que a comunicação social logo farejou foi quem o pudesse contrariar, denegrindo o esforço feito. Logo na manhã seguinte, e não perdendo tempo, a RDP não viu melhor para exercer o seu serviço público, do que desencantar quem, nos Sindicatos filiados na UGT, se opusesse ao documento assinado. Vozes acaloradas que, ultrapassando os seus filiados, falavam em nome de todos os trabalhadores e apelavam a um poderoso levantamento contestatário.
Depois, vieram as entrevistas cirúrgicas. Uma delas, com Torres Couto, há tempos imemoriais afastado das lides sindicais, e que fez prova de vida ao prever que a assinatura iria provocar o desaparecimento da UGT.
Pelo meio, e ocupando qualquer espaço livre, sindicalistas da Inter, deputados do PCP e do Bloco, independentes e o inefável Mário Soares vão aparecendo à exaustão, abafando os subscritores do Acordo, no fundo quem procura criar condições para o desenvolvimento, promover o emprego e criar riqueza.
A maioria não conta. Quem vai dando as cartas são as minorias, que criam o ambiente para contestar, uma a uma, todas as reformas necessárias. No fim, e sem precisar de eleições, mas com o suporte permanente e atento da comunicação social, são elas que marcam o caminho. A democracia do país está invertida.
Pensar-se-ia que seria dada a devida ênfase ao facto de se ter chegado a um acordo, tão necessário ao país. Mas não. O que a comunicação social logo farejou foi quem o pudesse contrariar, denegrindo o esforço feito. Logo na manhã seguinte, e não perdendo tempo, a RDP não viu melhor para exercer o seu serviço público, do que desencantar quem, nos Sindicatos filiados na UGT, se opusesse ao documento assinado. Vozes acaloradas que, ultrapassando os seus filiados, falavam em nome de todos os trabalhadores e apelavam a um poderoso levantamento contestatário.
Depois, vieram as entrevistas cirúrgicas. Uma delas, com Torres Couto, há tempos imemoriais afastado das lides sindicais, e que fez prova de vida ao prever que a assinatura iria provocar o desaparecimento da UGT.
Pelo meio, e ocupando qualquer espaço livre, sindicalistas da Inter, deputados do PCP e do Bloco, independentes e o inefável Mário Soares vão aparecendo à exaustão, abafando os subscritores do Acordo, no fundo quem procura criar condições para o desenvolvimento, promover o emprego e criar riqueza.
A maioria não conta. Quem vai dando as cartas são as minorias, que criam o ambiente para contestar, uma a uma, todas as reformas necessárias. No fim, e sem precisar de eleições, mas com o suporte permanente e atento da comunicação social, são elas que marcam o caminho. A democracia do país está invertida.
Caro Pinho Cardão, tenho de há muitos anos uma tese quanto à democracia e a sua aplicabilidade a Portugal e à sociedade Portuguesa. O que tenho vindo a ver e de que este seu post é apenas mais um exemplo, consolida-ma cada vez mais.
ResponderEliminarO acordo inclui medidas erradas em que concentra o mesmo trabalho (não vai trazer mais trabalho) em menos pessoas. Estas terão que suportar - socialmente - e mais dificilmente as outras todas. E cada vez mais (desempregados).
ResponderEliminarO caminho certo seria o inverso: melhor divisão do trabalho existente, por mais gente (claro que cada um teria menos trabalho e correspondente corte salarial).
http://notaslivres.blogspot.com/2012/01/concertacao-social.html
Álvaro vai na direcção errada...
http://notaslivres.blogspot.com/2012/01/voltou-troika-para-ajuizar-o-governo.html
Este acordo não serve para nada, como é óbvio. Nem este, nem todos os outros que o precederam porque resto do país não segue as leis que eles fazem há muito tempo.
ResponderEliminarAgora, se isso fosse admitido o que é que esta gente toda está lá a fazer? Se uma central sindical monta um protesto em que aderem 20 mil reformados porque carga de água se senta a uma mesa? Se uma associação empresarial representa apenas um monte de falidos e de dívidas está a fazer o quê a essa mesa? Claro que o circo tem que ser montado, o Mário Soares tem que fazer que é importante, o Carvalho da Silva tem que fazer de conta que trabalha, o sujeito da UGT tem que passear o casaco de cabedal, o sujeito da CIP tem que fingir que a loja dele ainda existe, etc...
Vai ter alguma consequência real o acordo? Claro que não, porque ninguém liga nenhuma àquilo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarComo eu entendo o grito dos empresários. Infelizmente a minha actividade empresarial terminou quando não fui capaz de resistir e vencer a resistência dos verdadeiros senhores de Portugal (sou por isso um empresário e gestor falhado? Talvez, mas mantive intacta a minha coluna vertebral!) a corrupção (que abjecto e vomito!) e a falta efectiva de concorrência em Portugal pela senhoriagem que todas as PME's são sujeitas - pelos grandes monopólios como EDP, Gás e GALP.
ResponderEliminarMas como eu entendo, também, o grito de muitos verdadeiros trabalhadores, que são vítimas de um país desequilibrado, inconcorrencial, desprovido de racionalidade e ética, inseguro e miseravelmente pago (e não falo dos sectores (mal!) protegidos).
Agora, sem uma efectiva concertação, num país onde centrais patronais e sindicais são apenas um formalismo sem correspondência no mundo real, sem alguma segurança (pelo menos no despedimento, que traga paz de espírito e motivação - o chicote só trás resistência passiva, alheamento, falta de lealdade e amor à camisola), já que as empresas tem de ser capazes de flexibilidade e resposta às mudanças rápidas do ambiente e sem uma percepção de distribuição equitativa da função social actual das empresas (ser empresário não é um saco roto de novo riquismo, mas uma condição de grande responsabilidade social - um direito mas também um dever que a sociedade lhes confere!).
Tudo seria simples, assim, se à necessidade de empresas que criem circuito económico se sobrepusesse um ambiente equilibrado de trabalho, uma verdadeira relação de trabalho construída no valor do equilíbrio de valores (o trabalhador, trabalha para criar riqueza com denodo e lealdade, perante um entidade que não vê a sua empresa como uma galinha dos ovos de ouro, mas um projecto a prazo de criação de valor para a sociedade). Mas isto seria numa sociedade mais educada formal mas acima de tudo informalmente, em casa, e não nos "armazéns a que se chama escolas".