Vou contar tal e qual me contaram, garantiram-me que o episódio é um caso real e actual, insisti e confirmaram. Aqui fica, pois.
Uma pessoa que vive algures no centro do País andava com umas indisposições insistentes e decidiu consultar um médico, que o aconselhou a fazer uma colonoscopia para despistar uma suspeita. O exame foi feito com urgência numa clínica privada, sem comparticipação, e demonstrou haver um polipo já com algum grau de desenvolvimento, a aconselhar uma cirurgia sem demoras. Foi então ao hospital da zona, viram o exame, confirmaram o diagnóstico e a necessidade de intervenção, podiam marcar a operação para os próximos dias mas era preciso que a pessoa fosse primeiro ao respectivo centro de saúde, onde o encaminhariam então para o hospital. Assim fez, obteve a consulta em poucos dias, viram o exame, confirmaram o diagnóstico mas havia um problema, o exame médico tinha sido feito numa clínica privada e não servia para fundamentar o envio para o hospital. Era preciso fazer outro igual, desta vez através do centro de saúde, mas infelizmente só havia vaga para daí a quatro meses, sim, era urgente, claro, era igual, claro, não havia razões para duvidar, mas é a regra e acabou-se. A pessoa viu-se assim devolvida à estaca zero, com o exame na mão, a preocupação acrescida e uma longa e arriscada demora à sua frente. Aparentemente, esta é a regra, a saúde pública faz muita questão de pagar os exames ela própria, de fazer o doente sofrer novo exame, por muito invasivo que seja, e de aumentar a lista de espera, tudo a saldar-se em prejuízo, sofrimento e perda de tempo, incluindo dias de trabalho, para não falar no provável agravamento da doença. Será possível que a saúde tenha mundos incomunicáveis, em prejuízo de todos, ou será mais um erro de zelo interpretativo, desperto para a regra e cego para os resultados?
Uma pessoa que vive algures no centro do País andava com umas indisposições insistentes e decidiu consultar um médico, que o aconselhou a fazer uma colonoscopia para despistar uma suspeita. O exame foi feito com urgência numa clínica privada, sem comparticipação, e demonstrou haver um polipo já com algum grau de desenvolvimento, a aconselhar uma cirurgia sem demoras. Foi então ao hospital da zona, viram o exame, confirmaram o diagnóstico e a necessidade de intervenção, podiam marcar a operação para os próximos dias mas era preciso que a pessoa fosse primeiro ao respectivo centro de saúde, onde o encaminhariam então para o hospital. Assim fez, obteve a consulta em poucos dias, viram o exame, confirmaram o diagnóstico mas havia um problema, o exame médico tinha sido feito numa clínica privada e não servia para fundamentar o envio para o hospital. Era preciso fazer outro igual, desta vez através do centro de saúde, mas infelizmente só havia vaga para daí a quatro meses, sim, era urgente, claro, era igual, claro, não havia razões para duvidar, mas é a regra e acabou-se. A pessoa viu-se assim devolvida à estaca zero, com o exame na mão, a preocupação acrescida e uma longa e arriscada demora à sua frente. Aparentemente, esta é a regra, a saúde pública faz muita questão de pagar os exames ela própria, de fazer o doente sofrer novo exame, por muito invasivo que seja, e de aumentar a lista de espera, tudo a saldar-se em prejuízo, sofrimento e perda de tempo, incluindo dias de trabalho, para não falar no provável agravamento da doença. Será possível que a saúde tenha mundos incomunicáveis, em prejuízo de todos, ou será mais um erro de zelo interpretativo, desperto para a regra e cego para os resultados?
Cara Suzana:
ResponderEliminarNão, não é que "a saúde tenha mundos incomunicáveis, em prejuízo de todos". O que é é que o serviço público de saúde tem mundos incomunicáveis. E como os tem, certamente que considera que é abuso intolerável recorrer a serviços de saúde privados. Como tal, e para bem zelar pelo serviço público, e não o pôr em risco, vá de exigir todos esses exames e consultas. O doente nada interessa. O que interessa é zelar pela ortodoxia.
Donde concluo que não se trata de burocracia, mas de opção ideológica. Nesta opção, o bem do doente pouco interessa, desde que o serviço seja público.
Não faça o governo nada a esse bando de malfeitores e vai ver o tombo que leva.
É inacreditável! Seria desejável que uma alminha do MS lê-se este relato, tomasse medidas, mais que não fosse para evitar desperdiçar recursos financeiros...
ResponderEliminarUma cambada! Subserviência patológica.
ResponderEliminarSuzana
ResponderEliminarÉ apenas uma amostra do estado em que se encontra o SNS. A arbitrariedade do seu funcionamento é assustadora. Ainda por cima, o doente pagou exames numa clínica privada, poupando custos ao SNS. Uma vergonha.
Parece a China no tempo da Revolução Cultural.
ResponderEliminarAboliram os postos dos quadros militares, ficaram todos cabos.
Os desta inconcebível história,
são todos "funcionários".
E básicos.
Desde ha séculos que o Povo português vem sendo manipulado e alienado para ver que as Entidades
ResponderEliminarOficiais constituem a Autoridade do Estado e segundo ensina a Igreja deve-se obedecer aos Agentes
da Autoridade,porque toda a Autoridade vem de Deus.E o Povo,
especialmente a gente das Aldeias que escuta os sermões do Sr.Prior,
vê até mesmo no mais simples funcionário público,um Agente do Estado e então está inculcado na mente da maioria do Povo que deve servir o Estado,quando afinal,são os funcionários públicos que devem servir a População.E em Portugal a Burrocracia tem ainda muito Poder e o mais simples funcionário julga-se um pequeno Ditadorzeco a ditar ordens.
Será que aqui impera a tradição e esta também faz lei?Para comparar
ResponderEliminareu cito aqui um caso passado numa Aldeia no interior do País.O velho Prior faleceu e foi substituído por um Padre jovem que desconhecia os hábitos da terra onde passadas umas semanas,teve lugar a festa e Procissão anual do Santo padroeiro
festa essa que era organizada por uma Confraria paroquial.Finda a Procissão,os homens apagavam os círios(velas grossas)esmorrando-os
na parede da sacristia e colocando-os numa enorme caixa que ali havia.
O jovem Padre já tinha notado que a parede estava suja de cera e do
morrão queimado e disse aos homens que era mais fácil apagar as velas com um sôpro.Mas os labrêgos da Aldeia disseram que era uma velha tradição e que faziam tal como os seus avós e pais sempre fizeram.