1.O conhecido articulista do F. Times Wolfgang Munchau, em artigo de opinião publicado na edição de hoje, advoga a “falência” de Portugal e da Grécia dentro do Euro, para evitar maiores danos, não apenas para a zona Euro como para os dois Países!
2.O mais curioso – ou desolador, consoante o ângulo de análise que queiramos adoptar – é que no artigo em que advoga essa solução, intitulado “Why Greece and Portugal ought to go bankrupt”, Munchau dedique cerca de 99% do espaço a analisar a situação dramática em que a Grécia se encontra e que, na sua opinião já não tem outra saída que não seja, quanto mais tarde pior, a “falência” e a consequente saída do Euro...
3....e ao chegar ao final do artigo, numa súbita inspiração, quando rebate a opinião dos que advogam a saída imediata da Grécia da zona Euro (necessariamente com default no serviço da dívida) e a utilização dos fundos (que seriam utilizados na operação de apoio à Grécia) para salvar Portugal, Munchau diz discordar desta opinião, considerando que será melhor deixar que ambos os países entrem em "default" embora permanecendo na zona Euro...
4.Para além da evidente contradição que consiste em, na parte inicial do artigo, Munchau sustentar a saída Grécia da zona Euro - dizendo mesmo que deverá ser essa a opção do próximo 1º Ministro grego - e na parte final, sustentar a falência do País sem abandonar o Euro, Munchau mostra-se muito castigador em relação a Portugal...
5....pois, sem outros argumentos que não seja “my personal belief”, ele conclui que “it would be best to recognise the desolate state of both countries, to let both default inside the monetary union and then use a sufficently increased rescue fund to help them to rebuild themselves...”!
6.Decididamente, Munchau assume neste artigo um papel “mauzão”, enfiando Portugal e a Grécia no mesmo "saco", sem qq preocupação de justificar tal opção...o que explicará esta súbita má disposição de Munchau em relação a Portugal?
7.Será Munchau adepto do Chelsea, tendo aproveitado este artigo para destilar toda a sua frustração pelo insuficiente desempenho do treinador português que está conduzindo o clube para uma posição de mediocridade? Será?
2.O mais curioso – ou desolador, consoante o ângulo de análise que queiramos adoptar – é que no artigo em que advoga essa solução, intitulado “Why Greece and Portugal ought to go bankrupt”, Munchau dedique cerca de 99% do espaço a analisar a situação dramática em que a Grécia se encontra e que, na sua opinião já não tem outra saída que não seja, quanto mais tarde pior, a “falência” e a consequente saída do Euro...
3....e ao chegar ao final do artigo, numa súbita inspiração, quando rebate a opinião dos que advogam a saída imediata da Grécia da zona Euro (necessariamente com default no serviço da dívida) e a utilização dos fundos (que seriam utilizados na operação de apoio à Grécia) para salvar Portugal, Munchau diz discordar desta opinião, considerando que será melhor deixar que ambos os países entrem em "default" embora permanecendo na zona Euro...
4.Para além da evidente contradição que consiste em, na parte inicial do artigo, Munchau sustentar a saída Grécia da zona Euro - dizendo mesmo que deverá ser essa a opção do próximo 1º Ministro grego - e na parte final, sustentar a falência do País sem abandonar o Euro, Munchau mostra-se muito castigador em relação a Portugal...
5....pois, sem outros argumentos que não seja “my personal belief”, ele conclui que “it would be best to recognise the desolate state of both countries, to let both default inside the monetary union and then use a sufficently increased rescue fund to help them to rebuild themselves...”!
6.Decididamente, Munchau assume neste artigo um papel “mauzão”, enfiando Portugal e a Grécia no mesmo "saco", sem qq preocupação de justificar tal opção...o que explicará esta súbita má disposição de Munchau em relação a Portugal?
7.Será Munchau adepto do Chelsea, tendo aproveitado este artigo para destilar toda a sua frustração pelo insuficiente desempenho do treinador português que está conduzindo o clube para uma posição de mediocridade? Será?
Infelizmente não me parece que as razões que assistem a Munchau se prendam com meras paixões clubísticas.Decididamente as coisas por cá não estão a correr tão bem como o Governo nos quer fazer querer. A publicitação da "conversa" entre V.Gaspar e W. Schauble parece-me tudo, menos casual. No fundo, o motivo serviu tanto aos interesses da Alemanha (afinal não somos tão maus nem tão obstinados como nos acusam) , como a Portugal. Já passaram tantos meses e nada foi ainda feito para a redução do peso " do monstro". Até um cego pode indicar, sem hesitar, uma boa dúzia de
ResponderEliminarFundações, Institutos, etc,etc, que não servem rigorosamente para mais nada do que alimentar os seus dirigentes e funcionários. E sem reduzir o peso do "monstro" não será possível cumprir o acordado com a Troika sem novo empréstimo. Daí a oportunidade da divulgação da tal conversa, coroada com uma intervenção do Dr. Catroga , completamente desajustada, a menos que já estivesse combinada previamente... Que tudo isto não augura nada de bom, parece-me evidente.
Cá para mim ele é adepto do PS...
ResponderEliminarRealmente é quando se começa a misturar economia com futebol que se avalia a qualidade do comentador...
ResponderEliminarWolfgang Munchau, co-director do Financial Times, tambem afirmou recentemente (“Why Europe’s Officials Lose Sight of the Big Picture”, The Financial Times, 16/10/11):
ResponderEliminar“Não entendo como alguém com formação macro económica e com um mínimo de honestidade e decência pode apoiar hoje a fantasia de que as políticas de austeridade estimulam a economia”
Será esta a razão da sua animosidade para com ele, Tavares Moreira?
"macro económica" não existe. Está demonstrado, a economia é livre de escala. Isto nem sequer é opinativo. Será por isso que ele diz as enormidade que diz, por ser, basicamente, um ignorante que tem "friends in high places"?
ResponderEliminarSaiu por lapso querer, em vez de crer. As minhas desculpas.
ResponderEliminarCaro Pavel Rodrigues,
ResponderEliminarTenho que lhe creditar alguma razão, quando chama a atenção para a formidável resistência de extensas zonas do monstro, que continuam intocadas...
Também me interrogo sobre as razões da demora em atacar seriamente essa franja imensa de criaturas colectivas, delapidadoras de recursos públicos, consumindo impiedosamente o produto dos impostos que pagamos...
Quanto à influência da paixão clubística na produção deste artigo, conceder-me-á que de quando em vez utilize o humor para completar o arranjo destes Posts...
Caro esseantónio,
Não me parece que o articulista em causa tenha qq inclinação para o clube da rosa endividada...
Creio que por aí não encontraremos a explicação para esta "maldade"...
Caro Carlos Sério,
Não nutro qq animosidade em relação a Munchau, pode crer, limitei-me apenas a exprimir as minhas dúvidas quanto ao fundamento da proposta de embrulhar Portugal e Grécia no mesmo saco...
Não é que considere que a política económica em Portugal seja exemplar, longe disso, mas daí a sermos equiparados à Grécia ainda vai uma considerável distância...
Sou leitor habitual e atento dos escritos de Munchau, cujo estilo directo e por vezes provocador até aprecio bastante...
Agora parece-me muito pouco, como justificação para a dita molhada luso-helénica, afirmar, muito simplesmente, "It's my personal belief"...não concorda?
Caro Tonibler,
Um desses "friends in high places" não será, porventura, Roman Abramovich?
Esse friend não me importava de ter. Talvez me emprestasse o iate que serve de serviço ao iate principal. Outra daquelas coisas que, se for bem analisada, não tem qualquer significado...
ResponderEliminarCaro Tavares Moreira,
ResponderEliminarAo contrário de Wolfgang Munchau, considero que Portugal se encontra numa situação ainda mais grave que a da Grécia. E explico porquê.
O país, criou ao longo dos últimos anos, em especial nos últimos 15 anos, uma administração pública paralela, (empresas municipais, fundações, institutos, agências, autoridades, comissões, gabinetes…,), sem qualquer racionalidade ou eficácia (se nos interrogarmos se hoje a Educação, Saúde, Segurança, Justiça…, se encontram a funcionar melhor seguramente que todos afirmamos que não o que nos leva à conclusão que tais órgãos são parasitários e desnecessários), e que consomem uma verba equivalente que calculo cerca de 10% do PIB. É um lastro orçamental brutal, que o país suporta sobre os seus ombros todos os anos. Considero este problema muito mais grave que o desacerto ou a falsificação das contas da Grécia uma vez que é de muito mais difícil resolução.
As motivações da classe política e dirigente portuguesa que levaram à construção desta aberrante administração paralela mantêm-se e continuarão a agravar-se. Agora mesmo foi anunciada a criação de mais um novo instituto (do território).
Não foi por desconhecimento ou incompetência que paulatinamente se arquitectou este monstruoso edifício administrativo.
As motivações da classe política dirigente resumem-se a três. Albergar com lugares bem pagos as clientelas partidárias, fugir à legislação dos regimes jurídicos de empreitadas e aquisições (abrindo caminho à mais ampla corrupção) e ter paus mandados de ministros e de secretários de estado na administração. Passo a passo foi criado ao longo dos anos este sistema a que chamo “sistema corrupto institucional”. Muita legislação foi parida para dar cobertura a este sistema. Não serão os partidos da área do poder que alguma vez irão acabar com este estado de coisas. Criaram este sistema e vivem confortavelmente nele. Jamais abdicarão dos privilégios que ele lhe proporciona. Ao contrário, assistiremos a mais impostos e cortes sociais. Por tudo isto considero o futuro do país muito mais negro que o da Grécia.
Direi apenas que o Senhor não se contenta com pouco, caro Tonibler...
ResponderEliminarCom que então o yacht que serve o Yacht principal de Abramovich? O problema é que a fila de espera dos que se encontram possuídos de idêntica pretensão parece que dá a volta a Trafalgar Square e ainda penetra generosamente em ruas adjacentes...
Caro Carlos Sério,
Não vou dizer que o Senhor está pessimista em relação a Portugal, mas parece-me muito optimista em relação à Grécia...
Que indicadores consegue apresentar para dizer que a Grécia se encontra em situação menos difícil que a de Portugal?
A menos que se trate do nível de endividamento externo, em que Portugal apresenta, efectivamente, valores mais elevados - mas em relação a esse indicador temos todos obrigação de saber (o Tonibler, por exemplo, está farto de saber), pelo menos desde Fevereiro de 2000, que o nível de endividamento externo é irrelevante numa União Monetária como a zona Euro...
O Senhor, com esse comentário, deixa-me quase tão perplexo como a leitura do texto de Munchau...
Comprei recentemente "O SERINGADOR", como faço todos os anos desde que me conheço. Reportório crítico-jocoso e Prognóstico diário para 2012 e que já se publica há 147 anos! Aconselho vivamente a sua leitura, em particular ao inquilino de Belém, agora convertido às virtualidades da Agricultura...
ResponderEliminarComo Juízo do Ano, o "nosso Seringador" foi repescar um texto de Eça in "As Farpas" e de certa forma adequou-o à actual situação. Segui-lhe as pisadas e lá fui reler o original. Parecia de propósito. Lá estava o diagnóstico, sempre assertivo e contundente:
(...)
-Portugal, não tendo princípios, ou não tendo fé nos seus princípios, não pode propriamente ter costumes. Com uma política de acaso, com uma literatura de retórica e de cópia, com uma legislação desorganizada, não se pode deixar de ter uma moralidade decadente.
Fomos outrora o povo do caldo da portaria, das procissões, da navalha e da taverna. Compreendeu-se que esta situação era um aviltamento da dignidade humana: fizemos muitas revoluções para sair dela. Ficamos exactamente em condições idênticas. O caldo da portaria não acabou. (...)
Este caldo é o Estado. A classe média vive do Estado. A velhice conta com ele como condição da sua vida. Logo desde os primeiros exames do liceu, a mocidade vê nele o seu repouso e a garantia da sua tranquilidade. A classe eclesiástica não significa a realização de uma crença; é ainda uma multidão desocupados que querem viver à custa do Estado. A vida militar não é uma carreira, como se compreendia outrora, é uma ociosidade organizada por conta do estado. Os proprietários procuram viver à custa do Estado (...) A própria indústria faz-se proteccionar pelo Estado e trabalha sobretudo em vista do Estado. A imprensa até certo ponto vive também do Estado. A ciência depende do Estado. O Estado é a esperança das famílias pobres, e das casas arruinadas, é a ocupação natural das mediocridades; é o usufruto da burguesia. (...)
Eça de Queiroz sempre actual na sua crítica política e social, tão ajustada ao tempo que passa...
ResponderEliminarO excesso de Estado continua a ser um ponto cada vez mais fraco desta sofrível sociedade em que vivemos...
De tal forma esse vício se instalou na nossa estrutura social que aqueles que conseguem viver com independência em relação ao Estado acabam por ser apontados como cidadãos de margem, vistos com desdém ou inveja, potencialmente suspeitos de comportamento menos claro...
Caro Dr. Tavares Moreira, caros comentadores,
ResponderEliminarNão sei se já tiveram oportunidade de ler:
http://yanisvaroufakis.eu/2012/02/14/cauterise-and-print-germanys-newest-plan-a-cauterise-and-print-germanys-newest-plan-a/#more-1766
O futuro não parece muito promissor.
Já agora, Dr. TM, conhece a "Modest Proposal" da co-autoria do senhor do link acima (Yanis Varoufakis)?
Não, caro AF, não conheço essa "modest proposal". Mas, como o nome que lhe deram sugere, tratar-se-á de algo não muito pretensioso - será assim?
ResponderEliminarAssim por alto ... trata-se de uma proposta para, dentro dos constrangimentos actuais da Zona Euro, sem criar mais instituições, apenas usando as existentes, sem "imprimir", e sem pretender implementar soluções necessariamente morosas (eventualmente interessantes e desejadas) como o federalismo, resolver os problemas imediatos com que a Europa se vê confrontada. Modesta, entendo eu, porque não se propõe a resolver todos os problemas da Europa, apenas remediar a situação, por forma a posteriormente a Europa poder então decidir que caminho seguir. No link que deixei acima, se andar para trás para a pag. principal, creio ter um link específico para a proposta. Ou então, em versão "light", apresentada na TedX:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=CRRWaEPRlb4
(pouco menos que 15 min. video)
Eu vi até ao minuto 10, mais ou menos...
ResponderEliminarÉ realmente uma proposta modesta, nem sei como é que 27 governos, com 15 ministros cada um conseguiram viver este tempo todo sem pensar nisto. Parece a minha modesta proposta para acabar com o aquecimento global. Basta arrefecer...
Tonibler,
ResponderEliminarLOL! Viu até ao minuto 10, então não viu o "plano" do homem, isto é, como é que ele pretende implementar esses "princípios" que apresentou (até mais ou menos ao minuto 10)!
Eu coloquei aqui a referência a esta proposta porque gostava sinceramente de ler algumas críticas honestas à mesma.
A mim parece-me uma boa, que não óptima, solução. Mas eu percebo pouco ou nada de Economia, portanto as hipóteses de não estar a ver coisas óbvias que inviabilizem a coisa é elevada.
Mas, como disse, gostava mesmo de ler algumas críticas. E pensei que aqui no 4R, onde articulam e comentam pessoas que entendem muito mais da poda do que eu (como é o caso do caro Tonibler) seria o sítio ideal.
De qualquer forma, o video da TedX é, digamos, muito "pela rama". Podia ter colocado link para videos de mais de uma hora, onde o senhor explana com muito mais profundidade a proposta e as suas teses.
O link directo para a versão "trabalhosa" (nada de bonecos ou imagens a mexer, apenas texto) é:
http://varoufakis.files.wordpress.com/2011/04/ceb1-modest-proposal-2-2-6th-april-20111.pdf
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNoto, com estranheza, que sobre o problema de fundo que coloquei (e que justifica por si, a situação mais gravosa de Portugal em relação à Grécia), o meu ilustre economista não lhe dá qualquer atenção. Não quero saber o que tal significa, mas os comentadores deste Post o ajuizarão com certeza.
Recomendo-lhe contudo que observa o que a OCDE publicou muito recentemente. Ver: “Dos três países que se encontram em processo de resgate, apenas em Portugal a actividade económica deverá continuar a cair nos próximos meses. Grécia e Irlanda dão sinais de recuperação. As previsões são da OCDE”.
http://aeiou.expresso.pt/portugal-afunda-se-grecia-e-irlanda-em-recuperacao=f704141#ixzz1mJR7SMpQ
Caro AF,
ResponderEliminara sério que não tenho pachorra para estes sujeitos que generalizam um caso e a generalidade não é destruída pelos outros 99... Há certos assuntos que não deveriam sair do fim dos jornais, a astrologia, os cartoons, a culinária, a Economia,..
Juro que vi o pdf, fui até à discussão e começa com "The Fallacy in the Crowding Out Hypothesis" e "So far, every cut in public expenditure in Greece, Ireland, Portugal or
Spain has reduced investment and employment. In short, the EU is adopting
policies of cuts on a theoretical assumption that is false." Ou seja, um pressuposto teórico é falso porque "so far", na opinião dele, Portugal etc.. reduziu(opinião) o "investimento"(outra opinião) e o emprego(outra opinião). De onde se deduz de um conjunto de opiniões sobre indicadores isolados que um pressuposto "teórico" está errado.
Isto é igualzinho àqueles sujeitos da homeapatia, é charlatanice.
Tonibler,
ResponderEliminarOk, com o meu amigo, vai tudo à frente :) Economia relegada pró fundo do jornal, mais ou menos a par dos "signos".
Mas tudo bem, percebi. Partir de generalizações e opiniões como base não será muito "saudável".
Curiosamente, o homem até deve ter uma opinião semelhante à sua, no que respeita à economia. Já o ouvi dizer qualquer coisa como "a economia não é uma ciência; é uma religião com fórmulas".
Assim sendo, obrigado pela sua opinião. :)
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarNão sei onde foi a OCDE pesquisar para chegar a tal conclusão, que é pelo menos verdadeiramente absurda!
A economia grega vai no 3º ou 4º ano de contracção, em 2011 essa contracção foi de quase 7%, para 2012 projecta-se nova contracção que pode ser de 4% pelo menos, o desemprego está a chegar aos 21%...e a OCDE diz que há sinais de crescimento?
Assim, meu caro, qq discussão é desprovida de qq nexo, corre mesmo o risco de se tornar uma verdadeira pantomina...
Concordará, porque o Senhor até me parece uma pessoa razoável, que isto não tem sentido...
Caro AF,
Com todo o respeito que sempre tenho pelas pessoas que seriamente se empenham em encontrar saídas para a grave situação que defrontamos, a apresentação de soluções/packages muito globais e finais para um tema que depende de tantas variáveis políticas e económicas, que se joga em tantos tabuleiros e que a cada dia nos revela factores ("drivers") novos, deixa-me sempre muitas reservas...
Caro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarCompreendo. No entanto, não me parece ser essa a intenção da referida proposta, pelo contrário. Pelo menos no que respeita a intenções, parecem-me os autores advogar uma posição semelhante à do caro Dr. TM, ou seja, não propor nenhuma solução final e envolvente, mas apenas procurar remediar a situação actual e estancar a crise.
Caro AF,
ResponderEliminarMas há ciências que estudam a economia. Infelizmente, a Economia não é uma delas...
Caro AF,
ResponderEliminarLonge de mim pretender questionar as intenções do autor do trabalho que truxe à nossa consideração.
Não posso admitir outra coisa senão que esse trabalho foi produzido com a melhor intenção, com absoluta honestidade intelectual...
As minhas dúvidas situam-se mais no domínio da aplicabilidade desse tipo de soluções.
Tenho a percepção de que a problemática da zona Euro vai levar anos a solucionar, vamso ter ainda algumas surpresas, é um dauqeles processos a que se poderá aplicar o princípio do "learning by doing".
Não me parece que existam soluções pré-formatadas para resolver um problema destes.
Admito estar enganado, claro, só o tempo dirá quem tem razão.
que
No último congresso do PS o advogado Rómulo Machado, meu companheiro de desporto de não bancada, dizia: "quem nos levou a este estado não tem condições de nos tirar dele". Concordei e subscrevi. O que me preocupa é que agora face aos 20% de desemprego com inactivos não declarados, face aos 22% contando com os subempregados, os não cegos estão a sentir na pele que com estes senhores e outros muito respeitáveis que nos desgovernam não têm também eles condições para nos tirar dele.
ResponderEliminarCaro PAS,
ResponderEliminarpreocupante, de facto. Tem dados que sustentem essa afirmação?
Caro Tonibler
ResponderEliminarNum país de eterna negação, até Sócrates afirma(va) que tinha tudo controlado. Em termos de desemprego o paradoxo deste governo que se dizia da libertação da sociedade civil, faz-me glosar uma frase de Churchill: nunca tantos sofreram tanto às mãos de tão poucos. É ver o ataque louco a todas as formas de apoio à segurança social, é ver o crescimento exponencial dos recibos verdes e da loucura que é exigir agora mais 5% às entidades que detém indivíduos com mais de 80% do seu rendimento formado na sua entidade, é ver as multas da via verde com factor dez da passagem em falta (por erro de dispositivo ou outro)... Nunca, mas nunca, numa situação já de si fragilizada da grande maioria da classe média se podia ter atacado de forma tão violenta em tantas frentes. Não tenho dúvidas que ou o governo atalha o caminho ou assistiremos a uma catástrofe social de dimensões inimagináveis em Portugal. Quando as poupanças de muitos se diluírem e quando a lei das rendas começar a fazer o seu caminho a crise tornar-se-à insustentável e não duvido que a violência (da subsistência irracional sairá à rua). E chega de pedir, apenas,uma responsabilidade política a quem governa.
«O problema da deflação
Em Portugal, actualmente, o défice ronda os 118%, e a deflação da dívida pode explicar-se pelo problema do défice. O défice comercial resulta sempre da relação entre o PIB (Produto Interno Bruto) e o valor da dívida - o dinheiro que o país deve. Quando o PIB desce, e mesmo que os números da dívida se mantenham, o défice irá sempre aumentar. Por sua vez, o valor relativo da dívida vai sempre aumentar, mesmo que os seus números reais se mantenham.
A isto juntam-se os juros que são exigidos no momento de pagar os empréstimos feitos pela ‘troika’ para os países combaterem a sua dívida. O cenário, portanto, não poderá ser muito animador.
Daí que Harrison titule o seu comentário de «O porquê de Portugal ser a próxima Grécia». Charles Wyplosz, professor na Universidade de Genebra, é mais drástico na sua explicação do problema. «Os empréstimos [da ‘troika] aumentam a dívida, e a austeridade impede os países de saírem da depressão em que estão atolados», retratou.
Em suma, os problemas de Portugal são utilizados para explicar o desenrolar de uma crise financeira que promete abalar cada vez mais a Europa.»
Eu concordo que este governo me parece excessivamente "molenga" naquilo que deveriam ser reformas óbvias e muito simples de se fazer. Não sei, não tenho essa experiência, se é fácil vencer aquilo que se designa por "opinião pública", que no fundo são apenas os media corroborarem opiniões uns dos outros à espera que as pessoas aceitem as suas opiniões no primeiro momento em que se sintam afectadas.
ResponderEliminarAcho que ainda não temos dados para perceber se serão ou não capazes de o fazer. Mas, o bom desta vez, é que ou são ou não são e se não forem, não há próximo...
Caro Tonibler
ResponderEliminarÉ verdade que parece não haver alternativa. Mas a alternativa seria com um Cavaco não reformado, um governo de salvação nacional de pessoas experientes e não alinhadas em qualquer partido. Demasiado jovens, demasiado imaturos, demasiado incapazes de motivar o país, sem sensibilidade para perceber o que é óbvio.
Talvez haja alguma afinidade,pois
ResponderEliminaros gregos abordaram a Península ibérica antes dos romanos e êstes aprenderam com os gregos e apesar dos árabes ou mouros terem estado
na Península ibérica durante séculos e claro está no território que mais tarde se chamou Portugal e terem aqui deixado semente e DNA,
em Portugal domina a cultura greco-romana o que pode determinar a sua
mentalidade em muitos e vários aspectos e modo de proceder.Aliás eu quando vejo um «quadro« em que figuram campesinos(as)ou gente do Povo grego,noto que há semelhança com a gente do Povo português.