Li esta notícia e fiquei incomodado. Uma prova evidente de ofensa ao direito a abandonar uma religião. Caso esporádico? Não creio. Manipulação, domínio, descriminação. Atentado à liberdade. O porta-voz da organização das Testemunhas de Jeová, uma verdadeira pérola, mas sem qualquer valor, nem ornamental, fez vários comentários, entre os quais o seguinte:
"a respetiva orientação para o corte de relações com quem sai da religião é "um conselho sábio" e não uma "privação de liberdade".
'-quer ser testemunha de jeová?
ResponderEliminar-eu não vi o acidente'
... e aqui se contraria a hipótese da religiosidade ser um produto da selecção natural
ResponderEliminarNão contraria nada, Tonibler. Continua-se a matar, a violar, a roubar e a muitas outras coisas.
ResponderEliminarA "religiosiddade", ou melhor, a espiritualidade, geneticamente determinada, contribui para a produção de certas substâncias cerebrais que provocam bem-estar e reduzem a ansiedade.
Aqui, neste caso concreto, o que observamos é uma manipulação dos tais princípios. Muitas pessoas caiem facilmente nas malhas de uma qualquer seita, precisamente devido à tal necessidade de procurar o bem-estar cerebral, através da produção de muitos neuro-transmissores. O que este caso ilustra é o uso e o abuso de uma tendência que teve um papel nada despiciendo na nossa evolução. Há quem viva à custa desta tendência, um belo negócio, sem sombra de dúvida. Aliás como se pode explicar o aparecimento de seitas como esta e outras que andam por aí? Tem de haver uma predisposição para a "religiosidade" que eu prefiro denominar espiritualidade. Depois, muitos acordam e revoltam-se enveredando por uma saudável apostasia. Anda bem.
O problema que afecta ainda muitas pessoas, apesar da evolução do conhecimento, reside no facto de só conseguir produzir os tais neuro-transmissores, se guiados por alguém que lhes garanta a infalibilidade do processo.
ResponderEliminarConcordo com o termo espiritualidade, a propensão para atingir um estádio superior de bem estar psicológico... um estado de graça, por assim dizer.
No entanto, esse estado exije sacrifícios, exige vigílias , jejuns, etc. Esforços que a maioria, nos tempos actuais - em que tudo é passível de ser adquirido - não está disposto a desenvolver.
A espitualidade não é nada adquirível materialmente, nem algo que possa ser imposto, mas sim, um processo que exige iniciação, abenegação, sacrifício, despojo. É um processo que esvazia o seu praticante dos valores materiais, por forma a que se poss encher de outros, espirituais, que são afinal os mais valiosos, na medida em que nos igualam e por conseguinte nos fazem parte integrante do universo, consumidores e criadores da energia que o mantem.
Não imagino se Zaratustra assim falou... penso que não... ele era menos prgmático e mais pró-Tao, mais do género Dacosta, olhando para os porcos chafurdando na lama, relacionando-os com a humanidade, ou à humanidade com eles e decretando-lhes a impossibilidade algum dia, abandonarem definitivamente essa condição...
;)))
As pessoas são livres de cortar relações com quem quiserem, inclusivé com os seus próprios filhos.
ResponderEliminarAs Testemunhas de Jeová fazem o mesmo que, por exemplo, os membros da Opus Dei, que também cortam relações com quem abandona a Obra.
Estou a falar de bancada, isto está longe de ser a minha área, mas os outros mamíferos sociais que seguem líderes - os machos alfa- não terão também a produção de químicos para esse comportamento? O ser humano, por ter cultura, não precisa de ter um macho alfa vivo. A religiosidade parece mais um conflito entre um passo evolutivo, a cultura, e o passo anterior, a socialização. Isto porque a religião mata muito mais do que "salva", é um factor de "tribalização". Há os que seguem o mesmo macho alfa que eu e os outros que não seguem.
ResponderEliminarDigo eu, que não percebo nada disso.
Luís Lavoura
ResponderEliminarE quando os filhos não querem cortar relações com os pais? Poderá a religião contribuir ou ser causa desse corte?
Bartolomeu
;)
Tonibler
Pode matar, e mata mesmo, mas é devido ao tal fenómeno. Se puder dar uma olhadela ao livro O gene de Deus poderá ficar com uma ideia mais precisa do que a que deixei aqui. Estes fenómenos não são lineares e muito menos podem ser vistos numa perspetiva dicotómica. Mas obrigam-nos a refletir e a tentar compreender melhor os porquês de certas condutas. Quanto aos lobos, falta-lhes o córtex préfrontal próprio dos seres humanos. Falta-lhes uma parte do cérebro que corresponde ao nosso e é aí que se sente mais os tais mediadores neurológicos.
Massano Cardoso,
ResponderEliminaros filhos não querem cortar relações com os pais mas, mesmo assim, os pais são livres de cortar relações com os filhos.
Isto, repito, não é assim apenas com as Testemunhas de Jeová. É também assim, nalguns casos, no judaísmo. Há judeus que cortam relações com os filhos por estes abandonarem o judaísmo. Aconteceu, por exemplo, segundo creio, com Baruch Spinoza (os pais cortaram relações com ele).
E acontece também por outros motivos. Ouvi falar de uma pessoa que cortou relações com o filho quando descobriu que ele era homossexual.
Se você me perguntar se eu estou de acordo com isto, é claro que não estou. Se me perguntar se acho incómodo e desagradável, é claro que acho. Mas reconheço que as pessoas têm o direito de agir desta forma.
Luís
ResponderEliminarNão se trata de uma questão de direito. Invocar o direito não desculpa nada, apenas tapa o que não quer que se veja. E o que não se vê é, muitas vezes, o mais importante, porque atrás disso vem outras coisas, mas, enfim, o homem é um ser de direitos, mas esquece-se muito frequentemente dos seus deveres. Mas para quê servem estes últimos, se o "direito" os tapa? Sabe o que lhe digo, têm esse direito e eu tenho o dever de os mandar para o raio que os parta. O que é que eu ganho com isso? Muito, entendo que é, também, um direito que me assiste, mandar certas pessoas para o lugar que acho que merecem ir...
Sr. Massano Cardoso.
ResponderEliminarCuidado com o raio que o parta...porque é um direito que o raio tem para consigo!
As melhoras para si...
Hugo