quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista tóxica

Acha que vão ser precisas mais medidas de austeridade?
Mas não há necessidade de novas medidas de austeridade?
Pode garantir que não vão ser precisas mais medidas de austeridade?
Em que base é que pode garantir que não haverá novas medidas de austeridade?
Se neste momento não pode garantir que não haja mais medidas de austeridade, em que momento pode garantir?
Mas não pensa que poderá ter que anunciar novas medidas de austeridade?


Desisti de ouvir mais da entrevista da Senhora Drª Judite de Sousa ao 1º Ministro. Se Madame não é capaz de entender o que diz o 1º Ministro, não massacre os telespectadores com tão pobre capacidade. Se Madame procura simplesmente um título bombástico, não nos massacre também. Faça o título e acabou. Produtos espúrios é o que abunda na informação. Tóxicos, até dizer chega. Como as perguntas da entrevista de hoje.

12 comentários:

  1. Massano Cardoso disse...
    Não vi. Tive pena. Mas o comentário é pertinente. É muito comum os "jornalistas" de primeira enveredarem por esse caminho. São useiros e vezeiros. Fazem as perguntas não para saberem a opinião do entrevistados, mas para que digam as respostas que querem ouvir. Claro que nestas coisas, "entrevistas", aparecem algumas "mulas" que sabem proteger-se com receio de levar uma dentada ou de ser apanhado na ratoeira, mas, por vezes, também não chegam a dizer nada! Tenho reparado que esta técnica é cada vez mais utilizada, levando-me a pensar se os ditos "jornalistas" ou entrevistadores não terão a pretensão de mudar o curso dos acontecimentos de acordo com as suas soberanas vontades. Deveriam fazer perguntas para que pudéssemos ser esclarecidos, mas não, a forma como as fazem deixa muito a desejar. Os jornalistas não conseguem esconder o que pretendem ou pretendiam ouvir.
    Esta abordagem leva-me a concluir que uma pergunta estúpida pode originar uma resposta estúpida. Para evitar que tal aconteça, o entrevistado deveria aprender com o velho Cunhal. Rir-se, agarrar na pergunta, para ele naturalmente estúpida, dar-lhe a volta, reformulá-la de forma a transformar numa pergunta "bem feita" e a seguir dar a resposta mais conveniente. Claro que poderão dizer, mas isso é o inverso do que anteriormente foi dito. Talvez, mas revelava a capacidade inteletual do entrevistado e dava para gozar um pouco com o jornalista. O espetáculo era muito mais interessante. Agora não, metralham, metralham, sempre à espera de ouvir o que querem. Não ouvem e nós também não ouvimos nada de novo.
    Disse, no início deste comentário, que tive pena de ouvir, agora não estou tão certo. Às tantas foi o melhor que fiz!

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  2. Não tenha dúvida nenhuma, caro Professor.

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  3. Ainda bem que desliguei logo pouco depois de iniciada a entrevista ao ver o teor das perguntas. Ouvi depois um comentador dizer que não se tratou de uma entrevista, mas de um exame. (Também só ouvi este comentário, que pior que aguentar entrevistas é aguentar a conversa interminável dos comentadores.)

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  4. "Nunca se deixa que a verdade estrague uma boa história"

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  5. Sobre os pivots de "primeira linha", tenho precisamente a mesma convicção do caro Professor Massano Cardoso.
    Resistir a entrevistas destas, mantendo a postura e serenidade necessárias para não ser enredado em cenários alheios, é uma perda de tempo que exige paciência de santo...

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  6. Todo este folclore deixaria de ser visto pelos portugueses, se cada primeiro ministro, cada ministro, cada secretário de estado, cada dirigente sindical, cada procurador-geral e cada magistrado, declarasse publicamente uma só e sempre a mesma medida, decisão e opinião.
    Ao não praticam esta regra, ao declarem hoje uma coisa e amanhã o seu inverso (por culpa obviamente de factores alheios às suas vontades), tornam-se em alvos por excelência do jornalista mais preparado, mais perspicaz, mais descarado, assim como dos humoristas e comentadores.
    Mas não nos alarmemos com o facto, porque o circo nãodesabará, mesmo quando alguns se lembram de exibir os excertor das entrevistas e dos discursos em que o "artista" afirmou aquilo que depois negou, acompanhando com a já estafada justificação: «não foi esse o sentido daquilo que eu disse»!
    Só o que me continua a intrigar, é a vontade incontrolável que todos demonstram possuir, em ser eleitos e reeleitos para governar um país habitado por gente que, para além de mandriona, estúpida e incompetente, ainda acumula uma deficiência cognitiva, profunda.

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  7. De acordo, a insistência foi tão óbvia e tão primária que não surpreende o título das notícias, como hoje no DN "Passos não jura que não haja mais austeridade". Não tendo almejado a afirmativa, opta-se pela negativa da negativa, sempre é mais difícil de desmentir.

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  8. Também não vi a "entrevista". Mas já estou de sobre-aviso em relação ao "desempenho" das donas Judites de Sousa e Fátimas Campo Ferreira cá do burgo. Não vale a pena perder tempo. Só se for pra uma sessão de masoquismo intelectual.

    Agora, estou com o Bartolomeu. Como é que há sempre tantos candidatos a gerir o destino desta cambada de energúmenos, estúpidos, preguiçosos, mamões de subsídios, vulgarmente denominados de portugueses? Devem ser santos, os senhores. Só pode.

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  9. É verdade, cara Drª. Suzana.
    Lembram-me estes jornalistas, as carraças... todos os anos, ãplico nos meus cães, um novo produto para impedir que elas se instalem, mas as danadas, encontram sempre maneira de lhe resistir.
    O problema reside no facto de existirem cães, carraças e ervas.
    Esta evidência, pode aplicar-se também à questão em apreço, porque existem politicos-governantes que se esquecem do que afirmaram anteriormente, existem jornalistas que andam sempre à procura de notícias e existe uma lei a que dão o nome de liberdade de imprensa.
    Em conclusão; para que o fenómeno não se verifique, precisaríamos de eliminar, um dos três factores. Mas como vivemos num regime democrático... it's impossible!

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  10. Não duvide, caro AF... eles são uns autenticos santos, e nós, uns perfeitos anjinhos...

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  11. Sobre este post vejam a nossa posição em que lembramos uma intervenção de esperança de Vitor Constâncio (em 2007)

    http://o-andarilho.blogspot.pt/2012/03/lembram-se-desta-e-de-outras-promessa.html

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  12. Boa lembrança, caro Eduardo Saraiva.

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