1.Tenho alguma dificuldade em perceber, com nitidez, o que realmente se passa nesta altura na empresa pública dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC): as notícias vão saindo a conta-gotas, quase sempre de forma pouco clara, apenas se percebe que esta novela parece ainda longe do seu final e, pior, que os contribuintes continuam a financiar uma situação insustentável e imoral...
2. Já aqui escrevi, há alguns meses, que me tinha parecido um erro quase infantil (chamei-lhe “de palmatória”) a decisão governamental de rejeitar a solução que havia sido aprovada pelo anterior executivo e adoptada pelo anterior CA da Empresa, a qual implicava uma forte redução dos custos de estrutura e uma possível saída para os défices de exploração insustentáveis que continuam a acumular-se...
3.Movido quiçá por um populismo fácil, perante as reacções hostis da comunidade local, e por uma ilusória convicção de mestria para resolver problemas empresariais de grande complexidade, o responsável governamental por este dossier prometeu uma solução “definitiva” (i) até final de Julho do ano passado, (ii) depois até final de Setembro (iii) depois até final de Outubro, (iv) depois até final de Dezembro, (v) depois até final de Janeiro do corrente ano...
4. ...estamos já em Março e continua o problema (sem surpresa, diga-se) a não ter uma solução! Ou melhor, a solução continua a ser nós, os contribuintes, funcionarmos como sustentáculo dos elevadíssimos prejuízos de uma Empresa manifestamente inviável...
5. Surgem agora notícias que dão conta de divisões no seio da Empordef, Holding estatal que engloba os ENVC, quanto ao que fazer com esta Empresa, sendo mesmo anunciada a demissão de um dos administradores da Empordef que estaria ligado ao dossier ENVC.
6.Pelo que me foi dado ouvir, não estou convencido que esta demissão tenha sido motivada por muito boas razões...pareceu-me, salvo erro de apreciação, que o administrador em causa alimentaria ideias desenvolvimentistas quanto ao futuro da Empresa, pretendendo envolve-la em diversos projectos de grande vulto...
7....E tenho a noção de que esse suposto envolvimento – que certamente só seria possível com a assunção pelo Estado dos riscos financeiros inerentes aos projectos a concretizar, bem como de um apoio financeiro imediato para permitir o seu arranque - viria em última análise a gerar perdas cada vez maiores, agravando a precaríssima situação em que a empresa se encontra e a dimensão da factura final a pagar...
8.Em suma, a novela dos ENVC parece não ter fim...pelo menos enquanto os nossos bolsos, de contribuintes indefesos, não ficarem integralmente vazios!
2. Já aqui escrevi, há alguns meses, que me tinha parecido um erro quase infantil (chamei-lhe “de palmatória”) a decisão governamental de rejeitar a solução que havia sido aprovada pelo anterior executivo e adoptada pelo anterior CA da Empresa, a qual implicava uma forte redução dos custos de estrutura e uma possível saída para os défices de exploração insustentáveis que continuam a acumular-se...
3.Movido quiçá por um populismo fácil, perante as reacções hostis da comunidade local, e por uma ilusória convicção de mestria para resolver problemas empresariais de grande complexidade, o responsável governamental por este dossier prometeu uma solução “definitiva” (i) até final de Julho do ano passado, (ii) depois até final de Setembro (iii) depois até final de Outubro, (iv) depois até final de Dezembro, (v) depois até final de Janeiro do corrente ano...
4. ...estamos já em Março e continua o problema (sem surpresa, diga-se) a não ter uma solução! Ou melhor, a solução continua a ser nós, os contribuintes, funcionarmos como sustentáculo dos elevadíssimos prejuízos de uma Empresa manifestamente inviável...
5. Surgem agora notícias que dão conta de divisões no seio da Empordef, Holding estatal que engloba os ENVC, quanto ao que fazer com esta Empresa, sendo mesmo anunciada a demissão de um dos administradores da Empordef que estaria ligado ao dossier ENVC.
6.Pelo que me foi dado ouvir, não estou convencido que esta demissão tenha sido motivada por muito boas razões...pareceu-me, salvo erro de apreciação, que o administrador em causa alimentaria ideias desenvolvimentistas quanto ao futuro da Empresa, pretendendo envolve-la em diversos projectos de grande vulto...
7....E tenho a noção de que esse suposto envolvimento – que certamente só seria possível com a assunção pelo Estado dos riscos financeiros inerentes aos projectos a concretizar, bem como de um apoio financeiro imediato para permitir o seu arranque - viria em última análise a gerar perdas cada vez maiores, agravando a precaríssima situação em que a empresa se encontra e a dimensão da factura final a pagar...
8.Em suma, a novela dos ENVC parece não ter fim...pelo menos enquanto os nossos bolsos, de contribuintes indefesos, não ficarem integralmente vazios!
Mais um dos estranhos casos que acontecem em Portugal, num país onde os trabalhadores parecem ser os menores responsáveis dos brilhantes gestores da geração de antigo regime que nos governa.
ResponderEliminarTodos os dias se ouve, e bem, da necessidade de nos voltarmos para o transaccionável.
Ao ouvirmos a desistência por parte da Douro Azul por motivos pouco esclarecedores e que se prendem aparentemente pelas notícias dadas a lume com falta de matérias primas, pasmamos e pensamos se não há aqui mão "traidora" ao serviço da dação de Portugal a inconfessáveis interesses.
Para além disso Álvaro Santos Pereira, bode expiatório de um ministro das finanças que resolveu sempre "em nome da Troika" e de um liberalismo radical fazer implodir Portugal para o fazer renascer como a Fénix, parece estar de malas aviadas para o seu exílio académico, enquanto se "agigantam" as clientelas que fazem de Portugal a maior monarquia partidária da Europa mais incivilizada - tipo reinado dos boiardos do Tsar Putin.
Caro Tavares Moreira, o que elenca nos pontos 6 e 7 do seu texto é precisamente a história dos ENVC desde 1975. Uma trapalhada, enfim.
ResponderEliminarNão entendo porque é que a Empordef tem que decidir sobre os ENVC quando, na realidade, ao governo foi dado um mandato pelos eleitores para decidir sobre a Empordef.
ResponderEliminarCaro Almeida Sande,
ResponderEliminarFalta de matérias primas para a Douro Azul?
A que matérias primas se referem as notícias que cita, tendo em conta que a Douro Azul explora as viagens turísticas no rio Douro?
Caro Zuricher,
Deve ter bastante razão...salvo quanto à trapalhada que menciona, porque essa parece ser "sem fim" e não "enfim"...
Caro Tonibler,
Boa interrogação, a sua. São as tais razões que a razão desconhece, julgo que será a melhor resposta...
Não sei se este caso dos ENVC é paradigmático do que se passa (do que se vai passar) no setor público empresarial. O caso é, de facto, muito inquietante ao revelar esta dificuldade de libertar o problema do remédio clássico, o socorro do contribuinte, ainda para mais quando tinha sido tomada medida pelo anterior governo cuja racionalidade não vi contestada. Começa a sentir-se ineludivelmente a dificuldade em lidar - a tempo e com inteligência - com o problema das participadas públicas deficitárias, que exigem esforço financeiro muito para além do custo social que pode exigir-se ao Estado (ao contribuinte) que suporte. Talvez com a exceção, até agora, das do setor dos transportes onde alguma coisa parece estar a ser feita.
ResponderEliminarEste e outros casos (vejo com muita preocupação a situação do grupo AdP) recoloca com acuidade a questão da (im)preparação dos governantes para agir quando a situação não se compadece com hesitações ou omissões, e muito mesmo com cedências ao populismo. Gabinetes de estudos dos partidos com vocação de poder, que trabalhassem a sério na recolha e tratamento de informação, poderiam compensar esta falta de conhecimento, creio eu o fator que mais contribui para casos como o dos ENVC.
O problema dos ENVC (participada a 100% da EMPORDEF) já foi identificado num assertivo post do nosso caro amigo Pinho Cardão.
ResponderEliminarTrata-se do insustentável erro da funcionalização das empresas públicas. A nuvem de incerteza nas remunerações que atingiu os gestores e colaboradores das empresas públicas gerou grande desmotivação que explica só por si os resultados negativos do ano transacto. Acresce que R&D de Krugman num laboratório de Los Alamos de lasers intensos descobriu o análogo económico da teoria da relatividade de Einstein. Um worm-hole económico permite a propagação no passado de resultados negativos nos relatórios de contas anteriores ao ano transacto. Fonte da OffGoing afirma mesmo que Krugman se deslocou ao rectânculo para medir este novo efeito, sendo o tri-honoris causa o cover utilizado. Krugman que foi avistado a sul de Viana do Castelo, justificou-se com uma comezaina de lampreia, animal extinto noutras paragens.
O governo já corrigiu no caso da EMPORDEF a remuneração dos gestores, mas o como afirmado pelo nosso caro amigo Pinho Cardão, não há qualquer razão lógica para o tratamento diferenciado dos colaboradores. O porta-voz dos colaboradores diz que aqui há gato, ao que Krugman clarificou tratar-se do gato de Schrodinger. Entretanto Arménio Charles afirma que o caso da EMPORDEF é gato escondido com rabo de fora.
Fonte próxima de Aguiar Preto, afirma que este, para motivar o pessoal da EMPORDEF, argumentou sem sucesso junto de Passa Godelhos um aumento salarial. Mas aproveitando o estado de spleen de um conhecido portista desde sexta-passada, negociou neste fim-de-semana o pagamento de um prémio de motivação para resultados futuros em géneros de uma horta biológica algures em Colares. Futuros esses que serão complementados com uns pipos de tinto da ditosa região.
PS: os meus amigos (e em especial do Pinho Cardão) que me desculpem, mas há certas situações em que rir é o melhor remédio.
«o responsável governamental por este dossier prometeu uma solução “definitiva” (i) até final de Julho do ano passado»
ResponderEliminarQuem é ou foi?
Onde está e o que faz agora?
«A EMPORDEF, SGPS, SA é a holding das indústrias de defesa portuguesas»
Outro universo para virtual. "Defesa" portuguesa? "Indústria" portuguesas?
Nada a fazer, pelos vistos.
Caro Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarEste caso não é propriamente paradigmático, poi se reveste de características muito próprias...já poderia estar em avançado estado de resolução há quase um ano, mas a tal cedência aos populismos fáceis - e uma forte dose de ingenuidade e de impreparação para tratar situações empresariais complexas, tanto quanto percebo - tornaram-no agora insolúvel sem uma forte dose de agitação vianense...
Vai ser o bom e o bonito, quanto tiverem finalmente de concluir que a única solução será algo de muito parecido com o que já estava decidido em Junho passdado e Sexas entenderam que tinham uma solução mágica...
Ilustre Mnadatário do Reu,
Olhe que teve mesmo piada, pode estar certo, e tem razão quando diz que há situações em que rir é o melhor remédio...para não estarmos sempre a chorar...
Caro BMonteiro,
Quem é ou quem foi? Foi e é a mesma individualidade, não houve mudanças...
Ora muito bom dia meus caros,
ResponderEliminarV.Exas não acham estranho os ENVC pertencerem a uma holding que dá pelo nome de EmporDEF?
Parecendo que não a escolha de nomes comerciais é um dos elementos mais importantes aquando da criação de uma pessoa colectiva e esta começa logo por ter "DEF" no nome. Ora, com um nome destes é claro que as coisas não podem correr bem.
Outra coisa interessantíssima, na minha opinião, é mais completa ausência de estratégia pelo desenvolvimento de uma indústria ligada ao mar (o que é perfeitamente racional, uma vez que Portugal é - como toda a gente sabe - uma potência claramente continental e sempre que nos enveradámos por políticas de caractér continental a vidinha correu-nos sempre muita bem).
Queixam-se, legitimamente, das perdas mas onde é que estão as medidas que potenciam o crescimento daquilo que naturalmente somos?
E já agora, com 1230 km de costa e a maior ZEE, como é que os ENCV são inviáveis? Provavelmente são-no pela mesma razão que 99% das empresas em Portugal também o são, só ninguém fala nisso que é para não serem assombrados pelo Gasparzinho e a sua ditadurazinha financeira.
Enfim, o que vale é que não há nada que dure para sempre.
Caríssima Anthrax,
ResponderEliminarFrequentemente,o étimo "estratégia" é utilizado para justificar patrioticamente o desperdício de recursos quando já não há outra justificação - e toda a gente, a começar pelos agentes mediáticos, costuma curvar-se respeitosamente perante a utilização desse étimo...
Quanto à inviabilidade dos ENVC creio que tem pouco (ou nada, mesmo) a ver com aquilo que refere: os ENVC mantêm estoicamente uma estrutura desmesurada, que nenhuma carga de trabalho, nem a 100% de utilização da capacidade, poderá alguma vez suportar.
E ao contrário do que me parece resultar da sua análise, os ENVC são usufrutuários líquidos, em grande escala, de fundos públicos e nada sofrem, bem pelo contrário, com a aludida "ditadurazinha financeira" de De Gasperi...
E ao seu inteiro dispor para o esclarecimento de qq dúvida que possa emergir deste meu torpe raciocínio...
esse suposto envolvimento viria em última análise a gerar perdas cada vez maiores
ResponderEliminarPor quê? Por que motivo é que ideias desenvolvimentistas terão necessariamente que gerar perdas cada vez maiores? Será isso uma fatalidade?
É. Matematicamente é uma fatalidade, atendendo que a situação já foi integrada ao longo de décadas com inúmeras configurações políticas.
ResponderEliminarCaro Luís Lavoura,
ResponderEliminarTenho a noção de que ao respeitável Comentador não custa pagar impostos, suposto que não se aplica à esmagadora maioria da população...
Como diz e bem o Tonibler, a hipótese de com o desenvolvimentismo aparecerem acrescidos prejuízos é matematicamente uma fatalidade...
E pode chegar-se lá pelo método da indução finita...já aconteceu tantas vezes que acontecer mais uma é matemáticamente certo...ainda que o impossível (probabilidade zero) possa acontecer, como saberá.
Olá Dr. TM :))
ResponderEliminarPois é... é uma chatice não conseguirem ressuscitar o Eng. Duarte Silva não é verdade?
Sabe, Dr. TM, sobre barcos, barquinhos, navios, embarcações, armadores, marinha mercante e empresas que gerem esta pangaiada toda aos quais adicionamos ainda contentores, tenho décadas de experiência por osmose familiar. Aliás, o meu 2º emprego das férias de Verão em 1987 (ou 88, já não sei), foi numa empresa chamada Portline. Tinha eu 16 ou 17 anitos.
Por isso, deixe-me colocar-lhe uma questão essencial à discussão deste tema sobre os Estaleiros:
O que é que está a fazer uma empresa de gestão privada, cujo accionista principal é o Estado, sob a tutela do Ministério da Defesa e a ser gerida como uma instituição militar?
Foi porque o Dr. Paulo Portas, nos seus tempos idos de ministro da defas, se lembrou de lá construir uns barquitos? Porque é que não mandou construir os seus barquitos no Arsenal do Alfeite?
90% das encomendas dos Estaleiros de Viana do Castelo são para armadores privados, logo, qual é o géniozinho da lâmpada que deixa isto nas mãos do Ministério da Defesa? Um ministério completamente incompetente (e ignorante) para gerir estes Estaleiros.
Mais, o que é que fizeram aos 10% de adiantamento pagos pelos Venezuelanos para a construção dos navios, hmmm? Não compraram as matérias primas para os construir pois não? Mas para fazer o que fizeram a esse dinheiro, tiveram de ter a autorização do dono da Empresa (i.e. o Estado), não foi? Não se lembraram que era preciso comprar aço para iniciar a construção dos navios?
Agora é uma chatice porque os contratos são para ser honrados e lá tem o accionista principal - o Estado - de vir a correr para o salvamento. É aborrecido porque não há guito!
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo não são inviáveis. São apenas geridos ao pontapé, por gente que não faz um boi de ideia do que é um navio e muito menos como se constrói um. Além disso estão sob a tutela de um Ministério tecnica e totalmente incompetente na matéria.
Tal como eu disse, Dr. TM, uma ausência de estratégia é algo muito mau. Conduz a decisões, normalmente, estúpidas e que saiem caras a toda gente.
E pelo caminho que esta "polémica" está a levar, o desfecho que se vislumbra no horizonte - o eventual encerramento - além de ser ainda mais imbecil, é um erro gigantesco.
Tudo isto quando resolver esse assunto era tão simples. Bastava mudarem a tutela, colocarem-nos sob a alçada do Ministério da Economia e irem buscar as pessoas que realmente conhecem o negócio. Mas não... depois o actual Ministro da Defesa ficava sem barquinhos para brincar e ía atazanar os militares ainda mais.
Caríssima Anthrax,
ResponderEliminarSem deixar de considerar muito interessante essa sua incursão histórico-filosófica pelo tema da construção naval - com especial curiosidade pela sua passagem pela Portline, ao tempo do Eng. Ilídio Pinho se não estou em erro (?) - deixe-me dizer-lhe que os problemas estruturais dos ENVC são bem anteriores à ascensão do Dr. P.P. à poética actividade de Ministro da Defesa Nacional nos idos 2004-2005...
Tanto quanto sou capaz de entender, a afectação dos bravos ENVC à tutela da Defesa Nacional, que terá a ver com a tal questão estratégica (e aqui proponho um minuto de silêncio em homenagem a todos os que patrioticamente se devotaram a promover estratégías que tanto têm elevado o prestígio nacional...), foi mais um generoso impulso para o abismo de que os ENVC por moto próprio se têm vindo a aproximar com reconhecida mestria.
Dr. TM, o nome desse eng. efectivamente não me é estranho, mas acho que não era esse que era o Presidente do C.A. da Portline. Acho que era um Eng. Marques qualquer coisa (ou ao contrário, não sei). O que eu sei é que era visita lá de casa e vice-versa e era um senhor super simpático.
ResponderEliminarTirando isso, Dr. TM, se me disser que os ENVC têm 200 trabalhadores a mais, se calhar até têm 300 a mais e há que redimensionar a empresa àquilo que é a realidade. Mas isso só pode ser feito por alguém que seja tecnicamente competente e que saiba o que é que tem nas mãos (e sinceramente, neste governo não estou a ver ninguém competente para segurar isso e pior, é que ninguém sabe sequer onde ir buscar essas pessoas).
Agora, qualquer medida que vise a eventual recuperação dos estaleiros, tem de passar necessariamente pela mudança da tutela e dizem os entendidos que deveria passar para a economia. Agora, que é possível reestruturar e recuperar os ENCV, é.
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarUm tema marítimo tratado como se fosse um problema agrícola.
A probabilidade de encalhar é superior a 60%.
Não admira que, ao cabo de mais de 20 anos, (sobre a data em que o tema começou a ser moda no discurso político), que continuamos a perorar sobre o mar....
Até ao resgate, o endividamento, também, servia como abono de caixa para as falhas. Agora começa, realmente, a começar a doer...tenho as minhas apostas para quando chegaremos ao "horrível" estado de cair na real; não falta muito
Cumprimentos
joão
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ResponderEliminarOlá Dr. TM sou eu outra vez :)))
ResponderEliminarJá sei porque é que o nome do eng. Ilidio Pinho não me era estranho.
O eng. Ilidio Pinho foi o senhor que comprou a Transinsular ao Estado aquando da sua privatização e levou o eng. Ângelo Correia para seu assessor. Depois, dada a sua ligação a Macau, creio que vendeu a empresa ao Stanley Ho, que por sua vez a terá vendido a um senhor chamado Rui Moreira (não sei se falta alguém pelo meio). Este eng. Ilidio Pinho é aquele que agora está com o Dr. Eduardo Catroga na EDP.
Na época em que o eng. Ilidio Pinho comprou a Transinsular, quem era Presidente do Conselho de Administração da Portline era o eng. Marques dos Santos (que era e ainda é muito simpático). Nesta mesma altura, quem era responsável pelos ENCV era o eng. Duarte Silva (a quem a Portline - também nesta altura - encomendou a construção de 5 navios de 2300 toneladas, ou assim).
Ainda relativamente ao imbróglio em que o Estado se meteu, juntamente com os ENCV, é assim: Parece que faltam cerca de 6 milhões de euros para comprar as matérias primas para dar inicio à construção dos 2 navios venezuelanos, não é?
A escolha é simples. Só têm de escolher apenas 1 de 2 hipóteses:
Ou o Estado entra, agora, com os 6 milhões em falta para dar cumprimento ao contratualizado com os venezuelanos.
Ou o Estado, daqui a 2 ou 3 anos, paga 30 ou 40 milhões de euros de indemnização aos venezuelanos por incumprimento contratual.
Tá ver? É nisto que dá ter gente que não percebe da coisa a gerir este tipo de negócios.
Caríssima Anthrax,
ResponderEliminarTem toda a razão, o Eng.º Ilídio Pinho esteve ligado à Transinsular e não à Portline.
E, como sempre, o seu apurado "faro" empresarial e negocial levou-o à decisãi de alienar a sua posição na Transinsular ainda no bom tempo do transporte marítimo, agora pelas ruas da amargura como sabe...
Quanto aos ENVC, permita-me acrescentar uma 3ª modalidade, para mim a mais provável: o Estado avança com os € 6 milhões para comprara matéria prima e depois pagará o prejuízo da obra que será N vezes esse montante...
Isto se os venezuelanos pelo caminho não decidissem revogar/rasgar o contrato, por qq razão + ou - espúria - como bem sabe eles não são dos mais fervorosos cumpridores de compromissos - do que poderia resultar o Estado ficar com mais uns barcos (como o dos Açores) para acrescer à colecção de velharias náuticas...e pagando a factura na íntegra...
Caro TM
ResponderEliminarA explicação para a mediocridade nacional está dada pelo homem da Douro Azul, cuja construção dos seus navios hotéis esbarrou com a mediocridade institucional do costume.
«O presidente da Douro Azul usa palavras duras para explicar o fim do negócio com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Mário Ferreira argumenta não ter tido outra alternativa face à “incompetência” encontrada nas negociações.
E como nunca há "feia" sem senão em Portugal, aqui temos a Makro a confirmar a excelente estratégia nacional do "CUSTE O QUE CUSTAR" traçada pelos novos e brilhantes visionários.
«A Makro enviou a todos os seus funcionários efetivos uma proposta de rescisão amigável. Estão em causa 1.500 postos de trabalho.»
Caro Almeida Sande,
ResponderEliminarCuidado com as supostas encomendas do Douro Azul...tem a certeza de que tinham financiamento assegurado?
Ou seria mais um negócio para entalar o Estado?
Quanto ao problema do MACRO, surpreende-me muito que o ilustre Comentador não tivesse já reparado que existem em Portugal superfícies comerciais em (enorme) excesso, que só puderam florescer enquanto uma procura interna perfeitamente artificial, impulsionada por um endividamento tresloucado, se manteve activa...
Agora é a realidade que temos, confesso não entender a sua enorme mágoa nem as culpas que parece querer atribuir a outrem que não os que as merecem...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarDada a temática abordada e a qualidade da reflexão, tomei a liberdade de publicar este seu "post", com a identificação do autor e respectivo link, no
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Regionalização
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Cumprimentos
Caro António Almeida Felizes,
ResponderEliminarEsteja à vontade e agradeço a atenção dada ao assunto.
Quanto à qualidade da reflexão...ela é pouco mais que um lamento,como terá reparado - embora um lamento sentido, pois custa muito ver desperdiçar, de uma forma tão primária, recursos que muito nos custam desembolsar...
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarA minha mágoa é a de qualquer gestor que não tirou o curso numa Universidade privada e que andou muitos anos pelas empresas não públicas do não transaccionável concorrencial(porque esta sina nos últimos anos dos altos cargos tirarem sempre tardiamente o curso em universidades privadas?).
E passo a citar: «Acrescentou que a solução para os estaleiros de Viana "está a deslizar no tempo" e que o período de avaliação "acabou em novembro", faltando agora decisões, antes de tudo de gestão corrente.
"Penso que já estamos fora de prazo para decidir e sobretudo para executar. O Governo tem os seus tempos, mas nós, gestores públicos, somos pagos para tomar decisões. Quando não as tomamos, mais vale não estar a gastar o salário ao Estado e, por isso, fui-me embora", disse ainda.
Em concreto, aponta casos como o atraso na aquisição de matéria-prima para iniciar a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, negócio de 128 milhões de euros e que corre o risco de cair por terra. Ou a forma como foi conduzida a negociação com a Douro Azul, que terminou sem sucesso.
"Quem está a gerir tem de tomar decisões. Se o acionista, que neste caso é o Estado, não concordar, demite os administradores. Mas nunca ter uma fábrica parada, com contratos para executar", rematou.
A administração da Empordef, holding do Estado para as indústrias da Defesa, é liderada por Vicente Ferreira, empossado no cargo em agosto de 2011 e conta agora com apenas um administrador executivo, António Mendonça, e outro não executivo, Jorge Camões. Este último lidera diretamente os ENVC, participados a 100 por cento pela Empordef.»
Caro Almeida Sande,
ResponderEliminarCompreendo e respeito as mágoas que exprime e que eu compartilho, se me permite...
Quanto às declarações o demissionário gestor da Empordef/ENVC não as vou discutir por me faltar suficiente conhecimento da causa.
Mas permito-me duvidar das condições em que estariam a ser negociadas ou programadas as encomendas referidas, dados (i) os conhecidos antecedentes, nomeadamente do barco para os Açores e (ii) a fragilíssima situação da Empresa para cumprir compromissos, tornando a execução de qq negócio num altíssimo risco...
Ao dizer isto eu não estou a defender o status quo como é óbvio...repare aliás que este Post começa por ser até muito crítico em relação ao status quo...
O problema está em que no fim das contas, se as coisas correm mal, lá está sempre o Estado (nós) a arcar com todos os custos...