sexta-feira, 2 de março de 2012

Give Greece a chance...

1.A quem tivesse lido a edição do F. Times do último fim-de-semana não passou certamente despercebido um enorme ANUNCIO publicitário, ocupando a totalidade da página 5, com o título que encima este Post, subscrito e patrocinado por um grupo de “leading Greek business people”.
2. Na parte final do ANUNCIO pode ler-se, para além da identificação (genérica) do grupo patrocinador, o seguinte “Este anuncio é uma iniciativa de serviço público, financiada por um grupo de...(acima mencionado). O nosso objectivo é assegurar que os sacrifícios que estão a ser feitos por cada grego, ao abrigo do mais duro programa de austeridade da história moderna, não sejam em vão”.
3.No corpo do ANÚNCIO encontra-se um conjunto de frases em que é dado relevo ao programa de austeridade em curso, indicando alguns números mais ou menos conhecidos, bem como ao enorme impacto que esse programa tem na vida diária dos gregos.
4.Especial relevo é colocado na adopção das medidas de natureza estrutural, recentemente votadas pelo parlamento grego, expressando a expectativa de que estas mudanças abrem “a chance to create a new Greece, a modern, productive and creative Greece, with a sustainable future in Europe”.
5.Acrescentam que mais austeridade será necessária ainda, apesar de o desemprego já ter atingido o altíssimo patamar de 21%...e do país entrar no 5º ano consecutivo de recessão económica...
6....que estão disponíveis para fazer mais sacrifícios, que estão certos de que os compromissos agora assumidos vão ser cumpridos, que se sentem europeus que aspiram a desempenhar um papel construtivo dentro da Europa...
7. E a única coisa que pedem, em conclusão, é que...”give Greece a chance”!
8. Curiosa (embora também dispendiosa) forma de intervenção pública da classe empresarial grega, não negando responsabilidades nem fugindo aos sacrifícios...bem diferente por exemplo do "Manifesto dos 30" há poucas semanas divulgado em Portugal e subscrito por um valente punhado de grandes amigos da Grécia, repetindo a habitual catilinária anti-liberal...
9.Pois bem, com a aprovação do pacote de ajuda oficial adicional de € 130 mil milhões e com a negociação do perdão de mais de € 100 mil milhões em vias de ser concluído com os credores privados do Estado Grego,”the chance has been given to Greece”.
10.Cabe agora aos Gregos aproveitar esta “chance”...muito boa sorte é o que sinceramente lhes desejo!

18 comentários:

  1. Quem tenha lido uma edição da Odisseia de Homero, escrita 7 séculos antes de ter nascido o Filho de Deus, chegando ao capítulo da "Ilha dos Ciclopes", fica muito provavelmente "aterrado" com as semelhanças que encontra entre aquela descrição e o que está implícito no anúncio publicitário.
    Mas para que possamos estabelecer um paralelo... digamos... isento de más interpretações, passo a transcrever o episódio, pedindo desde já desculpas pelo abuso do espaço, do tempo e da vossa atenção:
    «Ulisses parou numa ilha habitada por ciclopes gigantes, com apenas um olho na testa, que devoravam pessoas que chegavam por engano às suas terras.»
    Não quero especular mas encontro neste trecho imensas semelhanças entre os gigantes de um só olho, alarves e canibais, com a europa globalmente sorvedora das economias mais frágeis, mas... adiante.
    «Quando aportou à ilha, o ciclope não se encontrava, fora cuidar das suas ovelhas. Então, Ulisses e os seus marinheiros, entraram na caverna e surpreenderam-se com a enorme quantidade de queijo e leite que encontraram, decidindo demorar-se um pouco mais, banqueteando-se com o menu mas, foram surpreendidos pelo regresso antecipado do proprietário, o gigante Polifemo.»
    Sem querer voltar a especular, parece-me que este deslumbre pela abundância produzido em Ulisses e nos companheiros, se repetiu com a criação da união europeia e depois com a moeda única. Mas... Prosseguindo:
    «Quando Polifemo entrou na caverna e se deparou com aquele bacanal gastronómico, ficou passado dos carretos e decretou logo ali, de seguidinha, que iria morfar um homem cada dia» .
    Não me perguntem por favor, se este "morfar" deve ser entendido metafórica ou literalmente... decidiu que iria comê-los e prontos, ficamos assim!
    Quando Ulisses se viu "entalado" naquela situação, lembrou-se de uma "pomada" que um bacano chamado Máron lhe tinha oferecido e a que hoje poderíamos rebaptizar com o nome de "Financial Times". Aquilo era "de estalo" muito melhor que um outro com que um grupo de amigos um dia, regou um bacalhau à Fuso.
    «Então, pretendendo acalmar a fúria de Polifemo, Ulisses ofereceu-lhe um pouco da binháça que o gigante-zarolho desconhecia, mas que apreciou bastante e... numa de socializar (não sei se o termo se poderá aplicar) perguntou o nome ao seu eno-consócio, que lhe terá respondido "O meu nome é ninguém". A bebida e a resposta, geraram alguma confusão na cabeça do Ciclope que terá então decidido comer ninguém em último lugar.»
    Voltando às comparações; a situação repete-se, a meu ver a UE quer comer por último, ninguém. Mas pronto... lá voltamos ao adiante.
    «Depois de apanhar uma valente cardina, o Ciclope decidiu ir xonar, mas antes, tratou de fechar a entrada da caverna com um pedregulho que só um gigante, poderia afastar.»

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  2. Como somos pessoas inteligentes, chegados a este ponto somos forçados a interrogar-nos: onde estaria tamanho pedregulho? Se estivesse do lado de fora da caverna, o Ciclope não poderia entrar, depois de fechar a entrada, a menos que a caverna dispusesse de outras entradas, tal como a UE, pelos vistos, se o pedregulho se encontrava do lado de dentro, então a caverna era realmente espaçosa, tal como a UE.
    Bom, seja como for, assim que o Ciclope adormeceu, Ulisses e os seus companheiros, começaram imediatamente,a congeminar uma forma para enganar o ciclope e conseguirem baldar-se da caverna, e depois de muito pensar, chegaram a uma solução!
    Hmmmm?
    Hehehehehhe!!!
    Nada disso que estão a pensar... colocar um anúncio altruísta no Financial Times era demasiadamente óbvio, ninguém iria acreditar não se tratar de um estratagema para enganar tolos. Não! Eles tiveram uma ideia muito mais inteligente!
    Qual foi a ideia?
    A mais óbvia possível: espetaram um tronco no único olho do Ciclope, este, acordou e desatou aos berros "cego" de dor. Os Ciclopes vizinhos ouviram a gritaria e acorreram para lhe prestar auxílio. Chegando à entrada da caverna perguntaram o que estava a acontecer e lá de dentro Polifemo respondeu: Ninguém me feriu! Os vizinhos então, encolheram os ombros e pensaram: Este gajo deve estar cos copos e voltaram para de onde vieram.
    Como tinha de soltar as ovelhas (acho que já não se aguentava o cheiro dentro da caverna) Polifemo arredou a pedra que tapava a entrada e começou a deixar sair a s ovelhas, uma por uma, então Ulisses deu ordem aos seus companheiros para se agarrarem ao pelo dos ovinos, conseguindo assim sair da caverna sem dar nas vistas... ou na vista... ou na total ausência de vista.
    Apetecia-me voltar a estabelecer neste ponto uma comparação, mas dispenso-me de o fazer, para não tornar este comentário excessivamente enfadonho.
    Tenho no entanto de terminar à guisa de aviso aos amigos Gregos, referindo que no final: Poseidon, deus dos mares e dos oceanos, porque era pai de Polifemo, ficou um bocado aborrecido, por Ulisses ter "furado o olho" ao filho e decidiu dificultar-lhe a viagem de regresso.

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  3. Caro Tavares Moreira
    Não sei como se pode chamar “ajuda à Grécia” ou “perdão” da dívida, dadas as circunstancias em que foi “negociado” o novo pacote de 130 mil milhões à Grécia.
    Como é conhecido, destes 130 mil milhões um razoável quinhão fica desde logo reservado, em conta separada, à guarda da Troika para pagamentos aos credores da dívida pública grega. Este “empréstimo” consistirá numa reestruturação da dívida em que os tais títulos, que chegaram a valer nos mercados apenas 70% do seu valor, por novos títulos com a garantia do FEEF, a juros de 3,65%.
    Veja-se o negócio dos credores – trocam títulos (classificados de lixo) que valem 70% do seu valor e na eminência de valerem zero (se a Grécia entrasse em default), por títulos garantidos pelo FEEF, (classificados de AAA). Com um “perdão” de 53% dizem. Perdão, uma ova! Entre a perspectiva de perderem tudo ou no mínimo 70%, o negócio engendrado nesta “ajuda à Grécia” permitiu-lhes uma perda de apenas 53% e com todo o restante altamente garantido. Grande negócio, mas não para a Grécia que se vê arrastada, com as novas medidas de austeridade impostas, para uma recessão em que não se descortina o fim.
    Entretanto, o BCE já desembolsou 489 mil milhões em Dezembro e mais 529 mil milhões anteontem aos bancos europeus, sem quaisquer exigências, a juros de 1%. Miserabilizam-se os países, com exigências de austeridade draconianas para cedência de “empréstimos” a juros de 3,65%, enquanto aos bancos emprestam-se todos os milhões que desejam a juros de 1%.

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  4. Tenho muitas dúvidas que o espírito da página do FT paga por empresários gregos corresponda às reais preocupações patrióticas dos mesmos. Em todo o caso acho de péssimo mau gosto a atitude dos proponentes, que se saiba, os gregos não pediram para ser ainda mais humlhados, ou será que os omnipresentes mercados se condoeram com o sofrimento dos gregos!?

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  5. Caro Bartolomeu,

    Veja o lado positivo da coisa... A Circe deu-lhes muito mais trabalho e causou muito mais incómodos aos pobrezitos.

    Isto para não falar das sereias!... Como se não lhes bastasse ter estado ali às portinhas de Tróia durante 10 anos, a vê-los todos engalfinhados uns com os outros ainda tiveram de passar as passinhas do algarve para conseguir chegar a casa.

    E pior!
    Quando finalmente chegaram a casa, estava tudo virado de pantanas. Não deve haver nada pior, para um moço exausto de tanta peripécia que só quer chegar a casa e descansar, chegar a casa e estar tudo virado do avesso.

    Por isso, meu caro Bartolomeu,pergunto-lhe: entre enfrentar a fúria de um ou dois ciclopes ou enfrentar a fúria feminina, o que é que preferia? ;)

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  6. Essa, é de caras, cara Anthrax; mil vezes a fúria Femenina! Sempre têm mais olhos para furar...

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  7. Caro Bartolomeu,

    Brilhante, simplesmente brilhante, essa evocação da mitologia grega! O Senhor, permita-me que lhe diga, é um émulo do Prof. José Hermano Saraiva cujos programas "Horizontes da Memória" tanto apreciei e que ainda hoje revejo, com imenso gosto!
    E a história, real ou imaginária, é sempre uma grande fonte de ensinamentos para sabermos interpretar so acontecimentos que se desenrolam nos nossos dias...

    Caro Carlos Sério,

    Não me leve a mal, mas o seu faz-me lembrar a reacção do INFARMED à decisão do laboratório Roche de suspender o fornecimento a CRÉDITO demedicamentos a um grupo de hospitais que têm dívidas mais atrasadas...
    O Infarmed reagiu em tom inflamado, condenando a decisão do dito laboratório, considerando-a contrária à ética (republicabanana, talvez), e ameaçando com represálias!
    Em conclusão, não pagam, não dizem quando tencionam pagar e ainda agridem aqueles que tomam providências para defender os seus créditos...

    Caro Jota C,

    Se tem muitas dúvidas, tomo a liberdade de lhe sugerir que envie uma carta ao F. Times expressando essas dúvidas e pedindo esclarecimentos...
    Olhe que eles cultivam o bom hábito democrático de dar publicidade a essas cartas e de acrescentar sempre um esclarecimento...
    Era o que eu faria se partilhasse as suas dúvidas, que não é o caso...

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  8. Caro Drº Tavares Moreira...
    Estamos dessincronizados. Eu não tenho dúvidas de que o FT publicou a expensas de um grupo de empresários gregos uma página pedincha! A minha dúvida é se esses proponentes "patriotas pedinchas" receberam procuração do povo grego para tamanha humilhação!
    Por isso se tivesse de pedir esclarecimentos não seria ao FT...
    Bom fim de semana.

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  9. Muito menos, caro Dr. Tavares Moreira, contento-me com um singelo, apreciador e ouvidor atento do Professor José Hermano Saraiva que, tal como o caro Amigo, aprecio imenso e a quem devo muitos e bons momentos de puro deleite, pela forma simples, mesmo que um pouco fantasiosa, mas clara e precisa com que me ensinou e fez relembrar factos e feitos históricos de personagens do meu país. Obrigado!

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  10. Caro Tavares Moreira

    Pedem uma última chance, cabe perguntar
    a) Quantas lhes foram dadas antes?
    b) O que tem esta de diferente em relação às anteriores e, por isso, resultar?
    c) Porque será a última?

    Cumprimentos
    joão

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  11. Caro Tavares Moreira
    O senhor é engraçado demais.
    Perante uma argumentação com factos concretos, o senhor rodopia, passa ao lado e para não gaguejar inventa comparações absurdas. Valha-nos Deus.

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  12. Caro Tavares Moreira
    (Ou, esclarecendo)
    Os credores da dívida grega foram ao mercado comprar dívida, com os riscos inerentes a quem joga nos mercados financeiros. Foram por sua livre iniciativa, por sua conta e risco e nestas coisas do jogo nos mercados há quem ganhe e há quem perca de acordo com o acerto ou desacerto das suas apostas. Correram os riscos do “jogo” dos mercados.
    Agora, comparar isto com as dívidas dos hospitais e as disputas do Infarmed e a Roche é simplesmente absurdo e ridículo.

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  13. Caro João Jardine,

    Boas perguntas, que responda quem sabe...

    Caro Carlos Sério,

    Confesso-lhe que a mim não passaria pela cabeça trata-lo por engraçado, nem o farei em nenhuma circunstância...mas se esse é o seu estilo, e isso o deixa realizado, nada posso fazer.
    Bem pelo contrário, no auto-elogio que faz da sua própria argumentação julgo que nesse caso tem carradas de razão.
    Cumpre oferecer os serviços aos Gregos que certamente lhe agradecerão o contributo para defesa da sua causa...

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  14. "GO GREEK FOR A WEEK"
    No final do ano passado o Channel 4 trasmitiu uma série com este nome e que se tornou bastante popular .
    Nela o reporter acordava com pessoas das mais diversas profissões que fosse ele durante ume semana a gerir as suas vidas como se vivessem na Grécia , e no final ganhariam o que ele tivesse conseguido ganhar/poupar/"sacar" .Este pequeno excerto explica o que acontecia cada semana :




    «Three British families try out the tax, pensions and work practices that caused Greece's economic crisis and brought on the austerity measures aimed at cutting the deficit and qualifying for EU bailouts.

    A 54-year-old British hairdresser discovers the generosity of the Greek pensions system, which still allows hairdressers, pastry chefs, radio continuity announcers and people in almost 600 other jobs to retire aged 53 at 90% of the final pension because their jobs are defined as hazardous.

    A bus driver reaps the rewards of the Greek approach to state-run services, where bus drivers could be paid up to almost double the national average salary and receive extra bonuses for arriving at work early and for checking bus tickets.

    And a British surgeon is delighted to discover how paying income tax the Greek way will transform his disposable income.

    The personal experiences of the three main characters are supported by expert interviews that establish the patterns of tax evasion, corruption and mismanagement that have helped to sink the Greek economy.»

    (Quem quiser saber mais pode ir ao Google e pesquisar o titulo "Go Greek for a Week" ).
    È bom que se saiba que não foi só a opinião publica britanica a conhecer o que foi a "rebaldaria" grega ,pois pelo menos no norte da Europa as pessoas ficaram a conhecer atónitas até onde ela tinha ido .
    Não me parece portanto suficiente um artigo no FT a pedir clemencia e a absolvição para quem traíu tanto e durante tanto tempo a confiança dada.
    manuel.m

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  15. Caro manuel,

    Não conheço o programa em causa, mas assim de repente, diria que é preciso alguma cautela com esse tipo de "cherry-picking". Não haveriam outros exemplos que contassem uma outra história? E fazendo o mesmo exercício noutro qualquer país, não seria também possível arranjar alguns exemplos assim, um bocado a puxar para o sensacionalista? Formigas e cigarras, há em todo o lado.

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  16. Caro AF:

    Jason Manolopoulos ,economista e autor de um conhecido livro sobre o problema da divida grega e CEO da Dromeus Capital , escreveu não há muito tempo um artigo no “The Times” que eu penso que no essencial responde à sua questão .A culpa é colectiva ou há uns que são mais culpados do que outros ? O sofrimento esse sim é bem real e certamente cai sobre muitas cabeças inocentes.



    Escreve ele :



    “ Estará a Grécia ainda no Euro dentro de um ano ? Cada dia que passa parece ser menos provável ...tem havido uma enorme pressão exercida sobre o meu País para que as reformas sejam aceleradas mas ( a EU ) têm vindo a descobrir que o sistema grego é praticamente ingovernável... O optimismo que nós sentimos quando Lucas Papademos , um respeitado economista e tecnocrata , se tornou Primeiro-Ministro de um Governo de Unidade Nacional em Novembro , evaporou-se completamente .... E tudo porque a mesma disfuncional e corrupta elite que desgovernou a Grécia nos últimos 30 anos se mantém efectivamente no poder...A evasão fiscal não será eficazmente combatida e os interesses instituídos das poderosas corporações não serão denunciados e o domínio da oligarquia sobre a Economia não acabará enquanto estes políticos detiverem o poder...Não deixa de ser menos assustador , mas talvez explique o porquê de os comunistas e outros partidos da extrema-esquerda obterem actualmente mais de 30% das intenções de voto , tendo sempre defendido uma politica clara e consistente : Que a Grécia se deve recusar a pagar a dívida , abandonar o Euro e regressar ao Drachma...”

    “....A Economia real afunda-se numa espiral de recessão , auto-alimentada com cada medida de austeridade . As vendas no comercio diminuíram 30% no período de Natal e a Economia contraiu-se 5,2% no último trimestre de 2011...”

    “....As medidas de austeridade do Governo têm atingido com muito mais dureza o cidadão comum que a classe rica que foge aos impostos...”

    “...Em Setembro foi criado um novo imposto sobre a propriedade imobiliária a pagar com a conta da electricidade que se revelou profundamente impopular: Como consequência 50.000 lares enfrentam o corte da energia por não o poderem pagar....”

    “....Os médicos acabam de avisar que o Sistema de Saúde está a entrar em colapso e mais de 200.000 proprietários de automóveis devolveram os documentos por não conseguirem pagar o respectivo imposto de circulação ....”

    “....Um retorno ao Drachma , embora reduza os custos do trabalho , não irá tornar a Grécia mais competitiva . O clientelismo aumentará e os políticos de Atenas poderão novamente imprimir dinheiro para distribuir favores . O que o país precisa é de menos corrupção , desperdício , amiguismo e burocracia . Mas conseguir estes objectivos implica trabalho árduo e não palavras fáceis...”

    “....Tem havido uma confiança ilusória entre os dirigentes europeus que cada declaração de intenções automaticamente se torna realidade . É o que temos visto vezes sem conta com as suas proclamações sobre a reestruturação da divida , fundos de socorro e apoio ao Euro...”

    Mais palavras para quê ?

    manuel.m

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  17. Anónimo14:05

    Caro manuel. m., não conheço a Grécia a fundo mas parece-me que há algo em que o seu comentário atira ao lado.

    Diz a dado trecho no seu comentário que "E tudo porque a mesma disfuncional e corrupta elite que desgovernou a Grécia nos últimos 30 anos se mantém efectivamente no poder" e eu pergunto. A culpa será dos governantes Gregos ou não serão estes apenas um reflexo do que é o povo Grego? Serão os governantes Gregos maus ou simplesmente o povo Grego ingovernavel?

    Uma questão interessante...

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  18. Caro Manuel,

    Bastante interessante o seu apport jornalístico explicando, anedoticamente a avançada e progressista "bandalheira" em que se transformou a gestão financeira e social do Estado Grego.
    Mas a sua conclusão já me deixa muitas dúvidas: para além de não se tratar de um artigo do F. Times mas de um anuncio, os autores/sponsors não pedem clemência nem absolvição - até reconhecem os erros, assumem responsabilidades, prontificam-se a suportar sacrifícios.
    É claro que depois lá vem a frase "Give Greece a chance..." mas, como eu próprio disse, a "chance" acaba de lhes ser dada.

    Caro Zuricher,

    O povo grego, como qq outro povo iludido com a fantasia do projecto europeu, gostou do que lhe foi dado ao longo dos anos...até agora, em que a realidade se abateu sobre as suas cabeças.
    Agora é que se estão zangando com os políticos, até aqui viveram na ilusão de que as facilidades do passado eram para durar indefinidamente...

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