quinta-feira, 26 de abril de 2012

Terapias da crise...


É um serviço que prestam ao país as televisões que apresentam programas que divulgam casos de empresas e negócios bem sucedidos, que convidam empresários e gestores para explicarem como trabalham, as razões dos êxitos, como olham para a crise e como transformam dificuldades em oportunidades. Infelizmente são raros estes momentos porque o que vende são as más notícias. Uma prática doentia, uma espécie de auto flagelação.
Ouvi hoje à noite com gosto o programa Negócios da Semana da SIC Notícias, dedicado ao tema das exportações e crescimento. Foram convidadas três empresas – Hamburgueres H3, Lanidor e Kyaia - dos sectores da alimentação, têxtil e calçado. São empresas que têm uma posição confortável no panorama das exportações e manifestam expectativas positivas para os seus negócios e para o futuro de Portugal. Nos tempos que correm, carregados de notícias deprimentes, ouvir empresários e gestores num tom positivo e confiante sobre o futuro é realmente um bálsamo. Não estão imunes à crise e às dificuldades, cá dentro e lá fora nos mercados tradicionalmente exportadores, mas enfrentam-nas com coragem e como um desafio. É gente que sabe que não pode contar com o Estado, mas que quer que o Estado não lhes dificulte a vida, que se concentre na sua própria reforma e nas reformas que ajudem a economia. É gente que sabe do que fala, que conhece a economia. É gente que trabalha, que investe, que corre riscos. Encontram no país potencialidades e confiam em ideias novas e na inovação e numa nova geração de talentos e competências. Ouvir e ver o lado bom do país é fundamental, prova que há um Portugal empreendedor e confiante no futuro. Conhecer bons exemplos também faz parte da terapia da crise...

8 comentários:

  1. O português adora parasitar o trabalho alheio. Não sei se os outros povos gostam mais ou menos, mas o português adora. E é relativamente fácil, cada vitória do Mourinho é uma vitória nossa e nem sequer temos que passar décadas a aprender a treinar uma equipa de futebol.

    Esta atitude só tem um "pequenino" problema. É que melhores do mundo não "conseguimos" ser a toda a hora, em tudo o que quisermos. Então, quando não somos os melhores do mundo, somos os piores.

    Essas empresas têm sucesso? Têm!! Mas são as melhores do mundo??? Não!! Então não prestam.... quando forem as maiores do mundo voltem cá para nós as festejarmos como nossas.

    Até lá, não estão à espera que seja eu que vá trabalhar para ser o melhor do mundo, pois não? Então vou deprimir-me porque vocês não valem nada...

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  2. Anónimo10:55

    De acordo, Margarida. Andamos bem precisados de uma boa terapia de otimismo. E o médico prescritor pode ser cada um de nós. Mesmo aqui no 4R poderemos começar a escrever sobre coisas positivas, que as há como se vê, aproveitando o capital de gente positiva como são os autores e comentadores deste blogue.

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  3. Caro Tonibler
    Tocou num defeito muito português. Porque temos que ser os melhores do mundo? É um síndroma muito estranho. Temos a mania de anunciar que vamos ser os melhores nisto e naquilo. É um erro perder a noção de que o importante não é ser o melhor do mundo, é ser bom e competir com os melhores do mundo.

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  4. Impressionante, não é? Somos 10 mios e quando vamos a um campeonato, é uma vergonha não sermos campeões do mundo; uns jogos olímpicos sem medalha de ouro, mais valia nem termos ido...

    Noutro dia partilhava no facebook uma notícia de um grupo da U. de Aveiro sobre uma inovação em impressoras 3D. Eu nem faço ideia do que seja, mas como eu conheço um dos responsáveis da universidade, achei que deveria divulgar. Boa parte dos meus amigos reagiram como "mas o que é que isso tem de novo?", "isso já é feito há anos..", "inovador porquê, já há impressoras dessas há séculos...". E não eram os que têm a 4ª classe, lembro-me de ver que nessa discussão todos tinham 3 graus académicos porque foi algo que chamei à atenção na altura.

    A verdade é que para nós não basta criar um sistema de travagem, se não inventámos o automóvel, então não presta. A não ser que venha um estrangeiro dizer "ah, não, o vosso sistema de travagem é mesmo muito bom!". Aí, passamos a dizer "somos os maiores!"(depois de estarmos a menorizar a coisa), a empresa passa a ser um exemplo (e todas as outras só existem para fugir aos impostos) e tomara que todos fossem como eles...

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  5. Tem toda a razão, caro tonibler, é isso mesmo, passamos a vida a desprezar o que temos com o argumento de que "há melhor", deve ser mesmo uma boa desculpa para justificar a falta de empenho ou a falta de exigência. Nem me parece que a nova geração, mesmo com tantos erasmus, tantas viagens e tanta informação tenha uma mentalidade diferente,salvo se estiverem fora.

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  6. Cara Margarida,

    É Gente que trabalha, que investe, que corre riscos...
    Tem toda a razão, é mesmo assim. Só faltou concluir que por essas mesmas razões, é Gente que foi notícia quase por acidente...em condições normais de pressão e temperatura, esses exemplos não interessam rigorosamente nada à comunicação social...

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  7. Suzana
    É uma mentalidade que é preciso alterar, mostrando que sem fazer acontecer, sem trabalho, não há bons resultados. O sucesso vem depois, nunca é o primeiro patamar. Temos uma ideia distorcida do que é o sucesso. Falta-nos muita gestão e organização.
    Dr. Tavares Moreira
    Tem toda a razão. Por aqui se vê a importância da comunicação social.

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  8. http://globotv.globo.com/rede-globo/pequenas-empresas-grandes-negocios

    http://revistapegn.globo.com/

    Esse programa "Pequenas empresas grandes negócios" é regular ..não é uma coisa ocasional ..

    Conhecer bons exemplos não deve ser uma terapia de cura mas de prevenção.

    Por falar em cura deviam transformar a policia de empresas Asae num hospital de empresas , com consultores gratuitos .

    Mas claro que enquanto as leis laborais não forem simples e transparentes com livre despedimento ..não haverá recuperação.

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