Os trabalhadores da NAV vão fazer nova greve. Pela terceira vez em 2012 que ainda vai a meio. De 29 de junho e 3 de julho, são dez horas de paralisação do controlo do tráfego aéreo com a imediata consequência da perda de proveitos e prejuizos para muita gente decorrente do atraso e anulação de centenas de voos, boa parte da operadora nacional, a TAP que o governo quer valorizar no quadro da privatização.
A NAV é parte do setor empresarial do Estado, e como tal, foi sujeita como as demais empresas públicas a medidas de contenção de custos de modo a evitar o agravamento dos níveis de endividamento ou o comprometimento do Tesouro em garantias.
Fui verificar que ponderosos motivos invocam os trabalhadores da NAV para a greve com os efeitos cumulativos, que são tremendos para a preclitante economia nacional. Fiquei espantado: não existe uma só reivindicação de caráter remuneratório, sobre as condições de trabalho. Os controladores param porque estão contra o corte de custos operacionais impostos à empresa! Corte de custos é o que o País por inteiro está a sofrer, pelo que esta greve é, antes de mais, uma afronta a quem suporta o sacrifício de perder parte do seu rendimento para que as finanças não asfixiem mais a economia.
Acaba esta greve na NAV e entretanto na TAP, entre 5 e 8 de julho, vão fazer greve, de novo, os pilotos. Segundo o pré-aviso de greve entregue pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, a paralisação visa:
a) exigir a demissão de dois quadros de chefia;
b) a reposição da equidade salarial, alegando que a TAP concedeu aumentos na ordem dos 40% em 2011 a pilotos com funções de chefia em terra;
c) obrigar o governo a que os pilotos sejam partes no processo de privatização.
Num caso e noutro estamos perante manifestos abusos do direito à greve, agravados pela circunstância de se tratar de classes profissionais bem remuneradas, que por isso podem dar-se ao luxo destas "lutas" gratuitas que pouco ou nada têm que ver com os seus interesses laborais, afinal o leit motiv de qualquer greve legítima. Abuso de direito fundamental, que deve merecer do Governo uma resposta firme, no quadro da legalidade claro está, mas em defesa do interesse geral. Da sociedade espera-se a reprovação sem complexos, a reprovação que a mais decantada irresponsabilidade merece ter.
Aplicando linguagem do PREC, trata-se de pura sabotagem económica.
ResponderEliminarVerdadeiro atentado à economia e à democracia. Ouvi falar que a requisição civil deve ter lugar quando está em causa a defesa de interesses superiores. Mas deve ser só boato...
O governo não poderia tomar determinadas medidas de forma a impedir essas greves e proteger, assim, a economia portuguesa e os interesses do público?
ResponderEliminarRequisição civil, cara Catarina!
ResponderEliminarEu estou com os pilotos da TAP.
ResponderEliminarOs políticos gastam rios de dinheiro em estudos e projectos do TGV, Aeroporto, parceria público privadas e outros projectos megalómanos, como o aeroporto de beja (às moscas) ,submarinos ETc, Etc, Etc.... Nos salários de gestores públicos, da TAP, CGD que não gerem nada e de manifesta incompetencia, salários de políticos incompetentes e ninguém se indigna. Contorna-se a lei conforme a "pressão" de determinados grupos e ninguém se indigna. Agora só porque os Pilotos da TAP, também querem o seu pedaço, aqui del-rei que o prejuízo é insuportável.
Só podem estar a gozar com o pagode.
Eu, se tivesse o poder reivindicativo dos pilotos da TAP, também ameaçava com greve.
Infelizmente não tenho.