1. Para uma boa parte da chamada esquerda militante e intelectual, domésticas, Cuba constitui um modelo de sociedade para o qual deveríamos convergir, uma vez que nesse modelo os trabalhadores – camponeses, operários, polícias e outros mesteres – são quem mais ordena, determinando no mais profundo dos níveis o devir político, económico e social do País...
2. Pois bem, é hoje notícia a rápida ascensão do salário médio MENSAL em Cuba, nos últimos 5 anos – 18%, é obra – atingindo já o nível de 14 Euros...quer dizer que há 5 anos era apenas de Euros 11,86/mês....
3. Convém anotar que em Portugal os mesmos subscritores do modelo social e económico de Cuba vociferam, semana sim semana não, contra o facto de o salário mínimo nacional se manter inalterado em 485 Euros/mês, sustentando a urgência da sua revisão, certamente para ajudar a aumentar o desemprego, cujo nível parece não os satisfazer ainda...
4. E têm vituperado com enorme violência as declarações recentes de António Borges, reconhecendo na diminuição da carga salarial uma necessidade da economia – declarações que enfermam de excesso de generalismo em minha opinião.
5. Subscreverei sem dificuldade a afirmação de A. Borges se tiver como alvo os sectores protegidos da economia (os "rendistas"...) , a generalidade das EPE’s, bem como a classe política (central, regional e autárquica) – pois tenho a noção de que os custos salariais nesses sectores são excessivos e de que uma boa parte do desemprego que hoje enfrentamos decorre exactamente dos custos que esses sectores impõem ao resto da economia forçando-a a ajustar mais do que necessitaria na ausência desses sobrecustos...
6. Mas já não posso concordar se essa afirmação for dirigida aos demais sectores da economia, expostos à concorrência onde até julgo que os salários são excessivamente baixos (por causa dos outros serem excessivos, certamente).
7. Em todo o caso, esta notícia do aumento salarial em Cuba deveria ser motivo de regozijo para as esquerdas militante e intelectual, apontando de novo o dedo ao imobilismo do salário mínimo nacional e lembrando o bom exemplo de Cuba - estou estranhando muito o seu silêncio, que se passará?...
Caro Dr. Tavares Moreira, agradeço-lhe a sugestão de almoçar no restaurante Capoeira da Foz. Lá estive no passado sábado e econfirmo, é realmente excelente, tanto na confecção, como no atendimento e ainda no ambiente acolhedor. Pena não ter sido possível partilhar a refeição com o meu caro Amigo. Talvez haja essa oportunidade na próxima deslocação ao Porto.
ResponderEliminar;)
1.-Os salários reduzir-se-ão neste mundo globalizado, e não por decreto.
ResponderEliminar2.-Tardam as "reformas estruturais" seja a das autarquias, onde máquinas partidárias estão enfiadas até ao tutano, seja a Justiça, onde o estudo é pouco (reduziu-se a redimensionar o campo da bola, em vez de mudar as regras da bola).
3.-Dependemos não de nós, porque incapazes de fazer, construír (a não ser o fácil, cortar salários, subir iva), mas do air du temps...
Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarConcordo. Há, com efeito, uma grande segmentação nos rendimentos do trabalho (e não só, na estabilidade de emprego, produtividade, etc.) em Portugal, de um lado os sectores "rendistas" e o sector empresarial público e as administrações públicas, e do outro lado o sectores transaccionáveis. O gap salarial entre o primeiro grupo e o segundo grupo é elevado., o mesmo se pode dizer em relação a aspectos como a precariedade e a estabilidade do emprego. É preciso ter muito cuidado com as generalizações.
Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarTotalmente de acordo quanto ao perigo das generalizações. Por exemplo, falando só no quadro do chamado funcionalismo público ou de quem desempenha funções de serviço público, há que distinguir os salários médios dos funcionários publicos em geral, os salários médios dos que estão em alguns Institutos públicos, serviços autónomos, Direcções Gerais, Administração central etc, e os salários médios de quem trabalha nas empresas públicas. Encontramos aqui diferenças significativas. A bitola não pode ser igual.
Mário de Jesus
Eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velho
ResponderEliminar(88anos)digo simplesmente que o senhor Dr.Tavares Moreira devia ter citado também os «salários« dos Doutores,Professores,Directores
Engenheiros e Ministros cubanos,
para podermos comparar com os «salários» dos seus equivalentes
portugueses que usufruem ordenadões
escandalosamente elevados. E devia de ter citado que a Escola até à Universidade é gratuita,assim como a Saúde.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarFico muito satisfeito com a notícia que me dá quanto ao teste do Capoeira.
Desta vez não podia acompanha-lo no repasto pois à mesma hora encontrava-me no concelho de Mirandela (Abambres), para uma degustação bem transmontana, completada por umas deliciosas cerejas da região: uma maravilha!
Caro Conservador,
Na simplicidade do seu argumentário escondem-se carradas de razão!
Cara Margarida,
Estranho seria que na apreciação deste como noutros temas da actualidade não existisse sintonia entre nós...para benefício meu, evidentemente!
Quanto ao nosso Amigo A. Borges eu devo admitir que o comentário que fez até tivesse sido movido por entendimento semelhante ao que aqui exprimimos, mas por vezes quando dialogamos com os media nem tudo nos sai bem...
Caro Dr. Mário de Jesus,
Inteiramente de acordo, nesta matéria das diferenças salariais, mesmo no sector público, existem muitas situações injustificáveis...
Caro José Gonçalves Cravinho,
Apesar do apelido, espero que V. Exa. não tenha tido qq responsabilidade na criação dessa maravilhosa invenção que foram as SCUT's, a partir das quais este País progrediu, em formosura e bem-estar, como nunca se tinha visto!
Sobre as suas observações, que respeito obviamente, no que se refere ao ensino gratuito de Cuba eu confesso-lhe que preferia pagar, pagar caro mesmo, a ter um ensino gratuito desses, com carga ideologia às montanhas e em regime de pura lavagem ao cérebro...para descobrir, anos mais tarde, que o que se aprendeu não serve para quase nada, é tudo falsete!
Dr. Tavares Moreira, simpáticas palavras as suas!
ResponderEliminarNá...! Isso é consequência do embargo do capitalismo imperialista que força o povo cubano a uma vida de luta que só a solidariedade operária de uma sociedade superior consegue levar de vencida o demónio americano. Se não fosse isso o salário mínimo em Cuba eram uns 2000 dólares canadianos! (sim, não dos outros)
ResponderEliminar- camponeses, operários, polícias e outros mesteres, isto é os rstantes trabalhadores em geral,prá aí 80% da população (igual a qualquer país), têm a ousadia de ser "quem mais ordena", segundo a opinião do Tavares Moreira.
ResponderEliminarAinda não compreenderam "estes infelizes", que o seu papel é simplesmente trabalhar e obedecer aos bem pensantes restantes 20%, grupo do qual o nosso ilustre econopmista faz naturalmente parte.
"Convém anotar que em Portugal os mesmos subscritores do modelo social e económico de Cuba vociferam, semana sim semana não, contra o facto de o salário mínimo nacional se manter inalterado em 485 Euros/mês, sustentando a urgência da sua revisão, certamente para ajudar a aumentar o desemprego, cujo nível parece não os satisfazer ainda..."
ResponderEliminarComparar o incomparável é pura demagogia.
Na nossa pobre economia de serviços já não há camponeses e operários!
ResponderEliminarEste Sério só pode estar a brincar.
"1. Para uma boa parte da chamada esquerda militante e intelectual, domésticas, Cuba constitui um modelo de sociedade para o qual deveríamos convergir, uma vez que nesse modelo os trabalhadores – camponeses, operários, polícias e outros mesteres – são quem mais ordena, determinando no mais profundo dos níveis o devir político, económico e social do País..."
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarOra ainda bem que suscita a nagna questão do bloqueio económico que a frondosa economia cubana sofre do inigo imperialista? De tal modo que as principais receitas em divisas do país advêm das transferências de emigrados cubanos no imperialismo e o resto dos serviços de turismo que os imperialistas importam?
Mas, bem vistas as coisas, nós não temos sofrido igualmente, já há anos, os efeitos do ataque dos especuladores de casino e dos medonhos e recalcitrantes mercados?
Não estaremos numa algo semelhante aos cubanos?
As situações até são comparáveis, a final!
Caro Carlos Sério,
V. Exa. já me considera membro da nomenclatura cubana? Que bem lhe fiz eu para merecer tão grande distinção?
Quanto à incomparabilidade das situações que postula, parece-me que isso só poderá justificar-se pelo excelente funil dogmatico das posições que sustenta...tenho a suspeição - não a certeza, essa é exclusivo dos dogmáticos - que elas até são perfeitamente comparáveis!
Caro Tavares Moreira, a acreditar nas palavras de um inominável governante ilhéu, é exactamente aquilo que somos há muitos anos - cubanos do "contenete".
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarEm 1º lugar peço-lhe que aceite as minhas desculpas pelos lamentáveis erros de escrita na resposta que enviei ao seu anterior comentário...este "coiso" de escrever à pressa prega-nos algumas partidas, no meu caso com alguma frequência...
Quanto à fraseologia altamente elaborada do eminente Estadista que menciona - em preparação para umas férias prolongadas em Paris, para fazer companhia a outro eminentíssimo Estadista da mesma escola Crescimentista - creio que ele terá agora de pensar duas vezes antes de utilizar essa expressão, quando se sabe que o salário médio dos cubanos anda pelos € 14...
Pois não poderá exigir muito a quem tem esse nível remuneratório.
Cuba: por que o silêncio perante boas notícias?
ResponderEliminarEntão o Sério não escreveu que esses proletários eram 80% da população? Ou fui eu que li mal?
ResponderEliminarDeixe lá que na Grécia não só aumentaram o salário mínimo como também o salário dos políticos para aumentar a qualidade da democracia...
Ilustre Mandatário do Réu,
ResponderEliminarAinda não reparou que o Sério é um brincalhão e usa o pseudónimo bloguistico para disfarçar esse dom?