quarta-feira, 13 de junho de 2012

A nova definição de traição: notas baixas!...

O Presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais considerou que os exames de aferição de Matemática e as notas baixas “são uma traição aos alunos”. Por lhes exigir a demonstração do que sabem ou ignoram.   
Engana-se o proeminente pai da Confederação. Traição aos alunos é a forma como o ensino tem sido visto pelos “pedagogos” experimentalistas do Ministério da Educação, mera forma de entreter alunos durante o dia, e que este Ministro, muito bem, quer alterar.  
Engana-se ainda o proeminente pai da Confederação. Traição aos alunos é procurar esconder a ignorância. Se se puder esconder a nódoa, a roupa até parece limpa. Sem exames, a sabedoria é plena. E os alunos catedráticos à nascença.
A propósito: que representatividade têm estas associações de pais e estas confederações? Como são eleitos e quem os elege? Quantos votos tiveram? Há quanto tempo são os mesmos? Quem verifica se são pais, avós ou mesmo visavós? Ou representam-se apenas a si próprios? 
Porque, se representam os pais, estes têm tido o ensino que merecem. Mas os filhos serão as primeiras vítimas.

10 comentários:

  1. Caro Dr. Pinho Cardão
    A bem dizer, não se chega a perceber em concreto o que querem estas Confederações, deveriam preocupar-se com a qualidade da escola e do ensino, deveriam preocupar-se com o futuro dos seus filhos. Com alunos que não sabem fazer contas de aritmética não vamos longe.

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  2. Muito pertinente, este seu post, caro Dr. Pinho Cardão.
    Tenhamos esperança que este Ministro da Educação consiga colocar ordem nestas ambiguidades e vicissitudes de que o nosso ensino padece. Ouvi hoje também, nas notícias da manhã que foi aprovado o congelamento de vagas para entrada nas universidades, excepto se for provado que os formados terão oportunidade de trabalho.
    Em minha opinião é uma medida que tende a regular, equilibrar e direccionar tanto as áreas de formação em sintonia com as necessidades do s mercados de trabalho, como o investimento do Estado no ensino e ainda e acima de tudo, o investimento intelectual dos alunos, assim como o investimento monetário.
    A par desta medida, parece-me da máxima importância aprovar outras, que visem optimizar o ensino, tornando-o mais ágil e específico, aproveitando as potencialidades individuais dos jovens, permitindo uma aferição mais coerente dos seus níveis de conhecimentos.

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  3. O ensino em Portugal é uma enorme anedota (triste) por todas as razões e mais algumas, entre as quais estas confederações (lembro-me de uma que era presidida pela mãe de um colega meu, que estava tudo bem não fosse esse meu colega o ter sido 20 anos antes...). Sem grande esforço, nem certezas, esse presidente deve andar a acumular com a Comissão de Utentes da A43 e com a presidência da União dos Sindicatos de Calcetaria Marítima do Sul e Ilhas. O problema nem é esse.

    O problema é aquilo que dizem ser realmente a percepção da esmagadora maioria dos portugueses (para quem pensava que este país era uma bosta por acaso e infortúnio...). Uma prova de aferição não é para os alunos. É para o sistema. Se há alguém que fica mal classificado não são os alunos, é o sistema. Razão pela qual não se deve facilitar nestas provas e pela qual os alunos as devem encarar como muito importantes. Mas, no fundamental, quem deve estar sob avaliação são professores, escolas, etc...

    A primeira causa do "sucesso" do experimentalismo é a sua perfeita imbecilidade de fundo que é achar que ensinar é uma ciência, quando é uma arte. Pouco interessa o método, o programa, o número, a filosofia e todas as "paridas" que estes filósofos inventaram. O que interessa é se o professor, o aluno, o sistema, a escola, o... compreendem claramente o objectivo que têm e o seguem.

    E o objectivo é só um. Que os miúdos saiam conhecedores dos focos de conhecimento que definimos, independentemente da sua origem(senão não precisamos de um sistema público). O resto é completamente acessório, professores, escolas, ministros, ministérios, métodos, programas, filosofias, etc... As provas de aferição deveriam ser para focar o professor em termos de objectivo e, se não serve, tirá-lo do sistema. Quem deveria estar nervoso com as provas deveriam ser os professores/escolas, não os pais.

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  4. Muito bem, Pinho Cardão. É aflitivo vê-los e ainda mais ouvi-los. Coitadinhos dos alunos, violentados na sua dignidade assim como os papás capazes de reconhecerem as elevadas competências dos seus queridos. No fundo, tudo isto é uma treta e das grandes, em que todos os agentes têm responsabilidades, desde os papás aos categorizados professores...

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  5. Ouvi, na TV, as declarações do presidente/pai em causa e, segundo depreendi das suas palavras, a preocupação do homem não eram os alunos nem a qualidade do ensino mas, tão só,a hipótese de de o ME estar a lançar estas medidas para pôr em causa (em "révanche") a "colidade" do ensino do governo anterior.
    Onde chegámos e... onde chegaremos?

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  6. Claro, preciso, conciso e muito oportuno, como sempre! Parabéns!

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  7. Na qualidade de PMAG da Confap, remeto o Dr Pinho Cardão para as declarações completas do Presidente da Confap Dr. Albino Almeida aqui:
    http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/confap-lamenta-descida-das-notas-nas-provas-de-afericao-1550035 ,pois parece-me que esta sua publicação está truncado.
    Quanto últimas perguntas que deixa no ar, teremos todo o gosto em lhe dar todos os esclarecimentos, mas provavelmente o Prof. David Justino que esteve no nosso último encontro Nacional em Vila Real , certamente também saberá esclarece-lo relativamente a algumas das suas questões
    Com os meus cumprimentos Miguel Caldeira (Engº.) Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Confap!

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  8. Pergunte-se ao Pai Eterno da Confap quanto é que esta "representante" dos pais recebia por ano do anterior ME.Parece que eram uns bons milhares!E com o tal senhor era convidado assíduo de Maria de Lurdes Rodrigues ao ponto de viajar em viatura do Estado.Ele era comemorações, inaugurações, congressos, jornadas...
    Ora...Haja paciência!

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  9. Caro Eng. Miguel Caldeira:
    Obrigado pela sua participação. Irei ler com atenção a versão que indica e amanhã comentarei.

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  10. Caro Miguel Quintão(ou Eng. Miguel Caldeira):
    Prometido é devido. Estive a ler. As declarações "autênticas" não melhoraram nada o que pensava das que li. Todavia, dada a importância do asunto, dedicar-lh-ei um post, talvez amanhã.
    Entretanto, o meu amigo poderia falar da representatividade da Confederação, modo de eleição, votantes, receitas e sua origem, etc. Recorrer ao Prof. David Justino não me parece lá muito ortodoxo.

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