O
enviesamento da informação, fazendo de nós todos tolos, é cada vez mais
insuportável. Sobretudo quando vem da RDP, serviço público que pagamos, para
informar com rigor.
A
propósito do Relatório do Observatório da Saúde, que conclui por indícios de racionamento na prestação de
cuidados, a RDP emitiu, esta manhã, uma reportagem feita em dois hospitais. Ia no carro e ouvi. Cito de cor, mas o sentido é autêntico.
Jornalista:
Então a saúde está a sair-lhe caro? Adivinha-se
a resposta: os medicamentos, as deslocações, um rosário de dificuldades.
Jornalista,
agora para outro doente: Então está a
diminuir as suas idas ao médico? As taxas moderadoras...
Pois
é, dizia o doente, se ganhasse bem, vinha
mais vezes…agora com as taxas moderadoras…
E
continuou o rol de perguntas da mesma espécie e teor, feitas de encomenda para
a resposta pretendida.
Especialmente
reveladora foi a resposta do doente que dizia que sem taxas moderadoras iria
mais vezes ao médico. Mas não foi precisamente para evitar consultas por tudo e
por nada que se instituíram em todo o mundo as taxas moderadoras? Que, em todo
o caso, não atingem os mais necessitados, nem certas doenças, como se sabe.
À
tarde, e a propósito do fecho da Maternidade Alfredo da Costa, uma reportagem
com entrevista à Presidente de uma qualquer Plataforma contra o encerramento.
Pergunta da jornalista: O que é que o
encerramento põe em causa?
Claro
que ninguém esperaria que a resposta fosse diferente da que foi: punha em causa o serviço, os utentes, os funcionários, a qualidade, etc, etc.
Informação
com perguntas fechadas que naturalmente encerram em si a resposta, não é rigor.
É mero tambor, de sons e slogans repetitivos ao serviço de interesses políticos
ou corporativos. Lamentável que a RDP, serviço público que pagamos, se preste a
ser um mero tambor e voz desses interesses.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminargostava também de fazer notar o facto do Observatório da Saúde apresentar suspeitas de indícios naquilo que deveria ser já nomeado para o prémio de excelência da administração pública. Um observatório que não observa, suspeita. Devia talvez ser o "Suspeitório da Saúde".
Brilhante, caro Tonibler!
ResponderEliminarUm Observatório que, à falta de observação, fala de suspeição, e à falta de factos, fala de indícios, é mesmo um Suspeitório.
Suspeita, logo existe!
recebi esta notícia no meu e-mail.Alguém me quer informar,com verdade,se corresponde à verdade?
ResponderEliminar«"Em 1980 Cavaco Silva, então ministro das Finanças,
Sobe os gastos orçamentais, valoriza o escudo, aumenta as importações. O défice das transacções correntes sobe de 5% do PIB em 1980 para 11,5% em 1981 e 13,2% em 1982. A dívida externa aumenta de 467 milhões de contos em 1980 para 1199 milhões em 1982. Perante o descalabro, em 1983, o novo governo da AD vê-se obrigado a subir as taxas de juro 4 pontos, e a vender 50 toneladas de ouro para financiar as contas externas. O desnorte é total.
Desmantelamento do sector das pescas, silvicultura e da agricultura em Portugal, a troco de ajudas financeiras da UE. A maioria dos agricultores e pescadores passaram a receber para não produzirem, arrancarem árvores (vinhas, oliveiras, árvores de fruto, etc.) ou abandonaram a sua actividade piscatória, contribuindo desta forma para o aumento da dependência alimentar de Portugal de países como a Espanha e França.
Entrega de toneladas de ouro do Banco de Portugal a uma empresa norte-americana que terminou na falência, uma operação conduzida por Cavaco Silva e o governador do Banco de Portugal ao tempo Tavares Moreira".
Agradecido
Caro Francisco Carvalho:
ResponderEliminarE respondeu ao e-mail?