Assim
sendo, considerando que não temos um computador minimamente capacitado para os
fins elencados, (...), oficie-se à DGAJ, solicitando-se a entrega ao juiz
presidente deste processo um computador que tenha a capacidade suficiente (isto
é, capacidade de instalação de Windows 7 e pacotes Office 2010), de forma a que
este Tribunal Coletivo possa exercer cabalmente e de uma forma dignificante as
suas funções, desiderato que de forma alguma é possível alcançar, antes pelo
contrário, com o computador obsoleto de que atualmente dispomos", concluiu o juiz.
Trata-se do processo BPN.
Mais esta. Faltam palavras para classificar toda esta história. Num processo
que pode ter custado aos contribuintes 2,7 mil milhões de euros, um juiz
debate-se com um problema, obviamente prático, de um computador portátil que
não tem capacidade para gerir tamanha factura. O atraso do caso BPN parece
ter agora um culpado: um computador obsoleto. Que dizer?
Dêem-lhe já um Magalhães!...
ResponderEliminarAs pequenas histórias dos grandes casos, ou a realidade das condições em que tantas vezes se tem que trabalhar com muita responsabilidade...
ResponderEliminarBendito computador.
ResponderEliminarNo tempo do Estado Novo havia a lei da protecção da Administração Pública, que determinava que o Ministério Público só podia instruir processos a qualquer elemento do aparelho de Estado, e enviá-los para o Juiz, com autorização do Ministro da Justiça.
Assim se protegiam as elites e os amigos, através da lei.
Não existindo essa lei num Estado democrático, tem que se criar outro tipo de subterfúgios para proteger as elites poderosas (ex-secretários de Estado, ex-ministros, ex-conselheiros de Estado, etc., etc. etc.)
Ou isso ou através de formalismos processuais, veja-se o vergonhoso caso das escutas ao «filósofo» parisiense, finalmente destruídas.
Uff, já não era sem tempo.
Vejo que já cheguei tarde para mandar a boca do magalhães... genial criação daquele gamalhão que vive da gam(ela) da mãe e das mães deste país (em paris).
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão, as criancinhas, coitadinhas, não podiam passar sem Magalhães, mas os juízes, coitados, têm que fazer das tripas coração. Genial gestão dos recursos públicos. Suzana, somos um país de contrastes absurdos. Caro José Fontes
ResponderEliminarCompreendo o seu desabafo. O poder judicial deve ser independente dos outros poderes. A falta de meios pode dificultar o respeito pelo princípio da divisão dos poderes. Não se fazem omeletes sem ovos. Caro Ilustre Mandatário do Réu
Vem sempre a tempo. Lembrar a genial criação nunca é demais. Não será facilmente esquecida.
O que é curioso é que quase todos estamos de acordo com o diagnóstico. Um país, piolheira, com muitos corruptos, que nos roubaram e continuam a roubar a liberdade (não é liberdade um sistema com apenas alguns formalismos aparentemente democráticos) através das formas mais audaciosas e engenhosas (não falta de facto o engenho e arte aos menos escrupulosos).
ResponderEliminarE o que fazemos no concreto para alterar as coisas? Vamos gritando baixinho, quase a medo, não fiquemos prejudicados nas nossas parcas capelinhas.
Portugal, decididamente, tem as elites (do poder) que merece.
Caro Pedro Almeida Sande
ResponderEliminarAcho o povo é melhor que as ditas "elites"!