François Hollande, que em Maio chegou ao Eliseu a prometer virar a página da austeridade, não perdeu tempo e apresentou hoje na Assembleia Nacional o seu Plano de Austeridade para a França.
“Não considera estranho que não haja contacto entre os grupos e os movimentos sociais saídos da manifestação de há um ano no dia de apoio de março e os partidos, nomeadamente com o PS? São pessoas que têm uma agenda política clara, querem ser representados pelos partidos, mas estes não os ouvem. António Costa: Desde o princípio do século XX que os estudiosos apontavam para o risco de os partidos, enquanto instrumento de mediatização dos cidadãos com o sistema político; serem sucessivamente capturados por estruturas internas e irem deixando de ser espaços de cidadania. Os partidos têm feito um esforço para se tentarem reorientar, criando fundações, think tanks, introduzindo eleições diretas. Têm consciência de que há um problema de representação.
Segundo o Observatório da Democracia, só 10% dos portugueses se sente, representados pelos partidos políticos. António Costa: Tenho também tido a experiência de que há também uma desconformidade entre o que é a declaração geral das pessoas em relação à política e aquilo que é o relacionamento efetivo e concreto de cada um com a política.”
Público, 14 março de 2012
Existe um grande fechamento dos partidos políticos e especialmente naqueles com representação parlamentar à sociedade civil. Enredados nas densas teias dos seus aparelhos profissionais ou semi-profissionais, os partidos políticos são muito ciosos do seu monopólio na vida política. Este afastamento – que António Costa não reconhece – explica a baixa percentagem de cidadãos ativamente envolvidos em atividades políticas, quando comparamos o nosso país com outros países europeus, mas sobretudo com os países escandinavos.
Os partidos têm que em primeiro lugar, que se “despartidarizar”, isto é, têm que deixar de ser maquinas de propaganda profissionais e altamente hierarquizadas onde só é possível progredir a partir de dentro e tendo sempre em conta mais os interesses corporativos e internos de grupo do que os interesses das comunidades e do país. Devem ser – literalmente – invadidos pelos cidadãos e expurgados dos profissionais que hoje deles dependem. devem tornar-se estruturas voluntárias e deixar de ser “empregos” e espaços de “carreira”.
- O Bush pai que se lembrou de dizer "read my lips..."; - O Alan Greespan a garantir o rating AAA(plus!) aos "CDS, derivatives and all the rest" e os Governos a aplaudir; - O Governo socialista espanhol a garantir há 2 anos que "a banca espanhola era sólida e um exemplo para o sistema bancário europeu"; - As SCUT que se pagavam a si próprias (PS dixit); - O que o PSD prometeu em termos de austeridade antes das eleições e o que se vê; - E agora o Hollande (será o resultado de 17 anos de Presidentes conservadores...?)
Mas o problema deve ser meu de não achar graça nenhuma a isto...
Será que o Mário Soares vai começar a chamar-lhe sujeito odioso como chamava ao Tony Blair??
ResponderEliminar: ))))
ResponderEliminar“Não considera estranho que não haja contacto entre os grupos e os movimentos sociais saídos da manifestação de há um ano no dia de apoio de março e os partidos, nomeadamente com o PS? São pessoas que têm uma agenda política clara, querem ser representados pelos partidos, mas estes não os ouvem.
ResponderEliminarAntónio Costa: Desde o princípio do século XX que os estudiosos apontavam para o risco de os partidos, enquanto instrumento de mediatização dos cidadãos com o sistema político; serem sucessivamente capturados por estruturas internas e irem deixando de ser espaços de cidadania. Os partidos têm feito um esforço para se tentarem reorientar, criando fundações, think tanks, introduzindo eleições diretas. Têm consciência de que há um problema de representação.
Segundo o Observatório da Democracia, só 10% dos portugueses se sente, representados pelos partidos políticos.
António Costa: Tenho também tido a experiência de que há também uma desconformidade entre o que é a declaração geral das pessoas em relação à política e aquilo que é o relacionamento efetivo e concreto de cada um com a política.”
Público, 14 março de 2012
Existe um grande fechamento dos partidos políticos e especialmente naqueles com representação parlamentar à sociedade civil. Enredados nas densas teias dos seus aparelhos profissionais ou semi-profissionais, os partidos políticos são muito ciosos do seu monopólio na vida política. Este afastamento – que António Costa não reconhece – explica a baixa percentagem de cidadãos ativamente envolvidos em atividades políticas, quando comparamos o nosso país com outros países europeus, mas sobretudo com os países escandinavos.
Os partidos têm que em primeiro lugar, que se “despartidarizar”, isto é, têm que deixar de ser maquinas de propaganda profissionais e altamente hierarquizadas onde só é possível progredir a partir de dentro e tendo sempre em conta mais os interesses corporativos e internos de grupo do que os interesses das comunidades e do país. Devem ser – literalmente – invadidos pelos cidadãos e expurgados dos profissionais que hoje deles dependem. devem tornar-se estruturas voluntárias e deixar de ser “empregos” e espaços de “carreira”.
http://movv.org/2012/07/03/antonio-costa-desde-o-principio-do-seculo-xx-que-os-estudiosos-apontavam-para-o-risco-de-os-partidos-enquanto-instrumento-de-mediatizacao-dos-cidadaos-com-o-sistema-politico-serem-sucessivamente/
Pois é Caro Dr. Pinho Cardão, a lista é longa...
ResponderEliminar- O Bush pai que se lembrou de dizer "read my lips...";
- O Alan Greespan a garantir o rating AAA(plus!) aos "CDS, derivatives and all the rest" e os Governos a aplaudir;
- O Governo socialista espanhol a garantir há 2 anos que "a banca espanhola era sólida e um exemplo para o sistema bancário europeu";
- As SCUT que se pagavam a si próprias (PS dixit);
- O que o PSD prometeu em termos de austeridade antes das eleições e o que se vê;
- E agora o Hollande (será o resultado de 17 anos de Presidentes conservadores...?)
Mas o problema deve ser meu de não achar graça nenhuma a isto...
O 1º plano de austeridade, é o mais certo.
ResponderEliminarCaro amigo Jorge Lúcio, quando se encontram os que querem enganar e os que querem ser enganados, o resultado é fatal.
ResponderEliminarFalou bem Suzana, falou mesmo muito bem!!
ResponderEliminarCara Suzana:
ResponderEliminarComeço a compreender por que motivo Hollande tanto falou nos eurobonds...A verdadeira caridade começa por casa...
Caro Jorge Lúcio:
A lista é, de facto,infindável.
Mas nem todas as situações são homogéneas.