Confesso-o sem complexos. Aprecio o tempo que passo a ver o jogo. Distraio-me. Mas não só com o jogo em si. O futebol arrasta alguns comportamentos cuja observação me delicia, para lá dos fenómenos que são próprios do espetáculo:
(i) o dos inteletuais que se afirmam inteletuais por não gostarem de futebol e escrevem ou falam publicamente sobre o assunto com cara de nojo e assumido desprezo por quem gosta. Diverte-me essa ridicula soberba, afinal prova de uma fraqueza muito comum, a de medir os outros, a sua mundividência, pelos nossos padrões.
(ii) o dos inteletuais-populares, que pensam que à exibição pública da sua omnisciência não pode faltar o conhecimento sobre o futebolês. Diverte-me o esforço de mimetismo que fazem em relação aos profissionais da crónica futebolesca, tão carateristico de quem vive no susto de um dia lhe desaparecer a notoriedade de que se alimentam;
(iii) e o dos comentadores, analistas, cientistas e filósofos do futebol, os treinadores de bancada, essa classe obreira das mais fantásticas teses que explicam cientificamente, quase sem dar hipótese ao erro, a razão porque a bola bateu na parte de dentro do travessão ou atingiu o poste da baliza pela parte de fora.
A minha vida seria bem mais chata sem o futebol e os seus epifenómenos...
E o meu amigo deixou de fora o enorme espectáculo daqueles isentos comentadores que analisam o trabalho dos árbitros a partir das imagens de 12 ou 15 câmaras de televisão passada vinte vezes e não se entendem sobre o lance. Mas, no fim, o árbitro errou. E porque quis! Espectáculo!...
ResponderEliminarQue outro nos dá o prazer de assistir a realidades que nem o mais potente microscópio revela?
ResponderEliminar: )
ResponderEliminarTb gosto de futebol... Não sou intelectual.
Tem razão, então com os grandes jogos é divertidissimo, agora no europeu, por exemplo, ditaram logo no primeiro jogo que a Itália eram uns beras, que andavam todos zangados e que equipa era uma lástima. Viu-se.
ResponderEliminar