1. Drama e inevitabilidade de mãos dadas - assim se pode qualificar o fenómeno de desemprego crescente, oficialmente registado, em Portugal e noutros países periféricos da precocemente gerada zona Euro...
2. O Eurostat acaba de anunciar os números de Junho, mantendo-se o nível “record”, de 11,2% da população activa, em média, que a taxa de desemprego tinha atingido já em Maio.
3. Em grande evidência estão os chamados países periféricos, com a Espanha e a Grécia muito destacadas – 24,8% e 22,4%, respectivamente – vindo a seguir Portugal com 15,4% e a Irlanda com 14,8%...
4. O que dizer deste lamentável fenómeno? A muita gente não ocorrerá que o que está a acontecer estivesse desde há muito escrito nas “estrelas”...já aqui referi uma intervenção que fiz em plenário da AR, aí por 2003/2004, na qual afirmei que a não ser prosseguida uma política de rigor na gestão das finanças públicas com o objectivo de corrigir os desequilíbrios económicos já então muito acentuados, acabaríamos por chegar a uma taxa de desemprego de 2 dígitos...
5. ...intervenção que foi recebida com reacções jocosas de uma parte do hemiciclo, chegando um conhecido deputado, mais tarde membro de um dos governos socráticos, num à parte bastante sonoro, a apelidar essa intervenção de “discurso do passado”...estávamos nessa altura com uma taxa de desemprego em torno de 6% da população activa...
6. A verdade é que o excesso de despesa em que a economia portuguesa viveu anos a fio, desde pelo menos 1997, em boa parte alimentado por gastos excessivos do sector público, ajudou a criar e expandir toda uma série de actividades, sobretudo no domínio dos serviços e do comércio – restauração, cafetarias, serviços de saúde e beleza, de limpeza, comércio a retalho, etc, etc – todas de mão-de-obra intensiva, que, quando a crise financeira se abateu sobre a economia, começaram a desaparecer como espuma batida pelo vento.
7. Acrescentemos a isso o sobredimensionamento do sector da construção e obras públicas, este alimentado por uma política de crédito bancário inacreditavelmente generosa, que o elevou a um nível de endividamento absurdo, o qual tem sofrido quebras acentuadíssimas da produção devido à semi-paralisia do mercado de habitação e à redução drástica das obras públicas – e também ele mão-de-obra intensivo.
8. Os sectores citados em 6 e 7 têm sido os grandes alimentadores do desemprego, a que se somam muitas indústrias situadas a montante do sector da construção civil e obras publicas que viram o seu nível de actividade entrar em queda abrupta, arrastadas pelo colapso daquele sector...
9. O desemprego é, sem dúvida, uma chaga social que urge combater...mas o combate mais eficaz teria sido não incorrer nos imensos disparates de política económica e financeira cometidos ao longo de anos a fio, tendo atingido quase o delírio nos 6 anos que antecederam o terrível acordo com a Troika...
10. Tendo abdicado desse combate, o desemprego tornou-se agora tão dramático quanto inevitável...
O desemprego no montante actual e com consequências no orçamento público, poderia ter sido evitado com medidas... inteligentes - isto se rapidamente o partido que tanto show off fez em ouvir as pessoas antes das eleições o tivesse feito agora!
ResponderEliminarAo contrário do que diz o caro TM, considero que se devia ter evitado subidas nos sectores que fala a nível do IVA! E que não era altura para alteração da lei das rendas, aumentos do IMI e todo o tipo de parafiscalidade que sobe todos os dias em ciclo inverso ao ajustamento das empresas não estatais e monopolistas!
O IVA é um dos grandes responsáveis pela subida abrupta do desemprego porque teve o efeito contrário ao pretendido. Aliás em minha opinião que os factos corroboram, o IVA acima de 15% é um puro destruidor de rendimento, emprego e fuga de capitais. Faz-me impressão como muitos economistas não percebem isto. Mas percebo, já que sempre considerei que temos tido demasiados economistas no governo e poucos gestores, principalmente de PME's! E basta ouvir o Pires de Lima e outros gestores do PS e PSD para perceber que a praga economista, sem um conhecimento concreto da realidade dá nisto: a diminuição da receita fiscal e a sustentação em espiral da crise!
Dr. Tavares Moreira
ResponderEliminarA quantidade e a qualidade dos investimentos que realizámos, em especial nos últimos anos, mas não só, são responsáveis por uma boa parte do crescimento do desemprego. Veja-se o investimento nos sectores dos bens não transacionáveis, cujo expoente foi a construção civil e obras públicas.
Mas se há justificação para este elevadíssimo nível de desemprego, temos também que pensar no que podemos fazer para travar, pelo menos, a sua progressão. É muito assustador, são pessoas e famílias que são atingidas, são centenas de milhares de pessoas fora do circuito do trabalho, sem autonomia para conduzirem as suas vidas, sem trabalharem, sem produzirem riqueza, dependentes das contribuições da segurança social e dos impostos e da generosidade da solidariedade social. Estas redes de protecção existem justamente para fazer face à eventualidade do desemprego, mas a novidade são os elevados níveis de desemprego, incluindo o desemprego estrutural e o desemprego de longa duração, e a sua persistência por períodos muito longos.
Quantos falaram, caro Tavares Moreira, quantos receberam comentários depreciativos e tolos não só quando ainda mal se notavam os erros mas também muito mais tarde, já quando era evidente o desnorte, em 2008, 2009... eram as Cassandras, os passadistas, os derrotistas, pois eram, mas agora são os que faziam esses comentários que agora gritam e arrepelam os cabelos pelo desemprego, como se estes fenómenos nascessem de um dia para o outro em vez de se desenvolverem como um ovo de serpente. Mas contam com a memória curta.
ResponderEliminarNinguém nunca duvidou dos erros que se arrastam há muitos anos na sociedade portuguesa: e logo desde o início qualquer português com alguma escolaridade detectava no anterior governo o delírio anunciado previsível.
ResponderEliminarNeste país, normalmente quem tem voz é quem teve responsabilidades governativas ou partidárias e cujos actos por acção e omissão estão bem à vista de todos.
Sempre fui um combatente da justiça, da ética e da equidade, e sempre serei: tirei o pulso a Isaltinos, Loureiros, Sócrates e cias. que são reflexos do que há de pior na sociedade portuguesa.
O mérito em portugal não existe porque ninguém nunca assume as suas responsabilidades e a cidadania é frágil.
O que é feio, no entanto, é a cegueira de quem vive no branco ou preto e ataca quem factualmente nunca foi responsável pelo resultado que está à nossa frente. O ser contra ou favor não está no tudo, está nas medidas de per se: concordar ou discordar de tudo é muito, muito pequenino e dá uma imagem de um portugal parolo.
E é por isso que quem abraça a actividade política nunca é respeitado pela cidadania e vive fechado em barricadas. Espírito aberto, cidadãos sociais democratas, porque a vida não começa nem acaba nas trincheiras partidárias! Os partidos são um meio, não um fim!
O ovo da serpente está num sistema político errado, tomado por alguns em vez de participado por todos!
E é isso que diferencia as baratas tontas de quem tem Portugal como destino!
Já lá dizia o clerical-fascista:
ResponderEliminar-Tirem-lhes o pão!Tirem-lhes o pão! Que os trabalhadores baixam a crista e virão ao beija-mão.
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarInteressante post. O desemprego que temos é consequência da bolha imobiliária criada e não controlada, que experimentámos no período a que se refere. A inevitabilidade reside na omissão, como refere. Sobre isso estamos de acordo e, por isso mesmo, o governo em funções e nas circunstâncias atuais pouco pode fazer; o mercado imobiliário encontra-se saturado e, no que a obras públicas se refere, manutenção é a palavra de ordem, junto com a construção de algumas barragens.
Onde divergimos é no papel que este governo deve ter nesta situação. Aqui, não está a fazer o seu melhor porque não podia fazer nada; o que (o governo) não está a fazer é o que tem de ser feito. Não tendo escala, isto é população, e estando o país descapitalizado, é competência do estado requalificar a mão de obra excedente de modo a que possa ser empregue em novas atividades. Isto porque, como muito bem diz, o “grosso” dos desempregados são oriundos da construção civil. Como, é igualmente, competência do estado, fomentar o empreendedorismo em especial junto dos desempregados. “Isto” não é novidade, há uns excêntricos na Dinamarca que promovem, com êxito esse tipo de políticas. É verdade que não nos podemos querer comparar com eles (dinamarqueses) mas queremos ser afluentes como eles…..
O que o governo devia fazer é reestruturar e redefinir a sua missão e competência do IEFP e alterar as regras de concessão do subsídio de desemprego, de forma a proporcionar, a quem pretenda, o capital necessário para investir. Naturalmente que esta proposta vai contra a visão de terceiro mundo do IEFP e modo como, nesse organismo auto avaliam a sua contribuição para o bem comum; e, também, coloca problemas à delicada gestão de tesouraria do ministério das finanças. Congregando a má vontade de dois ministérios diferentes, está assegurado que nada mude.
Sabe, Caro Tavares Moreira é por estas e outras (como a “gestão” dos fogos) que, cada vez mais tenho a certeza que este governo se assemelha aos generais aliados que se encontravam ao comando das tropas no início da segunda guerra mundial: essencialmente, estavam com uma guerra de atraso. Este governo preparou-se para a “guerra” de 81-83 e, como está a constatar, o combate é muito diferente….. Claro que, daqui a um par de anos, sempre nos podemos consolar em que, pelo menos, este governo, fez o seu melhor…..
Cumprimentos
joão
Caro Pedro de Almeida Sande,
ResponderEliminarJá aqui manifestei, mais do que uma vez, a minha opinião contrária ao agravamento da fiscalidade, sobretudo sobre o rendimento - não tanto sobre o consumo que, de um ponto de vista macroeconómico, coma aeconomia desequilibrada para esse lado, até faz algum sentido.
Também considero o agravamento do IMI um excesso, tendo como resultado a criação de um sem número de situações absurdas em que os valores matriciais dos prédios urbanos vai exceder o valor de mercado dos mesmos - as pessoas estarão a ser tributadas sobre um valor patrimonial fictício, o que é inadmissível.
Mas a grande causa do desemprego não é essa, vem já muito de trás, vem dos imensos excessos cometidos na expansão da despesa e que agora não poderão deixar de ser corrigidos sob pena de sermos sujeitos a um completo colapso da economia.
Quanto ao seu segundo comentário subscrevo alguns dos seus pensamentos quanto à mediocridade do sistema político e daqueles que o (dele se) servem...todos somos responsáveis por tentar melhorar, e é esse trabalho que aqui no 4R, sem buscar qualquer interesse pessoal, estamos tentando fazer com a ajuda dos nossos prezados comentadores.
Cara Margarida,
Subscrevo, inteiramente, os seus comentários, embora reconheça a imensa dificuldade na aplicação das chamadas políticas activas de emprego onde se gasta muito dinheiro com eficácia muito limitada...
Mas admito que se nada for feito a situação será ainda pior, há que tentar pelo menos amortecer os efeitos dos factores de desemprego.
Caro José Gonçalves Cravinho,
Admirável, simplesmente admirável esse comentário, ficamos todos muito mais esclarecidos sobre a génese esta problemática e das medidas possíveis para a superar, agradeço-lhe a profundidade e o detalhe da análise que acaba de nos oferecer!
Sinceros parabéns!
Cara Suzana,
ResponderEliminarTem carradas de razão, está mais que demonstrado que no Portugal os mensageiros do rigor e da do Eurodisciplina orçamental têm sido quase invariavelmente tratados como intrusos, desmancha-prazeres, passadistas, and so on.
Criou-se a ficção, suportada (por vezes ferozmente) a nível oficial, de que a entrada no Euro garantia todos os automatismos na correcção de eventuais desequilíbrios da economia...
E quem ousasse discordar dessa verdade estúpida e oficial era tratado como um ICONOCLASTA...nalguns casos tratado mesmo como vilão...
Agora têm o resultado dessa ilusão, mas, como bem diz, são os mesmos que contribuiram para este resultado os que mais indignados se mostram! É a hipocrisia no seu esplendor.
Caro João Jardine,
De acordo, de um modo geral, com a abordagem que nos apresenta.
Há todavia um ponto que não compreendo, concretamente quando diz que divergimos quanto ao papel que o Governo tem tido neste entorno: nós não divergimos nada, se me permite, pela razão simples que eu nem me referi ao papel do Governo.
O que o Governo procura fazer - com algum denodo registe-se (em especial o Secretário de Estado da Industria que tenho na conta de pessoa seriamente empenhada) - é por em prática algumas medidas/programas das chamadas políticas activas de emprego.
Aliás o próprio FMI, no seu último relatório sobre a aplicação do PAEF (4ª revisão), chamou a atenção para a oportunidade da aplicação destas medidas, quando constata que o processo de ajustamento da economia tem gerado mais desemprego do que poderia inicialmente supor-se.
Mas não deixo de lhe confessar algum cepticismo em relação à eficácia destas medidas.
Elas poderão, não obstante, atenuar uma das consequências mais perniciosas da actual conjuntura do mercado de trabalho que consiste na transformação de desemprego cíclico/conjuntural em desemprego estrutural.
Ora aí está. A falta de rigor das finanças públicas, como causa fundamental da onda de desemprego que desde 2007 se agravou rapidamente.
ResponderEliminarNão estiveram com atenção os governantes mundiais, os Irlandeses, gregos, espanhóis, e em especial os governantes europeus, todos eles a braços com o problema do agravamento das taxas de desemprego, ao não escutarem o Tavares Moreira em 2003/2004. Se o tivessem escutado seguramente a crise financeira internacional não teria ocorrido e não se teria despoletado os altos desempregos que hoje temos.
Caro Carlos Sério,
ResponderEliminarMuitos parabéns pelo seu excepcional sentido de humor! Que inveja causa em todos nós, incapazes de o acompanhar nesse exercício...
Sim, tem razão em absoluto, a Alenmanha, a Holanda, a Finlândia, o Luxemburgo, a Austria, todos eles a braços com níveis de desemprego em torno de 5% da população activa deveriam ter dado ouvidos ao que eu disse em 2003/2004! Foi aliás para eles que dirigi, muito em especial, essa declaração...
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarAcompanho-o no ceticismo relativamente à eficácia das medidas que, em concreto têm sido adotadas. Essencialmente, pagam para “abrir” um posto de trabalho; a intenção é pia, assim como é (pia) o voluntariado dos bombeiros; o problema (chatice dirão outros), é que os fogos são recorrentes e o desemprego não desaparece. Em ambos os casos, o problema tem que desaparecer, por isso é necessário criar condições para que não se repita ou, pelo menos que a intensidade diminua. No caso do desemprego e, para evitar perorações repetitivas, o principal problema é a qualificação; como a sociedade como um todo beneficia com o emprego, deve esta financiar a requalificação e, o poder executivo, tem de implementar medidas nesse sentido.
O que nos leva de novo ao governo. Em Portugal somos todos proprietários de alguma coisa, no caso das corporações, o direito de propriedade cinge-se à atividade desenvolvida. Por isso, a atividade de apagar fogos “é” dos bombeiros e o apoio aos desempregados “é´” do IEFP. Por isso é que, os resultados são, como algumas formas verbais, intransitivos. O governo tem de “reparar” que a atividade do IEFP não se adequa às necessidades presentes e, concomitantemente, alterar o que tem de ser alterado, porque se é para defender a atividade presente, basta um polícia para o fazer; claro que pode pagar para “abrir” postos de trabalho, o problema é que, ao não abordar as causas, adia o problema e perpetua o desemprego; mas, pelo menos fez o seu melhor. Sabe, em Portugal temos muita pena e pouca vergonha, evita-se tanta coisa com esta atitude….
Cumprimentos
joão
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarUma vez mais o seu discurso não condiz com a realidade, meu caro e ilustre economista Tavares Moreira.
ResponderEliminarAo contrário, os seus conselhos seriam também pertinentes para a Holanda que viu subir a sua taxa de desemprego de 2,7% em 2008 para 5,1% em Março de 2012; igualmente deveriam dar-lhe ouvidos a Finlândia que viu subir, neste mesmo período, a sua taxa de desemprego de 6,4% para 7,5%, igualmente o Luxemburgo que viu a sua taxa de desemprego subir de 4,4% para 5,4% e tambem a Áustria cujo desemprego subiu de 3,8% para 4,5% nesse mesmo período.
Na verdade só a Alemanha não acolheria dos seus sábios conselhos (desceu a sua taxa de 7,3% para 5,4%. Mas, não fique aborrecido com isso, uma vez que a frau Merkel, como todos sabemos e nos vamos habituando, não tem dado ouvidos a ninguém.
Caro João Jardine,
ResponderEliminarNo essencial, de acordo com a asua corrente de pensamento. A grande questão hoje em Portugal é não existirem actividades realmente produtivas - não as que subsistem apenas à custa de consumos induzidos pelo endividamento - para absorver a mão-de-obra disponível.
Mas existe uma outra grande questão, abordada no seu comentário: a da qualificação. Porque andas muita gente à procura de emprego mas que não tem verdadeira aptidão para desenvolver actividades realmente produtivas. Direi que procuram emprego mais do que trabalho...
Essas pessoas são vítimas de um sistema que lhes criou a ilusão de que com um diploma qq, tirado numa das imensas escolas de ensino superior disponíveis no mercado - e obtido em circunstâncias normais - encontrariam um emprego razoavelmente remunerado...
Isso acabou, salvo para alguns privilegiados com protecção política.
Caro Carlos Sério,
O ilustre comentador não precisa de se esforçar para dizer que o meu "discurso" não (con)diz com a realidade...pela razão simples que eu tenho estado fora da realidade e o Senhor, percebe-se bem, está profundamente embrenhado nessa realidade.
E não é a primeira pessoa a notar que eu estou fora da realidade: já o famoso deputado rosa, há quase 9 anos, quando alto e bom som proclamou, no plenário da AR, "isto é um discurso do passado", tinha feito essa mesma apreciação.
Caro Tavares Moreira
ResponderEliminarMais uma vez não estamos sintonizados. Na verdade, a “grande” questão nacional é a “qualidade” dos recursos humanos. Em duas vertentes, os recursos humanos, jovens, são mal qualificados, isto é, as capacidades que lhes foram administradas (é o melhor termo que encontro) não servem para a economia global em que nos encontramos; os recursos humanos, mais velhos, têm qualificações que não são já, as mais adequadas.
Para um país com o nosso tamanho é, precisamente, função do estado, colmatar as duas falhas que acima apontei. Também “isto” é realizado em outros países da União Europeia que, naturalmente, não nos podemos comparar mas, que queremos ter a mesma afluência. Sobre o “sistema” apenas um pequeno comentário: podemos invetivar o sistema e, por causa da nossa idiossincresia, praticamos a nobre arte da dança da chuva, ou, em alternativa, montamos um esquema que corrija os resultados do “sistema”. Foi essa a lógica que levou à criação da loja do cidadão, com os resultados que se conhecem.
Sobre as atividades produtivas, mais uma vez, compete ao estado identificar quais são e promover as mesmas e, em certos casos, geri-las. Por exemplo, se, em vez de termos gasto o que se gastou no Parque Escolar, o tivéssemos feito, criando umas quatro EPEs para gerir o património floresta. Note que, ao contrário do que se possa supor, sou anti estado; mas, porque não vivemos em Plutão, dos 195 países existentes, só o mais rico de um dos maiores, se pode dar ao “luxo” de não ter estado. Pode (o estado) ser necessário mas não tem de gastar metade da riqueza nacional.
Claro que, com a demografia que temos, senão fazemos algo para estancar a emigração, não vamos necessitar de apoio do estado para promover novas atividades produtivas.
O que nos leva e sempre, de novo ao governo atual: não estamos na campanha da “longa noite fascista” (quando a população era analfabeta), nem, na “guerra” de 81-83 (em que a demografia era altamente favorável); era já altura de usar estratégias mais modernaças….
Cumprimentos
joão
Caro João Jardine,
ResponderEliminarQue desconsolo, tanto esforço da minha parte e o Senhor vem dizer que "mais uma vez não estamos sintonizados"...
Que mais poderei eu fazer para que essa falta de sintonia possa ser corrigida?
Um detalhe: quando me referi a sistema, queria referir-me ao educativo, não ao "sistema" abstracto que está em moda desancar quando não se quer culpar ninguém...