terça-feira, 31 de julho de 2012

Dívida pública: resumindo e concluindo I

Resumindo e concluindo:
A crise portuguesa deve-se aos especuladores internacionais. Por isso, não lhes devemos dar tréguas; pelo contrário, devemos atacá-los e feri-los de morte. Com mais despesa pública, base de uma poderosa Agenda para o Crescimento. Não nos financiam? Mas, então, como irão sobreviver sem Portugal?

4 comentários:

  1. Caríssimo António,

    Nem tanto ao mar.

    Há em tudo isto pelo menos um pormenor insustentável: o de estarem uns a financiarem-se a taxas de juro de juro negativas e outros a juros insuportáveis.

    Nenhum clube é perdurável com uma tão abissal diferença entre as condições oferecidas aos sócios.

    Por outro lado, não se perca de vista a árvore a olhar a floresta.
    O endividamento público foi promovido pela conjugação de interesses coniventes e perversos entre políticos, que compraram os votos, e os banqueiros que lhes financiaram as obras para arregalar o olho dos eleitores, cobrando margens e bónus grandessíssimos.

    Não sabia o senhor Vítor Constâncio a que nível tinha chegado a inundação de crédito? Não o sabia o senhor João Salgueiro que era presidente da associação?
    Não sabiam os banqueiros e os caixeiros o que estavam a fazer?

    Por que se meteram o BPI, a Caixa, o BCP, o BES, e não sei se mais algum na Grécia, onde as taxas eram altas porque, obviamente, o risco era elevado? Não é preciso ser banqueiro para saber isto mas um banqueiro sabe isto de certeza.

    Não sabia o senhor Vítor Constâncio que o PBN era um ninho de ratos e o BPP um sítio suspeito?
    E os seus pares banqueiros não sabiam o que toda a gente sabia?

    E as notícias que diariamente enchem os media sobre irregularidades de banqueiros um pouco por todo mundo dito ocidental não provam que o sistema está roto porque há ratos que o roeram e, provavelmente, continuam a roer?

    Vivemos acime das nossas possilidades, diz-se e repete-se para que seja verdade à força.
    Vivemos ao lado das nossas possibilidades. Porque as que tínhamos foram queimadas numa economia de fantasia alimentada por quem a quem entregámos as nossas poupanças e endividaram o país até ao cocuruto.

    Nada disto abona a favor da demagogia dos políticos candidatos que vivem do que vivem normalmente os candidatos: de promessas.

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  2. Gostei imenso de ler a serenidade da argumentação do comentário do caro Rui Fonseca...

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  3. Caro Rui:
    Entras aí nalgumas contradições importantes, que desacreditam os teus argumentos.
    Criticas os especuladores (que exigiram prémios de risco elevados, na Grécia, por exemplo) e simultaneamente citicas os Bancos portugueses que lá colocaram dinheiro, porque era investimento de risco, e de tanto risco que tiveram que anular os créditos em 75%. Contradição óbvia.
    Criticas spreads elevados e criticas, mesmo com esses spreads, o investimento. Em que ficamos?

    Por outro lado, juntas matéria que nada tem a ver com a questão, por exemplo, o caso BPN, ou as irregularidades de alguns Bancos. Misturas assim alhos com bugalhos, chutas completamente ao lado. Enfim, uma tarde de verão infeliz. Mas há mar e mar, há ir e voltar. Por mim, vou continuar a série. Cá te espero.

    Caro jotaC:
    Acho que se ler o Blog Aliás, aliás constante na margem do 4R, verá análises muito serenas, sensatas e inteligentes do meu amigo e colega Rui Fonseca. Mas o comentário que o Rui fez a este post...

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  4. Caro Pinho Cardão, só que não é só Portugal, algo estará muito mal para além dos desvarios a que nos demos ao luxo de fazer, se não houvesse mais nada de errado para além da nossa ilusão de riqueza talvez não tivesse sido possível arruinarmo-nos desta maneira, e, como nós, outros tantos. Tantos, mesmo.

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