Confesso que adoro ler Jorge Luís Borges. Seduz-me a sua escrita. Fico embevecido com o seu pensamento, simples, profundo e cheio de beleza.
Em dezembro de 2008, há quase quatro anos, li uma notícia sobre a descrição do memorial inaugurado em Lisboa, ao Arco do Cego, a Jorge Luís Borges. Não vinha acompanhado da fotografia do monumento, mas concluí que deveria ser belo.
Poeta de pensamento simples, profundo e cheio de beleza. Um poeta cego, mas que via mais do que os que veem e que continua a ensinar-nos a ver a vida. Fiquei feliz por ter um monumento entre nós. Um encantador. Um mágico da alma. Nesse pequeno escrito prometi o seguinte: “Na próxima vez que for a Lisboa tenho que ir dar uma mirada ao monumento do autor do “Poema aos amigos”. Prometi que o faria. E o que é que fiz entretanto? Fui inúmeras vezes a Lisboa, dezenas de vezes, e não cumpri a minha promessa. As promessas, dizem na minha terra, têm de ser cumpridas, caso contrário, quando morremos, a nossa alma erra sem sossego. Esqueci-me. Entretanto, li muitas coisas sobre ele e dele, também, mas nunca mais me lembrei de ir “vê-lo”.
Hoje, ao fim da manhã, depois de ter cumprido os meus deveres académicos, caminhei em direção ao metro. O sol aquecia o corpo, mas o ar de Lisboa refrigerava a alma, o que me permitia pensar em tudo, em nada e em outras coisas. Tranquilo, o meu estado preferido, causa-me uma sensação de leveza única. Como é tão raro, faço todos os possíveis para o saborear e prolongar no tempo. Ao chegar perto do Arco do Cego vislumbro o jardim. Pensei, uma obra simples e agradável. Olho e vejo um memorial. Aproximo-me e vejo que era o memorial dedicado a Jorge Luís Borges. Senti um baque, a minha tranquilidade deu lugar a um sentimento de espanto e até de vergonha. Meu Deus, aqui está o memorial. Belo. Fiquei durante alguns instantes a mirá-lo. Belo. Pus-me a pensar se o “acaso”, porque não tenho a pretensão de poder ser alvo de atenção do grande poeta, não me levou ao final de uma bela manhã de verão ver o memorial. Quem sabe se o “acaso” não quis evitar que, um dia, a minha alma se tornasse errante por não ter cumprido uma promessa, ou, então, tenho de concluir que Borges é mesmo um amigo. É! Basta ler a sua oração, “Poema aos amigos”.
eu nem sabia que havia um memorial a José Luis Borges em Lisboa, as coisas que se aprendem consigo. Além disso confesso que nunca tive simpatia por Borges, acho que está na altura de tentar a aproximação por esse poema, os seus conselhos costumam ser sempre certeiros. Um abraço, os lisboetas aprendem imenso com os seus passeios por Lisboa!
ResponderEliminarSobre este assunto nem uma palavra neste blog que cheira a mofo...
ResponderEliminarO corajoso juiz Afonso Andrade, do Tribunal do Barreiro, que julgou o processo Freeport, na sentença lida em 20-7-2012, que absolveu Manuel Pedro e Charles Smith do crime de extorsão sobre a empresa do outlet, ordenou a extração de certidões dos depoimentos em tribunal de três testemunhas («o antigo administrador da Freeport, Alan Perkins, o advogado Augusto Ferreira do Amaral, e uma antiga funcionária de Manuel Pedro, Mónica Mendes»), baseado em «fortes indícios», a enviar para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), para abertura (ou reabertura) de inquérito-crime ao ex-primeiro-ministro José Sócrates sobre alegados pagamentos feitos para o licenciamento do centro comercial Freeport, em Alcochete. Importa salientar que o Ministério Público, que tinha acusado e pediu a absolvição dos arguidos, não mandou, como podia, extrair certidão de cada um dos depoimentos prestados em audiência que o juiz agora considerou conterem «fortes indícios» de crime alegadamente praticado por José Sócrates.....
http://doportugalprofundo.blogspot.com.br/2012/07/socrates-no-freeport-inquerito-crime.html
...o vosso silêncio é cúmplice!!
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarQuis o Poeta que se encontrassem, há coisas na vida surpreendentes!
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ResponderEliminarTambém vou por aí, car Dr. Margarida.
ResponderEliminarAs pessoas vibram, tal como as notas musicais e tudo o resto no Universo. Essa vibração, como se de uma pequena asa se tratasse, produz sentimentos que em muitos casos, faz com que pessoas desconhecidas se aproximem.
Nem sempre mas, na maior parte daz vezes...
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ResponderEliminarEntão, na próxima oportunidade facultar-lhe-ei "A Buenos Aires de J. L. Borges" onde, por fotos e descrições da época, poderá conhecer os ambientes que frequentou e o inspiraram (um pouco como o Hammerstein :-) !)
ResponderEliminar22:42