Temos a tendência para pensar que os males que nos afligem são endémicos deste cantinho à beira mar plantado. Não são. São prova de um corpo doente de que fazemos parte. Esse corpo, sujeito a sucessivas overdoses de uma droga chamada dinheiro e de insanidades várias chama-se Europa. Veja aqui.
Ora, caro JMFA, são apostas no crescimento económico!
ResponderEliminarPS: Agora a sério, comparando connosco nem me parece muito.
Caro Dr. José Mário,
ResponderEliminarNão sei se podemos negar tão fácilmente que o mal que nos aflige, seja endémico.
Se nos detivermos um pouco nos factos que compõem a História deste "cantinho à beira-mar plantado", rápidamente concluímos que não passámos ainda da Idade Média. As lutas pelo poder, o feudalismo a hipocrisia, as intrigas palacianas, as conjuras e as vinganças, continuam iguaizinhos aos daquelas épocas.
Ha dias, sentado no sofá a assistir a um telejornal, vejo as imágens de vários membros do governo a chegar à entrada de um determinado edifício, saír dos carros que os transportavam, passarem entre os flashes dos jornalistas e subir a escadaria no cimo da qual eram aguardados por outras "individualidades". A "cena decorria entre salamaleques, olhares fingidos de estrela de passerele, trejeitos de etiqueta com reservas de hierarquia, com avanços e recuos, com braços estendidos indicando a passagem e o sentido da marcha e com os principais protagonista a andar como que em biquinhos de pés, braços encostados ao corpo até ao cotovelo e o antebraço afastado, como que a imitar a cauda de uma casaca, ou as asas de uma libelinha meio estonteada pelo brilho das luzes.
Juro-lhe; não encontrei maior verossímelhança, que a corte de Luis XIV de França... o Rei-Sol.
So lhes falta a cabeleira empoada, o sinalinho na face e os folhinhos rendados...
Tiques que o meu Amigo encontra noutras paragens. E bem mais "medievais"...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarMas não há igualdade, nem nos vícios. Quem não tem dinheiro não pode ter vícios, quem tem dinheiro pode ter alguns.
A França ainda pode. Nós, não!
Mas alguns teimam em que fiquemos definitivamente doentes. E continuam a receitar o remédio que nos levou à ruína.
Caro Bartolomeu:
Os rituais sempre estiveram ligados ao poder. Em todo o lado e em todos os tempos. Em nada mudámos. E poder que ousa aboli-los depressa sossobra.
Ora, ora, caro Dr. Pinho Cardão.
ResponderEliminarDesde quando é que a manutenção do poder, depende de ritualísmos bacocos?!
Governasse aquela rapaziada, objectivando o equilíbrio social, o progresso e a sustentabilidade das regiões, valorizando-as e abrindo espaço para que o empreendedorismo pudesse ser uma realidade; governassem eles o país, ouvindo e dialogando com os representantes dos diversos sectores profissionais e decidissem em harmonia e equilíbrio, sem deixar no ar o cheiro fedorento da mentira e da trapacisse e veria o meu estimado amigo, que todos os respeitariam e honrariam. Mas infelizmente, aquilo com que a maioria dos nossos políticos e governantes se preocupa. é com a imágem exterior e a dissimulação daquilo que realmente pensam. Esquecem-se que por dentro, são feitos de ossos e outras imundices, tal como todos aqueles que tentam iludir.
;)
Pois é, caro Bartolomeu, mas em matéria de poder o pessoal não respeita quem é um igual; e para não ser um igual há que se rodear de rituais. É a vida, caro Bartolomeu. Não devia ser assim? Pois não devia.
ResponderEliminarMas pode-se viver sem rituais e sem ídolos? Veja o que aconteceu com a veneração aos ídolos do Europeu de Futebol: venerados, sacralizados, adorados. Perante eles, havia gente em êxtase.
É a vida!
Estamos a considerar coisas diferentes, caro Dr. Pinho Cardão.
ResponderEliminarO cidadão comum, revê-se nos idolos futebolísticos, por uma razão diferente, daquela que os leva a aplaudir os líderes políticos. Aos primeiros, o comum dos mortais atribui um valor e dedica uma devoção, que tem ligação directa com as suas fantasias de realização pessoal. Aos segundos, dedica uma subserviência que lhe foi legada pelos avós, é hereditária e só se extingue ou atenua, quando adquire consciência de cidadania. Por isso é que, apesar das reclamações unânimes de que os políticos são todos iguais, sempre que decorrem eleições, lá está o "maralhal", como rebanho de ovelhas, a votar.
Nem que tenham de ir de maca, ou a rastejar, não desistem de ir colocar o voto, para depois ter de quem reclamar... daqueles que elegeram.
À dias, dizia-me o meu filho mais novo; ó pai, já pensaste o que aconteceria se nas próximas eleições ninguém votasse?
Yah! Respondi-lhe. Iríamos ter um governo constituído pelos membros que se candidatassem. No entanto, se fosse conhecida antecipadamente a decisão dos não-candidatos, de não votar, aumentaria exponencialmente o número de candidaturas. A duvída, reside num ponto, quem subscreveria as litas para as candidaturas?!
;)
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarSubscrevo tudo o que diz. Seria com certeza um bom companheiro para uma reforma com ética e arejada do sistema político. Um partido da área da verdadeira social democracia (e um sistema político onde cada decisão fosse ascultada e apaenas os grandes princípios fossem como que constitucionalizados)verdadeiramente participativo, sem vícios e sem caminhos de jotas, que respeitasse a cidadania e afastasse os tiques de quem esclerosou na empatia...
Infelizmente a social democracia anda actualmente de mãos pouco dadas com corações verdadeiramente sociais democratas. As sociais democracias Nórdicas como exemplos?
É para já!
Caro Pinho Cardão
Estou chocado com a sua afirmação:
«em matéria de poder o pessoal não respeita quem é um igual; e para não ser um igual há que se rodear de rituais».
O pessoal não respeita quem é um igual???
O pessoal não respeita é quem parece igual pela falta de ética, o chico espertismo, o tráfico de influências, a incompetência, a falta de bom senso...
Esse é que é o problema, Caro Pinho Cardão: os maus exemplos que temos tido na vida política nos muitos últimos anos!
Caro Zé Mário, corre na net um mail com fotografias dos aeroportos construidos em Espanha, os milhões e milhões que custaram e os números rídiculos de utilizadores, alguns nunca chegaram a ter qualquer movimento. São muitos, tantos quantos as autonomias... Mas é como diz o Pinho Cardão, cada um foi perdulário à medida das suas posses. Mas o desvario dos falsos investimentos foi geral, de resto muito impulsionado pels fundos comunitários que era preciso gastar e que também tinham as suas orientações de "investimento".
ResponderEliminar