Jorge Sampaio está descansado desde sexta-feira, caro Pinho Cardão. Ou, se calhar, só hoje de manhã é que está descansado porque só agora deve ter parado de rir...
Isto não é um povo. É uma turba ignorante cuja a condenação à pobreza é inteiramente merecida. Mas sim, são exactamente esses que precisam de liderança...
Senhor Pinho Cardão: Não sou familiar, não o conheço pessoalmente, nunca fui simpatizante ou apoiante de J. Sampaio. Mas acho deplorável o que o senhor (e muitos outros) fazem constantemente. E estou convicto de que o fazem propositadamente, ninguém pode acreditar que tal aconteça por acaso ou por ignorância. Pessoas da nossa melhor elite política estão informadas, não são ignorantes. E é deplorável que o façam. É por nós, enquanto povo, sermos como somos, pouco rigorosos, capazes destes (e de outros bem piores) truques que degradámos a vida social e política ao ponto miserável a que chegou; e depois queixamo-nos. O discurso de J. Sampaio é público, ele já desmentiu na televisão a frase que lhe atribuem em público, um outro comentador já lhe chamou a atenção a si aqui no 4R, e o senhor insiste na deturpação. No discurso J. Sampaio não diz «há mais vida para além do défice» e fez outras considerações bem pertinentes, senão leia: «… o problema orçamental da economia portuguesa, merecendo embora exigente e necessária atenção, não é o único. Há mais vida para além do orçamento. A economia é mais do que finanças públicas. O aumento do investimento, da produtividade e da competitividade da economia portuguesa é fundamental para o nosso futuro e requer o esforço continuado e empenhado de todos: governantes, empresários e trabalhadores. Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais. Foi isso que quis sublinhar com a jornada que estou a realizar sobre a Inovação.»» Se quiser, continue a deturpar o discurso, a escolha é sua, o senhor é livre.
Jorge Sampaio, como membro do Conselho de Estado, convocado para reunir com o Presidente de República na próxima sexta-feira, vai concerteza ter a possibilidade de apresentar a sua visão da crise e; a sua sugestão para resolver a mesma. Estou mesmo convicto que vai saír daquele mega-crâneo a resposta que será a mãe de todas as respostas que o país anseia conhecer.
Perante a expressão nacional e socialmente tranversal do desanimo e descontentamento perante as decisões e acções deste Governo de Passo Coelho...que relembro afirmou que : "Não vou tirar nenhum subsidio!"+"Os pensionistas não podem sofrer mais cortes"+"O Programa da Troika está a ser um sucesso"..etc etc etc...
o importante é : APONTAR O DEDO A SAMPAIO !
(é por termos a elite intelectual e culta a aplicar a sua inteligencia neste tipo de hipocrisias e cinismos que estamos onde estamos!...bóra lá todos ignorar o que de facto aconteceu ontem, e vamos mas é fazer "fogo de diversão" sobre os fantasmas do passado...pode sr que passe! )
Senhor Nuno: O mote do que veio a seguir (independentemente da responsabilidade do actor-mor pelo período 2005-11, o inefável Sócrates) não foi mais do que a continuação do que vinha de antes, com o agravamento que os erros cometidos e a acumulação de défices de 10%/ano provocam. O crescimento da dívida é público e bem conhecido: 1979 - 31,8% 1980 - 39,9% 1983 - 47,7% 1985 - 55,1% 1987 - 61,3% 1991 - 62,8% 1995 - 60,9% 2000 - 50,4% 2002 - 55,7% 2005 - 64,4% 2008 - 62,7% 2010 - 82,1% Fonte: FMI / Ministério das Finanças, publicado no jornal Expresso (Caderno de Economia), 19/3/2011, p. 8, pelo jornalista João Silvestre. O gráfico é contínuo entre 1979 e 2010 e retirei os números dos momentos marcantes. O gráfico não é reproduzível aqui no blog, tenho pena.
Fiquei chocado. Estive 20 minutos sem conseguir reagir. Então, até 2008 a malandra da demografia não estourou o estado social? Nem um bocadinho? Querem ver que o problema é outro? Em 2008 deve ter acontecido qualquer coisa muito grave, que teve consequência imediata e brutal no aumento da dívida pública. Alguém sabe o que foi?
Se eu pedir dinheiro emprestado para acender charutos, o rácio entre a dívida e o PIB é constante. Porque o PIB é medido pelo dinheiro que circula. Se não diminui é naturalmente um problema.
Senhor Arnaldo Madureira: A fonte donde retirei os dados é pública, pode consultá-la. Não inventei os dados e os mesmos, segundo se publica no jornal, são oficiais e igualmente públicos. Sabe que uma coisa é o que se diz, tantas vezes deturpado, para fins de (lamentável) luta político-partidária, outra a realidade. Veja como se deturparam ao longo dos tempos, de propósito, certas frases de dirigentes políticos (e não só). Entre 1979 e 2010, os picos mais elevados da dívida foram: 1979 - 31,8% (ponto de partida) 1984 - 56,1% 1987 - 61,3% 1991 - 62,8% 1995 - 60,9% 2005 - 64,4% 2010 - 82,1% Entre 1979 e 1984 cresceu sempre (efeitos da crise do petróleo e do PREC) e entre 1984 e 2010 subiu e desceu, sendo os picos menos elevados, que representaram os pontos de inversão da tendência anterior para a posterior, os seguintes: 1985 – 54,5% 1990 – 58,3% 1993 - 55,8% 1998 - 60,9% 2000 - 64,4% 2010 - 82,1% Também se diz nesse artigo que Portugal, entre 2000 e 2010, teve o maior crescimento da dívida pública do mundo. Se desejar envio-lhe o gráfico para um e-mail que me indicar, pois tenho-o digitalizado e a cores, conforme vinha no jornal.
O crescimento da dívida pública, entre 2000 e 2010, é fracamente negativo até 2008 e fortemente positivo depois desse ano. Conclui-se que o crescimento da dívida pública aconteceu desde 2008. Por isso, volto a perguntar. Como não houve uma revolução demográfica em 2008, o que foi que aconteceu para que a dívida pública, que estava controlada há mais de 20 anos, tivesse disparado?
Senhor Arnaldo Madureira: Não sou economista, não tenho conhecimentos técnicos para lhe responder. Mas o que lhe posso dizer é que, como cidadão que procura estar informado, sempre ouvi dizer que desde a entrada no euro o país gastou por ano 10% mais do que produziu. Portanto, foi contraindo dívida que teria custos futuros. A continuação de uma situação insustentável ao longo de tanto tempo é insuportável e só poderá ter efeitos negativos, como este do aumento da dívida. Não lhe posso dizer mais, não sei. Como lhe referi, não inventei os números, eles são públicos e produzidos pelo FMI e pelo BdP, segundo se diz no jornal.
Há uma grande diferença entre governar o país antes do euro e depois do euro. Não se pode comparar o crescimento da dívida antes e depois do euro, pois os seus efeitos são completamente diferentes. O grande erro dos políticos do período do euro foi desvalorizarem o endividamento externo porque diziam que isso já não tinha importância. E ainda me lembro desses políticos, durante anos, dizerem que os limites que estavam no pacto de estabilidade e crescimento eram estúpidos e não faziam sentido. Já ninguém se lembra de quem fazia essas declarações?
Caro UMZeroàEsquerda: 1.No que respeita ao primeiro comentário, peço-lhe que não faça apreciações dessas a meu respeito e não me venha com lições de moralidade. Tenho responsabilidade no que escrevo, com sempre a tive, e tenho, na minha vida. E não vá por generalizações assim tão fáceis. Comigo não pegam. 2. Diz que Jorge Sampaio não disse o que eu disse que ele disse. E, como prova, transcreve um discurso dele numa jornada sobre a inovação. Desconhecia esse discurso. Mas conheci bem, porque até fui testemunha presencial, um discurso que Jorge Sampaio fez na Assenmbleia da República, não posso precisar se em 2003 ou 2004, em que as palavras, se não foram exactamente essas, era isso mesmo que queriam dizer. Na altura, a Drª Manuela Ferreira Leite, como Ministra das Finanças, fazia tudo para diminuir o défice e tinha a oposição de toda a esquerda unida no Parlamento. A Ministra chegou a dizer, e a exprsssão foi muito negativamente glosada, que tinha o obsessão do défice. Aliás, caso não fosse estancado para, creio que 3% do PIB, haveria sanções de Bruxelas e perda de fundos europeus. Foi no contexto deste esforço e de todas as diligências que o governo vinha fazendo, e de toda a crítica, nomeadamente do PS que cortes orçamentais só criavam crise, que o Sr. Presidente Jorge Sampaio veio ào Parlamento, num 25 de Abril, e proferiu essas palavras. O entendimento geral foi que o Presidente criticava a política de diminuição do défice de Ferreira Leite. Portanto, meu amigo, a semântica não é para aqui chamada. E, como vê, há outros discursos para além do que citou. E apareçsa sempre, sem juízos prévios de intenção.
Caro Pedro: Portanto, mais défice, menos défice, a coisa vai, há vida para além disso. Como há vida, Sócrates concretizou em pleno o lema de Sampaio. Muito bem.
Caro UMZeroàEsquerda e Arnaldo Madureira:
Os dados da dívida pública são objectivos e publicados pelo Instituto Gestão do Crédito Público. Farei referência a eles no meu próximo post. E VExcias ficarão esclarecidos. Penso eu de que...
Pois são objetivos. Por isso, não há por onde fugir. A dívida pública não foi agravada, ao longo de anos, por despesa incontrolada nas funções sociais. Pela minha parte, só queria que o meu amigo descobrisse o que aconteceu em 2008, que atirou a dívida pública de 60% para 80% em 2 anos.
Isto é que é morder a mão que dá de comer. O povo é «estúpido» quando se manifesta contra aqueles em que, num momento de «inteligência», depositou o voto!? Ia escrever «voto de confiança», mas lembrei-me que o evitamento atingiu tal dimensão no Portugal político que há muito tempo que se perdem - não se ganham - eleições. O paradoxo é que a classe política governante, cada vez mais saída do povo, temos de o reconhecer, consegue estar uns furos abaixo dos seus eleitores. O povo, o povinho, merece melhor.
Senhor Pinho Cardão: E depois eu é que faço más apreciações a seu respeito. O que transcrevi é parte do «Discurso do Presidente da República por ocasião da Sessão Comemorativa do 25 de Abril, Assembleia da República, 25 de Abril de 2003. Portanto, o senhor, à semelhança de outros deputados que frequentemente estão concentrados noutras actividades enquanto decorrem as sessões, estava também bastante distraído da cerimónia nesse dia na Assembleia da República. Não admira, com a consideração que revela ter por J. Sampaio. Está no seu direito de não gostar da personagem (eu também não morro de amores por ele, mas detesto ver difamar seja quem for deturpando o que essa pessoa disse), mas por não gostar dele não vale a pena torcer a realidade, reincidir, e vir querer inventar agora um discurso sobre inovação. O que ele disse na parte final da transcrição que lhe deixei foi o seguinte: «Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais. Foi isso que quis sublinhar com a jornada que estou a realizar sobre a Inovação». Coisa bem diferente.
Deixo-lhe o link onde pode encontrar o discurso completo, pois vejo que tem dificuldade em encontrar aquilo que não lhe agrada e lhe estraga a narrativa. E também para que não vá pensar que fui eu que o reescrevi: http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/noticias/noticias/discursos-933.html
Passos fora do poder já. Não tem mandato para tomar estas decisões de merceeiro. Vazio de ideias é constrangedor. Ele e todos os politicos, souberam endividar o país mas não sabem como o salvar. Uma vergonha.
Caro UmZeroàEsquerda: Quando erro, dou a mão à palmatória. Estava convencido que o seu excerto era de um outro discurso de J.Sampaio, que não o da A.República. Nesse aspecto, tem razão. Quanto à semântica, já respondi. Por mais voltas que se dê ao texto, o significado foi o que referi. E foi assim que toda a gente entendeu. Até por toda a envolvente política da altura.
Senhor Pinho Cardão: Por mais voltas que se dê ao texto o significado, só por má-fé, é o que diz. E a língua portuguesa é rica em polissemias, contudo, não é suficientemente elástica para acomodar sentido em vez de manipulação. O que se trata é de uma grosseira manipulação de natureza ideológica e político-partidária. E é lamentável que certas pessoas, pelo seu estatuto social e intelectual, o façam. Mas estamos no reino do vale tudo. Infelizmente.
Jorge Sampaio está descansado desde sexta-feira, caro Pinho Cardão. Ou, se calhar, só hoje de manhã é que está descansado porque só agora deve ter parado de rir...
ResponderEliminarPovo já temos!
ResponderEliminarFalta alternativa política e liderança.
Isto não é um povo. É uma turba ignorante cuja a condenação à pobreza é inteiramente merecida. Mas sim, são exactamente esses que precisam de liderança...
ResponderEliminarSenhor Pinho Cardão:
ResponderEliminarNão sou familiar, não o conheço pessoalmente, nunca fui simpatizante ou apoiante de J. Sampaio.
Mas acho deplorável o que o senhor (e muitos outros) fazem constantemente.
E estou convicto de que o fazem propositadamente, ninguém pode acreditar que tal aconteça por acaso ou por ignorância.
Pessoas da nossa melhor elite política estão informadas, não são ignorantes.
E é deplorável que o façam.
É por nós, enquanto povo, sermos como somos, pouco rigorosos, capazes destes (e de outros bem piores) truques que degradámos a vida social e política ao ponto miserável a que chegou; e depois queixamo-nos.
O discurso de J. Sampaio é público, ele já desmentiu na televisão a frase que lhe atribuem em público, um outro comentador já lhe chamou a atenção a si aqui no 4R, e o senhor insiste na deturpação.
No discurso J. Sampaio não diz «há mais vida para além do défice» e fez outras considerações bem pertinentes, senão leia:
«… o problema orçamental da economia portuguesa, merecendo embora exigente e necessária atenção, não é o único. Há mais vida para além do orçamento. A economia é mais do que finanças públicas. O aumento do investimento, da produtividade e da competitividade da economia portuguesa é fundamental para o nosso futuro e requer o esforço continuado e empenhado de todos: governantes, empresários e trabalhadores. Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais. Foi isso que quis sublinhar com a jornada que estou a realizar sobre a Inovação.»»
Se quiser, continue a deturpar o discurso, a escolha é sua, o senhor é livre.
Jorge Sampaio, como membro do Conselho de Estado, convocado para reunir com o Presidente de República na próxima sexta-feira, vai concerteza ter a possibilidade de apresentar a sua visão da crise e; a sua sugestão para resolver a mesma.
ResponderEliminarEstou mesmo convicto que vai saír daquele mega-crâneo a resposta que será a mãe de todas as respostas que o país anseia conhecer.
O que Jorge Sampaio disse foi o mote para o que veio a seguir. E todos sabemos o que aconteceu.
ResponderEliminarPerante a expressão nacional e socialmente tranversal do desanimo e descontentamento perante as decisões e acções deste Governo de Passo Coelho...que relembro afirmou que : "Não vou tirar nenhum subsidio!"+"Os pensionistas não podem sofrer mais cortes"+"O Programa da Troika está a ser um sucesso"..etc etc etc...
ResponderEliminaro importante é : APONTAR O DEDO A SAMPAIO !
(é por termos a elite intelectual e culta a aplicar a sua inteligencia neste tipo de hipocrisias e cinismos que estamos onde estamos!...bóra lá todos ignorar o que de facto aconteceu ontem, e vamos mas é fazer "fogo de diversão" sobre os fantasmas do passado...pode sr que passe! )
Senhor Nuno:
ResponderEliminarO mote do que veio a seguir (independentemente da responsabilidade do actor-mor pelo período 2005-11, o inefável Sócrates) não foi mais do que a continuação do que vinha de antes, com o agravamento que os erros cometidos e a acumulação de défices de 10%/ano provocam.
O crescimento da dívida é público e bem conhecido:
1979 - 31,8%
1980 - 39,9%
1983 - 47,7%
1985 - 55,1%
1987 - 61,3%
1991 - 62,8%
1995 - 60,9%
2000 - 50,4%
2002 - 55,7%
2005 - 64,4%
2008 - 62,7%
2010 - 82,1%
Fonte: FMI / Ministério das Finanças, publicado no jornal Expresso (Caderno de Economia), 19/3/2011, p. 8, pelo jornalista João Silvestre.
O gráfico é contínuo entre 1979 e 2010 e retirei os números dos momentos marcantes.
O gráfico não é reproduzível aqui no blog, tenho pena.
Se isso é verdade, podemos concluir que o estado não aumentou a dívida relativa ao pib entre 1987 e 2008. Que coisa extraordinária!
ResponderEliminarFiquei chocado. Estive 20 minutos sem conseguir reagir. Então, até 2008 a malandra da demografia não estourou o estado social? Nem um bocadinho? Querem ver que o problema é outro? Em 2008 deve ter acontecido qualquer coisa muito grave, que teve consequência imediata e brutal no aumento da dívida pública. Alguém sabe o que foi?
ResponderEliminarCamarada Madureira,
ResponderEliminarSe eu pedir dinheiro emprestado para acender charutos, o rácio entre a dívida e o PIB é constante. Porque o PIB é medido pelo dinheiro que circula. Se não diminui é naturalmente um problema.
Senhor Arnaldo Madureira:
ResponderEliminarA fonte donde retirei os dados é pública, pode consultá-la.
Não inventei os dados e os mesmos, segundo se publica no jornal, são oficiais e igualmente públicos.
Sabe que uma coisa é o que se diz, tantas vezes deturpado, para fins de (lamentável) luta político-partidária, outra a realidade.
Veja como se deturparam ao longo dos tempos, de propósito, certas frases de dirigentes políticos (e não só).
Entre 1979 e 2010, os picos mais elevados da dívida foram:
1979 - 31,8% (ponto de partida)
1984 - 56,1%
1987 - 61,3%
1991 - 62,8%
1995 - 60,9%
2005 - 64,4%
2010 - 82,1%
Entre 1979 e 1984 cresceu sempre (efeitos da crise do petróleo e do PREC) e entre 1984 e 2010 subiu e desceu, sendo os picos menos elevados, que representaram os pontos de inversão da tendência anterior para a posterior, os seguintes:
1985 – 54,5%
1990 – 58,3%
1993 - 55,8%
1998 - 60,9%
2000 - 64,4%
2010 - 82,1%
Também se diz nesse artigo que Portugal, entre 2000 e 2010, teve o maior crescimento da dívida pública do mundo.
Se desejar envio-lhe o gráfico para um e-mail que me indicar, pois tenho-o digitalizado e a cores, conforme vinha no jornal.
O crescimento da dívida pública, entre 2000 e 2010, é fracamente negativo até 2008 e fortemente positivo depois desse ano. Conclui-se que o crescimento da dívida pública aconteceu desde 2008. Por isso, volto a perguntar. Como não houve uma revolução demográfica em 2008, o que foi que aconteceu para que a dívida pública, que estava controlada há mais de 20 anos, tivesse disparado?
ResponderEliminarSenhor Arnaldo Madureira:
ResponderEliminarNão sou economista, não tenho conhecimentos técnicos para lhe responder.
Mas o que lhe posso dizer é que, como cidadão que procura estar informado, sempre ouvi dizer que desde a entrada no euro o país gastou por ano 10% mais do que produziu.
Portanto, foi contraindo dívida que teria custos futuros.
A continuação de uma situação insustentável ao longo de tanto tempo é insuportável e só poderá ter efeitos negativos, como este do aumento da dívida.
Não lhe posso dizer mais, não sei.
Como lhe referi, não inventei os números, eles são públicos e produzidos pelo FMI e pelo BdP, segundo se diz no jornal.
Há uma grande diferença entre governar o país antes do euro e depois do euro. Não se pode comparar o crescimento da dívida antes e depois do euro, pois os seus efeitos são completamente diferentes. O grande erro dos políticos do período do euro foi desvalorizarem o endividamento externo porque diziam que isso já não tinha importância. E ainda me lembro desses políticos, durante anos, dizerem que os limites que estavam no pacto de estabilidade e crescimento eram estúpidos e não faziam sentido. Já ninguém se lembra de quem fazia essas declarações?
ResponderEliminarCaro UMZeroàEsquerda:
ResponderEliminar1.No que respeita ao primeiro comentário, peço-lhe que não faça apreciações dessas a meu respeito e não me venha com lições de moralidade. Tenho responsabilidade no que escrevo, com sempre a tive, e tenho, na minha vida. E não vá por generalizações assim tão fáceis. Comigo não pegam.
2. Diz que Jorge Sampaio não disse o que eu disse que ele disse. E, como prova, transcreve um discurso dele numa jornada sobre a inovação. Desconhecia esse discurso. Mas conheci bem, porque até fui testemunha presencial, um discurso que Jorge Sampaio fez na Assenmbleia da República, não posso precisar se em 2003 ou 2004, em que as palavras, se não foram exactamente essas, era isso mesmo que queriam dizer. Na altura, a Drª Manuela Ferreira Leite, como Ministra das Finanças, fazia tudo para diminuir o défice e tinha a oposição de toda a esquerda unida no Parlamento. A Ministra chegou a dizer, e a exprsssão foi muito negativamente glosada, que tinha o obsessão do défice. Aliás, caso não fosse estancado para, creio que 3% do PIB, haveria sanções de Bruxelas e perda de fundos europeus. Foi no contexto deste esforço e de todas as diligências que o governo vinha fazendo, e de toda a crítica, nomeadamente do PS que cortes orçamentais só criavam crise, que o Sr. Presidente Jorge Sampaio veio ào Parlamento, num 25 de Abril, e proferiu essas palavras. O entendimento geral foi que o Presidente criticava a política de diminuição do défice de Ferreira Leite. Portanto, meu amigo, a semântica não é para aqui chamada.
E, como vê, há outros discursos para além do que citou.
E apareçsa sempre, sem juízos prévios de intenção.
Caro Pedro:
ResponderEliminarPortanto, mais défice, menos défice, a coisa vai, há vida para além disso. Como há vida, Sócrates concretizou em pleno o lema de Sampaio. Muito bem.
Caro UMZeroàEsquerda e Arnaldo Madureira:
Os dados da dívida pública são objectivos e publicados pelo Instituto Gestão do Crédito Público. Farei referência a eles no meu próximo post. E VExcias ficarão esclarecidos. Penso eu de que...
Pois são objetivos. Por isso, não há por onde fugir. A dívida pública não foi agravada, ao longo de anos, por despesa incontrolada nas funções sociais. Pela minha parte, só queria que o meu amigo descobrisse o que aconteceu em 2008, que atirou a dívida pública de 60% para 80% em 2 anos.
ResponderEliminarIsto é que é morder a mão que dá de comer. O povo é «estúpido» quando se manifesta contra aqueles em que, num momento de «inteligência», depositou o voto!?
ResponderEliminarIa escrever «voto de confiança», mas lembrei-me que o evitamento atingiu tal dimensão no Portugal político que há muito tempo que se perdem - não se ganham - eleições.
O paradoxo é que a classe política governante, cada vez mais saída do povo, temos de o reconhecer, consegue estar uns furos abaixo dos seus eleitores. O povo, o povinho, merece melhor.
Senhor Pinho Cardão:
ResponderEliminarE depois eu é que faço más apreciações a seu respeito.
O que transcrevi é parte do «Discurso do Presidente da República por ocasião da Sessão Comemorativa do 25 de Abril, Assembleia da República, 25 de Abril de 2003.
Portanto, o senhor, à semelhança de outros deputados que frequentemente estão concentrados noutras actividades enquanto decorrem as sessões, estava também bastante distraído da cerimónia nesse dia na Assembleia da República.
Não admira, com a consideração que revela ter por J. Sampaio.
Está no seu direito de não gostar da personagem (eu também não morro de amores por ele, mas detesto ver difamar seja quem for deturpando o que essa pessoa disse), mas por não gostar dele não vale a pena torcer a realidade, reincidir, e vir querer inventar agora um discurso sobre inovação. O que ele disse na parte final da transcrição que lhe deixei foi o seguinte: «Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais. Foi isso que quis sublinhar com a jornada que estou a realizar sobre a Inovação».
Coisa bem diferente.
Deixo-lhe o link onde pode encontrar o discurso completo, pois vejo que tem dificuldade em encontrar aquilo que não lhe agrada e lhe estraga a narrativa.
E também para que não vá pensar que fui eu que o reescrevi:
http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/noticias/noticias/discursos-933.html
Mais uma vez, vejam as coisas pela positiva. Por exemplo, o Cavaco vai conseguir ter o mesmo destaque na história de Portugal que o Manuel de Arriaga.
ResponderEliminarPassos fora do poder já. Não tem mandato para tomar estas decisões de merceeiro.
ResponderEliminarVazio de ideias é constrangedor. Ele e todos os politicos, souberam endividar o país mas não sabem como o salvar.
Uma vergonha.
Caro UmZeroàEsquerda:
ResponderEliminarQuando erro, dou a mão à palmatória. Estava convencido que o seu excerto era de um outro discurso de J.Sampaio, que não o da A.República. Nesse aspecto, tem razão.
Quanto à semântica, já respondi. Por mais voltas que se dê ao texto, o significado foi o que referi. E foi assim que toda a gente entendeu. Até por toda a envolvente política da altura.
Senhor Pinho Cardão:
ResponderEliminarPor mais voltas que se dê ao texto o significado, só por má-fé, é o que diz.
E a língua portuguesa é rica em polissemias, contudo, não é suficientemente elástica para acomodar sentido em vez de manipulação.
O que se trata é de uma grosseira manipulação de natureza ideológica e político-partidária.
E é lamentável que certas pessoas, pelo seu estatuto social e intelectual, o façam.
Mas estamos no reino do vale tudo.
Infelizmente.