Há fotografias que valem pela emoção que captam e transmitem. Pela perpetuação do seu significado. Esta, tirada em 31 de Outubro de 2010, da autoria de Kim Ho-Young, retrata a despedida de um homem de regresso à Coreia do Norte. A despedida de um seu parente da Coreia do Sul, depois dos três dias de reencontro que as autoridades consentiram. A separação forçada das famílias foi consequência da guerra de 1950-1953 que levou à secessão. Ainda hoje se fazem sentir os efeitos dolorosos de mais um ato da essencial estupidez humana.
Mas momentos destes recordam-nos, sobretudo, que não são mensuráveis os valores da liberdade e da paz. Apesar de tantas vezes o esquecermos.
Passaram 60 anos. Mais alguns e não haverá motivos para estas imagens, não por causa da paz, não por causa da reunificação, mas apenas por falta de protagonistas devido à morte. Vidas separadas que só a morte pode juntar novamente. Triste sina, a deste povo sofredor, e ainda nos queixamos...
ResponderEliminarPor cá, há cenas destas diariamente, nos aeroportos, onde partem os jovens para irem trabalhar por essa europa fora, deixando para trás os pais que investiram na sua educação.. fica a saudade, um país envelhecido, e talvez muitos nao voltem ao contrários das anteriores gerações de emigrantes...
ResponderEliminarPois há, infelizmente, mas são livres!
ResponderEliminarUma diferença do tamanho de um mundo!
ResponderEliminarEmbora seja uma desolação ver partir os mais novos, é verdade T1.
Impossível a indiferença face à imagem. Impossível.
ResponderEliminarCorrobo tudo o que já foi dito, mas é importante destacar o comentário do caro Professor Massano Cardoso. O drama das coreias e de muitos outros países é exatamente a falta de liberdade dos povos...
ResponderEliminarE sem liberdade não se pode viver em paz. Com que direito se impõe um tal sofrimento?
ResponderEliminarPercebo bem o comentário do Prof. Massano Cardoso, mas pergunto-me se a emigração a que se refere T1 será, realmente, um acto de liberdade...
ResponderEliminarO comportamento desoladoramente errático da(s) velha(s) Europa(s) leva-me a temer que, mais alguns anos, aquele possa muito bem ser um retrato da nossa gente...
Henry eu compreendo o seu alcance, mas quando falo de liberdade falo naquele contexto de um velho ver partir, talvez, o seu irmão e não poder acompanhá-lo. Os que emigram também são cerceados nas suas liberdades, e os que ficam também. Debater o conceito de liberdade é interessante e fico na dúvida sobre quem é realmente livre, nem o Henry, nem eu, somos "livres". Reitero que o meu comentário foi focalizado àquela foto e à privação da liberdade "política". Que há outras faltas de liberdade, claro que há. A liberdade total só se obtém na morte, mas não é preciso ir tão longe, ainda há muito a fazer para a conquistar, quer seja na Coreia do Norte, quer seja em Portugal.
ResponderEliminarOs muros que se erguem, em cimento ou outros , são sempre uma brutalidade que esta imagem aqui tão bem exprime. às vezes até parece que protegem, como o muro que se ergue quando os nossos jovens partem, livremente, para viver uma vida melhor longe de nós, é bom vê-los acreditar que conseguem ser felizes e que as oportunidades virão ter com eles. Sentimos que estamos aprotegê-los de sofrer um declínio com não contávamos. Mas ergue-se o muro, sem dúvida, mesmo que haja dinheiro suficiente para as visitas, os telefonemas, os pacotes pelo correio com uns miminhos (e tantas vezes não há, os muros podem ter espessuras diferentes).O que acontece é que há partes inteiras da vida deles das quais já não fazemos parte, por muito que se queira olhar para lá do muro.
ResponderEliminarNão imaginaria nunca que se pudesse comparar o fenómeno da imigração à trágica situação da Coreia do Norte.
ResponderEliminarBasta apenas um argumento: a Coreia do Norte é uma prisão, onde as pessoas passam fome e miséria e nem sequer podem imigrar.
Esta tendência para a igualização e para branquear situações é uma das grandes causas do nosso mal.