Uma dita espontânea cantora lírica lembrou-se que palco óptimo seria o das Comemorações
Oficiais do 5 de Outubro. E exibiu seus dotes perante a plateia. Uma forma espontânea
de protesto, logo referiu a comunicação social, que se apressou a dar, propagar,
e aumentar o eco de tão espontânea performance.
No entanto, o pitorescamente curioso é que a espontânea vai desmentindo
a expontaneidade, e em sucessivas entrevistas (passou a figura pública, quiçá a intelectual apta a subscrever os abaixo-assinados da ordem) assegura ter já incorrido em espontâneos semelhantes noutras
manifestações, entre as quais a de Belém, por ocasião do Conselho de Estado. Não
se sabe mesmo se não haverá por ali uma qualquer paixão assolapada e não
respondida pelo Presidente, a quem, por isso, vai dedicando a sua lírica de
protesto.
De qualquer forma, uma espontânea profissional, hoje mesmo entrevistada
pela RTP, serviço público. Em mais um processo de legitimação da transgressão. Porque
o escândalo é que conta. E é preciso reproduzi-lo. O serviço público está lá
para isso.
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ResponderEliminar«Espontâneo» e não «expontâneo». (Preferia enviar-lhe um e-mail, mas não o encontro.)
ResponderEliminarPois, caro Pinho, independentemente da "esponteneadade" ou não do lirismo...
ResponderEliminaro que para mim é verdadeiramente Lirico...
á defender que o Serviço Publico só seria um bom serviço, se omitisse e ignorasse a realidade, na sua totalidade.
Ou seja, mostrava os aplausos, e omitia a bandeira ao contrario (o q seria dificil!), apagava o canto da "espontanea profissional", eliminava a senhora a chorar....
....enfim, cortava-se parte da realidade efectiva!
isso sim, seria um bom serviço publico: UMA TV Q MOSTRASSE O POLITICAMENTE CORRECTO !
já agora, era o Pinho que escolhia o que mostrar ?
...é que carambas, ver só resumos do FCPorto...reconhecendo a qualidade futebolistica...era coisa para se tornar monotono.
Tipo: Resumo do FCPorto - Benfica : o serviço publico apagava a equipe de vermelho.
pois...felizmente e apesar dos esforços, acredito que existam ainda "espontaneos profissionais" capazes deo evitar!
porque a nivel de "pensadores livres e espontaneos" temo bem que comecem a ser cada vez menos "espontaneos" e a duvidae se são de facto "livres" .
ResponderEliminarNão fique tão incomodado Pinho Cardão, porque seguramente, pelo andar da carruagem do governo, irá assistir a muitos outros futuros
"processo de legitimação da transgressão".
É só esperar e acautele-se, vá tomando uns calmantes para não por em risco os apertos do coração.
Cara Sofia:
ResponderEliminarEspontânea é que ela não foi!
Era isso que queria significar com a grafia "expontáneo", mas não o explicitei da devida forma, por exemplo, em itálico, ou com um hífen. Assim, confesso que o trocadilho deu uma trapalhada que a Sofia julgou de forma muito benevolente.
Mas está corrigido.
Caro Pedro:
Se me permite uma sugestão,guarde as forças, e não se canse a comentar o que eu não digo.
É que assim o meu amigo entra num círculo vicioso e inútil de dizer e comentar o que diz. Há formas mais agradáveis de perder tempo...
Então o Presidente deve estar encantado com a espontânea. Ele que assistiu com alegria a tantos espontâneos da sua criação a saírem a criticar espontaneamente o governo que deve ficar maravilhado com esta. Até poderia sugerir um dueto, esta senhora entoava umas notas enquanto os espontâneos de Belém declamavam as asneiras que o Presidente lhes encomendou....
ResponderEliminarExcelente Luísa que veio do mesmo povo daqueles que o renegam (e que lhe roubam a representatividade) por pratos de lentilhas.
ResponderEliminarE ainda há quem não ache que este sistema político já não é passado de velhos, por fora e por dentro?
Triste, muito triste, um PR que tem medo do povo que lhe paga o ordenado e que vê a república como uma proto-Monarquia.
Caro Pinho, o que li no final deste texto foi:
ResponderEliminar"Em mais um processo de legitimação da transgressão. Porque o escândalo é que conta. E é preciso reproduzi-lo. O serviço público está lá para isso. "
e em jeito de conclusão tá lá escrito (não faço ideia se por si ou não):
1- um processo de legitimação - pressupondo que há algo ilegitimo.
2- algo que será por si qualificado como um "escandalo", que vale apenas e só por isso.
3- e que, nas suas palavras, em tom ironico (leio eu!), "urge reproduzir".
4- e ironicamente (leio eu!), acusa o serviço publico de "estar lá para isso" - subentendesse "reproduzir meros escandalos".
Ora desta verificações, não creio que a minha leitura inicial tenha sido asism tão lunatica.
O que me parece ao ler o seu texto, até reforçado pela "conclusão", é que acusa o serviço publico, de amplificar meros escandalos, vazios de conteudo e significado, que valem só pelo escandalo!
Assim, de uma vez só, assume que a manifestação lirica é apenas e só um escandalo, vazio de conteudo, que "escandalosamente" para si, é amplificado pelo Serviço Pubico, numa tentativa de "legitimação"...assumindo á partida que o acto lirico, necessita de legitimação, pois é pelas suas palavras, para si, ilegitimo.
Parece-me claro, que foi isto que afirmou.
Tenta ainda colar, a manifestação do 5 de outubro, ilegitima para si...ás anteriores manifestações liricas á porta de S.Bento. Só esta analogia tenta colocar ao mesmo nivel um acto isolado no 5 de outubro, com uma manifestação publica e autorizada em S.Bento.
O que eu leio das suas palavras, de forma simples e imediata é ...
...é a simples tentativa de esvaziar de sentido, e afirmar ilegitima uma acção individual...que lá está, terá certamente um motivo (sim, não me parece de todo um acto anarquista ou tresloucado, deverá haver ali um qualquer motivo, não ?).
Apartir daqui, parte para mais um "apontar de dedo", acusando o Serviço Publico, de "amplificar o escandalo".
Por tudo isto, deduzi , que para si, um Serviço Publico de louvar, seria aquele que tivesse calado e omitido o lirismo.
e reafirmo: Lirico, para mim é a argumentaria presente no seu texto.
e pronto, sem me cansar e guardando forças, foi isto que escrevi no meucomentario...
...claro está, usando umas pitadas de ironia, que pela presença constante na sua escrita, deduzi que não só percebesse como tab apreciasse. Afinal, estáva enganado. Embora o Caro Pinho a utilize amiude, aparentemente não a digere bem nos textos de outros...e tem dificuldade a aceitar que a entende á primeira.
Tecnica de Evasão ?...talvez! Geralemtne é uma postura muito comum nos revolucionarios e anarcas, o chamado "toque e foge".
Mas pronto, na minha habitual "vesguisse" ...é bem provavel que seja mesmo eu a chutar mais uma vez ao lado. Provavelmente até ilegitimamente.
Excelente comentário este do dr.Pinho Cardão!
ResponderEliminarO que mais me irrita é realmente ser eu e todos os portugueses a pagar a uma RTP que nos brinda com estas "maravilhosas" peças,de que tanto gosta!E nós,a ver a banda passar!E não há quem ponha termo a isto!
Caro Pedro:
ResponderEliminarNotíciar o facto é uma coisa; aconteceu, noticia-se, ponto final.
Insistir, persistir, repetir, entrevistar, promover não é informação. Talvez forma de encher chouriços de má qualidade.
O meu amigo entendeu bem o que eu quis dizer. Mas deu-lhe para filosofar sobre o que eu não disse. Má especulação!...