Depois dos doutoramentos em pronomes possessivos, chega a vez dos
doutoramentos em Casas do Benfica, agora através do trabalho investigativo da
socióloga Ana Sousa. O nome da tese é, desde logo, imponente: Uma investigação
social e cultural aplicadas às Casas do Sport Lisboa e Benfica.
E a investigação trouxe novidades em que urge reflectir: as Casas do
Benfica não são lugar para jogar às cartas e pouco mais, são verdadeiros
lugares de desenvolvimento de actividades culturais. E sociais também, como a
promoção do benfiquismo.
Uma tese de sociologia que se preze nunca poderia passar sem a
definição do perfil, neste caso do frequentador da Casa. Ele aí vai: maioritariamente
(81,5%) do sexo masculino, entre os 30 e os 60 anos, diversos níveis de
escolaridade. Ah, e 22% são verdadeiros profissionais das Casas, frequentam-na
mais que uma vez por dia. A tese não fala da frequência nocturna.
Portanto, caro leitor, se tem menos de 30 anos, nem tente entrar em
qualquer das Casas, porque eles conhecem o perfil e logo o identificarão como
um feroz adepto do FCPorto; mas se tem mais de 60 anos, não entre também, pois
estará catalogado como do Sporting e as relações entre vizinhos não andam lá
muito bem.
Mas a tese trouxe-me uma inquietação mais profunda, por sentir que me
têm andado a enganar: é que se o perfil do benfiquista está entre os 30 e os 60
anos masculinos, não é científico dizer que há 6 milhões de benfiquistas. E a verdade
científica está para mim acima de tudo.
Por isso, é que eu critico que depreciativamente se diga que Portugal
é um país de doutores. Sem doutores assim, como é que nós teríamos acesso à
ciência certa sobre o Benfica? Como, não me dizem?
Aquilo que não entendi é o plano para exportação da metodologia. Deve haver uma procura enorme de estudos do tipo para as Casas do Galatazaray, do Real, do Grashoppers, do Twente,... Quem sabe não existem algumas sinergias com o projecto Alice do prof. Sousa Santos?
ResponderEliminarBem... ao menos não usam aventais... nem se tratam por irmãos... e assim...
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, se o benfiquista de serviço ao bar usar avental não deve ser criticado por isso.
ResponderEliminarSaudações benfiquistas.
Tem toda a razão, caro Tonibler. Não está fora de hipótese teórica que a douta investigadora seja uma das duzentas e tal bemaventuradas sociólogas dos diversos observatórios do Prof. Boaventura...
ResponderEliminarVá, também não procuremos ouro no deserto.
ResponderEliminarA amostra apenas se refere a quem frequenta as casas, e do pouco que tenho visto, mais transmitirá o perfil de quem lá vai beber um café ou uma "mini" - o que verdade seja dita, imagino que tenha correspondência idêntica a indivíduos do sexo masculino que frequentem cafés -, acrescida dos beatos que lá vão, haja jogo ou não.
Pena é não encontrar a tese de Ana Sousa. Mediatismo aliado a estudos nunca foi grande combinação.
Eu acho que está a fazer muita falta um estudo sociológico sobre os não frequentadores das Casas de Benfica, estudo que poderia ser dividido por uns quantos sociólogos, que assim ficariam convenientemente ocupados durante uns tempos.
ResponderEliminarAqui fica a ideia. De borla...
O meu amigo tem é inveja. Torrarem dinheiro como um PhD sobre o Benfica é mesmo de bradar aos céus.
ResponderEliminarJá que iam deitar $$$ pela janela fora, que fosse ao menos sobre o FCP!