Mas o clima sufocante gerado pela cupidez dos diversos fiscos faz-se também sentir na absoluta falta de consideração pelas pequenas empresas, impondo-lhes onús que, explicados pela necessidade de combater a fraude e evasão fiscais, estão a atingir a fasquia do indecente.
Com a introdução da fatura eletrónica universal e obrigatória, as vulgares máquinas registadoras - os jornais chamam-lhe "velhas", mas algumas nem sequer iniciaram a sua amortização - têm de ser substituídas por computadores que, para além da impressão da prova de aquisição destinada ao cliente, comunicam imediatamente a operação aos sistemas informáticos do fisco. Já não falando na despesa acrescida com comunicações, o investimento numa só destas máquinas ronda os 2000 euros. Para além de a Administração Fiscal se mostrar inflexível aos problemas que a imposição não gradualizada desta nova obrigação está a gerar (desde logo o facto de as máquinas se terem esgotado rapidamente), esta será mais uma das medidas, tão irracionais quanto insuportáveis, que contribuirá para a ruína de pequenos negócios ou para a retração de quem, sem conseguir encontrar emprego, se proponha criar seu próprio posto de trabalho mesmo nesta altura em que os apoios escasseiam e os meis próprios disponíveis não abundam.
Estão as autoridades a tecer uma rede de malha fina para caçar uns quantos euros de pequenos infratores, muitos deles infratores por necessidade. Todavia permeável aos milhões que continuam subterraneamente a andar por aí, não preocupando quem continua a tirar proveito da inteligência curta dos nossos prestimosos fiscais.
Inacreditável o que se está a passar.Pessoas com uma vida inteira dedicada a pequenos negócios que têm de encerrar,nuns casos por falta de meios financeiros para adquirir os equipamentos necessários em outros por simples ileteracia tecnológica para a qual não estão preparados.
ResponderEliminarÉ a guerra, caro JMFA. As autoridades disparam os seus canhões, agora está na hora de Portugal responder. E acho que o estado português não vai gostar daquilo que Portugal lhe está a preparar...
ResponderEliminarOh Zé Mário,desculpa a minha iliteracia no iletrado comentário...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida, todas essas imposições têm um problema acrescido para além do dinheiro que custam. São procedimentos adicionais que consomem tempo e desgastam. Infelizmente o que aponta não é exclusivo Português e mais exemplos há pela Europa fora da loucura. Ao ponto a que se está a chegar em Portugal não sei se algum outro mas na mesma estrada há uns quantos mais.
ResponderEliminarAll in all está a tornar-se uma maçada, uma verdadeira maçada, viver em Portugal (estive agora uns meses e estava a dar em doido...) e, em geral, na Europa. Uuufffff.
Caro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarO monstro do Estado tudo devora à sua passagem.
Não se trata de lutar contra a economia paralela, o que se faz é lutar contra a economia.
A tecnocracia gerada pelo monstro aí está em pleno fulgor. Sem olhar a meios, sem tempo e sem modo.
Hoje no restaurante:
ResponderEliminar"Os senhores não vão precisar de factura, pois não?"
Nem é tecnocracia, caro Pinho Cardão, porque qualquer técnico sabe que se eu não der entrada, não dou saída (ah, a sofisticação da aritmética...). Isto é o estado português no seu melhor, um monte de burocratas que nunca fizeram nada na vida a quem foi vendido um power point onde tudo funciona. Seria tecnocracia se estivéssemos a falar de técnicos, não de emplastros que acham que a economia começa e acaba na porta do ministério ou que fazer despachos é trabalho. O resultado vai ser uma linda cobrança de impostos no primeiro trimestre, porque mesmo que metam a polícia inteira atrás dos faltosos, não vai haver polícia suficiente porque no fim, vai ser Portugal a ganhar, não o estado português.
Enquanto a decisão política estiver a cargo de funcionários públicos, o resultado vai ser invariavelmente o mesmo.
Vocês decidam-se, afinal querem esta política mas não querem estes impostos?
ResponderEliminarIsto é cómico.
Sim, cortar nos gastos do estado, sim baixar o défice e a divida, não pelos impostos.
ResponderEliminarO meu caro Carlos Monteiro anda muito distraído em relação ao que se vem opinando neste espaço desde que, há já uns anos, se escreveu o primeiro post.
ResponderEliminarQuando...20, 30, 40 % dessas microempresas fecharem, instalar-se-á uma cadeia de lojas de qualquer multinacionais das muitas que vão proliferando, captando os preciosos rendimentos do negócio que tratarão de encaminhar para uma das muitas off-shore, para gáudio do PCP e CGTP que verá nisto o princípio do fim do "paradigma dos baixos salários", ou seja; riqueza p'ra lá, pobreza para cá.
ResponderEliminarCui bono ?
ResponderEliminarQuem é que vai ganhar fortunas com os tais computadores ?
( A estupidez é um belo disfarce )
Portanto, apoiar este governo, mas não gostar do aumento de impostos é assim tipo gostar muito da namorada ou da mulher apesar de a estarem sempre a criticar por ela ser cocha, marreca e ter verrugas? Esta foi para o meu estimado Pinho Cardão e camarada Toni
ResponderEliminarPara o meu estimado JMFA digo-lhe que ultimamente se muito no cravo e na ferradura, por aqui... Mas levo à conta de uma incerteza emocional. Voltando à namorada marreca cocha, tronchuda e cheia de verrugas, que em tempo foi uma lasca!
Perdão, "coxa"!!!
ResponderEliminarMeu caro Carlos Monteiro, cada um interpreta como entende o que os outros transmitem. Mas estranho que não se tenha tornado notório que este não é um blogue de apoio ou de oposição ao governo mas um espaço de opinião expressa por pessoas que partilhando ideias não pactuaram fazê-lo segundo determinado padrão. Tirando o que aqui se escreve norteado pela adesão cega aos nossos clubes do coração, sempre me habituei a ver o 4R como espaço de expressão de opinião em razão de formas de pensar e sentir de cada autor ou comentador, julgando eu que se tinha tornado evidente que por aqui não se partilha o gosto por ditâmes ou doutrinas de momento. Temos simpatias? Temos obviamente. Pertencemos a famílias? Pode dizer-se que sim. Mas a simpatia não nos cega e nas melhores famílias o projeto familiar é uma coisa para discutir entre todos, aceitando as ideias de cada um.
ResponderEliminarPercebo, porém, que esta forma de estar pareça estranha nos tempos que correm...
Meu caro Ferreira de Almeida, não tenho dúvidas sobre o que diz, apenas me pergunto sobre a prosa deste blogue se o governo fosse socialista, ou melhor, se estas mesmas medidas fossem as do Eng. Sócrates. Espere, já me lembro sobre o PEC 4 e antecessores...
ResponderEliminarAgora a indignação, que sempre foi saudável neste blogue, vai para com as afirmações... do Dr. Mário Soares!!
Porém, o que vejo aqui são mesmo rasgados elogios a uma política, na vertente financeira e económica, que seria alvo de feroz crítica se fosse PS.
Ora aí está.
ResponderEliminarCaríssimos:
Podia dispensar-me de dizer mais, uma vez que o Ferreira de Almeida disse tudo.
Mas aqui vai, como complemento: o 4R é um Blog de gente livre, que expressa o que pensa, sem ter que dar contas a ninguém. Não apoia cegamente, não critica ao sabor dos ventos e marés. Nem cavalga ondas, por muito fortes que sejam.
E somos assim há oito anos.
Caro Carlos Monteiro:
Uma brincadeirazita do meu amigo, que conhece bem o que é o 4R.
Votos de um excelente 2013.
Meu caro Carlos Monteiro, o registo da opinião de cada um de nós em relação aos atos e medidas dos governos anteriores - não só do PS - estão aí, podem ser escrutinados. Verificará que entre feroz crítica e elogio, houve sempre opinião, sobretudo opinião, sem a preocupação de ficar bem ou mal no retrato se se elogiou ou criticou. Se recuar ao início do 4R vai ver que o tom era bem mais crítico do que foi depois e o governo de então não era PS.
ResponderEliminarMas volto sobretudo por causa da sua referência ao Dr. Mário Soares. Aí tenho de dar a mão à palmatória. O 4R tem dado demasiada importância ao que diz o Dr. Soares, ainda que o faça, muitas vezes, para desanuviar o pesado ambiente pois as suas afirmações mais recentes prestam-se a isso. O 4R tem incorrido no mesmo pecado da generalidade da comunicação social, o de amplificar mensagens de absoluto non sense. Bem avisado pelo meu caro Carlos Monteiro, pela minha parte juro que o deixarei de fazer.
Estava aqui só a «apertar» um bocadinho convosco!
ResponderEliminarTambém é salutar!
Feliz Ano Novo!
Camarada Monteiro,
ResponderEliminarVais-me fazer o favor de reconhecer que NUNCA apoiei ou concordei com qualquer aumento de impostos, SEMPRE fui contra a despesa absurda do estado, a começar pelos salários e a acabar em todas as paridas Guterro-Socratinas de procurar montar um bolo grande para tirar de lá uma fatia. Se houvesse oposição ao governo que tivesse esta posição, te garanto que apoiaria essa oposição. Não há.
E não me vais dizer que gosto do PSD, porque o presidente da república é do PSD e eu já não suporto as decisões comunas do sujeito.
Nem de perto nem de longe te reconheço isso em relação a este governo! Antes pelo contrário, constato com grande surpresa que te tens comportado como um cronista do regime! Desculpa lá!
ResponderEliminarDe qualquer modo não faz qualquer sentido dizer que se apoia este governo mas não estas medidas! Este governo são estas medidas!
ResponderEliminarMas deixa estar que daqui a 10 anos dás-me razão, como te disse sobre o PR.
Cronista do regime não serei, até porque o governo tem muito pouco a ver com o regime, como o Cavaco e o Tribunal Constitucional o têm demonstrado. O princípio da soberania popular tem sido atirado para o ridículo por este presidente da república que insiste em levar o seu mandato anti-Portugal até ao fim.
ResponderEliminarDefender o governo, se me disseres em concreto até posso dizer-te se defendi e porquê, agora logo a seguir de me perguntares porque é que eu estou a dizer mal do governo parece-me estranho, porque aquilo com que te meteste foi porque é que eu estava a dizer mal do governo...
Essa visão de "soberania popular" deve ser importada da Venezuela...
ResponderEliminarA República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.
ResponderEliminarMas não te preocupes por não saber, há quem só tenha que saber isto, ocupa o cargo há mais 6 anos e também acha que é coisa venezuelana...
O teu problema é que só les as gordas senao não dirias tais patacuadas sobre o tc cuja legitimidade é igual à da Constituição.
ResponderEliminarMas eu disse que o TC não é legítimo? Tanto é que tem que ir tudo a andar porque o país não suporta orgãos legítimos que decidem em causa própria. Se fosse ilegítimo era fácil de resolver
ResponderEliminarO tom de escárnio com que agora virou moda a Direita falar do TC é cómica. O TC é o único que faz o seu papel, no meio disto tudo: aferir sobre a constitucionalidade de uma lei.
ResponderEliminarSe não gostas da decisão do TC, muda a Constituição ou muda-te tu.
É ridículo.
Fazer cherry picking de um critério valorimétrico para justificar uma decisão favorável a si próprio. Isso é trabalho de um juiz? Então, na tua opinião, o que seria não trabalho? Tenho vários critérios para valorizar uma coisa, a posição, a primeira derivada, a segunda, etc... Escolho aquela que mais me favorece e no fim do dia reclamo-me de ser juiz? Vão defecar!
ResponderEliminarOh meu, deixa-te de inventar! Tu tens a mania que percebes muito da Constituição mas nunca passas do preambulo, ou quando te dá jeito usas o Ctrl-F para encontrar uma frase que te dê jeito, num artigo que nunca ouviste falar! Falando em cherry picking...
ResponderEliminarAs leis eram inconstitucionais. Ponto. Porque um Juiz decidiu. Ponto.
Esquece lá as tagarelices venezuelanas de vontado do povo e não sei o quê. Todas as democracias só são saudáveis se devidamente balizadas por instituições como o TC.
Isto devia ser elementar de entender.
Curioso. Muito curioso! como as opiniões sobre este governo estão a mudar por parte dos residentes. Falta de visão rápida no pós posse ou o momento em que se definem posições: quando os impostos (destrutivos, como sempre defendi desde o início para um governo que se dizia liberal)batem às respectivas portas - somos, de facto, homens de interesses. Bem razão têm alguns sobre as sumidades como Gaspar quando dizem que a um génio com enorme QI se pode contrapor a falta do emocional. E este destrói países e sociedades - como a história nos ensina. Sempre desconfiei (excepcionalmente falando - já que, como dizia um académico, a generalização é a arma dos ignorantes) dos homens baixinhos e do seu complexo de superioridade que esconde outro de sinal contrário. Tendem para a asneira e para a maldade. Muito bem, Mota Amaral! Não se é menos social democrata por se assumir as evidências.
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