Terminei agora a viagem à Europa do pós guerra e das décadas de reconstrução e transformação até final do séx. XX, levada pelo magnífico livro de Tony Judt “Pós Guerra História da Europa desde 1945”, e encetei nova deambulação literária, desta vez até à China, que promete um fascínio semelhante pelos meandros da construção do Estado e da vida desse outro povo, tão longínquo e tão desconhecido. No livro “Da China”, de Henry Kissinger (ed. Quetzal), o autor diz que “nenhum outro país pode reclamar-se de tão longa civilização contínua, nem de uma ligação tão íntima ao seu passado distante e a princípios clássicos de estratégia e de habilidade política”, apesar dos períodos de “guerra civil, interregno e caos” que não impediram que “após cada colapso, o Estado chinês reconstitui-se como que por alguma lei imutável da natureza”. Incontornável, claro, a figura do filósofo Confúncio, “mais preocupado com o culto da harmonia social do que com as maquinações do poder”, para quem aprender era a chave do progresso de uma sociedade, conforme deixou claro no seguinte ensinamento (citado no livro, pág. 31):
“O amor à amabilidade, sem amor a aprender, fica obscurecido pela insensatez. O amor ao saber, sem amor a aprender, fica obscurecido pela especulação descuidada. O amor à honestidade, sem amor a aprender, fica obscurecido pela candura nociva. O amor à linearidade, sem amor a aprender, fica obscurecido pelo julgamento equivocado. O amor a ousar, sem amor a aprender, fica obscurecido pela insubordinação. E o amor à força de carácter, sem amor a aprender, fica obscurecido pela obstinação”.
Há realmente ensinamentos que não perdem o sentido, nem a modernidade, nem a oportunidade, tão diferentes que são das pequenas verdades absolutas que não duram mais do que a circunstância que as ditou como regra.
Aprender, sobretudo a humildade, desenvolvendo a capacidade para escutar, para enquadrar e para respeitar, tudo isto, tendo como base o amor pelo próximo e o reconhecimento da igualdade.
ResponderEliminarDe Confúncio a esta menina socialista, em Cascais.
http://www.youtube.com/watch?v=HDlPyhUkRk4&feature=player_embedded
já li. o Judeu é demasiado sionista e comuna para ter uma visão dos acontecimentos.
ResponderEliminarfoge aos factos
"(...) Há realmente ensinamentos que não perdem o sentido, nem a modernidade, nem a oportunidade, tão diferentes que são das pequenas verdades absolutas que não duram mais do que a circunstância qe as ditou como regra."
ResponderEliminarTem razão cara Dra. Suzana Toscano, continuam a ser valores que servem para ajuizar sobre comportamentos sociais, o bem e o mal. Mas acima de tudo é admirável darmos como válidos ensinamentos vindos de tantos séculos...
Suzana
ResponderEliminarA essência da vida é eterna. Estamos cheios de verdades absolutas e de verdades da moda que se constroem por conveniência. Esquecemo-nos do essencial que o filósofo Confúcio nos lembra. Há princípios, nascidos da sabedoria, que estão sempre presentes, podemos ignorá-los ou esquecê-los mas nem por isso deixam de ser uma verdade.