1. Foi notícia no final da semana passada, rapidamente apagada dos “headline” dos media, como é evidente, uma vez que se tratava de um facto muito positivo para o País: as remessas dos Emigrantes Portugueses registaram em 2012 um aumento de 20,5% em relação ao ano anterior, atingindo € 2.224 milhões (tinham sido € 1.723 milhões, € 1.859 milhões e € 1.845 milhões em 2009, 2010 e 2011, respectivamente).
2. Este facto dá que pensar, pois mostra-nos que a classe mais desprotegida da sociedade portuguesa, a que foi mais atingida pela crise financeira e económica, que perdeu ou não conseguiu encontrar trabalho no País (alguns deles literalmente escorraçados), que foi obrigada a procurar trabalho (não emprego...) noutras paragens, tantas vezes em circunstâncias extremamente penosas, de quem o Tribunal Constitucional tampouco se recordou quando resolveu jurisprudenciar sobre tratamentos de equidade e de proporcionalidade na sociedade portuguesa...
3. ...essa classe continua a apostar no País, ao ponto de, como se verifica, estar ajudando, de forma expressiva, a refazer o equilíbrio das contas com o exterior, pondo termo a um longuíssimo período de sucessivos e enormes deficits e de acumulação de endividamento externo, que conduziram ao sufoco total em Abril de 2011...
4. Este comportamento dos Emigrantes Portugueses oferece-nos um chocante contraste com o que se passa dentro do País, em que continuamos a assistir à predominância dos jogos de poder e de intriga com que a classe política se deleita, oferecendo ao exterior uma imagem de um País enfraquecido e com uma imensa dificuldade em definir um rumo para si próprio...
5. ...mas devidamente assessorada por uma comunicação social que na sua esmagadora maioria se entregou de “alma e de coração” a um projecto de mediocridade, em que a pedinchice e o facilitismo (bem como a defesa intransigente dos lugares à Mesa do Orçamento) são instrumentos fundamentais da sua realização, sempre disponível para enaltecer e apoiar as atitudes de cedência ou de frouxidão perante as dificuldades que tivemos e temos de enfrentar...
6. Face ao lamentável panorama do Portugal oficial, que formidável é este exemplo dos Emigrantes Portugueses...mas, infelizmente, como facilmente se percebeu pelo imediato silenciamento desta notícia, de pouco nos vai servir - triste País este!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarMas essas pessoas não trabalham para o estado, não atingiram o estatuto de nobre. Têm mais é que fazer pela vida e ir para o estrangeiro, se for preciso, para dar lucro aos estado que somos todos nós! As vantagens, para além das remessas, são mais que muitas. Há menos gente afectada pelas lutas dos camaradas maquinistas contra as políticas de direita de destruição do estado social, por exemplo.
Caro Dr. Tavares Moreira, li e reli o post, mas não consegui compreender: os emigrantes portugueses estão a doar dinheiro ao estado. Ou, estão a depositar nos bancos poertugueses, o pecúlio das suas poupanças?
ResponderEliminarPS:
ResponderEliminarÉ que, eu também tenho "algum" aplicado em bancos portugueses mas confesso: não é por uma questão de querer ajudar a equilibrar as contas públicas. Para isso, bastam os impostos que pago e as percentagens que me são deduzidas aos juros do capital.
PS-2:
ResponderEliminarAté porque se vir que a "coisa" começa a azedar, trato imediatamente de alugar um T0 em St. Petersbourg e pedir a nacionalidade russa ao presidente Putin.
Diz-se que está a decorrer uma campanha de angariação de novos milionários e que por cada milhão depositado em bancos russos, é-nos oferecido um naipe de 3 belas Nikitas.
PS-3: Também tenho a alternativa do paraíso madeirense, ou das Caimão, ou então de trocar o colchão de água por um de interiores em forma de cofre com segredo digital e células de infra-vermelhos.
ResponderEliminarPS-4: Acho que já deu para perceber que hoje a escolha do tinto do almoço, foi alta...
ResponderEliminarCaro Tonibler,
ResponderEliminarSubsvrevo, na íntegra, as considerações do seu comentário...
Caro Bartolomeu,
Sabe dizer-me se as exportações de bens e de serviços, realizadas por empresas residentes em Portugal, constituem receita do Estado, como tal inscrita no Orçamento?
Se não forem - aguardo clarificação - porque motivo misterioso haveriam de o ser as remessas dos Emigrantes?
Acaso se pretende vexar os Emigrantes ao ponto de lhes impor o confisco das suas poupanças?
É esse o seu critério de apreciação quanto aos princípios que devem presidir às relações entre o País e os portugeuses que emigram?
Chamemos os bois pelos nomes, caro Dr. Tavares Moreira.
ResponderEliminarNão pretendo vexar os emigrantes.
Quem decidiu emigrar, fê-lo por motivos pessoais que suspeito, nenhum deles previa a contribuição para o "endireitamento" da economia do país.
Tenho uma leve suspeita de que o "móbil" tenha sido o de tentar melhorar o nível de vida, construir uma casa melhor, comprar um carrito porreiro e amealhar "algum" que garantisse a operaçãozeca à coluna que se desgraçou toda com os esforços do trabalho pesado e a garantia de um rendimento para mais tarde pagar o quartito no lar da freguesia.
PS-1:
ResponderEliminarMas já agora, e para completar o raciocínio, diga-me por favor o caro Dr. Tavares Moreira, se sabe de algum emigrante português que tenha atingido o sucesso no país para onde emigrou e tenha construído uma empresa forte, como felizmente existem alguns e que: deposite os lucros do seu negócio em bancos portugueses, ou que invista o lucro dos seus negócios em Portugal.
devido à qualidade e à quantidade
ResponderEliminarAlbert Einstein dizia
'a mediocridade é imbatível'
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminareconomia são trocas de trabalho. Quando um emigrante cede o seu trabalho no estrangeiro e deposita num banco português, isso significa que há trabalho de estrangeiros, na forma de dinheiro, que é entregue ao emigrante em troca de trabalho efectivo que troca o trabalho do estrangeiro passado por trabalho do português futuro com o banco. Mais tarde vai haver um português que vai pedir dinheiro emprestado, trocando o trabalho passado do emigrante pelo seu trabalho futuro.
Ou seja, o depósito do emigrante É investimento em Portugal. Não é no estado português? ainda bem, como sabemos de prova provada, meter dinheiro no estado português é destruir riqueza. Senão, não estaríamos na situação que estamos.
Sim, caro Tonibler, o circuito está correcto.
ResponderEliminarSó que, quando o Maneli da burra, sai de Cascalheiras de Baixo para ir trabalhar prá usina em Ax-Aux-Tugas onde o primo Farrabaz trabalha, não leva em mente ir esfarrapar o caparro com a finalidade de meter na economia do país, nem no bolso dos accionistas do BES, ou do BPI, ou da CGD, as lecas que andou a esmifrar.
Ele o que quer é vir de férias à Cascalheira, montado num audi a reluzir e empinar a barriga de encontro ao balcão do Zé Pipas e arrotar: enche aí um copo pa todos que quem paga sou eu.
É dessa forma que se sente respeitado e não, sabendo que por princípio, o dinheiro deveria circular, com a finalidade de ser investido em progresso e qualidade de vida para todos.
'valha-nos São Bartolo, meu!'
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarCreio que o conheço suficientemente para poder afirmar que se trata de uma pessoa com elevada sensibilidade social, preocupação pela verdade, honestidade intelectual bem vincada, frontalidade...etc,etc.
Sendo assim, interrogo-me acerca das razões desta "deformação" da personalidade que o levam a tomar posições em relação à temática dos Emigrantes - que eu muito respeito - que tangem quase a hostilidade declarada...
Será que já foi vítima de alguma partida por parte de algum Emigrante, nalgum negócio imobiliário, na venda de um "vigésimo premiado", algum acidente de viação com comportamento irresponsável do outro participante?
E continuo a aguardar o seu esclarecimento quanto a saber se as exportações de bens e de serviços por empresas residentes são, ou não, receita do Estado...
Caro Floribundus,
O Post que escrevi de certa forma corrobora a afirmação que o Senhor atribui a Einstein: a mediocridade é mesmo imbatível...de tal modo de encontra impregnada no nosso tecido social e consagrada, como virtude fundamental, na última edição do Código do Politicamente Correcto!
Só falta mesmo consagra-la como princípio constitucional, esperemos que na próxima revisão não cometam essa omissão!
Já me foi apontado em diferentes ocasiões esse "tom de agressividade" que o caro Dr. Tavares Moreira reconhece no meu comentário.
ResponderEliminarPosso garantir-lhe e sei que acredita na minha palavra, que mesmo parecendo, não é. E não é, sobretudo neste ambiente virtual.
Na verdade, nada de iroso me move contra os emigrantes, ou contra qualquer outro trabalhador, dentro ou fora do país.
Aborrece-me por vezes a arrogância que alguns exibem quando de férias, em lugares públicos. Mas nunca me aborreceram o suficiente, para que fosse tentado a "puxar a culatra a tráz" e a envolver-me fisicamente com alguém. Aquilo que pretendi opinar no meu comentário, foi simplesmente que não é a vontade expressa dos emigrantes em ajudar à recuperação económica do país, que os leva a aumentar as remessas de dinheiro.
Mas, isto não passa de uma opinião pessoal, obviamente.
Quanto à questão das exportações de empresas residentes, que me coloca, e sem perceber o suficiente de economia, acho que sim, que são susceptiveis de gerar receitas para o estado.
Não percebo no entanto, em que medida isso se relaciona com as remesas de dinheiro depositadas pelos emigrantes portugueses, nos bancos de Portugal.
A não ser que estejamos a referir-nos a emigrantes diferentes...
Gerar recitas para o estado não é importante. O que é importante é gerar receitas para os portugueses que, se tiverem sorte, conseguem não ser roubados pelo estado. Veja lá aquele senhor emigrante em Paris? Esse recebe lá dos senhores suíços e, em vez de meter no BES, mete lá naquela coisa das Cayman, na conta de sua pobre e cansada mãe. Isso é que ele é esperto! Um dia devia ser primeiro-ministro ou coisa que o valha....
ResponderEliminarDr. Tavares Moreira
ResponderEliminarTenho para mim que o aumento das remessas dos emigrantes prende-se com a necessidade e vontade em ajudar as famílias que estão em Portugal, sabendo que são grandes as dificuldades - menos rendimento disponível, aumento das obrigações fiscais, desemprego, redução de prestações sociais, etc. Os apoios dos emigrantes têm esta faceta solidária para com os seus. Estas remessas constituem uma verdadeira ajuda de combate à pobreza.
Cara Margarida,
ResponderEliminarA ser verdade o que diz, e não lhe recuso uma verdade pelo menos parcial, isso ainda valoriza mais, na minha opinião, este fluxo notável de rendimento que os Emigrantes Portugueses encaminham para o seu País...
Ou seja, para além de ajudarem a resolver um problema financeiro que os incompetentes (para dizer o mínimo) gravíssimo, criado pelos incompetentes que ao longo de sucessivos anos comandaram a política económica em Portugal - conduzindo ao sufoco máximo de Abril de 2011 - eles estão-se substituindo ao Estado,desempenhando uma função, em regime de voluntariado, de verdadeira assistência social aos que mais precisam!
Ah, grandes Emigrantes!
Caro Bartolomeu,
Posso confessar-lhe que estou verdadeiramente em estado de choque pela forma como uma pessoa que considero um verdadeiro príncipe, no trato pessoal e na análise das coisas da nossa sociedade, encara o fenómeno da emigração!
O meu Amigo "terá" que rever essa análise!
O Senhor sabe, caro Dr. Tavares Moreira, quanto o considero e quanto valorizo a nossa amizade.
ResponderEliminarEssa circunstância que muito me honra, não me obriga a mudar um ponto de vista que admito seja demasiadamente terra-a-terra.
Reafirmo que nada me move contra os emigrantes, mas também nada me faz considera-los uns românticos salvadores de uma pátria que como o meu estimado amigo menciona no seu post, lhes foi madrasta.
A opção de emigrarem, foi-lhes ditada por diversos motivos, de maior ou menor pendor deficitário de meios económicos. Mas isso não me faz considera-los mártires, nem considerar que as remessas de dinheiro ganho com o suor dos seus rostos, os torne condestáveis de uma pátria cuja economia se acha andrajosa. Mais andrajosa que as vidas e as condições que lhes determinaram as partidas.
De resto, caríssimo Amigo, a minha admiração e respeito pela sua pessoa, não competem nesta matéria.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarAbraços e cumprimentos à parte, fica de facto uma distância opinativa imensa, nesta matéria...
Devo dizer-lhe que, no ranking qualitativo dos portugueses segundo o meu critério, coloco os Emigrantes em 1º lugar, sem qq hesitação...
Eu não os considero mártires nem condestáveis - nem tampouco isso inculquei no Post que escrevi - mas que os considero muito, isso é verdade.
E creio que tenho diversíssimas razões para lhes tributar essa consideração, não apenas a das remessas de fundos com que ajudam a resolver o problema financeiro do País...
Cara Margarida,
As minhas mil desculpas por ter redigido um contra-comentário com diversas gralhas...é o resultado de, por vezes, ser forçado a acabar de escrever estas linhas com o telefone ao lado, a tocar...
Caro Drº Tavares Moreira,
ResponderEliminarAcredito que por detrás do aumento das transferências dos emigrantes estão “também” sentimentos patrióticos, a vontade de ajudar com o seu dinheiro ao desenvolvimento do país. Trata-se no fundo do mesmo sentimento dos emigrados em 60/70. Depois, a posse de património imóvel e a existência de família contribuirão, certamente, para uma atitude de fé e de abnegação perante as notícias que por lá vão chegando…
E aqui levanta-se-me a dúvida. É a que grupo etário se reporta o aumento das remessas, pois só assim seria possível saber até que ponto esta nova vaga de jovens que não emigrou para construir a casinha na terra, e muito menos para receber o abono de família que a Alemanha paga por cada filho (era assim em 1968 quando o meu pai emigrou), influirá no cômputo das transferências.
Tenho para mim que os valores das “coisas da pátria” desta nova vaga de emigrantes não bebe nos valores avós, nem poderiam beber, porquanto, o grau de literacia a que chegamos hoje permite-nos concordar com os estudiosos quando dizem sermos um país de vistas largas, apesar de gostarmos muito do nosso cantinho. E, se calhar, a génese está nos descobrimentos, já nessa altura com tão pouca gente, isto não dava!…
Concluindo: -Acho termos dois tipos de emigrantes, de gerações diferentes, assim:
Uma que apresenta resquícios de patriotismo (a que manda o dinheirinho todo que quer ser enterrada aqui no cantinho; outra, mais “open mind” por força das circunstâncias, pela desilusão, pela resignação, pela tristeza de ouvir o pai a dizer-lhe para emigra, e portanto a sua pátria e o seu dinheiro pertencem ao mundo…
O poema de Fernando Pessoa -“Prefiro rosas, meu amor, à pátria” - ilustra bem a meu ver, a nova vaga de emigrantes, a atitude perante a vida e talvez até uma certa resignação...
Caro Tavares Moreira,se pensarmos que uma boa parte desses emigrantes foram embora porque não tinham outra forma de sustentar a família, essas remessas, como diz a Margarida, são muitas vezes uma penosa partilha de sobrevivência, eles vivem com o mínimo lá e as famílias vivem como podem com o que eles mandam, tal como sempre aconteceu nos países de emigração elevada, qualificada ou não. Mas também seria interessante contabilizar quanto é que foi mandado para fora, para ajudar esses jovens enquanto não encontravam trabalho nos países para onde foram, quanto é que os pais ainda mandam para muitos, e vão continuar a mandar, para que não passem mal longe dos apoios familiares. Não creio que o movimento seja só de entrada, o outro, de sentido contrário,deve ser muito substancial, mas não é contabilizável, suponho eu. Mas que é certo, isso é.
ResponderEliminarCaro jotaC,
ResponderEliminarO facto de o grande aumento do volume de remessas se ter registado em 2012, sugere que já poderá haver um contributo da nova vaga de Emigrantes que refere.
É natural que os Emigrantes mais antigos mantenham um fluxo de transferências mais ou menos estável, sendo aliás de recordar que pelo menos no que à Europa diz respeito o desempenho das economias em 2012 nem foi brilhante, longe disso (na zona Euro, como bem sabe, registou-se mesmo uma contracção de -0,5%).
Cara Suzana,
Os movimentos de transferências em sentido inverso, que menciona e que são uma realidade, não escapam à contabilidade dos pagamentos com o exterior e encontram-se registados na rúbrica de transferências privadas, de que as remessas de Emigrantes são uma sub-rubrica (a mais importante certamente).
Ora bem, quando examinamos o comportamento global das Transferências Privadas, verificamos que o respectivo saldo (Entradas-Saídas) teve também um forte aumento em 2012, de 18,3% (de € 2.368 milhões em 2011 para € 2.801 milhões em 2012).
Portanto, mesmo tendo em consideração o que refere, o fenómeno que procurei aqui relevar subsiste.
A contabilização daquilo que sai é relativamente simples. É certa de metade da despesa pública. As pessoas saem porque o dinheiro é sugado para a zona ineficiente da sociedade que continua a viver como se nada se tivesse passado. O investimento perdido deve andar por cerca de metade da despesa pública corrente(basicamente, ordenados).
ResponderEliminarEntretanto soube que a CML tem cerca de 2500 técnicos superiores, dos quais 150 historiadores que talvez se compreenda numa cidade com 15 séculos (10 por cada século deve ser suficiente) mas que geram 300 desempregados/emigrantes, no mínimo. Os 2500 técnicos superiores facilmente substituíveis por algo de valor económico igual e metade do custo dava para um 3500 emigrantes.
O mal toda a gente sabe qual é.
Foi com muito interesse que li o post e os respetivos comentários.
ResponderEliminarAo fim de tantos anos de emigração – ou não fossem os portugueses considerados um povo aventureiro, explorador e trabalhador – os estereótipos ainda se mantêm.
O emigrante, para alguns, ainda continua a ser aquele português que quando regressa à terrinha quer mostrar o sucesso alcançado no país de acolhimento, pagando a tal rodada para todos; aquele que fala numa língua que ninguém entende, que não motiva/ensina os filhos a falar a língua dos seus antepassados, o que denota, segundo outros, uma grande falta de patriotismo.
Mas as remessas, segundo este post, continuam a entrar, porém, muito poucos serão aqueles que lhes atribuem o valor, o reconhecimento que talvez mereçam. Será a razão principalmente salvar o país do tão falado abismo?! Não creio. Mas de qualquer forma continuam a ser a “salvação” do país, pelo que parece! : )))
Pois é cara Catarina...não é fácil discutir este assunto, porque envolve pessoas, e portanto seria difícil encontrar-se um ponto comum a todos que pudesse caracteriza-los.
ResponderEliminarNo entanto, os pontos fortes que justificam a decisão de emigrar, penso que sejam sem dúvida, a busca de melhores condições de vida, a procura de emprego e a realização de uma carreira profissional, no caso da nova geração de emigrantes que após uma formação superior, não encontram no país meios de lhe dar utilidade e de progredirem nesse âmbito.
Cabe aqui, e também por influência do comentário colocado pela Drª. Suzana, fazer um acto de semi-contrição relativamente aos meus primeiros comentários. Porque entendi que a parte representativa dos emigrantes portugueses, seria especialmente a dos não qualificados, a daqueles que nas suas terras natais, no seu país não encontram trabalho e não vêem outra forma de proporcionar algum conforto à família que deles depende, que não seja sair para outro país. Mas não tomei em conta a nova geração de emigrantes, aqueles que terminam a faculdade e também não vêm outra saída que não seja emigrar.
No entanto tanto relativamente a uns, como aos outros, corroboro na sua interrogação e conclusão, cara Catarina: "Será a razão principalmente salvar o país do tão falado abismo?! Não creio."
Claro que não. Primeiro porque o país não precisa de ser salvo, depois porque ninguém quer saber da união dos portugueses tirando aqueles que vivem dela.
ResponderEliminarTem razão, caro Tonibler!
ResponderEliminarAté porque se o país fosse salvo, secava a têta para muito mamão.
Caros Catarina e Bartolomeu,
ResponderEliminarColocar a questão das remessas dos Emigrantes como salvação para o País tange o surreal...
Não é essa a realidade que se nos depara nem foi esse, de todo, o sentido do Post em discussão...
O facto de as remessas dos Emigrantes terem contribuído, efectivamente, para o reequilíbrio das contas com o exterior que se verificou em 2012 ao cabo de mais de 15 anos de enormes desequilíbrios (e consequente endividamento), não é a mesma coisa que salvar o País, sejamos razoáveis...
Por muitas razões, mas prima facie porque o País, com esta classe política (quase toda) e sobretudo com esta comunicação social (quase toda) que revela um profundo apego à mendicidade intelectual, não tem mesmo salvação...
Não se deduz do post que os emigrantes são ou poderão ser os salvadores da pátria querida, dr. Tavares Moreira!
ResponderEliminarA última parte do meu comentário – ou seja, o último período – é apenas irónico sem qualquer intenção maledicente. : )
Caro Tonibler,
ResponderEliminarO quase fantástico episódio que nos relata - mas infelizmente real - do numeroso grupo de historiadores que se alistaram no exército despesista da CML e que por lá continuam a fazer guerra permanente contra a disciplina das finanças públicas, ilustra bem a forma absolutamente caótica, imbecil mesmo, como nos últimos anos (10? 20?) foram sucessivamente tomadas decisões que agora obrigam a que os nossos impostos se encontrem a um nível inconsistente com o estádio de desenvolvimento do País, sufocando famílias e empresas...para manter este triste espectáculo!
E o mais grave é que situações caricatas como esta existem às centenas pelo País fora, nas administrações central, regional e autárquica!
E depois a culpa é da Troika!
Espero que na manifestação de amanhã alguém "de senso" se lembre de representar, condignamente, estes exércitos despesistas e afirme, bem alto, o direito a ir-nos ao bolso, de todas as maneiras, para manter esta festa!
Às tantas, com um bocadinho de jeito, ainda o Caro Dr. Tavares Moreira, vai ter oportunidade de assistir, na manif de amanhã, esses mequetrefes (ai caramba... logo e, que sou tão contra a adjectivação de pessoas... ah!!! mas isto não é um adjectivo, pronto, safei-me!) a reivindicar mais verba no orçamento para as autarquias.
ResponderEliminarPena tenho eu de o Senhor Dom Torgali não poder estar presente... isso é que era de valor! Quiam logo atrás dele os mancebos todos da trropa! a marxarem! E a cantarem o hino alintejano Grâdela Vela Merena...
Se cada câmara levar 2500 técnicos superiores à manifestação, nos autocarros que eu comprei, bem entendido, temos mais uma manifestação em grande.
ResponderEliminarJá agora, estranho que o presidente da república não tenha mandado uma daquelas que costuma encomendar para as vésperas das manifestações. Será que houve uma cisma crescimentista que afastou a CGTP, a Presidência da República e o Bloco?
Caro Tonibler,
ResponderEliminarO tema que coloca no 2º parágrafo do seu último comentário é extremamente perturbador...só espero que sobre ele não incida nenhum trabalho de jornalismo de investigação...
Caro Bartolomeu,
Eu tenciono participar, amanhã, juntamente com outros bravos (P. Cardão e mais alguns duros)naquilo que promete ser a componente mais arriscada e turbulenta das manifestações que deverão varrer o País de norte a sul: a manifestação de Geraz do Lima, a céu aberto, numa extensa mesa organizada junto à margem sul do Rio Lima, com cerca de 60 a 70 manifestantes dos mais aguerridos que conheço.
São expectáveis cenas de rara violência entre os manifestantes que se sentam à mesa e as lampreias que ousarem comparecer, nas modalidades "arroz de lampreia" e "lampreia à bordalesa", tudo regado com um fabuloso verde tinto do lavrador servido am "malgas" típicas da região...
Trerminando com um leite creme (bem tostado) soberbamente confeccionado por cozinheiras locais e as famosas "clarinhas de Fão", um doce-petisco regional que o meu sub-grupo de participantes se encarrega de fornecer...
Registam-se normalmente vários incidentes, que obrigam à presença da polícia de choque (destacamento de Ponte do Lima), felimente este violento acontecimento só ocorre uma vez em cada ano...
Para participar nessas manif's é que eu gostava de ser convidado, caro Dr. Tavares Morieira.
ResponderEliminarSe fosse, fardava-me a rigor, envergaria uma cota de armas, elmo e escudo e de megafone em riste, qual "homem da luta" desafiaria a mais temerária das lampreias a defrontar-me numa peleja limpa, só assistida por armas brancas (faca e garfo).
Mas isso está reservado só a verdadeiros profissionais da constetação...
;))