segunda-feira, 11 de março de 2013

Previsões

Previsões. Enganamo-nos sempre para o pior. Porquê? Pergunta o jornalista. Porque somos humanos, não somos deuses. Quem disse? Um professor catedrático de economia. Eu já suspeitava que a economia é uma ciência esotérica. O prof. catedrático acabou de confirmar. Chiça, se um médico se enganasse desta forma estava feito ao bife e acabava na barra de um tribunal ou no programa da Júlia Pinheiro, mas como são economistas são seres humanos...

17 comentários:

  1. Um médico pratica ciência ou engenharia. Um economista pratica astrologia. Acerta em todos os alinhamentos planetários, mas só acerta naquilo que interessa por sorte.

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  2. o 'olho clínico' não é o 'olho divino'
    nos meus casos houve falhas graves

    raramente acertei nas minhas previsões. há demasiados acontecimentos imprevisíveis situados fora das probabilidades escolhidas

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  3. Concordo. Há certa relutância em aceitarmos a falibilidade do médico, mesmo quando são apresentadas justificações não evitamos os muitos “se”. É uma atitude que tem a ver (acho eu) com uma certa divinização da classe; até há aquela expressão popular, ponho a minha vida nas suas mãos, srº drº…

    Pois é, caro Tonibler, já andava confuso com os falhanços do Ministro Gaspar, mas depois das suas palavras fiquei elucidado… ;)

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  4. Prever antes é muito dificil. O médico não prevê nada. Tem um caso à sua frente e define-o. A comparação não é feliz...

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  5. Não prevê? Não calcula riscos? Não estabelece prognósticos? Vê-se logo que não é médico!

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  6. A parte de "engenharia" da medicina não é outra coisa que não um jogo de probabilidades condicionadas.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Depende do sistema, caro jotaC. Depende do sistema. Um sistema crítico como a economia, a probabilidade de extraordinários é relativamente grande. O corpo humano é o produto de um equilíbrio com o meio ambiente feito durante milhões de anos, acho que ninguém sabe com rigor, mas o comportamento probabilístico é muito mais suave.

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  9. Em contraponto com o caro Luís Moreira. Quando se prevê o futuro a curto prazo é na base do presente, e desde que não ocorra nada de extraordinário não será assim tão difícil...

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  10. E de probabilidades conjuntas. Para não falar da complexidade da análise da decisão clínica

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  11. ... e do risco não mitigável de haver uma vida no fim da linha.

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  12. Os economistas em geral não acertam em previsões de curto prazo porque normalmente usam modelos errados.

    Poucos economistas assumem nos seus modelos a causalidade da procura para a oferta e a causalidade do aumento da taxa de poupança quando a economia está em recessão e a causalidade de que as empresas reduzem os seus investimentos em recessões.

    Sem estas relações básicas não há previsões que resistam.

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  13. Não, o médico pode prever qual será a evolução da doença com ou sem medicmentos, mas não acerta
    se disser "você vai morrer daqui a 5 meses. De certeza que não são 5 meses, podem ser 4 , 3, 8...e se forem 5 é uma coindidência. O que o médico pode dizer é que o doente vai morrer, tal como o economista sabe se o desemprego vai ou não crescer...mas quanto e quando, não sabe.

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  14. Essencialmente a diferença residirá no objecto de estudo:

    - o Paciente é regulado pela Mãe Natureza.

    - a Economia é "regulada" pela Mão Invisivel...


    eu que nem sou medico, nem economista...mas parece-me que é muito isto!

    Acrescento ainda que o Medico trabalha em prol da saude do Paciente.

    Já o Economista geralmente...

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  15. Luís Moreira

    Em medicina lidamos com probabilidades e usamos estratégias, por vezes algo complexas para decidir o que fazer e como fazer. Não é fácil e o outcome nem sempre é a morte, pode ser a cura, ou criar uma nova situação. A escolha das terapêuticas implica riscos que por vezes nos surpreendem apesar de conhecermos a priori o que é que pode acontecer ou não acontecer. Significa que não fazemos outra coisa a não ser "previsões". E mesmo os diagnósticos estão sujeitos a inúmeras variáveis influenciando-os. Até lhe posso dizer que chegamos a usar processos matemáticos complexos como o processo Markov para entender o que pode acontecer a um doente. Logo... espero que me tenha feito compreender, porque muito do chamado "erro médico" não resulta de negligência mas de algo inesperado, que, infelizmente, é imprevisível, donde a minha afirmação de que em certas situações o médico pode acabar na barra de um tribunal ou no programa da Júlia Pinheira. Não vejo onde está a "infeliz comparação", o que eu sei é que não "os" vejo aí (os economistas, claro...)Mas ainda bem, pelo menos não sofrem a angústia e a dor de serem acusados de "coisas" que nos ultrapassam. Se me disser que há casos de negligência grosseira que merecem castigo, claro que os há.

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  16. ... só para sublinhar que a presunção de que o processo de doença é um processo de Markov é uma simplificação enorme mas é a única que o médico pode seguir (pelo que sei) e que é válida na maior parte dos casos. A presunção de que um processo económico é um processo de Markov é exactamente aquela que um economista não deve seguir, não é válida NUNCA, mas é a que todos usam porque nem imaginam do que estão a falar. Neste aspecto, concordo com o prof., só não concordo que sejam tratados como especialistas do que quer que seja.

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  17. Eu quando digo que a comparação não é feliz não quero atingir ninguém, saiu assim.
    Cumprimentos

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