quinta-feira, 25 de abril de 2013

Há mais vida para além do Orçamento...foi há 10 anos...

1. "Há mais vida para além do Orçamento", proclamou, em 25/04/2003, no discurso que proferiu na A.R., o ex-Presidente J. Sampaio, proclamação recebida com especial entusiasmo pelas bancadas da oposição ao então governo de Durão Barroso, em que pontificava M. F. Leite na sua dificílima função de Ministra de Estado e das Finanças...
2. Essa declaração representou um marco na política económica, desautorizando os esforços que MFL vinha realizando para tentar conter um défice público que tinha tornado Portugal no 1º país do Euro a incorrer na situação de défice excessivo, com os 4,4% do PIB em 2001 (de uma estimativa incial pouco superior a 1%...), e toda a carga negativa que dessa situação resultava para a credibilidade externa do País, para além da necessidade de corrigir o já então grave desequilíbrio das contas externas...
3. Passaram 10 anos e hoje estamos em bem melhores condições de compreender quão avançada e profética foi essa declaração...
4....e também o tipo de vida que há para além do Orçamento, cheia de emoções e de motivos de satisfação e orgulho nacional, em superlativo plano de bem-estar! 

26 comentários:

  1. como a esquerda é darwinista não passa de 'macacada sem cauda'

    hoje foi dia de luto pesado

    infelizmente conheci o dito cujo antes do 25.iv nos tribunais, onde era advogado das multinacionais farmacêuticas dos EUA. o salazarento pai era director-geral de saúde.

    'e mais não disse ...'

    ResponderEliminar
  2. Deveria agora explicar aos Portugueses que vida é essa para além do défice a que se referia!

    ResponderEliminar
  3. E deixou como herança o seu partido no governo.

    ResponderEliminar
  4. Sr. Dr. Tavares Moreira:
    A continuação da exploração dessa frase de J. Sampaio é a maior falta de vergonha por parte de pessoas que têm sempre dois pesos e duas medidas a analisar a nossa vida política colectiva.
    (Ao menos o senhor não adultera a frase, como aqui foi feito bastas vezes, e desmascarado outras tantas, dizendo: «há mais vida para além do défice». Até houve aqui um conhecido posteiro, que era deputado na altura, que afirmou tê-la ouvido. A inefável Fátima Bonifácio, no último Olhos nos Olhos, também afirmou ter ouvido esta versão pimba da Direita. É que esta versão dava-vos mais jeito à narrativa, mas já começa a ser difícil proferi-la).
    E porque não o senhor fazer 2 coisas:
    1.ª - Publicar o período onde J. Sampaio faz essa «gravíssima» afirmação? Os contextos ajudam a explicar muita coisa. E também a desfazer muitas outras, o que por vezes é uma chatice.
    2.ª - Comentar a afirmação do actual PR, quando, no governo do Sócrates (o de triste memória), disse: «... os portugueses já não aguentam mais austeridade».
    Vê-se.

    P. S. Aqui fica o período completo,para contextualizar a coisa:
    «… o problema orçamental da economia portuguesa, merecendo embora exigente e necessária atenção, não é o único. Há mais vida para além do orçamento. A economia é mais do que finanças públicas. O aumento do investimento, da produtividade e da competitividade da economia portuguesa é fundamental para o nosso futuro e requer o esforço continuado e empenhado de todos: governantes, empresários e trabalhadores. Uma economia competitiva não é a que se baseia em baixos salários, mas sim a que dispõe de um sistema produtivo moderno, inovador e tecnologicamente avançado, capaz de produzir bens e serviços de qualidade e bem valorizados nos mercados internacionais. Foi isso que quis sublinhar com a jornada que estou a realizar sobre a Inovação.»

    Agora o link com o discuro completo: http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/noticias/noticias/discursos-933.html

    ResponderEliminar
  5. Acontece que foi precisamente levar a vida para além do que o orçamento aconselharia que nos conduziu a esta vida que aí está.

    ResponderEliminar
  6. Não me consigo lembrar se essa frase foi proferida antes ou depois do ministro das finanças em causa ter pontapeado a contabilidade pública com o registo em proveitos dos fundos de pensões da caixa e com a securitização de incobráveis do fisco pelo qual o contribuinte andou a pagar comissões sobre artifícios.Isto porque a frase também poderia ser interpretada na forma "há vida para além do défice que estás a registar e que vamos ter que pagar isso depois".

    No resto, já trocámos várias vezes argumentos sobre este assunto. Comparadas com palavras actuais do actual presidente da república e desse mesmo ministro das finanças de que fala, essas passíveis de serem proferidas em pleno politburo do PCUS sem escândalo, o presidente Sampaio seria hoje considerado um nojento neoliberal ao serviço dos especuladores da economia de casino.

    Isto sem falar no resto da presidência, em que a comparação com o actual PR seria uma ofensa grotesca. Delenda Belém, depois de Sampaio.

    ResponderEliminar
  7. Caro Amigo,
    Recordo-me bem do dia em que o "cenoura"fez essa pletórica afirmação,que recebeu na altura os maiores elogios da turba bem pensante e que quase "assassinou" a dita Senhora!E que,quando concorreu às eleições em 2009 foi "cilindrada"pelos comentadores de serviço,apelidando-a de "a velha",a "bruxa" e outros epítetos elegantes!Na altura eu estava com ela e até fui ao seu jantar de encerramento de campanha!Mas quem foi eleito foi o filósofo de Paris!
    Posto isto:como é que uma pessoa com este perfil e a credibilidade que granjeou se transformou num ícone da "esquerda" mesmo mais radical, a ponto de vermos os iluminados do BE,do PCP e,claro,dos seguristas a mencioná-la nos sucessivos ataques ao governo e sobretudo ao Passos Coelho!Por acaso sei que a distinta Senhora tem um ódio de estimação pelo 1º. ministro,só suplantado pelo prof.de filosofia de Boticas,o tal PPereira do PC e UDP,mas que uma pessoa como MFL tome atitudes e se preste a ser louvamihada pelos que até agora tanto a enxovalharam não lembra nem a um careca,quanto mais a uma Senhora que tanto preza a sua cabeleira emproada,mesmo que à custa de laca!
    Cumprimentos,caro Amigo!

    ResponderEliminar
  8. Caro Tavares Moreira,

    Verifica-se a inviabilidade de uma politica de moeda forte iniciada em 1991.

    Os governos sucessivos não têm soluções para fazer crescer a economia, e sucumbem pela austeridade que têm que impôr face à moeda forte.

    Por outro lado a classe média prefere uma moeda forte, mesmo com os custos no desemprego e na estagnação económica.

    Não se vê como conciliar uma moeda forte com a cultura económica portuguesa.

    ResponderEliminar
  9. Caro Floribundus,

    Os meus comentários não contemplam, nunca, aspectos de natureza pessoal, apenas e sempre assuntos ligados a medidas de política ou atitudes que contribuem para as influenciar, como foi o caso...
    E, neste caso, em discordância absoluta, radical mesmo, mas sem enveredar por análises à vida pessoal, que não me dizem respeito...

    Caro António Barreto,

    Duvido que tal aconteça e, mesmo que tal acontecesse, de pouco serviria pois os portugueses já entenderam, à sua custa, o que significa a tal "vida para além do défice"...
    Os Crescimentistas é que não entenderam, nem entenderão,nunca, sentados que continuam, confortavelmente, à mesa do Orçamento (por direito divino)...

    Caro Luís Moreira,

    Essa foi a consequência lógica, natural, desta proclamação...exactamente para que melhor se pudesse perceber a tal vida que existe para além do Orçamento...
    Mais precisamente uma vida "apesar do Orçamento" ou "não obstante o Orçamento", que acabou no que todos hoje sabemos...

    Caro Manuel Lopes,

    Sou forçado a dizer-lhe, por uma questão de princípio, que não posso aceitar a sua linguagem arrogante, (pretensamente) moralista, vibrantemente afastada da realidade.
    Desculpe-me, não quero ofender, de todo, mas já estou cansado de reacções desse tipo, bah!
    De resto, as palavras do título deste Post, que o Senhor aliás reproduz "ipsis verbis", valeram pela interpretação que delas se fez na época - bastaria citar as centenas de notícias e comentários que então preencheram as páginas dos jornais e as intervenções dos opinion makres - bem como pela reacção dos profissionais da política, de que me recordo como se fosse hoje...
    A sua pretensa interpretação, carregada de moralismo (importado não sei de onde?), por muito que queira (não duvido da sua generosidade) não tem aptidão para afastar ou sobrepor-se a essa realidade histórica, esta existiu, nada a fazer...

    Caro Pinho Cardão,

    Por isso é que considero aquelas palavras proféticas, próprias de uma visão escatológica da realidade colectiva!

    Caro Tonibler,

    Já antecipava o seu comentário...estamos quase sempre de acordo na discussão dos temas sociais e político/económicos cá do burgo (e não só); sendo assim, é salutar que na interpretação deste episódio e doutros correlacionados, sejamos capazes de encontrar divergências, e bem profundas, não deixo de assinalar!

    Caro Paulo Pereira,

    É altura de lhe dizer que as moedas - e neste caso o Euro - não são fortes ou fracas em si mesmas.
    Elas são fortes, ou excessivamente fortes, quando as políticas económicas dos países que as adoptam são políticas fracas, erradas, inconsequentes, chegando mesmo a ser imbecis...
    De que a dramática condução do episódio dos ENVC,agora sem qualquer saída, é apenas um exemplo entre centenas,milhares, em que foram enterrados volumes inomináveis de recursos indispensáveis ao crescimento...sem qualquer benefício económico, gerando apenas custos que se vão perpetuar para nossa desgraça...
    Foi o que aconteceu em Portugal ao longo de mais de 15 anos...e depois vamos queixar-nos da excessiva fortaleza da moeda?
    Como dizem os brazileiros, "não dá para entender", mesmo!

    ResponderEliminar
  10. 1.º) Quem é o Manuel Lopes?

    2.º) Então, afinal, quando é que despedem 100 mil FP?

    3.º) O Acabado de Boliqueime é uma vergonha nacional. Eu nunca pensei que pudesse haver pior do que Jorge Compaio. Faltava o «madido da Madia». É preciso ser-se profundamente estúpido para fazer um discurso daqueles. O homem entalou o PSD, pois inviabilizou qq hipótese de «consenso» e deu a Seguro corda para... Para já, hoje, o Seguro não a aproveitou.

    4.º) Não conhecem por aí, voceses provincianos da capital, uma massagista tailandesa? Sujeitos como Durão Barroso e Vítor Gaspar, entre outros, necessitam urgentemente de uma, tais são os contorcionismos que têm praticado nos últimos tempos. Aliás, o próprio Tavares Moreira, há dias, noutro «post», fletiu ligeiramente a coluna...

    ResponderEliminar
  11. Ó TAVARES MOREIRA: «Como dizem os brazileiros, "não dá para entender", mesmo!».

    BraZileiros? Do BraZil?

    E são estes os arautos de...

    ResponderEliminar
  12. Stoudemirado, Stoudemirado, caro Stoudemire, com esse proselitismo linguistico,de sabor vegetariano e insípido...então não é mais bonito Brazil do que Brazil?!
    E onde está o seu sentido inovador, universalmente reconhecido, bem como o seu decantado e extremado afecto pelo acordo ortográfico que tudo permite?
    Quanto a Manuel Lopes, também me surpreende a dúvida, numa pessoa tão perspicaz quanto o Senhor tem demonstrado ser...

    ResponderEliminar
  13. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  14. Senhor Dr. Tavares Moreira:
    Quando queremos discutir com alguém que pretende apenas «vender» visões da realidade a partir de interpretações capciosas dessa realidade torna-se uma tarefa inútil insistirmos.
    Já se deu contra de que, por exemplo, este seu argumento:

    «bastaria citar as centenas de notícias e comentários que então preencheram as páginas dos jornais e as intervenções dos opinion makers - bem como pela reacção dos profissionais da política, de que me recordo como se fosse hoje...»

    encerra em si uma fragilidade confrangedora, que espanta que o senhor, por ser quem é, o use.
    E logo o senhor, que não se cansa de perorar contra a falta de qualidade dos agentes dos «media» e contra a superficialidade das análises.
    E logo o senhor, que protesta, e com toda a razão, contra algumas interpretações deturpadas, por parte de alguns comentadores, do que aqui por vezes afirma.
    Não me venha acusar de falso moralista.
    Atenha-se à matéria em causa, por favor.

    P. S. 1 - Qual é a sua explicação para o facto de não ter sido a frase inicial «há mais vida para além do orçamento» mas sim «há mais vida para além do défice» que fez caminho?
    Um acaso?
    Só depois de o autor ter posto a nu várias vezes a deturpação, o que levou várias pessoas a irem à fonte tirar as dúvidas, e a contestarem a utilização da falsificação, levou a que posteiros como o senhor se atenham agora à original.
    Mas o efeito que pretendem retirar continua na mesma linha de raciocínio.

    P. S 2 - Quanto à oportunidade da frase «... os portugueses já não aguentam mais austeridade».», do actual PR, o senhor abstém-se de comentar a sua oportunidade no contexto em que foi proferida.

    Elucidativo do critério dos «dois pesos duas medidas» que afirmei ser usado por muitas pessoas, como foi o seu caso agora.

    ResponderEliminar
  15. Senhor Dr. Manuel Silva,

    Três pesos e três medidas - porventura mais, em função da vontade do freguês - se não se importa! Dois pesos e duas medidas não chegam, manifestamente, para tanta prosápia!

    ResponderEliminar
  16. Caro Tavares Moreira,

    o valor externo de uma moeda , contrariamente aos postulados ortodoxos, é de grande importância para a economia de um estado.

    a capacidade produtiva de um estado , das suas empresas e cidadãos, é o resultado de uma cultura acumulada em séculos e não pode ser mudada em poucos anos.

    a capacidade produtiva portuguesa é muito inferior á dos nossos concorrentes, e já era assim em 1991 , aquando da péssima decisão de fixar a taxa de câmbio central do escudo no SME.

    esse enorme erro está a ser pago ao longo de duas décadas pelos mais pobres, e irá continuar por mais tempo até que a situação económica seja de tal modo grave que a migração gradual para uma nova moeda interna será decidida.

    A cultura portuguese , espanhola e grega e partes da itália não é compativel com uma moeda sobrevalorisada.

    toda a historia económica demonstra esta tese.

    ResponderEliminar
  17. Caro Paulo Pereira,

    Nem de propósito, sugiro-lhe a leitura - bem interessante por sinal - do artigo do insuspeito Martin Wolf,inserto na edição do F. Times de 26 do corrente, intitulado "What a floating currency gives and what it does not".
    Nesse artigo, o insuspeito Wolf, que tem alinhado quase sempre pelas teses Crescimentistas, mostra, com exemplo concreto, as limitações de uma política cambial autónoma.
    Permito-me mesmo sugerir que o leia mais que uma vez, vale a pena, para ver se tempera um pouco essa obssessão pelas "virtudes" da fraqueza da moeda.
    É um conselho de amigo, pode crer.

    ResponderEliminar
  18. Caro Tavares Moreira,

    O Wolf esqueceu-se de comparar a taxa de desemprego de Espanha e do R.U.

    26% contra 8% !!!!

    É obvio que mesmo com um cambio não sobrevalorizado as outras politicas economicas e a capacidade competitiva das empresas têm peso na balança corrente e no crescimento.

    Mas com uma moeda externa sobrevalorisada é preciso ter gente extremamente competente e experiente no governo em materia de politicas economicas, o que é extremamente dificil de conseguir.

    Por isso , para remediar a incompetencias dos governos e dos seus economistas principais o remédio é uma moeda fraca.

    ResponderEliminar
  19. O Sr. Wolf esqueceu-se que existem vários paises mercantilistas que mantem as moedas de alguns paises sobrevalorisadas de forma a manter o nivel de exportações .

    ResponderEliminar
  20. Caro Paulo Pereira,

    E que tal comentar o tema deste Post, deixando o Snr. Wolf na merecida paz dos Crescimentistas(pode aliás ir ouvi-lo ao Estoril, num dos próximos 4 dias, a partir de hoje, nas famosas Conferências)?

    ResponderEliminar
  21. Caro Tavares Moreira,

    Foi sua a sugestão de comentar o sr. Wolf.

    Sobre o Post, continuo a dizer que em 2002 teria sido mais importante o choque fiscal prometido na campanha do que andar a correr atraz do deficit.

    Os dois governos do PSD / CDS nessa altura foram uma perda de tempo porque não foram à raiz do problema :

    a falta de competitividade das empresas e a falta de dimensão

    ResponderEliminar
  22. Caro Paulo Pereira,

    Não é verdade, não sugeri qq comentário...a minha sugestão foi para que procurasse ler, meditar, procurar entender e não necessariamente comentar.
    A ideia de comentar, obviamente livre, foi de sua exclusiva iniciativa.
    por outro lado, não compete aos governos resolver os problemas que assinala, mas simplesmente procurar facilitar a sua resolução...
    Todavia, em Portugal, desde há muitos anos, os sucessivos governos têm feito isso de uma forma muito original: tornando cada vez mais difícil essa resolução...
    E as propostas que neste momento encontram mais eco na comunicação social e nos opinion makers apontam na mesma direcção, ou seja no sentido de agravar ainda mais esta já precaríssima posição. Haja Deus!

    ResponderEliminar
  23. Sim, concordo que os governos devem essencialmente facilitar a vida às empresas, mas com um IRC e TSU como temos nunca iremos ter uma economia a crescer de forma relevante.

    ResponderEliminar
  24. Ora ainda bem que concorda, caro Paulo Pereira...e vamos lá ver se começa também a enfraquecer essa obssessão por moeda fraca (fracas são as galinhas da Índia, como bem saberá), se insiste muito no tema um belo dia ainda vai dar consigo no Zimbawe, para tomar consciência mais viva das vantagens dessa fragilidade cambial!

    ResponderEliminar
  25. Acho que vou parar antes à Coreia do Sul ou à China, caro Tavares Moreira.

    Essa sua fixação no Zimbawe tem alguma razão de acontecimentos passados ?

    ResponderEliminar
  26. Caro Paulo Pereira,

    Coreia do Sul e China, com moedas que se têm valorizado fortemente em relação ao USD nos últimos anos, são dois magníficos exemplos de moedas fraquíssimas!
    Meu Caro, rápidamente e em força a caminho do Zimbawe!

    ResponderEliminar