quarta-feira, 29 de maio de 2013

Opacidades

Um mundo pouco conhecido o das personagens que aparecem sistematicamente na televisão liderando grupos de outros que formam atrás das suas costas, anos a fio com a mesma linguagem, contrários a qualquer mudança, a qualquer reforma, mesmo aquelas que a razão dita serem a garantia da subsistência dos postos de trabalho de quem as criaturas dizem representar.
Sempre me fez muita espécie que numa sociedade tão mediatizada como a nossa, na qual se passou a exigir como decorrência intocável de um menos intocável direito (dever) de informar que todo o bicho careto renuncie à sua intimidade e tudo revele ou se sujeite sem oposição admissível ao escrutínio sobre quem é, quais as habilitações e competências, o que tem e de onde lhe vem, existam duas "classes" de quem se sabe pouco dos seus membros mais influentes: a classe dos profissionais da comunicação social e a dos dirigentes sindicais. Não vale a pena falar da opacidade dos jornalistas, a explicação é óbvia. Já assume foros de enigma a falta de informação sobre quem são os omnipresentes dirigentes sindicais, o que fazem, como chegaram aqui, que filiações partidárias, a que interesses económicos estão ligados, apesar de muitos se manterem anos e anos a fio nessa qualidade de lideres sem que ninguém questione legitimidades.
Esta nota foi motivada pela leitura do oportuno "Quem é Ana Aviola?" um texto assinado por Henrique Monteiro sobre este assunto, texto que vale a pena ler. Constitui uma exceção num panorama em que a opacidade é agravada pelo desinteresse dos media em escrutinar quem, através da ação sindical, exerce um poder desproporcionado se olhado da singela perspetiva da representatividade efetiva.

5 comentários:

  1. Mas que grande baralhação vai, na cabeça do Xore Monteiro.
    Começa por perguntar e acaba a afirmar aquilo que desconhecia da actividade de uma dirigente sindicalista. Conhecia o nome; Ana Aviola, mas não conhecia mais do que veio a descobrir, pelos visto, com facilidade, uma vez que para tanto, usou um "momento" de que dispunha.
    Ou seja: o Xôre Henrique, num momento ficou a saber mais, de um segredo que, imaginava estar guardado a sete chaves.
    Eu não faço a menor ideia de quem seja Henrique Monteiro, de onde vem, o que já fez para melhorar a vida de alguém, ou porque luta, se luta, contra quÊ, ou contra quem.
    Aquilo que imagino, é que a vida de um jornalista pode ser terrível, um tédio, sobretudo se tiver um momento livre e não lhe surgir ideia nenhuma sobre a qual escrever.
    Fiquemos neste caso, com um poema de Miguel Torga, intitulado;"À Beleza"

    Não tens corpo, nem pátria, nem família,
    Não te curvas ao jugo dos tiranos.
    Não tens preço na terra dos humanos,
    Nem o tempo te rói.
    És a essência dos anos,
    O que vem e o que foi.

    És a carne dos deuses,
    O sorriso das pedras,
    E a candura do instinto.
    És aquele alimento
    De quem, farto de pão, anda faminto.

    És a graça da vida em toda a parte,
    Ou em arte,
    Ou em simples verdade.
    És o cravo vermelho,
    Ou a moça no espelho,
    Que depois de te ver se persuade.

    És um verso perfeito
    Que traz consigo a força do que diz.
    És o jeito
    Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

    És a beleza, enfim. És o teu nome.
    Um milagre, uma luz, uma harmonia,
    Uma linha sem traço...
    Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
    Tudo repousa em paz no teu regaço.

    ;)))

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  2. Ou seja, a senhora é maluquinha e nós a pagar... A democracia portuguesa sempre foi demasiado branda nos princípios. Chamar palhaço a um chefe de estado é um problema, ter pessoas que tentam abusar da sua posição para desrespeitar a vontade doido soberano, não tem problema nenhum. É o que se chama de estar completamente desfocado daquilo que são os objectivos. Felizmente faliu, senão ainda nos arriscávamos a aturar estas porcarias (palhaçadas e maluquices) mais 40 anos.

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  3. Povo soberano, não doido soberano ...

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  4. Caro Ferreira de Almeida:

    Oportuno post.

    Caro Bartolomeu:

    De facto, não sei o que Ana Avoila já fez para melhorar a vida de alguém.
    Pois se até sempre diz que piora sempre...

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  5. Eu também não sei, Sr. Dr. Pinho Cardão, assim como não sei o que fizerem, no sentido de melhorar a vida das pessoas, centenas de detentores de cargos políticos e sociais, privados e públicos, que por aí se pavoneiam, com direito a verbas inscritas no orçamento de estado.
    Mas o facto, ou o privilégio de não saber quem são as pessoas, deve-se como muito bem sabe, ao facto de me ter divorciado do mundo e viver em eremitagem.
    Cada vez mais, aprecio e valoriso esta distância.

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